segunda-feira, 2 de novembro de 2015

'Nossa meta é documentar nossa cultura para gerações futuras', diz cineasta indígena

O indígena Jair Kuikuro saiu cedo de sua aldeia, aos 15 anos, para se tornar cineasta, mas hoje tem mais uma profissão: locutor de rádio.
Após não conseguir uma licença para criar uma rádio comunitária em sua região no Xingu, ele recorreu ao WhatsApp e começou a Rádio FM Xingu por meio de aplicativo. Sua primeira grande cobertura são os Jogos Mundiais Indígenas, que se encerraram neste sábado em Palmas, no Tocantins.
Jair afirma já ter chegado a postar 500 áudios em um único dia desde o início do evento, além de fotos e mensagens que distribui para seus oito grupos de seguidores e assim manter informados os "parentes" indígenas que não puderam estar presentes na festa.
Enquanto as competições de arco e flecha, arremesso de lança e corrida de tora acontecem no estádio da arena, Jair se reveza entre o microfone e o telefone, já que também é um dos apresentadores do evento.
Um dos criadores do Coletivo Kuikuro de Cinema, que já produziu cinco curtas e um longa-metragem, Jair ainda está registrando tudo que vê nos Jogos para um novo documentário.
"Nosso objetivo é documentar a nossa cultura para mostrar para as novas gerações as tradições de canto, história, reza, tudo que a gente tem", diz ele.
Produção e reportagem: Luciani Gomes e Júlia Dias Carneiro

Cinegrafista: Vitor Brunoro

O faz-de-conta de Marcelo Odebrecht

Marcelo Odebrecht pede socorro ao STF/GNewsOs advogados de Marcelo Odebrecht, denunciado na Operação Lava Jato sob as acusações de participar de organização criminosa e praticar corrupção ativa e lavagem de dinheiro, escolheram uma tática bizarra para defender seu cliente. Poderia se tratar apenas uma excêntrica manobra diversionista para evitar encarar os fatos – não fosse o que ela revela, ao mesmo tempo, de arrogância e delírio paranoico. Marcelo teria, por lei, o direito de ficar calado no depoimento que prestou na última sexta-feira ao juiz Sérgio Moro, da 13.a Vara da Justiça Federal em Curitiba. O direito ao silêncio é uma prerrogativa sacrossanta da defesa, para evitar que os réus produzam declarações que depois sejam usadas para incriminá-los. Em vez de lançar mão desse direito – algo legítimo e compreensível –, a defesa de Marcelo preferiu responder por escrito às acusações do Ministério Público Federal (MPF), que constam da denúncia apresentada no final de julho.

Como num jogo de faz-de-conta, os advogados assumiram o papel de policiais, promotores e juízes. Elaboraram um questionário com 60 perguntas, intitulado “Interrogatório de Marcelo Bahia Odebrecht”. Não foi, por óbvio, um interrogatório real, mas uma elaboração dos argumentos da defesa, com perguntas fictícias atribuídas a algum interrogador. O documento – apresentado ao juiz Moro na sexta-feira e distribuído à imprensa antes do interrogatório real, para valer – vai de questões anódinas sobre a formação de Marcelo, seu conhecimento dos envolvidos na Lava Jato ou a descrição do funcionamento do Grupo Odebrecht e chega a perguntas mais específicas, formuladas e selecionadas pelos advogados, a respeito do conteúdo da denúncia.

Há explicações as mais variadas para algumas das anotações comprometedoras que estavam no iPhone de Marcelo, apreendido pela Polícia Federal por ocasião de sua prisão. Já comparei o iPhone de Marcelo a uma espécie de Pedra de Rosetta da Lava Jato – se decifrado na íntegra, ele poderia contar boa parte da história da corrupção na Petrobras. Mas, como eles mesmos elaboraram as perguntas, os advogados de Marcelo se restringiram a tentar desvendar as anotações apontadas na denúncia do MPF.

Eles tentam explicar, de modo às vezes convincente, outras não, algumas sequências enigmáticas de caracteres que intrigaram os procuradores – como “RA vs cc Sw (direção fluxo? Delação dos envolvidos?)”; “Sw (CNO vs Pessoal vs RA vs as dos BOs? PKB?)…” ou “Swiss: Pic (declarar ctas já) RA, PKB…)”. Sustentam que as três notas têm relação com o desejo de Marcelo de investigar internamente as menções na delação premiada de Rafael Ângulo, um dos portadores de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, a documentos de operações no exterior (conhecidos como “swifts”) recolhidos na Braskem, uma empresa do Grupo Odebrecht, e ao banco suíço PKB. Afirmam que a célebre anotação “Ações B… trabalhar para parar/anular (dissidentes PF …)” não traduz a vontade de interferir nas investigações, mas apenas de saber se as divergências na PF poderiam ser aproveitadas pela defesa dos acusados para interrompê-las ou anulá-las. Dizem que “Higienizar apetrechos MF e RA” era um lembrete para necessidade de fazer uma varredura para verificar se executivos da Odebrecht eram alvo de grampos ilegais. E por aí vai.

As informações do iPhone de Marcelo são, é claro, muito mais abundantes. Não há, nas respostas dos advogados, nenhuma explicação para anotações enigmáticas como “Deixar prédios com Vaca”; “40 para vaca (parte para Feira)”; “Créditos Vaccari e pagtos diretos” e outras do tipo. Um interrogatório real teria servido para desvendá-las de modo definitivo. Poderia ter servido, em especial, para elucidar a mais comprometedora – e, surpeendetemente menos enigmática – das anotações, situada entre menções aos nomes de “Edinho”, “Haddad” e “Adams”: “MRF: dizer do risco cta suíça chegar campanha dela?”. Marcelo, infelizmente, não esclareceu, afinal, quem é "ela".

No momento em que se sentou diante de Moro para falar, ele preferiu fazer um pequeno discurso, em que proclamava sua inocência e se dizia vítima de uma prisão arbitrária, com base em provas inconsistentes. Moro tentou algumas vezes interrompê-lo, mas ele se recusou a parar sua arenga. No momento em que, finalmente, Moro pôde formular suas perguntas, Marcelo recusou-se a respondê-las, sem porém invocar seu direito ao silêncio. Dizia apenas que suas respostas haviam todas sido entregues por escrito.

Houve como que uma inversão de papeis. Marcelo se arrogou não apenas um direito que, por lei, cabe ao juiz – formular as perguntas. Também se recusou a dar qualquer resposta que não tivesse sido previamente aprovada e analisada por seus advogados. As três perguntas que Moro tentou fazer ficaram no ar. Em vez do silêncio, Marcelo adotou uma atitude que – embora disfarçada sob o manto da cooperação com a Justiça, por apresentar respostas por escrito –, desafiou a autoridade do juiz, por impedi-lo de proceder às perguntas. Uma atitude arrogante, disfaçada de cooperação. Em vez de um interrogatório real, tivemos um “interrrogatório” de faz-de-conta.

Quer se der o trabalho de ler e analisar a denúncia do Ministério Público, poderá encontrar nela diversas falhas (já escrevi sobre isso aqui). Mas as acusações centrais são inequívocas e estão embasadas num minucioso trabalho de rastramento do caminho do dinheiro, realizado com a cooperação do Ministério Público da Confederação, na Suíça. Estão lá as empresas de fachada, as contas secretas, as datas e valores das transferências e toda a complexa engenharia financeira usada para conduzir o dinheiro da Odebrecht às contas de Pedro Barusco, Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Nestor Cerveró. Entre aqueles que receberam o dinheiro, vários já declararam em depoimentos que se tratava de propina relativa à obtenção de contratos na Petrobras. Não há defesa contra esses fatos. Há, tão-somente, a negativa atribuída a Marcelo por seus advogados" "Jamais orientaria esse tipo de confuta ilegal. Esta acusação é profundamente injusta".

Diante de fatos semelhantes, empreiteiros de renome como Ricardo Pessôa, da UTC, ou Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, decidiram colaborar com a Justiça e contar a verdade. A Camargo Corrêa decidiu até mesmo fechar um acordo de leniência com as autoridades reguladoras, para tentar limpar seu nome no mercado e afastar o fantasma da Lava Jato de seus negócios no futuro. Trata-se, antes de tudo, de uma questão de sobrevivência empresarial.

Qual é, em situação similar, a reação de Marcelo? Ele prefere negar os fatos, construir uma realidade paralela em que sempre será inocente, atribuir sua prisão a uma perseguição das autoridades e inventar um faz-de-conta que serve apenas para desafiar o poder da Justiça. Aparentemente, não está em seus planos admitir que errou, como fizeram os demais empreiteiros, contar a verdade e pagar o preço disso. Marcelo sempre manifestou preocupação com o futuro de sua empresa e com o exemplo que deixará às futuras gerações. Ninguém sabe o que acontecerá até o final da Lava Jato. Mas, se ele persistir em sua atitude, o preço que a empresa pagará pode ser altíssimo. Com o acúmulo de processos – até mesmo nos Estados Unidos –, é a sobevivência do Grupo Odebrecht que está em jogo. Que exemplo transmitirá então Marcelo de dentro da cadeia?

PF descobre despacho de macumba na casa de Collor contra Janot POR GUILHERME AMADO

Cavalcante
Em 1992 não deu muito certo, mas Fernando Collor ainda aposta em expedientes nada terrenos para se livrar de encrencas.
Na última vez em que esteve em sua casa, em julho, a PF encontrou um despacho de macumba endereçado a Rodrigo Janot e Fábio George da Silva, o homem-forte de Janot no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Numa mesa, os agentes encontraram uma foto do conselho do CNMP com os rostos de Janot e de George assinalados num círculo feito a caneta. Acima da foto, numa folha de papel com o timbre do Senado, os nomes de vários orixás: Iemanjá, Elegbara, Oxalá, Ogum, entre outros.

domingo, 1 de novembro de 2015

Merkel não consegue consenso entre aliados sobre a crise dos refugiados Os socialdemocratas rechaçam a proposta de estabelecer zonas de trânsito na fronteira

Dezenas de refugiados, neste domingo, na fronteira da Áustria com a Alemanha. / M. DALDER (REUTERS)
A chanceler Angela Merkel não conseguiu por um fim, neste domingo, às profundas diferenças que estão envenenando as relações no seio do Governo de grande coalizão por causa da chegada maciça de refugiados e a forma como enfrentar essa crise. Merkel havia convidado à sede do Governo alemão os chefes dos outros dois partidos que integram a grande coalizão, seu aliado bávaro Horst Seehofer (CSU) e o socialdemocrata Sigmar Gabriel (SPD), para buscar um consenso sobre a recepção de refugiados e, ao mesmo tempo, acabar com a perigosa rebelião que está germinando em seu próprio partido e no CSU da Baviera.
O encontro entre os três líderes políticos que aconteceu na chancelaria durou apenas duas horas e chegou ao fim quando Sigmar Gabriel abandonou a reunião, aparentemente em protesto pela insistência dos dois partidos democrata-cristãos em estabelecer zonas de trânsito para os refugiados na fronteira alemã.
“Existe um grande número de posições comuns e algumas ainda precisam ser esclarecidas”, afirmou o porta-voz do Governo, Steffen Seibert, em um breve comunicado. “Entre elas, encontram-se o tema das zonas de trânsito”, acrescentou o porta-voz, que disse que os três líderes voltarão a se reunir na próxima quinta-feira em Berlim.
A rodada de reuniões que aconteceram neste final de semana em Berlim começou no sábado à noite, quando Merkel, recém-chegada de uma visita à China, recebeu na chancelaria seu aliado bávaro Horst Seehofer, que se transformou no pior inimigo da chanceler e que ameaçou retirar os três ministros do seu partido que compõem o gabinete federal se Merkel não modificasse sua política de asilo.Mas o silêncio que Merkel, Seehofer e Gabriel mantiveram deixou escancarado que as discrepâncias podem ser ainda maiores, e vários analistas sugerem que a crise dos refugiados pode colocar em risco a grande coalizão e até mesmo a permanência no poder da própria chanceler.
O encontro entre Merkel e Seehofer durou cinco horas, e a ausência de declarações deixou implícito que as diferenças entre os dois aliados persistem. Merkel ainda se nega a fechar as fronteiras do seu país à chegada dos refugiados, enquanto Seehofer insiste que o fechamento das fronteiras é a única solução para colocar um fim à crise.
O único ponto de entendimento entre ambos é a implantação das chamadas “zonas de trânsito”, uma medida que criará centros na fronteira alemã onde as autoridades possam analisar prioritariamente os pedidos de asilo, e discriminar os que vêm de países considerados “seguros”, que seriam devolvidos aos seus países de origem sem maiores trâmites legais.
Mas as “zonas de trânsito” foram rechaçadas pelos líderes do partido Socialdemocrata, que consideram que elas acabariam virando enormes zonas de detenção em terra de ninguém. “Não podemos aceitar a criação de zonas de trânsito, que são, na realidade, centros de internação do tamanho de estádios de futebol”, disse Sigmar Gabriel, ideia compartilhada pelo ministro da Justiça, o socialdemocrata Heiko Maas.
O SPD propõe como alternativa a criação de centros de registros para os que pedem asilo, espalhados por todo o país, onde seriam coordenados os processos de avaliação e aconteceria a expulsão, quando fosse necessária, das pessoas cuja petição fosse recusada. A CSU também exige que o reagrupamento familiar seja restringido para evitar novos surtos de pedidos de asilo, uma medida que o SPD também rechaça por considerar que contraria as leis vigentes.

As crianças da guerra

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A Europa está sofrendo a maior onda de imigrantes desde a Segunda Guerra Mundial, e estima-se que mais da metade dos deslocados vêm da Síria. Milhares de refugiados e migrantes provenientes deste e de outros países em guerra estão sofrendo bloqueios perto dos postos fronteiriços na Hungria, Croácia, Sérvia e Eslovênia, devido aos contínuos fechamentos de fronteiras e também às limitações impostas por alguns desses países, segundo denúncia da organização Médicos Sem Fronteiras. Na foto, um bebê com um gorrinho que diz “Princesa Dora” chora nos braços de sua mãe. Ambas esperam um ônibus para ajudá-las a continuar sua jornada na cidade de Miratovac entre a fronteira sérvia-macedônia, em 22 de outubro.

GOVERNO ISENTA IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO DE AUTOMÓVEIS ELÉTRICOS E A HIDROGÊNIO Veículos importados movidos a propulsão elétrica, elétrica plug-in e por meio de células de combustível estão isentos da alíquota de 35% por REDAÇÃO AUTOESPORTE

Nissan Leaf (Foto: Reprodução)
As vendas de automóveis elétricos, elétricos plug-in (carregável em tomadas) e movidos a hidrogênio podem ganhar um empurrãozinho. De acordo com a resolução aprovada pela Câmera do Comércio Exterior (Camex) divulgada hoje (27) no Diário Oficial da União, os veículos importados elétricos, elétricos plug-in e a células de combustível, como hidrogênio, estão isentos da alíquota de 35% do Imposto de Importação.
Em nota, a Camex informa que "a decisão foi tomada após amplo debate sobre o tema e que a medida busca inserir o Brasil em novas rotas tecnológicas, disponibilizando ao consumidor veículos com alta eficiência energética, além de baixo consumo de combustíveis e emissão de poluentes". Segundo o órgão, essas medidas estão alinhadas à política de fomento para novas tecnologias de propulsão e atração de novos investimentos para produção nacional desses veículos.

O texto atual complementa a medida aprovada em setembro do ano passado, que reduzia o Imposto de Importação para veículos híbridos, dos quais os modelos com dispositivo de recarga externa não estavam contemplados. Isso agora também mudou. O Comitê Executivo de Gestão da Camex (Gecex) alterou o texto para incluí-los também no benefício. Vale lembrar que, no caso dos automóveis híbridos como Toyota Prius e Ford Fusion Hybrid, o imposto foi reduzido de 35% para valores que variam de 0 a 7%, dependendo da eficiência energética do modelo. 

A isenção total do imposto para os automóveis 100% elétricos pode aumentar oferta desse tipo de tecnologia no país. Já os carros movidos célula de combustível a hidrogênio, como o Toyota Mirai estão mais longe do radar, mesmo porque a tecnologia começa a chegar aos veículos de massa agora. O Toyota Mirai é o primeiro representante comercial da tecnologia. Já vendido no Japão, o modelo começa à chegar ao mercado europeu este mês e não tem previsão de vir ao Brasil.
Mais benefícios

Na mesma semana em que o Camex decidiu pela isenção do Imposto de Importação para os automóveis elétricos, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) no Senado também aprovou um projeto que beneficia o segmento. O projeto, que agora segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), quer conceder isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos veículos elétricos a bateria ou híbridos a etanol que forem produzidos no Brasil.

Essa medida, sim, abriria caminho para viabilizar a produção nacional de modelos como o Toyota Prius no país. O texto prevê a isenção também para peças que precisem ser importadas para a posterior produção dos veículos no Brasil, assim como para equipamentos de recarga. Hoje, os carros híbridos e elétricos são taxados em até 25% no Brasil. Modelos nacionais a combustão com motores acima de 1.0 e até 2.0 flex, por exemplo, tem imposto de 11%.

BNDES dribla normas e beneficia amigo do ex-presidente Lula com milhões

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que vai sobreviver aos ataques e à crise que passa o Partido dos Trabalhadores. A declaração foi feita durante a convenção nacional do PT que acontece em Brasília.O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que vai sobreviver aos ataques …
O Banco Nacional do Desenvolvimento concedeu a José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigado da operação Lava Jato um crédito de R$ 101,5 milhões. A ação contrariou uma das regras internas da instituição que veta qualquer tipo de empréstimo a empresas que tenham sido falidas frente á Justiça, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
Os créditos foram liberados em julho de 2012, quando a falência de Bumlai já havia sido requerida, devido ao calote de R$ 532 milhões que sua empresa deu em um dos fornecedores. Passados nove meses do pedido de ajuda, a empresa, São Fernando Energia 1, ainda assim precisou entrar na Justiça por não conseguir quitar todas as dívidas que tinha no mercado.
A companhia tem como produto básico a produção de energia proveniente da cana-de-açúcar e faz parte de um grupo de outras cinco empresas, todas pertencentes ao amigo de Lula.
Incluindo os empréstimos anteriores a 2012, o grupo deve cerca de R$ 330 milhões ao BNDES, além de acumular uma dívida total de R$ 1,2 bilhão, que foi a causa da falência. Tanto o banco quanto o acusado negam ter havido qualquer tipo de favorecimento nos créditos.
Em nota, o Banco do Brasil também nega que tenha agido de maneira a burlar a análise financeira da São Fernando Energia: "A operação de julho de 2012 foi efetuada exclusivamente para liquidar crédito contratado junto ao BB em 2010. Não houve qualquer liberação de recursos novos para a Usina São Fernando em 2012".
Lava Jato
O pecuarista José Carlos Bumlai foi citado na delação de Fernando Soares, o Fernando Baiano e de Eduardo Musa. Ele teria sido um dos responsáveis por acertar o pagamento de uma propina fe R$ 5 milhões para o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, além de outros ex-funcionários da estatal.