quinta-feira, 30 de junho de 2016

Alto custo dos voos faz Dilma desistir dos aviões da FAB

A Casa Civil restringiu o uso das aeronaves oficiais pela presidente afastada apenas para visitar seus familiares no RS
POLÍTICA VOANDO BAIXOHÁ 4 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
Depois de travada a batalha judicial com o presidente interino Michel Temer, que tratava das sua viagens pelo país, a presidente afastada Dilma Rousseff desistiu de viajar em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) alegando os altos custos dos voos.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, a FAB informou que voar em arenoves militaes é mais caro do que fretar um jato particular. Auxiliares da petista confirmam que a FAB "cobrou mais caro" pelo trecho no avião oficial.
Dilma já fretou um jato por R$ 90 mil para ir e voltar de Brasília a Belém neste quinta (30), onde participará de um evento.
Auxiliares do interino afirmam que a hora/voo no avião utilizado por Dilma, o Legacy 145, custa cerca de de R$ 20 mil. A informação sobre os valores não foi confirmada pela FAB por serem consideradas "estratégicos" da aviação militar.
A Casa Civil havia restringido o uso das aeronaves oficiais pela presidente afastada apenas para visitar seus familiares no RS. A justiça Federal do Rio Grande do Sul, entretanto, decidiu autorizou Dilma a utilizar aviões oficiais para além do percurso Brasília e Porto Alegre desde que pagasse pelo trecho. 
'Jornada pela Democracia'
Dilma estreou nesta quarta (29) a plataforma digital que usará para arrecadar recursos a fim de pagar suas viagens pelo país. Após sete horas de arrecadação, os valores já chegavam a R$ 123.989, com cerca de 1.600 doadores.
A "Jornada pela Democracia – Todos por Dilma", como foi intitulada, é uma ferramenta de financiamento coletivo criada por duas amigas da petista da época da ditadura e tem o objetivo de juntar R$ 500 mil.

Carlinhos Cachoeira e Delta Construções são alvo de operação da PF

O contraventor foi preso na residência dele, em Goiânia. Fernando Cavendish foi procurado, mas agentes descobriram que ele está no exterior

 postado em 30/06/2016 07:37 / atualizado em 30/06/2016 09:33

 Breno Fortes/CB/D.A Press - 18/3/13



O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quinta-feira (30/6), em Goiânia durante a Operação Saqueador, da Polícia Federal (PF). Na ação, agentes cumprem cinco mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiás. A investigação busca os envolvidos em uma esquema de lavagem de R$ 370 milhões. 


Entre os mandados, expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, estão os de prisão de Adir Assad e Fernando Cavendish, dono da empresa Delta Construções. Cavendish foi procurado na casa dele no Rio de Janeiro, mas os agentes descobriram que ele está no exterior.

As investigações da PF, que duraram cerca de três anos, resultaram no indiciamento de 29 pessoas suspeitas de desvios de recursos federais destinados para diversas obras públicas. Com base no inquérito da PF, 23 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF), entre executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.

No decorrer das investigações, a PF já havia efetuado o cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão nos três estados para obter elementos de prova. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram reastreados os pagamentos feitos pela Delta a empresas de fachada. Foi verificado ainda aumento dos valores dessas transferências em anos de eleições. Foram feitas transferências, por exemplo, de R$ 80 milhões para uma obra inexistente chamada Transposição do Rio Turvo, no Rio de Janeiro.



As empresas, que só existiam no papel, recebiam o dinheiro, mas não executaram o serviço. De acordo com o MPF, as empresas de Adir Assad e Marcelo Abbud emitiam notas frias não só para a Delta, mas para muitas outras empresas. Segundo as investigações, o esquema também serviu de suporte à corrupção na Petrobras.

Monte Carlo
Carlinhos Cachoeira estava solto desde o final de 2012. Preso na Operação Monte Carlo, ele foi condenado a 39 anos de prisão pela Justiça Federal de Goiás, acusado de liderar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal. O bicheiro recorre em liberdade ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que até hoje não julgou seu recurso.

A Operação Monte Carlo desmontou a quadrilha, que mantinha contato e teria se beneficiado da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres, que chegou a ser cassado devido ao seu envolvimento com o grupo. Cachoeira é alvo de diversos processos criminais na Justiça.

Com informações de Eduardo Militão e da Agência Estado

PF faz operação para prender Carlinhos Cachoeira em Goiânia


José Cruz/ABr


Segundo a PF, também foram emitidos mandados de prisão contra o empresário Adir Assad e Fernando Cavendish. Operação batizada de Saqueador investiga desvio de R$ 370 milhões de obras e serviços contratados pelo poder público


O empresário Carlos Augusto cachoeira, o Carlinhos Cachoeira, é alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (30/6). Ele foi preso em Goiânia (GO). Segundo a PF, também foram emitidos mandados de prisão contra o empresário Adir Assad, o ex-presidente da empreiteira Delta Construções, Fernando Cavendish; Cláudio Dias Abreu, ex-diretor regional da Delta no DF; e Marcelo José Abbud. Os agentes descobriram que Cavendish está no exterior e ele é considerado foragido da Justiça.


De acordo com a PF, os alvos teriam usado 18 empresas fantasmas para transferir cerca de R$ 370 milhões de forma irregular.  Para a Polícia Federal, Abbud seria o dono de empresas de fachada. O dinheiro era obtido direta a indiretamente pela Delta Construções por meio de crimes praticados contra a administração pública, para o pagamento de propina a agentes públicos.
Pelos números da PF, entre 2007 e 2012, 96% de tudo o que a Delta movimentou, equivalente a R$ 11 bilhões, vieram de verbas públicas. Desse total, os R$ 370 milhões teriam sido desviados.
Acusado de chefiar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás, Cachoeira já havia sido preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal. Ele ganhou liberdade em 11 de dezembro do mesmo ano.
Desde então, Cachoeira já foi condenado por diversos crimes. A última condenação foi no dia 23 de setembro, pelo crime de violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão.
CPI do Cachoeira
Cachoeira foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional em 2012. As denúncias envolviam um esquema de pagamento de propina, que favorecia a contratação da Delta Construções. Políticos do Distrito Federal, como o então governador Agnelo Queiroz (PT) e Cláudio Monteiro, que era seu chefe de gabinete na ocasião, também foram citados.
De acordo com as gravações feitas pela Polícia Federal para a Operação Monte Carlo, a empresa negociava facilidades diretamente com a cúpula do governo de Brasília. Nas conversas gravadas, aliados de Carlinhos Cachoeira, segundo a PF, disseram que a diretoria da Delta no Rio de Janeiro exigia, em contratos, a contrapartida pelas doações. E fazia pressão no Palácio do Buriti por nomeações e liberação de verbas.
Na época, a Delta constava como doadora de R$ 2,3 milhões a comitês partidários no país, entre eles PT e PMDB. De acordo com a Polícia Federal, assim que Agnelo foi eleito, a Delta tentou emplacar aliados em cargos-chave de administrações regionais e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o que facilitaria seus negócios. Além disso, tentava receber débitos do GDF por serviços supostamente prestados.
Ao comparecer à CPI, em junho de 2012, Agnelo negou qualquer favorecimento da empresa Delta Construções. Em depoimento, ele acusou o grupo liderado por Cachoeira e o então senador Demóstenes Torres de persegui-lo politicamente para poder ter controle dos serviços de limpeza urbana da capital.
O governador foi convocado, na condição de testemunha, para explicar as condições em que foram firmados contratos do Distrito Federal com a empresa. Cláudio Monteiro também prestou depoimento e negou todas as acusações. Ao final, nenhum dos dois foi citado no relatório da CPI.

Paulo Henrique Amorim diz que Globo será vendida e detona Faustão









Através de seu blog e perfil oficial no Twitter (Conversa Afiada), Amorim disse que o grupo norte-americano Time-Life vai comprar a Globo
FAMA RECORDHÁ 4 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
Após o Ministério Público pedir pena para Paulo Henrique Amorim por comentário racista contra Heraldo Pereira, jornalista da Globo, agora o apresentador da Record, voltou a atacar a emissora e seus funcionários, dizendo que o canal dos irmãos Marinho será vendido e chamou uma jornalista de “urubóloga”.
Através de seu blog e perfil oficial no Twitter (Conversa Afiada), o jornalista disse que o grupo norte-americano Time-Life vai comprar a Globo: “O grupo time-life vai se reorganizar para comprar a Globo”. Em seguida, o jornalista atacou a família Marinho e funcionários da emissora, com comentários do tipo, “os credores chamam os filhos do Roberto Marinho de idiotas” e que uma das coisas que “os novos donos [da Globo] farão será mandar o Faustão à …”
Defensor do 'Partido dos Trabalhadores', Amorim ainda atacou a jornalista e comentarista de economia da Globo, Miriam Leitão, a qual chama de “urubóloga”: “Como a Dilma não pedalou, por que a Urubóloga quer impeachar a Dilma?”, escreveu como legenda em de uma imagem de Miriam. “Novos donos não entram na Globo enquanto a urubologa estiver lá dentro”, diz em outro trecho.
Na semana passada, Amorim foi condenado e terá de cumprir pena por crime de injuria racial contra o jornalista Heraldo Pereira, da Globo. A condenação a um ano e oito meses de reclusão teve sua execução imediata determinada no dia 15 de junho. O regime de cumprimento da pena estabelecido é o aberto, pelo fato do jornalista não ter tido, ainda, condenação definitiva. Mas a acusação vai recorrer, defendendo que ele não é réu primário, e ele já foi condenado em outra ação penal. Em março deste ano, Amorim foi condenado a pagar R$ 50 mil ao jornalista Merval Pereira, do jornal O Globo, por tê-lo chamado de “jornalista bandido”.
A Comunicação do Grupo Globo emitiu o seguinte comunicado sobre a reorganização societária, citada nos ataques de Paulo Henrique Amorim:
“Os acionistas controladores da ORGANIZAÇÕES GLOBO PARTICIPAÇÕES S.A., sociedade holding do Grupo Globo e que detém a totalidade das ações de emissão da GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A., vêm informar que, em 27 de junho de 2016, foi autorizada a transferência indireta das concessões dos serviços de radiodifusão de sons e imagens outorgados à esta última sociedade, ato este decorrente de processo de reorganização societária, que tem como objetivo preparar a empresa para a gestão da próxima geração, no qual os signatários transferirão à seus herdeiros diretos a nua-propriedade da maioria das ações de emissão da ORGANIZAÇÕES GLOBO PARTICIPAÇÕES S.A., mantendo seu direito de voto na sociedade, não havendo o ingresso de qualquer outro terceiro não integrante da Família Marinho na composição societária das referidas sociedades.”

Após fraudes, PF vai investigar falhas no Ministério da Cultura


Ao menos 10 empresas receberam incentivos fiscais ao apoiarem eventos privados e institucionais com indícios de irregularidades

Rafael Arbex/Estadão Conteúdo

Com base nos documentos recolhidos ontem pela Operação Boca Livre, a força-tarefa deve focar as investigações sobre a possível participação de servidores do Ministério da Cultura no esquema e nas empresas patrocinadoras. Segundo os investigadores, houve distorções como uma festa particular promovida como difusão da cultura indígena e o show fechado para 1 mil pessoas de uma orquestra sinfônica, que deveria ter sido pública.


De acordo com a força-tarefa, na maior parte deles nem sequer havia fiscalização do Ministério da Cultura. “O ministério não só propiciava as condições ideais para a aprovação desses projetos forjados como também exercia uma fiscalização pífia ou nenhuma de uma forma dolosa para que esses projetos plagiados, copiados, repetidos, não fossem identificados como tais”, afirmou a procuradora da República Karen Lousie Kahn.


O ministro da Cultura, Marcelo Calero, negou que a fiscalização seja fraca. “Esses casos só são descobertos na medida em que a gente faz uma auditoria bem-feita”, defendeu. Nas palavras do ministro, os responsáveis pelas fraudes são “bandidos que formaram uma quadrilha e se valeram do instrumento para finalidades não previstas na própria Lei Rouanet”. Calero, que se reuniu mais cedo com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse que as duas pastas vão preparar uma portaria com novos parâmetros de auditoria para a Lei Rouanet.

Ao menos 10 empresas receberam incentivos fiscais ao apoiarem eventos privados e institucionais com indícios de irregularidades. “É muito difícil que estivessem na santa ignorância, já que havia até uma condicionante para a contratação e o investimento nesses projetos, já que era justamente que as empresas recebessem essas contrapartidas”, apontou Karen.

Cunha deve fechar acordo e renunciar à presidência da Câmara, diz jornal








Presidente afastado da Casa deseja que aliados apoiem candidato indicado por ele



POLÍTICA ARTICULAÇÕESHÁ 43 MINS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


O presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha, sinalizou a aliados que pode renunciar ao cargo se o Planalto conseguir unir partidos como PSDB e DEM em torno de um nome indicado por ele à sucessão na Casa. A informação é do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (30).


No último domingo (26), Cunha e o presidente interino Michel Temer tiveram uma reunião extraoficial, em que o deputado teria avisado sobre a decisão. Depois da conversa, Temer ordenou que seus ministros convençam o bloco dos tucanos a não se opor a um acordo com os aliados de Cunha.
Nos últimos dias, liderenças do PSDB, DEM, PSB e PPS têm se reunido em busca de um nome comum. No entanto, ainda não há consenso sobre o nome a ser indicado, já que o candidato eleito agora ficaria no cargo apenas até o fim do ano. O "desgaste" causado pela associação a Cunha desanima os grupo dos tucanos.
Apoiadores de Cunha avaliam que ele só poderá escapar da cassação se renunciar e conseguir uma vitória na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avalia um recurso do deputado para reverter a decisão do Conselho de Ética, que indicou a cassação de seu mandato. Cunha nega ter feito articulações de qualquer sentido.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Júri condena empresário a 24 anos por morte de garota de programa

29/06/2016 22h13 - Atualizado em 29/06/2016 23h44

Julgamento em Ribeirão Preto teve 5 testemunhas e terminou após 12h.

Jovem morreu arrastada por carro de Pablo Russel Rocha há 18 anos.

Do G1 Ribeirão e Franca
Após quase 12 horas de julgamento, o empresário Pablo Russel Rocha foi condenado a 24 anos de prisão pela morte da garota de programa Selma Heloísa Artigas da Silva, conhecida como Nicole, em setembro de 1998, em Ribeirão Preto (SP).
Os sete jurados culparam Rocha por homicídio triplamente qualificado por arrastar Nicole por dois quilômetros, até a morte, presa ao cinto de segurança da caminhonete que dirigia.
A sentença foi proferida pelo juiz Giovani Serra Azul Guimarães por volta das 22h de quarta-feira (29).
Rocha saiu preso do tribunal e foi encaminhado para o plantão da Polícia Civil, onde passaria a noite. A previsão é de que ele seja levado nesta quinta-feira (30) para a cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP) antes de ser encaminhado para um centro de detenção.
Ele ainda pode recorrer da sentença. Após o julgamento, o G1 tentou falar com o advogado de Russel Rocha, Sergei Cobra Arbex, mas não conseguiu um posicionamento durante a noite.

Nicole tinha 21 anos na época do crime. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que ela estava grávida quando morreu.
A família de Nicole não falou com a imprensa. A mãe da jovem, a aposentada Zenith Artigas, de 77 anos, entregou uma carta aos jornalistas afirmando que "nada trará a vítima de volta à vida, mas a condenação do réu deve aplacar, com certeza, um pouco da dor que sentem."
O julgamento
Após ser suspenso três vezes por recursos ajuizados pela defesa, o julgamento do caso teve início às 10h15 desta quarta-feira. Os jurados convocados foram escolhidos por sorteio. As testemunhas de acusação foram as primeiras a serem ouvidos.
Entre elas, estavam o sócio da chácara onde Nicole trabalhava, o garçom de um restaurante localizado na avenida por onde a vítima foi arrastada e um investigador de polícia. Uma quarta testemunha depôs por carta precatória.
Um jornalista e um amigo da família de Rocha, o comerciante Jaime Dalben de Barros, foram as duas testemunhas de defesa ouvidas em seguida. Barros afirmou conhecer o réu desde os 11 anos de idade e o considerou incapaz de cometer o crime.
"O Pablo é um menino bom. Foi o que eu disse no júri: da turma da molecada, o Pablo era o mais calmo, o mais bobinho. Eu acho impossível que tenha acontecido um fato desses. O Pablo hoje é um moleque que não tem mais vida", disse o comerciante ao deixar o Fórum.
Pablo Russel Rocha chegou ao Fórum acompanhado dos advogados (Foto: Antônio Luiz/EPTV)Pablo Russel Rocha chegou ao Fórum acompanhado dos advogados (Foto: Antônio Luiz/EPTV)
Barros contou ainda que conversou com o empresário sobre a morte de Nicole durante uma viagem à Florianópolis (SC), e Rocha negou o crime, afirmando que não percebeu que a jovem estava presa ao veículo.
"Eu acho que houve alguma coisa, mas não que ele tenha amarrado a moça. Quando ele começa a falar sobre o fato, ele se torna um cara eloquente. Ele se desespera, chora, lembra do que passou na prisão. Ele ficou dois anos e meio [preso] e sofreu muito", disse.
O comerciante Jaime Dal Bem de Barros foi testemunha de defesa no caso (Foto: Maurício Glauco/EPTV)O comerciante Jaime Dal Bem de Barros foi testemunha de defesa no caso (Foto: Maurício Glauco/EPTV)
Defesa x Acusação
A Promotoria defendeu a versão de que Nicole ficou enroscada ao cinto de segurança da caminhonete de Rocha, quando tentou deixar o veículo após uma discussão entre os dois, na madrugada de 11 de setembro de 1998.
Presa ao veículo, a garota de programa teria sido arrastada pela Avenida Celso Charuri e então pela Avenida Maurílio Biagi. Em seguida, Rocha teria feito o retorno e acessado o Anel Viário Sul, até parar na Avenida Caramuru.
O empresário falou por cerca de uma hora e confirmou que deu carona à vítima. Ele teria deixado a chácara no Recreio das Acácias, acessou o Anel Viário e, em seguida, as avenidas Adelmo Perdizza e Caramuru, quando Nicole pediu que parasse em um local conhecido por ser ponto de tráfico de drogas.
O réu disse ter recusado o pedido, os dois começaram a discutir e ele decidiu então parar a caminhonete. Nesse momento, Nicole teria descido e o empresário arrancou com o veículo. Ainda de acordo com Rocha, como o som estava alto, ele não percebeu que a jovem havia ficado presa ao cinto.
Em relato perante os jurados, Rocha afirmou ainda que só notou que Nicole estava presa, quando parou a caminhonete para trocar um pneu furado. O empresário disse que ficou desesperado, desamarrou o braço da jovem e foi para a casa.
Zenith Artigas, mãe de Nicole, chegou ao Fórum acompanhada da filha (Foto: Antônio Luiz/EPTV)Zenith Artigas, mãe de Nicole, chegou ao Fórum acompanhada da filha (Foto: Antônio Luiz/EPTV)
Indenização à família
Além do processo criminal, Rocha também foi condenado a pagar indenização à família de Nicole. Os advogados Camila Ramos e Valério Petrone, que representam a mãe da vítima, não informaram o valor, apenas que parte do acordo já foi pago.
Camila afirmou, porém, que desde 2009 a defesa tenta um acordo com o empresário para que o restante da indenização seja repasso à família. Segundo a advogada, três acordos já foram firmados, mas nenhum deles cumprido.
"A mãe dela estava comentando que, antes de tudo isso acontecer, tinha dois empregos, tinha uma vida ativa. Com tudo isso, o assédio da mídia, ela se isolou. Hoje, a renda dela é baixa, porque ela depende de um benefício que recebe e não tem ânimo de vida", disse.
Petrone afirmou explicou que a Justiça concedeu a penhora de uma fazenda de Rocha em Uberaba (MG) e, agora, é preciso aguardar a avaliação do imóvel para que seja leiloado e o dinheiro revertido à mãe de Nicole.
"De 1998 para cá, poucos sabem onde ela está e poucos vizinhos a veem. Ela fica trancada em casa, sofrendo a perda da filha, brutalmente. Então, a luta se arrastou por 18 anos, não só para que ele fosse condenado pelo crime, mas para que cumpra a condenação na esfera cível", concluiu.
Advogados Camila Ramos e Valério Petrone defendem a família de Nicole na esfera cível (Foto: Maurício Glauco/EPTV)Advogados Camila Ramos e Valério Petrone defendem a família de Nicole na esfera cível (Foto: Maurício Glauco/EPTV)