Por Celson Bianchi, A Voz da Verdade
Nossa coluna foi a primeira a denunciar o escândalo do pregão 23/2014 da Polícia Militar do Distrito Federal, que objetiva a compra de 100 cavalos para uso da corporação. Até aí parece tudo certo. Parece mas não é.
A começar pelo preço avaliado entre 30 e 35 mil reais, seguido pela raça escolhida o cavalo BH ou Brasileiro de Hipismo, utilizado como animal de salto é tipo Baloubet de Rouet do Rodrigo Pessoa, nosso campeão olímpico, embora o Baloubet seja uma sela francesa, o BH é a raça similar no Brasil formada para o salto e não para patrulhamento.
Sem a rusticidade e a resistência dos animais da raça crioulo ou campolina ou quarto de milha, muito mais baratos, o BH é um animal sensível, delicado, tardio, tem mais estatura é verdade, mas inadaptável, segundo especialistas, para patrulhamento, a não ser para abertura de mercado dos animais considerados como refugo.
Afinal, quem tem um bom cavalo de salto não vende por 30 mil reais. Agora quando o BH não é bom para o salto 30 mil reais são uma fortuna. Mais o escândalo não para por aí. Numa licitação pública são necessários certos requisitos, como cadastro, certidões, registro no SICAF, entre outros que os verdadeiros criadores de BH não possuem.
Daí surgirem os intermediários para inflacionar o preço dos animais de refugo e dividirem os lucros fáceis. Basta olhar as empresas que apresentaram proposta no pregão 31/2014, é o número mudou, onde não aparece um único criador de BH sequer, mas apenas os famosos intermediários, vendedores de ração, de equipamentos, representantes comerciais e por aí vai é só conferir o CNPJ e visitar as empresas, algumas no DF.
Pior é que tudo isto ganhou contornos de legalidade com a chancela do Tribunal de Contas, embora o resultado ainda deva ser submetido ao tribunal, nossa última esperança.
Mas como o dinheiro público é vendaval na mão de alguns gestores podemos afirmar que nenhum destes animais, salvo se por acaso e coincidentemente já estiverem estabulados na PMDF, de propriedade sabe-se lá de quem, servirão para a Copa do Mundo, pois são necessários de 6 meses até um ano de treinamento intensivo, ainda mais se falamos de BH com idade entre 3 e 7 anos, muito novos para o padrão da raça.
Dois, desconfiamos se vão ser realmente checados os registros dos animais na ABCCH entidade da raça, para que se tenha a certeza de que são BHs legítimos e em nome de quem estão registrados, certamente não dos vendedores.
Mas o pior é o preço destes animais entre 25.200 e 40 mil pelas melhores propostas apresentadas, vão resultar num gasto entre dois milhões e meio e quatro milhões de reais, quando as escolas públicas passam necessidades sem recursos para pagar fornecedores do programa de descentralização de recursos – PDAF. Mais uma vergonha.
Tão grande como a mentira deslavada transcrita pelo G1 em matéria postada na última segunda-feira às 14:29, afirmando que os cavalos ficam em atividade até os 27 anos de idade, uma mentira tão grande como o óleo de peroba de quem passou esta informação.
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