segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Criança chora, comove PMs em morro e ganha bolo e presente de aniversário Stephany Candido estava triste por não ter festa de aniversário. Policiais faziam ronda em morro de Santos, SP, e decidiram presenteá-la



Policiais também compraram presente para Stephany (Foto: Arquivo Pessoal)Policiais também compraram presente para
Stephany (Foto: Arquivo Pessoal) choro de uma menina que estava triste por não ter ganhado uma festa para comemorar o aniversário de oito anos comoveu três policiais que faziam ronda em um morro de Santos, no litoral de São Paulo, na tarde de domingo (20). A história que começou triste terminou com bolo, guaraná, brigadeiro, presente e um sorriso sincero de agradecimento.
“Minha mãe não tinha condições de fazer a festinha, eu fiquei muito feliz quando abracei eles e não quis mais soltar”, lembra a aniversariante Stephany Candido.
A jovem carente mora em uma casa com 12 pessoas no Morro do São Bento, em Santos. A mãe cuida de um filho especial e não pode trabalhar.
Segundo a família, a aposentadoria do pai também não é suficiente, mas, graças à atitude dos policiais, a garota ganhou um aniversário inesperado. “Foi Deus quem colocou eles no caminho”, diz emocionada a mãe, Rose Candido.
História de Stephany comoveu policiais de Santos (Foto: Solange Freitas / G1)História de Stephany comoveu policiais de Santos
(Foto: Solange Freitas/G1)
O sargento Reginaldo José de Melo lembra que fazia ronda com outros dois policiais quando uma criança triste chamou a atenção deles. “Avistamos várias crianças ao redor da viatura e percebemos que uma estava chorando, então questionamos o motivo”, recorda.
Era o aniversário de Stephany. Sensibilizados com a tristeza da pequena, os policiais decidiram colaborar. Eles foram até um supermercado para comprar bolo, ingredientes para brigadeiro e uma boneca de presente. “Fiz o bolo brigadeiro e foi uma bagunça. Ela até chorou no momento de cantar os parabéns”, conta a mãe.
A atitude dos policiais transformou o dia da pequena Stephany, como uma mensagem de solidariedade e olhar ao próximo. “Eu achava que seria um herói. Vou vestir uma farda e vou salvar todo mundo, mas quando entramos na polícia, sabemos que não é bem essa a realidade. Mas tentamos ser heróis todos os dias”, conclui o sargento Reginaldo José.
Ao lado da família, Stephany comemora e não larga o presente que ganhou (Foto: Solange Freitas / G1)Ao lado da família, Stephany comemora e não larga o presente que ganhou (Foto: Solange Freitas/G1)

Sócio da construtora Engevix é preso durante nova fase da Lava Jato

A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (21) o executivo José Antunes Sobrinho, um dos donos da construtora Engevix, em um desdobramento da 19a fase da operação Lava Jato. Ele foi detido preventivamente em Florianópolis, Santa Catarina, e será encaminhado para a superintendência da PF em Curitiba. Um operador do esquema que não teve o nome divulgado também foi detido. Segundo o jornal o Estado de S. Paulo, trata-se do lobista João Henriques, ligado ao PMDB. O alvo desta nova fase são propinas que teriam sido pagas envolvendo a Eletronuclear e a diretoria internacional da Petrobras.
Othon Luiz Pinheiro, presidente licenciado da Eletronuclear, que é subsidiária da Eletrobras, já havia sido detido em julho na 16a fase da operação, batizada de Radioatividade, junto com o executivo da Andrade Gutierrez energia Flávio David Barra. Pinheiro é considerado um dos pais do programa nuclear brasileiro, e sua prisão foi a primeira relacionada a uma nova frente de investigação da Lava Jato, focada em empresas do setor elétrico.Ao todo, policiais cumprem 11 mandados judiciais – sete de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois de condução coercitiva (quando a pessoa é levada à polícia para prestar depoimento) – em Florianópolis, São Paulo e no Rio de Janeiro. Sobrinho é suspeito de ter pago propinas em contratos da empreiteira com a Eletronuclear, que totalizaram 140 milhões de reais dentre 2011 e 2013.
O procurador da força-tarefa da Lava Jato Carlos Fernandes dos Santos Lima afirmou que Sobrinho continuou fazendo pagamentos irregulares de propina “até janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor da Engevix estava preso. Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas operações". O executivo já responde por corrupção ativa e lavagem de dinheiro em uma aço que envolve também o ex-ministro da Casa Civil de Lula José Dirceu, detido na 17a fase da operação.
Na entrevista para apresentar os resultados da operação, Lima disse também que os casos “mensalão, petróleo e Eletronuclear são todos conexos (...) não tenho dúvida nenhuma de que todos estão ligados à Casa Civil do governo Lula, tudo foi originado dentro da Casa Civil”.
Dois suspeitos ligados à Engevix, o lobista da empresa Milton Pascowitch e o vice-presidente da companhia, Gerson de Almada, já firmaram acordos de delação premiada. Seus depoimentos levaram à prisão de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro José Dirceu.
A reportagem não conseguiu localizar os advogados de Sobrinho.

Em despacho, Sérgio Moro aponta propinas disfarçadas de doações ao PT Magistrado da Lava Jato diz que prática "afeta processo político-democrático" Vaccari torna-se o segundo ex-tesoureiro do PT condenado GIL ALESSI São Paulo 21 SEP 2015 - 19:29 BRT


O juiz Moro durante evento da Abraji, em São Paulo. / LALO DE ALMEIDA (FOLHAPRESS)

Menos de uma semana após o Supremo Tribunal Federal proibiu, por 8 votos a 3, as doações de empresas para campanhas eleitorais, a Operação Lava Jato, o maior escândalo recente da história do país, trouxe à tona novos elementos ao debate. O juiz federal Sérgio Moro, encarregado das ações da Lava Jato, aproveitou a sentença em quecondenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque a duras penas de prisão para expor o suposto esquema do pagamento de propinas travestido de doações oficiais ao PT. Se por um lado vários delatores já haviam afirmado que a prática é corrente e não se restringe apenas ao partido da presidenta Dilma Rousseff, no despacho desta segunda-feira (21) Moro enumera operações financeiras concretas que ele considera suspeitas.
Segundo Moro, o Tribunal Superior Eleitoral confirmou doações registradas ao Diretório Nacional do PT no montante de 3,6 milhões de reais envolvendo as empresas ligadas a Mendonça entre 2008 e 2011. No dia 29 de abril de 2009, por exemplo, o consórcio recebeu pagamentos da Petrobras. Um dia depois, a SOG doou 120.000 reais ao Diretório Nacional do PT. Em um caso mais recente, a SOG doou, em 10 de fevereiro de 2011, 500.000 para os cofres do partido. Antes, no mesmo dia, o Consórcio recebeu parcelas do pagamento por obras da estatal. As sete operações suspeitas somam 2,2 milhões de reais em doações ao PT.Todos os casos citados pelo magistrado em seu despacho envolvem empresas controladas por Augusto Mendonça, executivo da empresa Toyo Setal que se tornou delator do esquema de corrupção da Petrobras. As doações foram feitas pelas seguintes companhias: PEM Engenharia, Projetec Projetos, Setec Tecnologia e SOG Óleo e Gás, e tiveram como destinatário o Diretório Nacional do PT. Em sete ocasiões, Moro apontou que doações foram feitas ao PT pelas empresas citadas logo após a liberação de pagamentos da Petrobras para o Consórcio Interpar - integrado por algumas companhias de Mendonça.
No despacho Moro afirma que “além da conexão circunstancial entre os pagamentos dos contratos e as doações”, o próprio Augusto Mendonça, “em colaboração premiada, declarou que teria feito as doações eleitorais em questão, ao Partido dos Trabalhadores, por solicitação de Renato Duque”, e que estes valores “comporiam o acerto de propina com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras”.
Algumas das doações registradas chamaram a atenção do magistrado por aparentarem “ser alguma espécie de parcelamento de uma dívida, como as doações mensais de 60.000 reais entre 06/2009 a 01/2010 ou entre 04/2010 a 07/2010, do que propriamente a realização de doações eleitorais espontâneas”. Moro ainda afirma que “o que pode se concluir de fato é que as doações registradas iniciaram após a celebração do contrato do Consórcio Interpar com a Petrobras em 07/07/2008”, e que várias doações que ocorreram logo após a realização de pagamentos da estatal às empresas.
O que pode se concluir de fato é que as doações registradas iniciaram após a celebração do contrato do Consórcio Interpar com a Petrobrás em 07/07/2008”
Em seus depoimentos à Justiça, Mendonça afirma não ter alertado Vaccari de que as doações provinham da parte da propina acertada com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras. Mas de acordo com Moro, o delator Pedro Barusco disse que o tesoureiro sabia da origem criminosa dos valores pagos.
"A corrupção com pagamento de propina de milhões de reais e tendo por consequência prejuízo equivalente aos cofres públicos e a afetação do processo político democrático merece reprovação especial”, segue Moro. Ainda que se trate de uma decisão de primeira instância, o juiz do Paraná indiretamente alimenta o ataque da oposição que questiona a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por suposto abuso do poder econômico nas eleições de 2014.
A sentença de Moro vai ao encontro das teses de especialistas que questionam a doação legal afirmando que “empresa não doa, investe”. O estudo The Spoils of Victory ('Despojos da Vitória', em tradução livre), por exemplo, feito por pesquisadores de três universidades dos Estados Unidos, concluiu que as empresas que financiaram candidatos a deputado federal do PT nas eleições de 2006 receberam entre 14 e 39 vezes o valor doado por meio de contratos com o poder público nos anos subsequentes.
Com dois tesoureiros presos em escândalos de arrecadação na última década, o PT defende o fim do financiamento empresarial de campanhas. Após a prisão do ex-tesoureiro João Vaccari, em abril, o presidente nacional da legenda afirmou que o partido não vai mais receber doações de empresas privadas. "Ao mesmo tempo que lutamos pelo fim do financiamento empresarial decidimos que os Diretórios Nacional, estaduais e municipais não mais receberão doações de empresas privadas", afirma o documento divulgado, que, no entanto, não se transformou em diretriz durante o encontro da sigla em junho. Os parlamentares do partido votaram contra o financiamento empresarial nas votações do tema no Congresso neste ano. 

Veja as operações que Moro considerou suspeitas

- Doação pela Projetec ao Diretório da Bahia, de 100.000 reais em 23/10/2008, após recebimentos pelo Consórcio Interpar em 01 e 03/10/2008 (pagamento efetuados diretamente às empresas que integram o Consórcio);
- Doação pela SOG ao Diretório Nacional, de 120.000 reais em 30/04/2009, após recebimento pelo Consórcio Interpar em 29/04/2009;
- Doações pela SOG ao Diretório Nacional, de 60.000 reais em 18/01/2010 e de 350.000 reais após recebimento pelo Consórcio Interpar em 13 e 15/01/2010;
- Doação pela SOG ao Diretório Nacional, de 60.000 reais em 19/03/2010, após recebimento pelo Consórcio Interpar em 12 e 15/03/2010;
- Doação pela PEM Engenharia ao Diretório Nacional, de 150.000 reais em 07/04/2010, de 150.000 reais em 08/04/2010, de 150.000 reais em 09/04/2010 e de 50.000 reais em 10/04/2010, após recebimento pelo Consórcio Interpar em 01 e 05/04/2010;
- Doação pela SOG ao Diretório Nacional, de 60.000 reais em 12/07/2010, após recebimento pelo Consórcio Interpar em 08/07/2009; e
- Doação pela SOG ao Diretório Nacional, de 500.000 reais em 10/02/2011 e de 500.000 reais em 22/02/2011, após recebimento pelo Consórcio Interpar em 10/02/2011

CEO da Petrobras diz que conta com retorno de Ferreira para Conselho Aldemir Bendine falou sobre o assunto nesta segunda-feira (21). Presidente do Conselho fez pedido de licença e ficará fora até novembro.

O presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta segunda-feira (21) a jornalistas que conta com o retorno de Murilo Ferreira para a presidência do Conselho de Administração da companhia, ao ser questionado sobre o assunto.
Ferreira comunicou na segunda-feira (14) passada pedido de licença do colegiado até o final de novembro, segundo nota publicada pela estatal que não deu detalhes sobre o motivo do afastamento.
A Petrobras informou na segunda (14) que o conselheiro Luiz Nelson Guedes de Carvalho irá substituir Murilo Ferreira durante o período de licença do colegiado até 30 de novembro de 2015. Ferreira também ocupa o posto de presidente-executivo da mineradora Vale, cargo do qual, até o momento, não há informação de que tenha se afastado.

O suplente do presidente do Conselho da Administração da Companhia, Clovis Torres Junior, também se licenciou do Colegiado até 30 de novembro. A empresa não deu detalhes sobre o motivo do afastamento.
Ferreira também ocupa o posto de presidente-executivo da mineradora Vale (Foto: Agência Petrobras)Ferreira também ocupa o posto de presidente-executivo da mineradora Vale (Foto: Agência Petrobras)
O plano para abertura de capital e venda de ações da BR Distribuidora foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras em reunião realizada no último dia 6 de agosto. Na ocasião, a estatal não informou qual fatia da empresa seria colocada à venda.
No início de julho, no entanto, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, já havia falado, que, a depender dos estudos, a companhia poderia abrir até 25% do capital – e, se possível, ser até mais ousada.
Murilo Ferreira acumula funções nas duas companhias, que estão entre as maiores do país, desde o final de abril, quando o governo federal permitiu uma mudança quase completa no Conselho da Petrobras.Acúmulo de funções
Segundo a agência Reuters, Murilo Ferreira pediu licença do cargo para concentrar-se na gestão da mineradora Vale.
Enquanto a petroleira tenta resolver seus problemas de caixa, em um momento de alto endividamento e de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, a Vale enfrenta dificuldades com o mercado de minério de ferro. A mineradora é a maior produtora global da commodity e tem nela sua principal fonte de receita.
As cotações do minério - vendido principalmente à China - tocaram em julho o menor valor em 10 anos, pressionadas por uma desaceleração na demanda no país asiático e por uma grande oferta das grandes mineradoras globais.
Questionada pela Reuters após o anúncio da Petrobras, a assessoria de imprensa da Vale informou que Murilo Ferreira segue normalmente com sua funções na companhia.
Posse em abril
Murilo Ferreira foi escolhido para presidir o Conselho de Administração da Petrobras em abril deste ano, durante eleição na assembleia de acionistas.
O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração e trabalhou na Vale durante 10 anos antes de ser nomeado presidente da companhia, em 2011, no lugar de Roger Agnelli.

Tombini nomeia Altamir Lopes para diretoria de Política Econômica do BC Lopes ficará no lugar de Luiz Awazu, que será vice-presidente do BIS. Novo diretor deixará o atual cargo e se dedicará somente à nova função.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nomeou nesta segunda-feira (21) o diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, para a diretoria de Política Econômica no lugar de Luiz Awazu Pereira da Silva, que será vice-presidente do Banco Compensações Internacionais (BIS).
Lopes deixará o atual cargo e se dedicará somente à nova função. Com isso, o atual diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania, Luiz Edson Feltrim, acumulará a diretoria de Administração. As mudanças valerão a partir da próxima segunda-feira, 28 de setembro.

Anos de casa
Awazu deixará a autarquia para assumir a vice-gerência geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) em 1º de outubro, conforme anunciado pelo BC em março.
Considerada uma das pastas mais importantes do BC, a diretoria de Política Econômica, que abriga o departamento Econômico, o de Estudos e Pesquisas e o de Relacionamento com Investidores, ganhará um chefe familiar às atividades. Bacharel em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) e com especialização pela Escola de Pós-Graduação da Fundação Getúlio Vargas (EPGE), Lopes chefiou o Departamento Econômico de 1995 a 2011.
Lopes também foi coordenador nacional do Grupo de Monitoramento Macroeconômico do Mercosul (GMM), coordenador nacional do Padrão Especial de Disseminação de Dados (PEDD) do Fundo Monetário Internacional, e membro da equipe brasileira de negociação do programa de acordo financeiro do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Derrubada de vetos geraria gasto extra de R$ 23,5 bi em 2016, diz governo Congresso decide nesta terça se derruba vetos a projetos da 'pauta-bomba'. Derrubada dos vetos anularia corte de gastos previsto pelo governo.

A eventual derrubada pelo Congresso Nacional dos vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos que geram gastos e integram a chamada "pauta-bomba" pode gerar um impacto aos cofres públicos de R$ 23,5 bilhões no ano que vem e de R$ 127,8 bilhões até 2019, segundo estimativa do Ministério do Planejamento divulgada nesta segunda-feira (21).
EFEITOS DA DERRUBADA DOS VETOS, SEGUNDO O GOVERNO (em R$ bilhões)
Matéria
Gasto extra em 2016
Gasto extra até 2019
Reajuste dos servidores do Judiciário
5,3
36,2
Aplicação do reajuste do salário mínimo a todos os benefícios do INSS
0,3
11,0
Isenção de PIS-Cofins para óleo diesel
13,9
64,6
Dedução de Imposto de Renda para professores, correspondente ao gasto com aquisição de livros
4,0
16,0
Total
23,5
127,8
Fonte: Ministério do Planejamento
Nesta terça-feira, o Congresso se reunirá para analisar 32 vetos presidenciais, entre os quais o que derrubou reajuste de até 78% ao Judiciário.
Se os vetos forem rejeitados, só as despesas extras previstas para 2016 vão praticamente anular quase todo o esforço de corte de gastos que o governo anunciou como parte do pacote de ajuste fiscal – R$ 26 bilhões. 

Para evitar esse rombo adicional ao Orçamento de 2016, que já tem previsão de déficit na ordem de R$ 30,5 bilhões, a presidente Dilma Rousseff tem feito reiterados apelos a parlamentares da base aliada para que mantenham os vetos presidenciais.
O assunto foi tema das reuniões que a presidente teve com líderes de partidos aliados na Câmara e no Senado na semana passada.
Reajuste do Judiciário
Um dos temas mais polêmicos na pauta do Congresso é o reajuste entre 53% e 78% a servidores do Poder Judiciário.
O projeto, vetado por Dilma, previa que essas correções fossem escalonadas até 2019. De acordo com o Planejamento, essa proposta vai gerar uma despesa de R$ 5,3 bilhões no ano que vem. Em quatro anos, até 2019, o custo total será de R$ 36,2 bilhões.

Isenção a óleo diesel
Outro texto que preocupa o governo prevê isenção de PIS/Cofins para o óleo diesel.
Essa desoneração tributária foi concedida pelos parlamentares ao votarem a medida provisória 670/2015, que reajustava as tabelas de imposto de renda.
De acordo com o Planejamento, o impacto dessa medida é de R$ 13,9 bilhões no ano que vem e R$ 64,6 bilhões até 2019.

Dedução de IR a livros
Outro item vetado pela presidente e que vai impactar as contas públicas, segundo o Planejamento, é a permissão para que professores descontem do imposto de renda gastos com a compra de livros.
Conforme o Planejamento, essa proposta vai gerar uma perda de R$ 4 bilhões na arrecadação do governo. Até 2019, o impacto será de R$ 16 bilhões.

Reajuste a aposentados
O governo também batalha para manter o veto de Dilma ao texto que estende para todos os aposentados e pensionistas as regras de reajuste anual do salário mínimo.
A previsão é de que essa medida gere um gasto de R$ 0,3 bilhão em 2016. Nos próximos quatro anos, a despesa somará R$ 11 bilhões.

Desde 1979, sete presidentes passaram pelo Sindicato.

Desde 1979, sete presidentes passaram pelo Sindicato. Augusto Campos (1979 a 1985); Luiz Gushiken (1985 a 1988); Gilmar Carneiro (1988 a 1994); Ricardo Berzoini (1994 a 2000); João Vaccari (2000 a 2005); Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2011); e a atual presidenta Juvandia Moreira (2011 a 2014), a primeira mulher a exercer a função.

Para comemorar o aniversário de 90 anos do Sindicato, ouvimos de todos histórias de determinação, engajamento, dedicação e, mais do que tudo, amor à  luta pela classe trabalhadora brasileira. Desde os tempos da ditadura, passando pela redemocratização, criações da CUT e do PT, pelos massacrantes anos do neoliberalismo, desembocando nos desafios do atual governo popular e democrático.

Abaixo, as entrevistas ficam à disposição dos bancários, sendo colocadas semanalmente, começando por Juvandia Moreira. São palavras valiosissimas, recheadas de experiências particulares e coletivas únicas na mobilização da sociedade em nome de um país mais justo.
 

Augusto Campos (1979 a 1985)

Uma nova forma de sindicalismo

Retomada do Sindicato, no final dos anos 1970, foi resultado da união de diversos bancários que lutaram para romper com modelo e estrutura sindical vigente e impulsionar categoria para obter novas conquistas
São Paulo - O ano é 1979. Os bancários organizavam a primeira greve da categoria, após a chamada “retomada” do Sindicato. Reunidos no pátio do Colégio São Bento, os trabalhadores definiram pelo início da greve para o dia seguinte. O movimento começou forte, mas a repressão policial e dos bancos também. “Houve confronto tão intenso que os padres não quiseram mais alugar o espaço para nós. Na Casa de Portugal também não podia ser, os portugueses não queriam mais a gente lá, pois tinha cada vez mais pessoas nas assembleias e o espaço ficava pequeno, apertado. Passamos a procurar lugar próprio e compramos um terreno, no qual funcionava um estacionamento, na Rua Tabatinguera. Foi ali que fizemos a Quadra, inaugurada em evento marcante para mim. Ver naquele lugar, nosso, figuras históricas como Lula e Luiz Carlos Prestes debatendo com a categoria foi especial.” Leia a íntegra da entrevista

 

Luiz Gushiken (1985 a 1988)

Abaixo à ditadura e pelas liberdades democráticas

São Paulo - Funcionário do antigo Banespa, hoje controlado pelo Santander, Luiz Gushiken sucedeu Augusto Campos na direção do Sindicato após a retomada.

A primeira experiência foi como cipeiro. “A agência passava por reforma e eu infernizava a vida do gerente para que os trabalhadores não ficassem expostos à sujeira e ao barulho. Acredito que essa primeira experiência tenha sido o embrião sobre o que faria mais tarde”, lembra.

Foi durante uma assembleia com funcionários do extinto Comind (Banco do Comércio e Indústria) que diz ter sido pego de surpresa por um colega que lançou sua candidatura a deputado federal constituinte. Foi eleito e ocupou cadeira na Câmara dos Deputados por três mandatos consecutivos (1987- 1998). Gushiken foi chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leia a íntegra da entrevista
 

Gilmar Carneiro (1988 a 1994)

“Se perder a ousadia é melhor ir embora”

São Paulo - Em 1979, baiano de Serrinha, Gilmar Carneiro entrou para a diretoria do Sindicato, após concluir o curso de Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assumiu a vice-presidência da entidade em 1982 e viveu o difícil período da intervenção de 1983. Presidiu o Sindicato de 1988 a 1994 e só deixou a diretoria da entidade em 1997, mas permanece conectado ao movimento sindical e considera a sede dos bancários a sua casa. Atualmente, Gilmar é assessor do presidente da CUT, Vagner Freitas. Apaixonado por comunicação, mantém um blog com atualizações diárias sobre política e economia. Gilmar  toca clarinete, frequenta ao menos uma vez por mês a Sala São Paulo e estufa o peito para dizer que foi para combater a ditadura que entrou para o Sindicato. Leia a íntegra da entrevista
 

Ricardo Berzoini (1994 a 2000)

Do restaurante ao Congresso Nacional

“Nenhuma escola ou faculdade permitiria aprender tanto como no Sindicato. A luta pelos direitos dos trabalhadores durante os anos neoliberais do governo FHC foi uma experiência única”

São Paulo - Ricardo Berzoini ingressou no Banco do Brasil em 1978. A ideia inicial era conciliar o trabalho bancário com a faculdade, mas ele foi “ficando, ficando”. Na greve geral de 1983, que acabou com o Sindicato sofrendo intervenção, Berzoini iniciou de vez sua luta junto aos bancários na organização da greve no Centro de Comunicações e Serviços, conhecido como Cesec – atual Complexo Verbo Divino. Leia a íntegra da entrevista

 

João Vaccari Neto (2000 a 2005)

Da resistência ao governo popular

Militante bancário desde a retomada do Sindicato, vaccari conduziu a entidade nos tempos difíceis do neoliberalismo até o Brasil mudar com um trabalhador na Presidência da República
São Paulo - Maio de 1978. A oposição bancária se organizava para uma greve em meio à ditadura e João Vaccari Neto passou no concurso para trabalhar como escriturário no Banespa, situado à época na Praça do Patriarca. Aos 19 anos tinha deixado sua cidade, Lucélia, região do centro-oeste paulista, para trabalhar na capital.

  “Assim que entrei na agência conheci inúmeros militantes resistentes à ditadura militar. Eu já gostava desse embate político. Então veio a convivência com eles, os debates em assembleias e a luta para tirar a pelegada do Sindicato”, lembra, ao destacar que já em 1978 participou do processo junto à oposição para conquistar o Sindicato, conhecido na história da entidade como “a retomada”. Leia a íntegra da entrevista

Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2011)

Do movimento estudantil ao parlamento

Deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino fala sobre prazer e desafio de presidir o Sindicato nos anos 2000
São Paulo - Líder estudantil, líder comunitário, economista, funcionário do Itaú, deputado estadual. Luiz Cláudio Marcolino foi o primeiro bancário com origem em banco privado a presidir o Sindicato. Enfrentou o período neoliberal como dirigente e assumiu a entidade em um cenário diferente, mais democrático e popular, porém, cheio de desafios, como as grandes fusões no setor, a terceirização e a rotatividade.

Sua habilidade nas mesas de negociação rendeu-lhe, além da liderança entre os bancários, que o reelegeram para a presidência do Sindicato em 2008, o voto do povo nas eleições de 2010 como deputado estadual. Hoje, líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado dorme em média quatro horas por noite, ainda menos do que quando presidia o Sindicato, ferrenho na luta pelos direitos de quem o elegeu. Leia a íntegra da entrevista

Juvandia Moreira (2011 a 2014)

90 anos fortalecendo a democracia

São Paulo - Há 22 anos, Juvandia Moreira, baiana de Nova Soure, deixava sua cidade para morar na maior capital do país. Em São Paulo, formou-se em direito, ingressou no Bradesco e passou a militar no movimento sindical bancário.

Em 1997, no auge do período neoliberal, tornou-se diretora do Sindicato. Aprendeu e cresceu nessa trajetória de luta que se traduz na importância de estar à frente de um dos maiores e mais importantes sindicatos do mundo como a primeira mulher a presidir a entidade em nove décadas de existência. Leia a íntegra da entrevista