Candidatos à presidência do Brasil defrontaram-se pela penúltima vez na televisão e suavizaram ataques pessoais, depois de serem punidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A menos de uma semana de os brasileiros serem novamente chamados às urnas para, numa segunda volta, decidirem sobre o novo presidente do Brasil, os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves estão separados por quatro pontos, com vantagem para a actual presidente.
Dilma conseguiu manter a distância para Aécio após o penúltimo debate, realizado no Domingo, o qual ficou marcado por uma suavização dos ataques pessoais entre ambos os candidatos. Desde que a segunda volta começou que a líder do Partido dos Trabalhadores (PT) e o líder do Partido da Social Democrata Brasileira (PSDB) têm optado por uma estratégia de denegrir o adversário com base em situações pessoais, algo que levou o TSE a punir ambas as candidaturas com cortes no tempo de antena.
O debate de Domingo ficou assim marcado por um tom mais suave e os candidatos focaram-se em problemas concretos da sociedade brasileira. Um dos quais o ensino técnico, com Dilma a acusar Aécio de pertencer a um partido que proibiu o Pronatec, um programa que, diz, tem dado frutos em todo o país. "O Governo do presidente Lula [da Silva, antecessor de Dilma] revogou essa proibição. Com isso, foram construídas 214 escolas técnicas. E eu construí 208, num total de 422", disse a actual presidente do Brasil.
"Não consigo entender a sua obsessão em chamar os programas de «meus». O seu governo não inventou as escolas técnicas. Pelo contrário, esse é uma experiência que começou com muito sucesso aqui mesmo onde estamos, em São Paulo. Quem não conhece a experiência do governador Geraldo Alckmin [membro do PSDB] com as ETEC's [escolas técnicas]?", retorquiu Aécio, sublinhando que o seu partido não proibiu as escolas técnicas, apenas exigiu que fossem construídas em parceria com municípios, estados e organizações não governamentais.
Em resposta, Dilma garantiu que o Pronatec "não tem semelhanças" com outros programas no Brasil, frisando as diferenças para com outras ETEC's. "Oito milhões de pessoas tiveram acesso ao Pronatec. E ele é gratuito. Vocês nunca fizeram um programa gratuito a esta escala, é completamente diferente", disse. Aécio reconheceu o sucesso do programa e disse que o mesmo é para manter, mas de forma diferente, caso seja eleito. "O Pronatec, que é uma bela experiência, não tem vindo a ser gerido da forma como devia. As pessoas matriculam-se, saem alguns dias depois, mas continuam nas estatísticas do seu Governo", acusou.
Os candidatos passaram depois a debater a questão dos preços, com o líder do PSDB a defender a necessidade de o Brasil trazer a inflação para perto dos 3% - a taxa de inflação na economia brasileira foi de 6,2% no ano passado e a previsão para este ano é de 6,3%. Aécio disse que as economias vizinhas do Brasil têm os preços a subir a uma média de 3% ao ano e que essa deve ser também a meta brasileira, para que se torne suportável.
Uma visão muito diferente daquela que tem Dilma. A líder do PT criticou a ideia de descida forçada da inflação, invocando a memória do FMI - cujos programas no Brasil ainda são criticados pela população - para criticar Aécia. "A receita é a mesma: Armínio Fraga [ministro da Economia de Aécio] e aperto salarial. Vocês acreditam no FMI e recorrem sempre a ele quando precisam", disse.
Apesar de o debate ter evitado ataques pessoais, foi impossível não tocar no escândalo da Petrobrás e nos alegados desvios de dinheiro na empresa e no pagamento de luvas a políticos brasileiros, nomeadamente a membros do Governo de Dilma. "A senhora confia no tesoureiro do seu partido [João Vaccari Neto, suspeito de ter recebido pagamentos]?", questionou Aécio.
Dilma admitiu que "há indícios" de crime, mas rejeitou falar em nomes, afirmando que vai esperar pela investigação do Ministério Público antes de se pronunciar. "Não sei quem foi ou quanto foi. Assim que as informações forem divulgadas, irei investigar", garantiu.
Nas considerações finais, a actual presidente do Brasil apelou ao voto por tudo o que tem sido feito pelo PT nos último anos. "Tenho certeza que você [eleitor] cresceu porque o Brasil mudou. E o Brasil mudou porque o Governo tomou providências para ampliar e criar oportunidades", disse, fixando a câmara.
Já Aécio foi mais agressivo. "Não nos contentamos em ver o Brasil a crescer menos que todos os seus vizinhos, a inflação a voltar a atormentar a vida do trabalhador, e os nossos indicadores sociais a piorar a cada ano. Sou candidato à Presidência da República para mudar de verdade o Brasil, não apenas no slogan", frisou.
O último debate entre os dois candidatos está marcado para sexta-feira e será transmitido pela Rede Globo. No Domingo, os brasileiros vão novamente a votos
Dilma conseguiu manter a distância para Aécio após o penúltimo debate, realizado no Domingo, o qual ficou marcado por uma suavização dos ataques pessoais entre ambos os candidatos. Desde que a segunda volta começou que a líder do Partido dos Trabalhadores (PT) e o líder do Partido da Social Democrata Brasileira (PSDB) têm optado por uma estratégia de denegrir o adversário com base em situações pessoais, algo que levou o TSE a punir ambas as candidaturas com cortes no tempo de antena.
O debate de Domingo ficou assim marcado por um tom mais suave e os candidatos focaram-se em problemas concretos da sociedade brasileira. Um dos quais o ensino técnico, com Dilma a acusar Aécio de pertencer a um partido que proibiu o Pronatec, um programa que, diz, tem dado frutos em todo o país. "O Governo do presidente Lula [da Silva, antecessor de Dilma] revogou essa proibição. Com isso, foram construídas 214 escolas técnicas. E eu construí 208, num total de 422", disse a actual presidente do Brasil.
"Não consigo entender a sua obsessão em chamar os programas de «meus». O seu governo não inventou as escolas técnicas. Pelo contrário, esse é uma experiência que começou com muito sucesso aqui mesmo onde estamos, em São Paulo. Quem não conhece a experiência do governador Geraldo Alckmin [membro do PSDB] com as ETEC's [escolas técnicas]?", retorquiu Aécio, sublinhando que o seu partido não proibiu as escolas técnicas, apenas exigiu que fossem construídas em parceria com municípios, estados e organizações não governamentais.
Em resposta, Dilma garantiu que o Pronatec "não tem semelhanças" com outros programas no Brasil, frisando as diferenças para com outras ETEC's. "Oito milhões de pessoas tiveram acesso ao Pronatec. E ele é gratuito. Vocês nunca fizeram um programa gratuito a esta escala, é completamente diferente", disse. Aécio reconheceu o sucesso do programa e disse que o mesmo é para manter, mas de forma diferente, caso seja eleito. "O Pronatec, que é uma bela experiência, não tem vindo a ser gerido da forma como devia. As pessoas matriculam-se, saem alguns dias depois, mas continuam nas estatísticas do seu Governo", acusou.
Os candidatos passaram depois a debater a questão dos preços, com o líder do PSDB a defender a necessidade de o Brasil trazer a inflação para perto dos 3% - a taxa de inflação na economia brasileira foi de 6,2% no ano passado e a previsão para este ano é de 6,3%. Aécio disse que as economias vizinhas do Brasil têm os preços a subir a uma média de 3% ao ano e que essa deve ser também a meta brasileira, para que se torne suportável.
Uma visão muito diferente daquela que tem Dilma. A líder do PT criticou a ideia de descida forçada da inflação, invocando a memória do FMI - cujos programas no Brasil ainda são criticados pela população - para criticar Aécia. "A receita é a mesma: Armínio Fraga [ministro da Economia de Aécio] e aperto salarial. Vocês acreditam no FMI e recorrem sempre a ele quando precisam", disse.
Apesar de o debate ter evitado ataques pessoais, foi impossível não tocar no escândalo da Petrobrás e nos alegados desvios de dinheiro na empresa e no pagamento de luvas a políticos brasileiros, nomeadamente a membros do Governo de Dilma. "A senhora confia no tesoureiro do seu partido [João Vaccari Neto, suspeito de ter recebido pagamentos]?", questionou Aécio.
Dilma admitiu que "há indícios" de crime, mas rejeitou falar em nomes, afirmando que vai esperar pela investigação do Ministério Público antes de se pronunciar. "Não sei quem foi ou quanto foi. Assim que as informações forem divulgadas, irei investigar", garantiu.
Nas considerações finais, a actual presidente do Brasil apelou ao voto por tudo o que tem sido feito pelo PT nos último anos. "Tenho certeza que você [eleitor] cresceu porque o Brasil mudou. E o Brasil mudou porque o Governo tomou providências para ampliar e criar oportunidades", disse, fixando a câmara.
Já Aécio foi mais agressivo. "Não nos contentamos em ver o Brasil a crescer menos que todos os seus vizinhos, a inflação a voltar a atormentar a vida do trabalhador, e os nossos indicadores sociais a piorar a cada ano. Sou candidato à Presidência da República para mudar de verdade o Brasil, não apenas no slogan", frisou.
O último debate entre os dois candidatos está marcado para sexta-feira e será transmitido pela Rede Globo. No Domingo, os brasileiros vão novamente a votos
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