sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Defasagem salarial é apenas um dos problemas que atormentam a PCDF



Michael Melo/Metrópoles


Cobrança de equiparação de vencimentos em relação à Polícia Federal, sensação de que a categoria não é prestigiada, rusgas com a Polícia Militar e disputas políticas internas. Operação da Polícia Civil em busca de melhores condições de trabalho é o ápice de insatisfações que aumentaram nos últimos meses



Há duas semanas, a Polícia Civil subiu o tom das cobranças pela reposição salarial da categoria. A principal reivindicação é a equiparação da carreira à da Polícia Federal. Mas há outros fatores que engrossam o caldo da crise em que está mergulhada a corporação. Um deles é a briga política dentro do próprio órgão. O terceiro ingrediente dessa mistura é o sentimento de injustiça em relação ao tratamento dispensado a outras categorias do funcionalismo, entre as quais, a Polícia Militar.



Há duas semanas, a Polícia Civil subiu o tom das cobranças pela reposição salarial da categoria. A principal reivindicação é a equiparação da carreira à da Polícia Federal. Mas há outros fatores que engrossam o caldo da crise em que está mergulhada a corporação. Um deles é a briga política dentro do próprio órgão. O terceiro ingrediente dessa mistura é o sentimento de injustiça em relação ao tratamento dispensado a outras categorias do funcionalismo, entre as quais, a Polícia Militar.



Segundo integrantes da PCDF, quando as remunerações das duas categorias nos últimos anos são comparadas, verifica-se que o contracheque da Polícia Militar recebeu acréscimos maiores do que o da Polícia Civil. Em 2009, um coronel da PM (maior patente da corporação) recebia o valor bruto de R$ 14.554,25. Em 2016, os dígitos pularam para R$ 21.721,13 — aumento de 49%. Já o delegado classe especial da Polícia Civil embolsava, em 2009, R$ 20.072,82. Sete anos depois, a folha de pagamento desse mesmo servidor é de R$ 23.263 — reajuste de R$ 15,89%.
No mesmo período, um soldado da PM viu seu salário crescer de R$ 4.056,79 para R$ 7.190,98, o que equivale a um aumento de 77,26%. O pagamento de um agente de polícia da 3ª classe — piso da categoria — passou de R$ 7.887,33, em 2009, para R$ 9.156,78 em 2016, o que corresponde a um acréscimo de 16,09%.
A diferença nesses percentuais é um dos argumentos da Polícia Civil para justificar a necessidade de recomposição salarial, uma vez que a crise econômica e a inflação deterioraram o poder de compra da população nos últimos anos. A remuneração, no entanto, é apenas um dos aspectos que encorpam a rixa entre as duas polícias. A Civil reclama também do conflito de atribuições desde que PMs passaram a registrar crimes — os chamadosTermos Circunstanciados de Ocorrência (TCO).
A prerrogativa permite aos PMs fazer o TCO e encaminhar os envolvidos nas ocorrências diretamente ao Judiciário, sem passar pelas delegacias. Os defensores da iniciativa alegam que a medida pode agilizar os trâmites burocráticos e desafogar as delegacias. Mas representantes da Polícia Civil reclamam da diminuição das próprias atribuições. As discussões sobre os TCOs ampliaram o mal-estar entre as corporações.
Reajuste da PF
O debate sobre os TCOs ficou de lado em julho, quando a Polícia Federal conseguiu, por meio de um projeto de lei assinado pelo presidente da República em exercício, Michel Temer (PMDB), aumento escalonado de 37%. Foi a senha para a PCDF lembrar Rodrigo Rollemberg (PSB) da promessa de equiparação, feita durante a campanha ao Buriti. MasRollemberg alega não ter dinheiro em caixa para honrar o compromisso.
Os problemas entre os policiais e o GDF não acabam por aí. As escolhas de Rollemberg na área da segurança desagradam os integrantes da PCDF desde o começo da gestão do socialista. Primeiro, começou com a escolha do sociólogo Arthur Trindade para ocupar a Secretaria da Segurança Pública. As reações foram rápidas. Para a categoria, o professor da Universidade de Brasília (UnB) não entenderia o funcionamento operacional das forças de segurança.
Trindade ficou no cargo até novembro do ano passado, depois de enfrentar desgastes também com a Polícia Militar. Mais uma vez, Rollemberg não optou por algum nome da segurança para ocupar a cadeira. Nomeou a psicóloga Márcia de Alencar para comandar uma das pastas mais críticas do governo. Novamente, a categoria reagiu mal.
Disputas internas
Outro problema que desgasta a Polícia Civil hoje fica dentro da própria corporação. Grupos diversos disputam o comando do órgão. As diferentes forças políticas ficaram ainda mais evidentes esta semana, quando servidores em cargos de chefia e delegados colocaram os cargos à disposição. Nos bastidores, houve muita pressão para que o diretor-geral da PCDF, Eric Seba, deixasse a cadeira n° 1 da instituição. Sindicalistas chegaram a anunciar que o dirigente havia se comprometido a pular do barco, caso o GDF não apresentasse nova proposta de reajuste salarial.
O grupo que apoia Seba, contudo, não via sentido nesse movimento. A eventual saída do diretor-geral deixaria o caminho para o comando da corporação livre para os opositores. O principal argumento dos grupos contrários à atual administração é que Seba estaria mais alinhado aos interesses do GDF do que dos servidores.
Greve brancaMesmo que os problemas na Polícia Civil pareçam longe de serem pacificados, em um ponto a categoria concorda: não há volta no movimento que pressiona cada vez mais o Palácio do Buriti. O mais novo capítulo desta novela ocorreu na assembleia de quinta-feira (18), quando foi anunciada a ampliação da Operação PCDF Legal. A novidade é que 300 viaturas serão “encostadas” na próxima segunda-feira (22). Haverá a “entrega simbólica” dos veículos que precisam de manutenção. Dessa forma, os trabalhos da PCDF, que está com a maioria das investigações e das diligências travadas, ficarão ainda mais travados.
Outra frente de ação da categoria é sensibilizar órgãos de controle, na tentativa de evitar pedidos de intervenções judiciais que possam coibir o movimento dos servidores. Os sindicatos dos policiais civis (Sinpol) e dos delegados (Sindepo) vão realizar reuniões com representantes do Tribunal de Contas do DF (TCDF), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e deputados, tanto distritais quanto federais, para expor as demandas e buscar apoio. Uma nova assembleia será feita na próxima quinta-feira (25) para discutir a situação. Uma paralisação geral não está descartada.

Feigen pede desculpas e tem que pagar R$ 35 mil para voltar aos EUA

19/08/2016 06h44 - Atualizado em 19/08/2016 08h21

Nadador americano disse não saber motivo de declarações de Ryan Lochte.
Jack Conger e Gunnar Bentz deixaram o país na noite de quinta-feira (18).

Do G1 Rio
O nadador americano James Feigen prestou novo depoimento à Polícia na noite desta quinta-feira (18) e pediu desculpas à polícia pelo transtorno e pela repercussão causada por toda a polêmica. Após pagar multa, ele pode voltar aos Estados Unidos um dia depois de seus companheiros já terem sido liberados. Gunnar Bentz e Jack Conger embarcaram na noite desta quinta. As informações são do Bom Dia Rio.
Feigen, que foi indiciado por falsa comunicação de crime, foi ao Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos e pediu desculpas pelo ocorrido. Ele fez acordo para pagar R$ 35 mil. O acordo foi selado após negociação em uma audiência que durou quatro horas. O nadador saiu às 3h30 do local e não falou com os jornalistas. O dinheiro, convertido em material esportivo, será doado para o Instituto Reação, ONG que funciona na Rocinha, na Zona Sul do Rio. 

No depoimento, ele afirma que soube das declarações do companheiro de equipe Ryan Lochtesobre o ocorrido à mídia internacional e as considerou inverídicas. Feigen disse não saber porque o compatriota deu essas declarações. 
Feigen disse ainda que viu Lochte puxando um painel publicitário que estava afixado na parede, e que não sabe o motivo pelo qual ryan tomou tal atitude.
Em depoimento, Gunnar Bentz disse que ele e os amigos temeram que o atleta Ryan Lochte promovesse confusão ainda maior no posto de combustíveis onde pararam no trajeto entre uma festa na Zona Sul do Rio e a Vila Olímpica, na Zona Oeste. O tumulto ocorrido no local está por trás do falso relato de assalto narrado por Lochte à imprensa internacional.
Segundo consta no Termo de Declaração assinado por Bentz, ao qual o G1 teve acesso, Bentz relatou que ao pararem no posto para urinar, Lochte quebrou uma placa publicitária que estava pregada na parede, o que provocou muito barulho. Bentz afirmou aos policiais que após o ocorrido ele e os demais jogadores decidiram sair logo do posto, temendo que Lochte danificasse mais coisas.
Bentz destacou que foram impedidos de deixar o local por homens armados, que não falavam inglês, e que teriam exibido algum tipo de distintivo. Ele contou que Ryan Lochte discutiu com estes homens e que ele pediu ao amigo para se acalmar.
A aproximação de um outro homem que falava inglês permitiu que a situação fosse esclarecida. Bentz esclareceu que ofereceu, sem que lhe fosse exigido, US$ 20 dólares que tinha no bolso e que entregou este dinheiro aos homens, enquanto o colega Jimmy entregou ao menos uma nota de R$ 50.
O nadador Peet Conger também afirmou em seu depoimento que foi Lochte quem quebrou a placa publicitário no posto de combustíveis. Ele ressaltou ainda que viu pelo noticiário que o colega mentiu ao dar entrevista relatando o falso assalto.
Em depoimento à polícia, Gunnar Bentz disse que grupo temeu que Lochte provocasse mais estragos em posto de combustíveis (Foto: Reprodução/Polícia Civil)Em depoimento à polícia, Gunnar Bentz disse que grupo temeu que Lochte provocasse mais estragos em posto de combustíveis (Foto: Reprodução/Polícia Civil)
Antes mesmo de ouví-los, a Polícia Civil já havia afirmado que era fantasioso o relato de Lochte à imprensa americana de que eles haviam sido assaltados após sair de uma festa rumo à Vila Olímpica. A reviravolta no caso aconteceu após a divulgação das imagens da confusão ocorrida no posto de combustíveis. 
Bentz e Conger foram impedidos de deixar o Brasil quando já estavam embarcados no voo que os levaria de volta aos Estados Unidos. Eles tiveram os passaportes retidos e os documentos só lhes foram devolvidos após prestarem os depoimentos.
Procurados pela polícia após a repercussão do suposto assalto, Lochte e o também nadador James Feigen mantiveram a versão do assalto, mas apresentaram contradições, o que levou os investigadores a desconfiarem da história. Após ficar comprovada a farsa, a polícia informou que os dois serão indiciados por  falsa comunicação de crime.
Prevista no artigo 340 do Código Penal, a "falsa comunicação de crime" significa "provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado". A pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.

'Tentaram fugir', diz testemunha
Um rapaz que estava no posto de gasolina do Rio durante o tumulto envolvendo os nadadores disse que ajudou os atletas e seguranças do local a se comunicarem. Em entrevista ao repórter André Luiz Azevedo, do Jornal Nacional, a testemunha afirmou que os americanos pediram para que polícia não fosse chamada e que os quatro estrangeiros ofereceram dinheiro para reparar os estragos causados no posto.

"Os dois seguranças estavam tentando conversar com eles, só que os seguranças não estavam conseguindo entender a língua deles, não sabiam falar inglês, e eu resolvi interferir. Teve um momento que eles tentaram fugir, e aí foi quando os seguranças abordou", relatou o DJ Fernando Deluz.

Segundo a testemunha, após um dos funcionários do posto mostrar a placa de propaganda quebrada durante a arruaça, os nadadores começaram a perguntar em inglês quanto que era para poder pagar.

"Em nenhum momento ninguém encostou neles. Os seguranças não encostaram neles, não teve voz de prisão nem nada. Iam chamar a polícia. Ai eles não quiseram que chamasse a polícia, ficaram pedindo please, please, no, plese. Aí ele perguntou pra mim em inglês quanto era para pagar", disse o DJ.

"Eu perguntei para o rapaz e ele falou: ‘A gente paga R$ 100 normalmente para arrumar esse banner quando quebra’. Aí eu falei para eles o valor que era, aí um deles me deu duas notas de 50, o outro uma de 20 dólares. Do jeito que eu peguei o dinheiro eu entreguei na mão do segurança, o segurança entregou na mão do funcionário e tranquilo. Falou: ‘Entrega pro gerente e depois conserta’. Aí eu fui, conversei com eles, falei: 'That's ok, bye bye'", explicou.
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Imagens das câmeras de segurança de um posto de gasolina na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, mostram o momento da confusão entre os nadadores americanos e seguranças do estabelecimento. (Foto: Reprodução / TV Globo)Imagens das câmeras de segurança de um posto de gasolina na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, mostram o momento da confusão entre os nadadores americanos e seguranças do estabelecimento. (Foto: Reprodução / TV Globo)

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Gilmar Mendes diz que Lei da Ficha Limpa foi feita por 'bêbados'

Segundo a Lei da Ficha Limpa, serão inelegíveis os candidatos que tiverem suas contas rejeitadas, mas a redação não especifica a que tipo de contas se refere




POLÍTICA IRONIAHÁ 41 MINSPOR


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou na quarta-feira, 17, a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular, dizendo que a legislação parece ter sido feita por "bêbados". Segundo a Lei da Ficha Limpa, serão inelegíveis os candidatos que tiverem suas contas rejeitadas, mas a redação não especifica a que tipo de contas se refere, destacou Mendes.


"Essa lei já foi mal feita, eu já disse no plenário. Sem querer ofender ninguém, mas já ofendendo, que parece que foi feita por bêbados. É lei mal feita. Ninguém sabe se é contas de gestão, de governo", criticou o ministro, durante a sessão plenária do STF.
O comentário do presidente do TSE foi feito durante a construção da tese - que é um resumo do entendimento dos ministros feito ao final do julgamento - de um caso envolvendo a rejeição das contas de candidatos.
Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na semana passada que cabe às casas legislativas dar a palavra final sobre as contas de candidatos. Dessa forma, políticos que tiveram suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas local poderão concorrer nas próximas eleições, caso elas não tenham sido rejeitadas pelas câmaras municipais.
O entendimento dos ministros do STF, discutido na sessão plenária desta quarta-feira, foi o de que a apreciação das contas dos prefeitos, tanto as de governo quanto a de gestão, será exercida pelas câmaras municipais, relegando aos tribunais de contas um papel "auxiliador". A decisão do STF já vale para estas eleições.
As contas de governo mostram a execução orçamentária, planos de governo e programas governamentais, além de limites de gastos para saúde, educação e pessoal. Já as contas de gestão são acompanhadas de notas fiscais, liquidações, ordenamentos.
O Supremo também decidiu que, mesmo que as câmaras não se pronunciem sobre o tema, os candidatos seguirão elegíveis. Com informações do Estadão Conteúdo. 

Sérgio Moro afirma que Lula não quer falar sobre presentes

O ex-presidente e o juiz da Lava-Jato têm travado um embate desde a deflagração da Aletheia, que conduziu coercitivamente o petista para depor


 postado em 18/08/2016 06:01
O juiz federal Sérgio Moro negou pedido do Ministério Público Federal para intimar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prestar esclarecimentos sobre “bens e documentos que teriam sido depositados” pelo petista em um cofre no Banco do Brasil.

A força-tarefa da Operação Lava-Jato havia solicitado ao juiz que intimasse a defesa de Lula a se manifestar sobre 23 caixas com presentes recebidos pelo petista no período em que ocupou a Presidência da República e que foram apreendidas pela Polícia Federal na Operação Alethea, 24ª fase da Lava Jato, em março deste ano.


“Não cabe nova intimação do investigado ou de sua defesa, como requer o Ministério Público Federal, pois, como investigado, dispõe do direito ao silêncio, ainda que eventualmente tenha se apropriado indevidamente de algum presente. Assim, indefiro o pedido de nova intimação para esclarecimentos”, decidiu Moro.

O juiz da Lava-Jato assinalou. “Examinando, sumariamente, o material apreendido, há alguns bens que, se recebidos como presentes durante o exercício do mandato de presidente da República, talvez devessem ter sido incorporados ao acervo da Presidência.”

O ex-presidente e o juiz da Lava-Jato têm travado um embate desde a deflagração da Aletheia, que conduziu coercitivamente o petista para depor. Na sequência, Moro deu publicidade aos grampos que pegaram Lula com ministros e até com a presidente afastada Dilma Rousseff.

A Procuradoria queria que a defesa do petista indicasse, de “modo analítico” quando e em que circunstâncias o ex-presidente recebeu os objetos. A força-tarefa havia pedido esclarecimentos sobre a propriedade dos bens apreendidos, com indicação de data e circunstâncias de seu recebimento.

Os presentes foram citados no depoimento de Lula à Polícia Federal em 4 de março. O ex-presidente disse que iria levar ao procurador-geral da República Rodrigo Janot “as tralhas” que ganhou durante sua passagem no Palácio do Planalto (2003/2010).

“Eu já tomei uma decisão. Terminada essa p... desse processo, eu vou entregar isso para o Ministério Público, vou levar lá e vou falar: Janot, está aqui, olha, isso aqui te incomodou? Um picareta de Manaus entrou com um processo pra você investigar as coisas que eu ganhei, então você toma conta”, disse Lula naquele dia.

Lula também caiu no grampo com Dilma. Na conversa, o ex-presidente disse à sua sucessora que iria levar os presentes para o edifício sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

















Feriado, triatlo e Boulevard Olímpico são destaques desta 5ª na Olimpíada

18/08/2016 00h39 - Atualizado em 18/08/2016 08h56

Interdições em Copacabana vão fechar o bairro.
Para garantir circulação na cidade, prefeitura decretou feriado.

Do G1 Rio

Foto aérea mostra o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, local onde acontecerão as provas de maratona aquática, triathlon e onde será o ponto inicial da prova de ciclismo de estrada (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)Copacabana vai receber a prova de triatlo masculino nesta quinta-feira (18), o que vai demandar o maior número de interdições no tráfego da Zona Sul durante a Olimpíada (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
Esta quinta-feira (18) é feriado olímpico no Rio. A medida foi tomada pela prefeitura por causa dos impactos que a prova de triatlo vai provocar em Copacabana, na Zona Sul. Diversas vias do bairro ficarão interditadas até as 14h.
O triatlo é a prova que vai demandar maior número de bloqueios ao tráfego de veículos na Zona Sul. Com as alterações viárias, 42 linhas de ônibus terão o itinerário modificado.
As interdições começam à 0h do dia 18 nas duas pistas da Atlântica, do Forte à Rua Santa Clara.
Às 6h, fecham as ruas Gastão Bahiana, Presidente Afonso Lopes, Percy Murray,  Djalma Ulrich e Avenida Epitácio Pessoa (entre as ruas Professor Gastão Bahiana e Henrique Dodsworth).
Às 8h, Avenida Henrique Dodsworth e a Rua Miguel Lemos. As provas devem ocorrer das 11h às 13h40.

Em função das alterações do trânsito em Copacabana, o recém lançado serviço turístico do Sightseeing Rio terá o itinerário alterado das 10h às 15h. O ponto de partida da linha não será na Praça General Osório, em Ipanema, mas na Praça do Lido, em Copacabana. Apenas neste período, os pontos da Praça General Osório, Arpoador, Forte de Copacabana e Futuro Museu da Imagem e do Som ficarão desativados.

Mão única no Boulevard Olímpico
A partir desta quinta-feira, o tráfego de pedestres no Porto Maravilha, onde está instalado o Boulevard Olímpico, vai ser alterado. A medida foi tomada para dar maior fluidez ao público e evitar o afunilamento que vinha ocorrendo.

Com média de público estimada em cerca de 80 mil pessoas por dia, o Boulevard Olímpico mantém intensa programação cultural paralela aos Jogos Olímpicos. Telões espalhados pela região permitem que os expectadores assistam às principais competições esportivas. Toda a programação é gratuita.
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Boulevard Olímpico cheio (Foto: Flávia Mantovani/G1)Programação cultural tem atraído multidão ao Boulevard Olímpico  (Foto: Flávia Mantovani/G1)
O grande destaque no Boulevard Olímpico nesta quinta-feira é o show que Dona Onete, Felipe Cordeiro e Fafá de Belém farão juntos, a partir das 20h. Mas a festa começa bem mais cedo, a partir das 13h, com diversas atrações. O Boulevard Olímpico tem três quilômetros de extensão, com três palcos.

A festa olímpica não se restringe à Zona Portuária do Rio. Em Madureira, na Zona Norte, e em Campo Grande, na Zona Oeste, também há Boulevard Olímpico. Veja a programação completa dos três espaços.
Medalhas garantidas
Esta quinta-feira traz a garantia de ao menos mais uma medalha para o Brasil. À noite, os brasileiros Alison e Bruno, do vôlei de praia, enfrentam a dupla italiana Nicolai e Lupo na disputa entre o ouro e a prata. A partida está prevista para começar às 23h59.
Pela manhã, há expectativa de medalha para o baiano Isaquias Queiroz. Ele disputará, às 9h23, a final da canoagem na modalidade individual 200 m masculino.
Outro destaque das disputas desta quinta-feira fica com o astro do atletismo, o jamaicano Usain Bolt, que volta às pistas do Engenhão para disputar o ouro nos 200m – prova favorita dele.
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Isaquias comemora a prata na canoagem (Foto: Reprodução/TV Globo)O baiano Isaquias conquistou a prata na canoagem de velocidade, categoria 1.000m, e volta à Lagoa Rodrigo de Freitas para brigar pelo ouro nos 200m. (Foto: Reprodução/TV Globo)
A cobertura completa das competições esportivas você acompanha no Globoesporte.com.

Jornalista confirma que ajudou a cobrar apuração de grampos na Saúde


rafaela Felicciano/Metrópoles

Ex-assessor do GDF, Caio Barbieri prestou depoimento nesta quarta-feira (17/8) à CPI, na Câmara Legislativa, sobre denúncias de propina e extorsão com a participação de servidores do GDF


O jornalista Caio Barbieri, um dos interlocutores nas conversas gravadas pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, denunciando suposto esquema de pagamento de propinas dentro do GDF, foi ouvido nesta quarta-feira (17/8) na CPI da Saúde, na Câmara Legislativa. O ex-assessor do GDF confirmou ter conhecimento da participação de autoridades nas supostas irregularidades, mas não quis citar nomes durante o depoimento aberto. Diante do pedido, a reunião da comissão continuou a portas fechadas.
Caio Barbieri também deixou para responder na “reunião reservada” se tinha informações sobre denúncia apresentada pelo ex-subsecretário de que houve destinação de recursos do suposto “esquema” para aplicação da reforma na residência oficial do governador Rodrigo Rollemberg.

Durante a oitiva aberta, Barbieri contou que em novembro de 2015, quando era assessor da Casa Civil, ficou sabendo que integrantes do governo estariam tentando extorquir a presidente do SindSaúde, ameaçando descredenciar a entidade do sistema de empréstimos consignados dos servidores do GDF. Ele afirmou que levou o caso ao conhecimento do secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e, posteriormente, ao diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba.
Caio Barbieri disse que desde antes dos vazamentos dos áudios, o Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT) sabia do caso. Segundo o jornalista, os contatos com o MPDFT eram feito por meio da Defensoria Pública.
Lotado na Casa Civil entre agosto de 2015 e janeiro de 2016, Caio Barbieri disse que sua exoneração foi precedida de um isolamento dentro da pasta. Segundo ele, estava entre suas atribuições o planejamento estratégico da comunicação do órgão, mas ele acabou designado apenas para responder demandas da imprensa.
Quanto à exoneração após o vazamento dos áudios, o jornalista disse que a secretária de Esporte, Lazer e Turismo Leila Barros, não foi informada sobre sua demissão, mas que ele não acredita que o ato tenha partido diretamente do governador Rodrigo Rollemebrg (PSB).
Propina
Em uma das gravações que abriram um talho de crise no governo, Caio Barbieri é partícipe. Está presente no áudio coletado pela presidente do SindSaúde com o ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura da Secretaria de Saúde Marco Antônio Júnior. No episódio, Barbieri é quem provoca o ex-servidor a falar o que, supostamente, sabe sobre o esquema de propinas. Entre as revelações, Marco Júnior faz menção ao “organograma da corrupção”, agora objeto de investigação do MP e da CPI da Saúde.
Em um dos trechos da conversa de Marli com Marco Júnior, Barbieri fala de uma suposta reforma feita pela primeira-dama, Márcia Rollemberg, na casa da família, que teria custado R$ 800 mil. Marco Júnior, no entanto, demonstra não ter conhecimento do assunto.
Questionado pelo deputado Wasny de Roure (PT) sobre a citação dos deputados Cristiano Araújo (PSD) e Robério Negreiros (PSDB) nos áudios, o jornalista disse que, a exemplo do que ocorreu com Marli Rodrigues, falaria em sessão reservada.




UTIgates: escândalo sobre propina abala cúpula da Câmara Legislativa

 Promotores investigam denúncia de que integrantes da Mesa Diretora da Câmara Legislativa teriam recebido dinheiro para facilitar o recebimento de dívidas de hospitais. A apuração foi aberta depois que Liliane Roriz entregou áudios comprometedores

Helena Mader , Isa Stacciarini   postado em 18/08/2016 06:10 / atualizado em 18/08/2016 09:00
Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press


O Ministério Público do Distrito Federal abriu investigação para apurar o envolvimento da cúpula da Câmara Legislativa em um suposto esquema de cobrança de propina. O escândalo surgiu a partir da divulgação de áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB) e entregues ao MP. Entre as gravações, está uma conversa da parlamentar com a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), em que as duas falam sobre “um projeto” relacionado à destinação de emendas. A suspeita é de que as duas deputadas discutiam a liberação de recursos para o pagamento de dívidas de UTIs mediante a cobrança de propina de empresários do setor.

As gravações de Liliane Roriz foram divulgadas ontem pelo jornal O Globo. Depois da publicação do caso, o MP informou que instaurou procedimento investigativo criminal para analisar o conteúdo dos áudios entregues pela parlamentar. O pedido de apuração é assinado pela vice-procuradora-geral de Justiça, Selma Sauerbronn. As denúncias também são investigadas nas promotorias de Justiça, já que pode haver ações de improbidade na área cível contra os acusados.

No ano passado, a Câmara Legislativa economizou cerca de R$ 30 milhões em relação ao orçamento inicialmente previsto para a manutenção da Casa. Em dezembro, os parlamentares começaram a discutir o remanejamento desses recursos. De acordo com a denúncia de Liliane, esse montante seria destinado à reforma de escolas públicas. A Mesa Diretora, porém, teria decidido mudar o repasse de última hora, remanejando a bolada para pagar clínicas e hospitais que ofereceram serviços de UTI ao GDF em 2014, mas não haviam recebido o valor devido.

“Colocaram as emendas e queriam que eu e você assinássemos. Se vai ajudar, tem que ajudar todo mundo”, afirmou Celina Leão no diálogo gravado pela parlamentar do PTB. “Você não tá fora do projeto, não. Você tá no projeto. Mandei o Valério já falar com você.” Nesse trecho, a presidente da Câmara faz referência ao ex-secretário-geral da Câmara Legislativa Valério Neves. Ele foi preso na Operação Lava-Jato, acusado de ser operador do ex-senador Gim Argello. Ainda de acordo com a reportagem, ela teria afirmado que os deputados Bispo Renato Andrade (PR) e Júlio César (PRB) tentaram um “negócio” com um empresário local para liberar recursos para a educação, mas sem sucesso.

Em outra conversa, de Liliane com Valério, o então secretário-geral diz que o distrital Cristiano Araújo (PSD) conseguiu o “negócio” das UTIs. Segundo Valério, a atuação de Cristiano poderia render “no mínimo 5% e no máximo 10, em torno de 7%”. “Quem sabe disso são só os cinco membros da Mesa e o Cristiano”, acrescenta Valério. Fazem parte da Mesa Diretora Bispo Renato Andrade (PR), Júlio César (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS) e Celina Leão. Liliane renunciou à vice-presidência da Casa ontem (leia reportagem na página 18).

Além das conversas relativas à suposta cobrança de propina, Liliane Roriz gravou um diálogo com Celina Leão em que a presidente da Câmara admite abertamente contratar funcionários fantasmas e negociar indicações de empregados com empresas vencedoras de licitações na Casa. “No meu gabinete tá cheio de analfabeto, que não sabe fazer nada, mas são as pessoas que me ajudaram. Tem hora que falta gente para escrever um ofício”, revelou Celina, entre gargalhadas. A chefe do Legislativo também criticou o governador Rodrigo Rollemberg e declarou que ele “fuma maconha demais”.

Defesa
Em nota, a Mesa Diretora da Câmara Legislativa disse que os áudios divulgados estão “evidentemente editados e as conversas, fora de contexto”. Esclareceu que aprovou o projeto de emenda aditiva, proposta pela própria Liliane Roriz, destinando recursos para a saúde. “Os deputados cumpriram com seu dever de legislar, rejeitam qualquer acusação de prática de ato ilícito, e confiam nas investigações para a apuração da verdade”, informou a nota. “Ademais, a deputada Liliane Roriz está sendo investigada pela Mesa Diretora, podendo sofrer a perda do mandato em três processos pela prática de atos ilícitos e quebra de decoro parlamentar.”

Também por meio de nota, o deputado Bispo Renato Andrade (PR) alegou não ter conhecimento do teor da investigação do MP e disse que vai se inteirar das informações para tomar providências. Ele disse ter sido citado indevidamente por terceiros e garantiu não ter praticado nenhum ato ilícito. Ainda reforçou desconhecer qualquer acusação de ilicitudes e garantiu que vai tomar medidas judiciais cabíveis no momento certo.

Já o deputado Júlio César (PRB) informou, via assessoria de imprensa, que providenciará as medidas necessárias para que os fatos sejam investigados. Explicou ter sido citado de forma indevida e garantiu não ter participado de nenhuma irregularidade. A assessoria de imprensa do deputado Cristiano Araújo (PSD) informou que o parlamentar não vai se pronunciar sobre investigações que estão sob sigilo. No entanto, refutou qualquer tentativa de envolvê-lo em práticas ilícitas e informou que se pronunciará no momento oportuno.

A deputada Celina Leão atacou Liliane Roriz e atribuiu as denúncias ao andamento de um pedido de cassação contra a parlamentar do PTB. “Ela foi alvo de três processos por quebra de decoro. Recentemente, mandamos para a Procuradoria da Casa, que pediu informações ao Tribunal de Justiça sobre o andamento dos processos contra ela. Acho que isso irritou a deputada”, afirma Celina. “Todos os áudios foram editados de maneira grotesca. Isso representa uma tentativa criminosa de sair dessa situação em que ela se encontrava”, acrescentou. A presidente da Câmara disse que vai colocar seus sigilos bancário e telefônico à disposição dos investigadores. Celina afirma ainda que o ofício original pedindo o remanejamento de recursos para o pagamento de UTIs é assinado por Liliane.

Na noite de ontem, o governador Rodrigo Rollemberg comentou o caso. “As revelações demonstram que essa CPI não tem a menor credibilidade de investigar a saúde. Queremos a investigação e entendemos que só uma instituição isenta, como o MP, tem condições de fazê-la”, comentou o chefe do Executivo.

Foro privilegiado
Os deputados distritais têm foro privilegiado e, por isso, as ações penais contra os parlamentares são julgadas pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça. As investigações e proposituras de ações criminais contra integrantes da Câmara Legislativa devem ser conduzidas pela Procuradoria-Geral de Justiça do MPDFT.