terça-feira, 3 de maio de 2016

Especialistas pró-impeachment da presidente são ouvidos no Senado

De acordo com o calendário aprovado pela comissão no primeiro dia de trabalho, nesta terça-feira (3/5) estão agendados mais depoimentos, em defesa da presidente Dilma
 Agência Brasil

No terceiro dia dedicado a manifestações de especialistas, a Comissão Especial do Impeachment no Senado ouve, nesta segunda-feira (2/5), mais uma rodada de argumentos favoráveis ao processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff.

O primeiro a falar foi o juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor do Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo (USP) José Maurício Conti. Ele é especialista em direito tributário, com ênfase em orçamento público, tribunais de contas e responsabilidade fiscal.

Também foi convidado o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira. Ele é um dos técnicos que integram a equipe que analisou e recomendou aos ministros da corte a rejeição das contas do governo Dilma de 2014. Os ministros do TCU entenderam que o balanço apresentado pela União continha irregularidades que violavam a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Orçamentária e a Constituição. Com base nisso, recomendaram ao Congresso a rejeição das contas da presidenta.

Como o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso não pôde comparecer, a oposição chamou o advogado especialista em leis sobre combate à corrupção Fábio Medina Osório.


A exemplo das sessões da semana passada, juntos, eles terão tempo de duas horas para apresentar os argumentos. Após essa fase, o relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), fará perguntas, em seguida, é a vez de parlamentares do governo e da oposição. Cada parlamentar terá cinco minutos para falar, com direito à réplica e tréplica.
Antonio Cruz/Agência Brasil/30/3/2016

Próximos passos
De acordo com o calendário aprovado pela comissão no primeiro dia de trabalho, nesta terça-feira (3/5), estão agendados mais depoimentos, em defesa da presidente Dilma. Serão ouvidos Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Ricardo Lodi Ribeiro, professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), alem de Marcello Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e um dos signatários do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992.

Na quarta-feira (4/5) o senador Anastasia apresentará seu parecer que poderá ser pela continuidade ou arquivamento do processo no Senado. Independentemente do resultado, o relatório será submetido, no próximo dia 11, ao plenário da Casa. Se aprovado, Dilma será notificada e imediatamente afastada do cargo por até 180 dias. Se rejeitado, o processo será arquivado.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.


“Provérbios 12,34. A Justiça faz a grande a Nação, o pecado é a vergonha dos povos.”

Tocha Olímpica chega a Brasília na preparação para os Jogos do Rio


Rafaela Felicciano/Metrópoles

Chama chegou às 7h25. Durante todo o dia, fogo olímpico fará revezamento ao longo de 105km no Distrito Federal




Já está em Brasília o fogo olímpico. Símbolo maior dos Jogos Rio-2016, a chama desembarcou na capital federal às 7h25, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, desembarcou com a tocha olímpica. Rodrigo Rollemberg, governador do DF, e o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, foram receber a chama. O Distrito Federal é o primeiro lugar a receber a tocha, que fará uma jornada de 95 diaspor mais de 300 cidades até se instalar no Rio de Janeiro, dando início às Olimpíadas.



Trajeto
Em carro fechado, a tocha seguiu para o Palácio do Planalto. No monumento, foi recebida pela presidente Dilma Rousseff, em cerimônia fechada que conta com a presença de autoridades esportivas, como o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Nuzman. Por volta das 10h, descerá a rampa do palácio, guiada pela jogadora de vôlei Fabiana Claudino, e seguirá o trajeto pelo Distrito Federal.

Ao todo, são cinco regiões administrativas e diversos pontos turísticos que receberão a visita do símbolo olímpico. O primeiro deles é a Câmara dos Deputados, seguido pelo Senado Federal, a Catedral Metropolitana e Palácio do Itamaraty. A tocha marcará presença ainda na Ponte JK, no Estádio Mané Garrincha, no Complexo Aquático, no Parque Nacional de Brasília, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), em Taguatinga, no Riacho Fundo e na Asa Sul.
No fim do dia, por volta das 20h50, a chama chegará no gramado central da Esplanada dos Ministérios, levada pela atual secretária do Esporte, Turismo e Lazer e duas vezes medalhista olímpica, Leila Barros. O dia olímpico será encerrado com shows de Diogo Nogueira e Daniela Mercury. O revezamento custará R$ 4,3 milhões aos cofres público. Desse total, o Governo do Distrito Federal arcará com R$ 3,8 milhões, enquanto o governo federal bancará R$ 500 mil.
Trânsito
Durante todo o dia, haverá bloqueios de vias e de estacionamentos nas regiões onde o fogo olímpico passará. Na Esplanada dos Ministérios, o fluxo de carros será interrompido a partir das 9 horas. Na Ponte JK, o trecho da faixa da direita no sentido Lago Sul será isolado às 10 horas, e a expectativa é que esteja livre novamente por volta das 12h.
No Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a via entre os Trechos 1 e 2 terá o fluxo interditado no sentido Taguatinga. A hora estimada para a interrupção é das 13h30 às 14h45. Na Avenida Central de Taguatinga, apenas a pista que segue em direção à Praça do Relógio ficará fechada entre as 14h e 15h. Próximo às 17h15, não será permitido trafegar pela L2 Sul, no sentido Rodoviária do Plano Piloto. O fechamento se estenderá até pouco antes das 18h.

O IMPEACHMENT É O INTERESSE PÚBLICO

O impeachment é o interesse público

O impeachment é o interesse público

Fábio Medina Osório questionou há pouco a defesa de Dilma por JEC, advogado-geral da União, citando a Portaria nº 13, de 24 de junho de 2015, da própria AGU.
Está lá no inciso IV do artigo 8 da portaria: é proibido o AGU atuar quando há “incompatibilidade com o interesse público no caso concreto”.
O impeachment é o interesse público. As informações são do O Antagonista.

Desembargador nega recurso do WhatsApp e mantém bloqueio de 72h Justiça entendeu que a empresa 'preferiu a inércia' diante do 'problema antigo'. Fica mantido o bloqueio para clientes de TIM, Oi, Vivo, Claro e Nextel.

Ícone do aplicativo de conversa Whatsapp em um smartphone (Foto: Fábio Tito/G1)Ícone do aplicativo de conversa Whatsapp em
um smartphone (Foto: Fábio Tito/G1)
O desembargador Cezário Siqueira Neto negou a liminar do mandado de segurança impetrado pelo WhatsApp Inc e manteve o bloqueio do aplicativo de mensagem instantânea para clientes de TIM, Oi, Vivo, Claro e Nextel pelo período de 72 horas, iniciado às 14h da segunda-feira (2). A decisão do recurso foi publicada às 0h30 desta terça-feira (3) durante o Plantão do Judiciário do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) e confirmada pela assessoria de comunicação do órgão nesta manhã.
Na decisão, o desembargador plantonista negou a liminar porque entendeu que existem possibilidades técnicas para o cumprimento da ordem judicial da quebra de sigilo das mensagens do WhatsApp.
“Há de ressaltar que o aplicativo, mesmo diante de um problema de tal magnitude, que já se arrasta desde o ano de 2015, e que podia impactar sobre milhões de usuários como ele mesmo afirma, nunca se sensibilizou em enviar especialistas para discutir com o magistrado e com as autoridades policiais interessadas sobre a viabilidade ou não da execução da medida. Preferiu a inércia, quiçá para causar o caos, e, com isso, pressionar o Judiciário a concordar com a sua vontade em não se submeter à legislação brasileira”, argumentou Cezário Siqueira Neto.
A multa para as empresas em caso de descumprimento do bloqueio é de R$ 500 mil. A decisão é do juiz Marcel Maia Montalvão, da Vara Criminal de Lagarto, em Sergipe. O magistrado atendeu a um pedido de medida cautelar da Polícia Federal, que foi endossado por parecer do Ministério Público.
O WhatsApp lamentou, em comunicado, a decisão e disse não ter a informação exigida pelo juiz.
Após a repercussão da decisão, o site do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) apresentou instabilidade na tarde de segunda-feira (2). O problema continua nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (3).
Anonymous Brasil informou, através da página do grupo no Facebook, que bloqueou o site do TJSE como forma de protesto pela decisão de tirar do ar o aplicativo WhatsApp por 72 horas. A assessoria de comunicação do TJSE não confirmou que ele foi hackeado. Depois que o órgão percebeu a possibilidade de um ataque, decidiu bloquear a internet para proteger a rede de dados.
Compartilhamento de informação
O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. A recusa já havia resultado na prisão do presidente do Facebook para América Latina em março.
Segundo o juiz, a medida cautelar é baseada no Marco Civil da Internet.
Os artigos citados pelo magistrado dizem que uma empresa estrangeira responde pelo pagamento de multa por uma “filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no país” e que as empresas que fornecem aplicações devem prestar “informações que permitam a verificação quanto ao cumprimento da legislação brasileira referente à coleta, à guarda, ao armazenamento ou ao tratamento de dados, bem como quanto ao respeito à privacidade e ao sigilo de comunicações.”
Não é a primeira vez que um tribunal decide pela suspensão do acesso ao serviço de bate-papo no Brasil.
O bloqueio anterior ocorreu em dezembro de 2015, quando a Justiça de São Paulo ordenou que as empresas impedissem a conexão por 48 horas em represália ao WhatsApp ter se recusado a colaborar com uma investigação criminal. O aplicativo ficou inacessível por 12 horas e voltou a funcionar por decisão do Tribunal de Justiça de SP.
Conta no WhatsApp
A investigação que culminou no bloqueio desta segunda foi iniciada após uma apreensão de drogas na cidade de Lagarto, a 75 km de Aracaju. O juiz Marcel Montalvão pediu em novembro de 2015 que o Facebook informasse o nome dos usuários de uma conta no WhatsApp em que informações sobre drogas eram trocadas. As informações desse processo corriam em segredo de Justiça.
Segundo o delegado Aldo Amorim, membro da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em Brasília, a investigação foi iniciada em 2015 e esbarrou na necessidade informações relacionadas às trocas de mensagens via WhatsApp, que foram solicitadas ao Facebook. A empresa não cumpriu a decisão.
Ainda de acordo o delegado, existe uma organização criminosa na cidade de Lagarto e o não fornecimento das informações do Facebook está obstruindo o trabalho de investigação da polícia.
Ele disse também que toda empresa de comunicação que atua no Brasil deve seguir a legislação brasileira, independente do seu país de origem.
O Facebook já proíbe que a rede social seja usada para vender drogas. No começo de fevereiro, a rede social alterou a política de uso do site e do aplicativo de fotos Instagram para impedir também que os usuários comercializassem armas.
Na prática, donos de páginas e perfis já não podiam vender material bélico, mas pequenas microempresas podiam usar a ferramenta de criação de anúncios rápidos para isso. Com a alteração, essa prática foi vetada. A política da rede, no entanto, não se estende ao WhatsApp.
Veja abaixo o comunicado do WhatsApp:
"Depois de cooperar com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu mais uma vez ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil. Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos."


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Tudo na vida é uma rede! Desde a comunicação de todas as formas de vida a circulação sanguínea. Como o Judiciário Brasileiro em questão interrompe uma rede? Falta de Gestão que não forme Pirâmide e sim uma Rede onde um ou dois não possa interromper.

Só o amor constrói! Vamos ajudar meu povo...


Vamos ajudar minha gente!
Não é divertido ser um ativista pelos direitos animais. Não é divertido fazer protestos. Não é divertido responder às desculpas ridículas das pessoas sobre violência. Não é divertido conhecer o que sabemos. Não é divertido compartilhar informação eternamente, e ter isso constantemente ignorado. Não é divertido ser ridicularizado, questionado, ou criticado. Então por que nós fazemos isso? Nós fazemos isso pela mesma razão que os abolicionistas pela escravidão humana fizeram o que fizeram... Porque sabemos que o direitos de outrem de viver livre de opressão e violência é mais importante do que nossas zonas de conforto… porque sabemos que os direitos deles estão interligados aos nossos!
Rosangela Oliveira adicionou 6 novas fotos.
20 min
Desculpa to lotada .doação de ração caiu .to devendo clínica não posso resgatar preciso paga as dívida abrigo ta por muita dificuldade e prefeito Carlinho nada fez aqui em contagem obrigado.

Rosângela Maria de Oliveira conta 60658-8 agência 1221-1 conta corrente banco do Brasil CPF 14624953894

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Justiça autoriza transferência de João Santana, Gim Argello e mais dois Todos foram presos em fases da Operação Lava Jato, em 2016. Eles serão levados para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais.

PF pediu transferência de presos como Gim Argello e João Santana (Foto: Giuliano Gomes/PR Press e Rodolfo Buhrer/Reuters)PF pediu transferência de presos como Gim Argello e João Santana (Foto: Giuliano Gomes/PR Press e Rodolfo Buhrer/Reuters)
A Justiça Federal do Paraná autorizou na tarde desta segunda-feira (2) a transferência de quatro presos da Operação Lava Jato: o publicitário João Santana e a mulher Mônica Moura, o ex-senador Gim Argello e o empresário de Santo André (SP) Ronan Maria Pinto. Todos estão detidos na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, e serão levados para o Complexo Médico-Penal, que fica em Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense.
O pedido da transferência foi protocolado pela PF no processo eletrônico da Justiça Federal nesta segunda. No pedido, o delegado Igor Romário de Paula explicou que a carceragem da PF é destinada apenas a presos provisórios ou para os detentos em eventual risco.
Além disso, conforme o delegado, a limitação do espaço dificulta a movimentação dos presos em flagrante e de operações policiais.
Réus
Na sexta-feira (29), Sérgio Moro aceitou duas denúncias contra o publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura.
Eles viraram réus e passam a responder por crimes como corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro em mais dois processos da Operação Lava Jato.
O casal foi preso da 23º fase da operação, deflagrada em fevereiro.
Ronan Maria Pinto em Santo André, dono do jornal "Diário do Grande ABC", preso na 27ª etapa da Lava Jato, em abril, não é réu, assim como o ex-senador Gin Argello. Ainda não há denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra eles. Gin Argello foi preso na 28ª fase da operação, também em abril deste ano.
23/02 - Monica Moura, mulher de João Santana, marqueteiro de campanhas eleitorais do PT , é preso durante sua chegada à São Paulo (Foto: STR/AFP)Mônica Moura foi presa em fevereiro (Foto: STR/AFP)
Suspeitas
O nome de Gim Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa.
O MPF diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. O procurador Carlos Lima afirmou que o esquema de travestir propinas em forma de doações aparentemente legais "já existe e há muito tempo".
Os investigadores dizem ainda que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos. As siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação "União e Força", pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
Já Ronan Maria Pinto é investigados pela Lava Jato por participação no esquema de corrupção através de um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões obtido por José Carlos Bumlai no banco Schahin, em 2004.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, um dos beneficiários finais destes recursos foi Ronan Maria Pinto, que recebeu R$ 6 milhões. A razão do pagamento ainda não foi apurada
Brasília, DF, 17/11/2005. Ronan Maria Pinto, empresário do setor de transporte de Santo André (SP), presta depoimento na CPI dos Bingos, no Congresso Nacional, em Brasília. Ele é suspeito de desviar recursos da administração da cidade (Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo)Ronan Maria Pinto é dono do jornal 'Diário do Grande ABC' (Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo)

Prazo vence e governo de Alagoas não promulga lei 'Escola Livre'

02/05/2016 09h45 - Atualizado em 02/05/2016 11h58

Com isso, texto volta para a Assembleia, que deve tornar Lei o projeto.


Assunto gera polêmica ao propor regras de conduta ao professor em sala.

Do G1 AL

Manifestantes falam que projeto censura os educadores (Foto: Derek Gustavo/G1)Professores dizem que projeto serve para
censurá-los (Foto: Derek Gustavo/G1)
O Projeto de Lei "Escola Livre", que impede professores da rede estadual de dar opinião na sala de aula, mantendo a "neutralidade" política, ideológica e religiosa no ensino, deveria ter sido promulgado pelo governador Renan Filho (PMDB) até sexta-feira (29), mas isso não aconteceu. O Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda (2) saiu sem a publicação da Lei.
O governo de Alagoas é contra a nova proposta de ensino. Professores e pais se dividem sobre o tema.
Agora, o projeto, já aprovado na Assembleia Legislativa (ALE), volta para o Parlamento, que tem 48h para torná-lo lei no estado. O prazo começa a contar a partir desta segunda. A publicação deve ser feita no DOE.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) reafirmou que irá recorrer da aprovação do projeto. Representantes devem se reunir com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Alagoas (Sinteal) e a Ordem dos Advogados Seccional Alagoas (OAB-AL) para avaliar o que mais pode ser feito sobre o assunto.
O texto foi elaborado pelo deputado Ricardo Nezinho (PMDB). A reportagem tenta contato com o parlamentar há uma semana para comentar pontos polêmicos do projeto, mas ele não atende às ligações. A OAB também foi procurada para falar sobre a questão, mas não deu retorno. Clique aqui para conhecer melhor o projeto.

Enquanto isso, professores e pais de alunos se dividem favoráveis e contrários ao "Escola Livre". O G1 ouviu quem vai ser afetado diretamente pela nova legislação para saber o que eles acham do assunto. Veja abaixo o posicionamento de cada um:
O que diz quem é contra a nova lei
Professora e mãe de aluno da rede estadual é contrária ao projeto (Foto: Jonathan Lins/G1)
- Jeane Soares de Morais, 40 anos, professora e mãe de aluno da rede estadual
“Esse projeto é absurdo, sei que o tema que está na moda é liberdade de gênero, mas vai além e aborda também os temas de política. Com essas denúncias de corrupção, e como isso está muito em foco, os políticos resolveram tomar uma medida para desinstruir os alunos. Professor não opina, professor orienta. Isso [o projeto] é uma forma de fazer com que os professores não orientem e não formem o aluno com um pensamento crítico”.
- Eliane Sanches Dias Pinto De Campos, 61 anos, professora da rede estadual
"Acho o projeto de lei um retrocesso. O professor tem que ter uma opinião sobre as coisas para que possa educar o aluno. A família educa o aluno e recebe o auxílio da escola. Caso os familiares não gostem da posição dos professores, podem procurar outras escolas”.
- Danilo Guinela Santos, pai e professor de línguas da rede estadual
“Ensino adolescentes e jovens e adultos, como eu não vou ajudá-los a formar opinião? Acho que o professor tem que ter a liberdade e até mesmo o dever de formar opinião. Acho que vivemos num país democrático, onde visa a liberdade de expressão. Estamos em pleno século XXI e isso [a Lei Escola Livre] é um retrocesso porque aliena nossos alunos”.

- Josefa Domingos de Araújo, 56 anos, professora da rede estadual
“O que está acontecendo é uma ditadura mascarada. Ficamos triste, porque Alagoas faz tanta coisa boa e, de repente, aparece um projeto inconsequente desse. É uma contradição muito grande”.

- Eraldo Souza Cortez, pedagogo e coordenador do curso de pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
Isso vai acabar sendo utilizado como instrumento de perseguição, de "caça às bruxas", já que os pais poderão prejudicar os professores, já que eles poderão ir à escola e formalizar denúncia. Sem falar que o professor vai ficar de mãos amarradas para resolver determinados conflitos em sala de aula, como os ligados a gênero e religião. Esse é um caso de gente que não entende de educação legislando sobre educação.

O que diz quem é a favor da nova lei
Professor é favorável à aprovação da lei (Foto: Jonathan Lins/G1)
- Henrique de Oliveira Costa, 47 anos, professor de medicina na Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal)
“Temos problemas sérios de professores que, ao invés de ensinar, querem doutrinar política e religiosamente os alunos. Já vi muitos alunos em início do curso que tinham medo de confrontar a opinão dos professores. Estávamos precisando de uma lei dessa".
"Existem maus professores, e com o tempo isso vai aumentando. Acredito que, com o projeto, as coisas vão melhorar, pois não há nada de inconstitucional nele, muito pelo contrário. Eu apoio o projeto e não me sinto amordaçado por ele”.

- Henriette Lins, 48 anos, professora de rede municipal e ex-professora da rede estadual
“Sou a favor do projeto pois acredito na democracia garantida em sala de aula. O professor deve respeitar o direito do aluno de aprender e não ser julgado por suas opiniões políticas, religiosas ou outras. O professor vai ter que falar sobre esses assuntos em sala de aula, pois muitos deles contêm um conteúdo histórico que o aluno precisa aprender, mas o professor precisa ter uma maneira de falar que não induza os alunos. Principalmente, sou a favor do estudante receber conhecimento geral, mas que ele deve formar suas opiniões independente dos professores ou de outros alunos e essas opiniões devem ser respeitadas por todos”.
Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió
“Estamos lutando favoravelmente aqui em Maceió desde quando o plano diretor entrou em discussão. O Escola Livre vem ajudar na formatação do que a igreja pensa de como deve ser a educação nas escolas de Alagoas"
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