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terça-feira, 19 de agosto de 2014
MP investiga rede de auxílio a Roger Abdelmassih
Com a prisão do médico Roger Abdelmassih na tarde desta terça-feira em Assunção, no Paraguai, o Ministério Público de São Paulo agora investiga uma rede de pessoas que teriam auxiliado a fuga daquele que já foi considerado um dos maiores especialistas em reprodução assistida do País. Abdelmassih estava foragido desde 2011. Ele foi condenado em 2010 a 278 anos de prisão por 56 estupros e atentado violento ao pudor.
A suspeita do MP é que, para que o médico e sua família tivessem condições financeiras de se manter no exterior, foi necessária a formação de uma rede de favorecimento por meio da prática de outros crimes: falsidade ideológica, falsidade material e até lavagem de dinheiro. As informações foram passadas pelos promotores Márcio Fernando Elias Rosa e Luiz Henrique Dal Poz, em entrevista coletiva nesta terça-feira, em São Paulo.
De acordo com o promotor Elias Rosa, há cerca de 90 dias, o MP recebeu a informação de que Abdelmassih estaria em Avaré, no interior paulista, em uma fazenda que já havia sido de sua propriedade. Após isso, no dia 29 de maio, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, mas o médico não foi encontrado no local.
“Ao longo dessas investigações e a partir daquele momento, nós conseguimos indicação segura de que ele estava fora do País, especificamente no Paraguai”, afirmou. O promotor, contudo, não informou a quantidade de pessoas investigadas, tampouco a identidade delas.
Para o promotor Dal Poz, que está no caso desde o início das investigações, a prisão de Abdelmassih “fecha um ciclo”. “O Estado tem a obrigação de cumprir a lei, que estava sendo desrespeitada com a fuga. Conseguimos agora cumprir com essa missão”, disse. “É a sensação do dever cumprido”, completou.
Roger Abdelmassih já está em Foz do Iguaçu (PR) e sua chegada em São Paulo está prevista para as 13h de quarta-feira, no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital. Depois, ele será encaminhado para a realização de exame corpo de delito em uma unidade do Instituto Médico Legal e só então voltará à prisão. A expectativa é que ele volte à Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado, onde chegou a ficar preso preventivamente.
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