domingo, 19 de julho de 2015

Documentos mostram que Lula fez lobby para a Odebrecht em Portugal e Cuba Telegramas diplomáticos relatam atuação a favor da empreiteira Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/documentos-mostram-que-lula-fez-lobby-para-odebrecht-em-portugal-cuba



BRASÍLIA — Telegramas diplomáticos trocados entre chefes de postos brasileiros no exterior e o Ministério das Relações Exteriores, entre 2011 e 2014, indicam que as atividades do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor do grupo Odebrecht no exterior foram além da contratação para proferir palestras, contrariando o que o petista e a construtora têm sustentado. Os documentos apontam que Lula, já fora do cargo, atuou em pelo menos duas ocasiões para beneficiar a Odebrecht — uma delas, com pedido expresso para que o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, desse atenção aos interesses da companhia num processo de privatização naquele país. Outro telegrama revela que Lula abriu as portas do BNDES ao governo do Zimbábue, país africano governado pelo ditador Robert Mugabe.
Liberados na última quinta-feira pelo Itamaraty a partir de pedido feito pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação, os documentos descrevem encontros de Lula em Cuba em companhia de representantes da construtora. Em uma das visitas à ilha, ele foi recepcionado pelo presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, e pelo ex-ministro José Dirceu num hotel. Em outra, Lula atuou em projetos ligados à área de energia na região cubana de Muriel, onde a empreiteira construiu um porto com recursos do BNDES.

Desde a última quinta-feira, a relação de Lula com a empreiteira é alvo de inquérito da Procuradoria da República no Distrito Federal. Os investigadores querem saber se o ex-presidente praticou tráfico de influência internacional, crime incluído no código penal em 2002. A lei diz que é proibido receber vantagem ou promessa de vantagem em transações comerciais internacionais. O Instituto Lula alega que os recursos recebidos se referem às palestras. Sabe-se agora, com a revelação dos telegramas, que ele também atuava na defesa comercial da empresa. Portanto, o foco da investigação será apurar se a atividade de lobby também foi remunerada. Para isso, o ex-presidente e a Odebrecht poderão ter o sigilo fiscal, bancário e telefônico quebrados.Por meio da assessoria de imprensa de seu instituto, o ex-presidente Lula nega que tenha recebido de qualquer empresa para “dar consultoria, fazer lobby ou tráfico de influência”. A Odebrecht também nega ter usado serviços de Lula para tentar obter contratos.

A movimentação do ex-presidente a favor da Odebrecht em Portugal é relatada em dois telegramas. Em 25 de outubro de 2013, o embaixador brasileiro em Lisboa, Mario Vilalva, enviou comunicado abordando a visita de Lula a Portugal, ocorrida entre os dias 21 e 23 daquele ano. O diplomata deixa claro que a visita do ex-presidente se dava em razão de convite da Odebrecht, por conta dos 25 anos de presença da construtora brasileira em Portugal. Na descrição da agenda de Lula em Lisboa, o embaixador narrou que, no dia 22 de outubro, à tarde, o petista “encontrou-se com empresários brasileiros, dentre os quais o dr. Emílio Odebrecht (presidente do Conselho de Administração da Odebrecht e pai de Marcelo)”.

Menos de sete meses depois, em outro telegrama, Vilalva, em 2 de maio de 2014, faz uma análise sobre a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), que encontrava resistência por parte de alguns municípios portugueses que, na avaliação do embaixador, havia gerado pouco resultado. Após descrever como estava o processo, o diplomata observa que as empresas brasileiras Odebrecht e Solvi, em parceria com o grupo português Visabeira, demonstraram interesse no negócio, o que gerou simpatia dos formadores de opinião em Portugal. O diplomata registra a ação direta de Lula em favor da Odebrecht.

“Repercutiu positivamente na mídia recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à RTP no dia 27/04 último, no sentido de que o Brasil deve-se engajar mais ativamente na aquisição de estatais portuguesas. O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que reagiu positivamente ao pleito brasileiro”, informou o diplomata.
Lula, de fato, deu uma entrevista à televisão portuguesa, falando dos 40 anos da Revolução dos Cravos e abordando vários temas, inclusive defendendo maior participação de empresas brasileiras nas privatizações conduzidas em Portugal — mas sem citar nenhuma empresa especificamente. A gestão a favor da Odebrecht, pelo que se depreende do comunicado emitido pelo diplomata, foi feita em caráter privado ao primeiro-ministro português. Segundo site do Instituto Lula, o ex-presidente se encontrou com Passos Coelho no dia 24 de abril, e teriam falado apenas da situação econômica mundial e da Copa no Brasil.
Na ocasião do telegrama, a empreiteira brasileira era uma das sete que tinham manifestado oficialmente interesse no negócio. Dois meses depois, porém, a Odebrecht acabou não formalizando proposta. A EGF acabou vendida por 149,9 milhões de euros para a Suma, consórcio formado por empresas portuguesas.


EM CUBA, RECEBIDO POR MARCELO ODEBRECHT
O encarregado de negócios brasileiros em Cuba, Marcelo Câmara, num telegrama de 3 de março de 2014, informa sobre a visita que Lula fez à ilha entre os dias 24 e 27 de fevereiro do mesmo ano. Resumo da mensagem: “Tema central de suas interlocuções foi a prospecção de iniciativas para aperfeiçoamento da matriz energética à zona especial de Mariel, e o reforço da cultura de soja no país”. Nessa viagem, “em atendimento a convite do governo local e com apoio do grupo COI/Odebrecht”, como descreve o documento, Lula foi acompanhado, entre outros, pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) e pelo ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que deixou o governo em 2007 acusado de receber propina para favorecer empresas com obras federais.
Os documentos do Itamaraty registram ainda outras viagens de Lula a Cuba. Em junho de 2011, o ex-presidente foi recebido no hotel por Marcelo Odebrecht, presidente da empresa, e José Dirceu. “Em sua chegada ao hotel, Lula recebeu os cumprimentos do Senhor José Dirceu e do empresário Marcelo Odebrecht, Diretor-Presidente daquela construtora”, registrou o encarregado de negócios em Cuba na ocasião, Albino Poli Jr., em telegrama enviado para o ministério.
Marcelo está preso em Curitiba há um mês após ser detido na fase “Erga Omnes” da Operação Lava-Jato. Dirceu está em prisão domiciliar por sua condenação no mensalão e já foi mencionado na Lava-Jato por alguns delatores como beneficiário de propina por meio de sua empresa de consultoria. Na visita em que fez na companhia deles a Cuba, o ex-presidente se reuniu com Raúl e Fidel Castro. Pelo relato do telegrama, Marcelo ficou fora das duas reuniões, enquanto Dirceu acompanhou Lula apenas na conversa com Raúl.
O ex-presidente teve ainda outra viagem ao país dos irmãos Castro associada à Odebrecht. Conforme revelado pelo GLOBO, Lula esteve no país em janeiro de 2013 com as despesas pagas pela empreiteira. Alexandrino Alencar, então diretor de Relações Institucionais da empresa, chegou no mesmo jatinho no qual viajou o ex-presidente. Alencar também foi preso na Lava-Jato no mês passado e deixou a empreiteira.
Os comunicados da diplomacia brasileira demonstram ainda que Lula atuou para aproximar o governo do Zimbábue ao BNDES, embora não fique claro se há ou não alguma ligação direta com obras da Odebrecht. Em um comunicado enviado da sede do ministério para a representação brasileira no Zimbábue há a descrição de que o ex-presidente solicitou que o embaixador daquele país fosse recebido no banco de fomento. A reunião teria ocorrido em 3 de maio de 2012. Desde 1980, o Zimbábue é governado pelo ditador Robert Mugabe.
Na lista de financiamentos de obras e serviços no exterior divulgada pelo BNDES não consta nenhum financiamento para a atuação de empresas brasileiras no Zimbábue, mas em 2013 por meio do Ministério de Desenvolvimento Agrário foram liberados US$ 98 milhões para aquele país no âmbito do programa Mais Alimentos Internacional.


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Antigo director do FMI critica medidas impostas à Grécia Strauss-Kahn antecedeu Christine Lagarde no FMI. Foto de arquivo: Lusa Dominique Strauss-Kahn diz que o plano de resgate que o primeiro-ministro grego aceitou em troca de medidas draconianas não defende o interesse europeu.

Strauss-Kahn antecedeu Christine Lagarde no FMI. Foto de arquivo: Lusa

O antigo director do FMI Dominique Strauss-Kahn publicou uma carta “aos seus amigos alemães”, na qual afirma que as medidas impostas à Grécia terão um impacto devastador na União Europeia. 

Publicada este domingo no site do jornal francês “Le Figaro”, na “carta aos meus amigos alemães” Dominique Strauss Khan refere-se a uma política mortífera seguida, em particular pela Alemanha, nas negociações das últimas semanas. 

O antecessor de Christine Lagarde à frente do FMI classifica como “deploráveis” as condições em que foi alcançado o acordo com a Grécia e afirma que a longa noite de negociações que levou à aceitação do plano por parte do primeiro-ministro Alexis Tsipras foi orientada por uma ideologia e não pelo interesse europeu. 

“O que se passou no passado fim-de-semana é, no meu entender, fundamentalmente nefasto e quase fatal” para a União Europeia, escreve Dominique Strauss-Kahn na carta, onde não comenta a parte financeira do acordo, debruçando-se apenas sobre a parte política.

ACORDO NUCLEAR ENTRE IRÃ E EUA » Líder supremo do Irã descarta aproximação com Estados Unidos Khamenei afirma que o acordo nuclear, se aprovado, constitui uma "exceção" Estados Unidos e Irã alcançam um histórico acordo nuclear


Khamenei na prece final do Ramadã. / HO (AFP)
Com ou sem acordo nuclear, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, descarta uma aproximação de seu país com osEstados Unidos. Foi o que disse neste sábado em seu primeiro pronunciamento desde que anunciou o pacto. Khamenei, que falou depois da prece de encerramento do Ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos, reiterou seu apoio aos negociadores e evitou criticar os detalhes do acordo alcançado, mantendo sua habitual ambiguidade.
“Dissemos em várias ocasiões que não negociaremos com os EUA em assuntos regionais ou internacionais; nem sequer em assuntos bilaterais”, ressaltou o homem que tem a última palavra em todos os assuntos de Estado no Irã. “Há algumas exceções como o programa nuclear que negociamos com os norte-americanos para servir a nossos interesses”, detalhou, segundo a tradução da PressTV que transmitiu seu discurso ao vivo.
Khamenei utilizou repetidas vezes a frase “independentemente de o acordo ser aprovado ou não”, dando a entender que o texto ainda precisa de uma ratificação final. O gesto parece, no entanto, uma forma de se proteger de eventuais problemas no Congresso norte-americano, que tem dois meses para revisar o pacto. Em todo caso, o líder não esclareceu qual será o procedimento no Irã.Khamenei não reforçou as críticas lançadas na véspera, durante a prece da sexta-feira, pelo aiatolá Mohammad Ali Movahedi Kermani, que qualificou como “insultos” as exigências incluídas no pacto. Isso leva a crer que sua intransigência com os EUA, além de emanar da profunda desconfiança que o líder sente em relação ao país, também seja uma forma de tranquilizar os mais críticos e evitar que façam descarrilar a decisão que marcará seu legado como governante.Em princípio, supõe-se que o Conselho Supremo de Segurança Nacional seja o encarregado de revisar as 109 páginas e dar o seu consentimento. Essa instância, chefiada pelo presidente Hasan Rohani, ajudou Khamenei a costurar o acordo, por isso sua aprovação seria um trâmite. Mais complicada pode ser a passagem pelo Parlamento, pedida pelos deputados. A Câmara é dominada pelos conservadores e conta com uma significativa representação que se opõe radicalmente à menor concessão.
“Independentemente de o acordo ser aprovado ou não, nunca deixaremos de apoiar a nossos amigos na região e os povos da Palestina, Iêmen, Síria, Iraque, Bahrein e Líbano. Mesmo depois do acordo nossa política ante a arrogante América não mudará”, insistiu Khamenei ovacionado por uma multidão que gritava “Morte à América!” e “Morte a Israel!
O líder supremo também negou que “os norte-americanos [como dizem] tenham freado a possibilidade de o Irã adquirir a arma nuclear”. “Sabem que isso não é verdade. Temos uma fátua que proíbe as armas nucleares sob a lei islâmica. Não tem nada a ver com as negociações”, sentenciou.

Prometendo 'revolução' fiscal, Renzi quer cortar impostos Premier fez o anúncio neste sábado, em assembleia de seu partido

Prometendo 'revolução' fiscal, Renzi quer cortar impostos (foto: ANSA)
Prometendo 'revolução' fiscal, Renzi quer cortar impostos (foto: ANSA) ROMAZBF
(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, anunciou neste sábado (18) sua intenção de reduzir os impostos no país a partir de 2016. Em um discurso na assembleia de sua legenda, o Partido Democrático (PD), em Milão, Renzi disse que fará intervenções em vários setores, como no fiscal, com um corte de 45 bilhões nos impostos em cinco anos.
    "Em cinco anos, teremos a tarefa de reduzir os impostos, os quais não têm comparação em toda a história republicana deste país. Uma revolução copérnica, sem aumentar o débito", explicou o premier. Renzi detalhou que, em 2016, o plano prevê a "eliminação do imposto sobre o primeiro imóvel, assim como Imposto Municipal Único (IMU) agrícola". No ano seguinte, haverá intervenções no Imposto sobre Renda Societária (Ires) e no Imposto Regional sobre Atividade Produtiva (Irap). Por fim, em 2018, o premier pretende alterar o Imposto de Renda de Pessoas Físicas (Irpef) e a previdência italiana.
    "O PD não é o partido dos impostos. Nunca soube se fomos isso, mas era a percepção das pessoas. Agora vamos nos tornar o primeiro partido que reduzirá os impostos de verdade", disse.
    Renzi prometeu que, apesar das medidas, a Itália não aumentará seu déficit público e respeitará o teto de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Com 40 anos de idade, Renzi foi eleito o mais jovem premier da Itália em fevereiro de 2014. Desde que assumiu, ele prometeu uma agenda de reformas, entre elas trabalhista e educacional. (ANSA)
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Amy Winehouse, mito e naufrágio Documentário de Asif Kapadi, de 'Senna', mostra retrato devastador da cantora A história que não queriam contar de Amy Winehouse

Amy, o documentário que triunfou em Cannes e que estreou no Reino Unido e em vários países neste mês (no Brasil, a expectativa é que ele chegue aos cinemas até setembro), apresenta uma questão inquietante: quais novidades se pode contar sobre uma celebridade do século XXI? Como a de tantas celebridades de hoje, a vida pública de Amy Winehouse aconteceu em horário nobre, sendo vista pelo mundo inteiro. De alguma forma, até sua morte trágica parecia prevista, predestinada, assumida com antecedência.
Na verdade, nossa informação era escassa e incorreta. Quando morreu, em julho de 2011, todos pensaram que a “pobre Amy” tinha sofrido uma overdose de drogas ilegais. Para surpresa geral, a investigação dos legistas determinou que a causa imediata foi intoxicação aguda com uma droga legal: tinha consumido uma quantidade enorme de vodca.
O diretor do documentário, Asif Kapadia - o mesmo que dirigiuSenna (2010), sobre o piloto de Fórmula 1 e ídolo brasileiro Ayrton Senna, se encontrou com um dilema muito próprio do tempo presente: tinha muitos documentos audiovisuais da cantora, incluindo muito material nunca exibido. A primeira montagem deAmy durava três horas e os poucos que assistiram dizem que era devastador. Em sua forma final, são 128 minutos e, mesmo assim, ainda deixa um gosto amargo.
Essa opção narrativa por parte de Kapadia também tem seus perigos.Amy nos submerge em uma vida tumultuada sem permitir nem descanso ou reflexão. Kapadia inclusive reflete sobre o que podia sentir Winehouse quando saía na rua, atacada pelos flashes dospaparazzis e os holofotes das câmeras de TV. Embora mencionem a possibilidade de que seu telefone pudesse estar grampeado, não é explorada a relação – em seu caso, mais parasitária que simbiótica – entre os meios de comunicação e os famosos que são caçados por eles. É retratada a crueldade gratuita dos apresentadores de televisão, esses heróis do talk show que encenavam as maldades de seus fabricantes de gags.Tecnicamente, Kapadia tinha suficientes imagens e sons de Amy para que ela pudesse contar suas experiências em primeira pessoa. Mas não era suficiente: tudo foi muito rápido e nem ela entendia a experiência terrível que foi sua profissionalização, coincidindo com sua entrada na vida adulta. O filme precisava de outras vozes: amigos, família, colegas, médicos. E todos eles intervêm: a abundância de cenas de Amy Winehouse permite que o cineasta evite esse tema dos documentários que é a sucessão de cabeças falantes.
A primeira montagem de Amy durava três horas e era desoladora
A potência da montagem de Amyesconde, no entanto, uma clara divisão de heróis e vilões. Mitch Winehouse não termina com uma boa imagem: o pai da artista foi para a ilha caribenha, onde ela estava tentando se recompor, acompanhado de uma equipe de filmagem, disposto a gravar um documentário que terminaria se chamando Saving Amy (Salvando Amy). Foi Mitch que decidiu que sua filha não precisava ir para a reabilitação, inspirando, de quebra, a memorável canção Rehab, mas também facilitando o aprofundamento de seus problemas.
Blake Fielder-Civil, o grande amor da vocalista, é retratado como um cafetão em todos os sentidos
Blake Fielder-Civil, o grande amor da vocalista, é retratado como um cafetão em todos os sentidos da palavra: o dinheiro de sua namorada servia para pagar o silêncio do dono de um pub que Fielder-Civil e outros amigos atacaram, um suborno que o levou a uma severa pena de prisão.
Não devemos esquecer de Raye Cosbert, o segundo manager, que tomou a decisão fatal de enviá-la em turnê quando Amy estava frágil, como se achasse que a estrada tem virtudes que podem salvar artistas com problemas. Ela era muito boa ao vivo, mas o grande número de apresentações coincidiu com seus momentos de fraqueza; precisou enfrentar plateias envenenadas, que talvez secretamente esperavam que ela fizesse coisas ridículas.

A nova idade de ouro do “soul” impulsionado por “Back in Black”

Winehouse, no 'Rock in Rio' de Madri, em 2008. /CLAUDIO ÁLVAREZ
Amy Jade Winehouse chegou em uma época boa para cantoras. Mas tinha argumentos mais do que suficientes para se destacar no mercado. Em primeiro lugar, seu ecletismo natural: dominava a sensibilidade pop doBrill Building nova-iorquino, conseguia cantar standards, mantinha a pose na frente de músicos de jazz, não era difícil se envolver com os ritmos jamaicanos, até queria competir com rappers.
O segundo, e talvez não tenha sido suficientemente apreciado: compunha com facilidade surpreendente, escrevendo letras cruas e precisas.Amy, o documentário que estreia hoje na Espanha, inclui uma entrevista inédita onde ela lamenta que agora não haja compositores como James Taylor e Carole King. Na verdade, embora utilizasse linguagens diferentes, queria chegar a esse nível de perspicácia e honestidade expressiva.
E o mais evidente: essa voz, com sua pitada desoul da velha escola, felizmente sem maneirismos. Não pretendia ser uma nova Aretha Franklin: era uma garota do bairro, abençoada por essa capacidade britânica de absorver outras músicas, que usava seus ensinamentos para tentar se mostrar ao mundo.
Seu exemplo reverbera em todo o pop triunfante da última década. O impacto de Back in Blackfacilitou a aceitação global de vocalistas londrinos polidos como Adele ou Sam Smith.
Graças à associação com Amy, prosperaram os Dap-Kings, a banda oficial do selo Daptone; um de seus produtores, Mark Ronson, arrasou recentemente com Uptown Funk, cantada por Bruno Mars.
Por outro lado, o papel de guardião paternal recai sobre Nick Shymanksy, primeiro representante de Amy. Embora, vendo em retrospectiva, qualquer um pode apontar os erros. Sua gravadora Universal Music também aparece bem, o que era previsível: a multinacional financiou o documentário.
Sensível a sua má reputação, a indústria musical se moveu com cautela ao redor de Amy: no mês passado, o atual chefe da Universal Music no Reino Unido, David Joseph, afirmava ter destruído os originais e outros materiais inéditos dela, para evitar que no futuro saiam discos fracos ou os chamados desenterrados, onde são colocados novos fundos instrumentais às pistas de voz. Com todo o respeito, é difícil acreditar nisso; além disso, são feitas várias cópias de tudo que foi gravado por uma figura importante.
Em geral, é possível afirmar que a Universal não cedeu a seus piores impulsos na hora de vender a música de Amy. Aceitou que ela não tinha energia suficiente para tentar conquistar o mercado discográfico mais importante, o dos EUA. Lançou edições corretas ampliadas dos dois álbuns publicados durante sua vida,Frank e Back to Black. Como álbuns póstumos, só editou Lioness: Hidden Treasures (2011) e Amy Winehouse at the BBC (2012).
O que não se consegue explicar emAmy é a natureza complexa do jogo em que ela se destacou. Sem subestimar seu imenso talento natural, era um produto do prodigioso pop britânico, com suas academias especializadas e seus hábeis mecanismos para cultivar projetos comercializáveis.
Aos 19 anos, sem ter gravado, Amy recebeu 250.000 libras (o que hoje chegaria a cerca de 1,2 milhão de reais) a título de adiantamento de direito autoral por suas canções presentes e futuras. Avançou na primeira divisão do negócio da música, trabalhando com produtores nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que se beneficiava do clima criativo do bairro londrino de Camden, onde participava em jam sessions sem chamar a atenção.
Amy Winehouse, em seu apartamento em Londres em 2011. / GETTY IMAGES
No entanto, apesar de toda sua potência econômica, a indústria musical não tem um Departamento de Saúde. Era óbvio que algo estava errado com Amy. Embora a indústria discográfica não sabia nada dos antidepressivos ou dos episódios de bulimia da juventude, era evidente seu emagrecimento, sua transformação física: aquela menina ossuda parecia determinada a encarnar a versão 2.0 das integrantes das exuberantes Ronnettes. Continuava praticandodieta romana: comer até se fartar e depois vomitar.
Podemos aceitar que Amy Winehouse tenha sido vítima dos modelos dominantes de beleza e terminasse ferida por um relacionamento tóxico. Ao assistir ao documentário, ficamos ainda mais espantados ao saber que sua baixa autoestima chegava até mesmo a seus extraordinários poderes para compor e cantar. É o único que hoje ninguém duvida.

Reações de Cunha inflam o ‘fantasma’ sobre impeachment de Dilma Deputado nega “pauta de vingança”, mas pede retificação de pedidos que estavam parados Denúncias contra Cunha embaralham crise política brasileira CARLA JIMÉNEZ São Paulo 18 JUL 2015 - 20:22 BRT

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha. / MARCELO CAMARGO (AGÊNCIA BRASIL)
Para tirar de si o peso das acusações de cobrar propina do lobista Júlio Camargo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começou a inflar o fantasma do impeachment da presidentaDilma Rousseff. Um dia depois do depoimento de Camargo ser vazado, e horas depois de anunciar seu rompimento pessoal com o Governo, Cunha tirou da gaveta os pedidos de impeachment que ele mantinha parados, aparentemente, para usá-los em um momento oportuno. A bomba atômica, como foi batizada por Fernando Henrique Cardoso(“Impeachment é como bomba atômica: bom para dissuadir, não para usar”, segundo o ex-presidente), é um conjunto de 11 pareceres apresentados por diversos autores solicitando que a Câmara dê andamento a pedidos de impeachment da presidenta.
Segundo o site Congresso em Foco, o deputado despachou esses protocolos – um deles solicitado pelo deputado Jair Bolsonaro – que já haviam sido apresentados, mas precisavam ser atualizados para poder tramitar no Congresso. O pedido de Bolsonaro, por exemplo, é de março. Cunha, porém, já mantinha sob análise um pedido do gênero feito pelo Movimento Brasil Livre, que ficará pronto em meados de agosto. Na noite de sexta, o deputado postou em sua página do Facebook uma foto que tirou com os integrantes do MBL quando estes lhe entregaram o pedido de impeachment
argumento do MBL parar tirar a presidenta é a utilização indevida das manobras fiscais em seu primeiro mandato para fechar as contas públicas. Os gastos do Governo de 2014 estão sendo julgados pelo Tribunal de Contas da União, que vê indícios de sérias pedaladas, e pode elaborar um parecer técnico sugerindo ao Congresso que rejeite, ou não, as contas da presidenta. Um impeachment, no entanto, depende de erros cometidos durante a gestão em vigor, e não pode ser tratado a partir do Governo anterior. Somente uma vez as contas de um Governo foram rejeitadas por um tribunal, em 1937, na administração de Getúlio Vargas.
O tema é controverso e divide opiniões, pois, em tese, as chamadas pedaladas ocorreram durante o primeiro Governo Dilma e, caso as manobras sejam rejeitadas, não embasariam um pedido de impeachment. O TCU tem recebido a visita de diversos ministros e integrantes do Governo, incluindo Joaquim Levy, da Fazenda, para tentar convencer o tribunal que não houve má-fé, mas sim que a equipe econômica anterior se utilizou de expedientes já empregados no passado.
 Ao encampar o assunto que ganhou apoio de movimentos populares anti-PT, o deputado ganharia sobrevida política em meio ao furacão da Lava Jato que o atingiu em cheio na semana que passou. A análise em Brasília é de que hoje haveria mais de 240 deputados propensos a apoiar um pedido de impeachment de Dilma. Faltariam uns cem para ter maioria. “O apoio aumenta ou diminui dependendo do noticiário e da relação política com o governo”, segundo o portal Visão Nacional.O temor é que um parecer desfavorável chegue a Cunha, que está com ‘sangue nos olhos’ e quer ver o circo pegar fogo. Se a sugestão do TCU for pelo rejeição, tudo leva a crer que ele vai estudar como nunca o regimento interno da Câmara para ver suas possibilidades de usar o pedido como boia de salvação para sua própria sobrevivência política. Já anunciou que a análise das contas é uma das prioridades assim que voltar do recesso do Congresso, em agosto.
Até o momento, o noticiário não é o mais favorável a Cunha pela sua reação intempestiva que se seguiu ao depoimento de Camargo. O parlamentar procurou desqualificar o trabalho do Ministério Público e do juiz Sergio Moro, garantindo que haveria influência do Governo para o relato do lobista. A tese, porém, é muito frágil, uma vez que a suposta ingerência do Executivo rendeu zero resultado para os próprios petistas envolvidos na Lava Jato. Mas, ninguém se atreve a ter certezas diante de um quadro como o atual.
O Planalto soltou uma nota nesta sexta dizendo esperar que o rompimento anunciado por Cunha “não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade”. Neste sábado, o deputado afirmou que “Não existe pauta de vingança e nem pauta provocada pela minha opção pessoal de mudança de alinhamento político”. “O que existe é eu, como político e deputado, exercer a minha militância defendendo uma posição diferente da que defendia antes. Não tenho histórico de ajudar a implementar o caos na economia por pautas que coloquem em risco as contas públicas.”
Num momento de economia frágil, jogar propositadamente contra as medidas que ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso aparenta ser um jogo arriscado que pode se voltar contra ele. Manter Dilma acuada é manter também a recuperação da economia num fio da navalha, uma vez que a crise política alimenta a turbulência econômica.
Nesta sexta, nove governadores do Nordeste, dos quais três do PT, lançaram um manifesto de apoio à presidenta Dilma Rousseff. No documento, eles afirmam que consideram “incabível” a interrupção do mandato presidencial e defendem que o mandato de quatro anos determina um prazo para que os compromissos de campanha sejam cumpridos e os desafios, vencidos. Curiosamente, um dos nomes que assinam o manifesto é Renan Calheiros Filho, governador de Alagoas pelo PMDB, e filho do presidente do Senado, Renan Calheiros, um dos 'quatro cavaleiros' do PMDB - os outros são Cunha, o vice-presidente Michel Temer e o senador Eunício Oliveira.
O momento é visto com muita preocupação por todos os setores políticos. Neste sábado, o presidente do PSDB, Aécio Neves, disse, por meio de nota, que o partido acompanha com preocupação o agravamento do quadro político no país. “Continuaremos atentos ao nosso papel de defender as nossas instituições para que elas cumpram suas funções constitucionais. Todas as denúncias têm que ser investigadas, respeitado o amplo direito de defesa”, afirmou Neves. Como ele, o mundo político está escolhendo as palavras com cautela tentando ganhar tempo para enxergar melhor o espaço para tomar posições depois do terremoto Cunha.

Crise leva geração Y a enfrentar desemprego pela primeira vez Desemprego bateu à porta dos brasileiros com mais intensidade este ano. Jovens consideram que as condições de trabalho pioraram bastante.

Renato Della Colleta já mudou de emprego 11 vezes (Foto: Arquivo pessoal)Renato Della Colleta já mudou de emprego 11 vezes (Foto: Arquivo pessoal)
Acostumados a trocar de emprego em busca de desafios e desenvolvimento profissional constantes, a chamada geração Y – jovens nascidos entre as décadas de 80 e 90 – começa a se deparar com o fantasma do desemprego, que começou a bater à porta dos brasileiros com mais intensidade este ano.
Esses jovens cresceram em um período de prosperidade econômica. Pelo fato de mudarem constantemente de emprego, levaram até as empresas a pensar em estratégias para segurar talentos. Mas agora eles enfrentam a alta na taxa de desemprego no país, que aumenta principalmente entre os jovens.
Entre maio do ano passado e maio deste ano, o desemprego subiu de 4,9% para 6,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E a intensidade desse crescimento foi mais forte entre os jovens de 18 a 24 anos. Nesta faixa de idade, a taxa de desocupação passou de 12,3% em maio de 2014 para 16,4% em 2015. Ainda segundo o IBGE, em maio deste ano, o grupo de 18 a 24 anos representava 32% da população desocupada, e o de 25 a 49 anos, 51,1%.
E a rotatividade entre os jovens, antes pesadelo das empresas, começou a cair. Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2011, o índice entre os jovens de 18 a 29 anos que mudavam frequentemente de emprego era de 55%, ante 44% entre toda a população empregada formalmente. O cenário, entretanto, mudou, com a redução no ritmo de criação de vagas ao longo de 2014. No ano passado, o índice de rotatividade nesse grupo foi de 49%, bem próximo do índice geral, de 44%.
Uma semana no emprego
Renato Della Colleta, de 32 anos, se encaixa no perfil inquieto dos jovens da geração Y – ele já mudou de emprego 11 vezes em cerca de 10 anos por melhores oportunidades profissionais e salários. Só no mês passado, ele pediu demissão duas vezes. Em seu último emprego, o graduado em propaganda e marketing ficou apenas uma semana.
Colleta acredita que as condições de mercado de trabalho hoje são as piores dos últimos anos. “Antes de decidir aceitar a última proposta e pedir demissão eu senti muito medo, a cada dia vemos mais amigos e conhecidos serem demitidos e nos cadernos de empregos dos jornais é deprimente. Nas últimas três semanas surgiram duas vagas na área de criação, com cargos e salários inferiores. A média antes era quase o triplo de vagas”, lamenta. E se vê pessimista ante o futuro do país. “Acredito que a situação deve piorar, a economia do país parou de crescer, tornando inevitável o fechamento de vagas ou, até pior, o de empresas.”Ele conta que pediu demissão do emprego anterior, onde havia permanecido por um ano e 7 meses, para finalmente realizar seu sonho de ser gestor. No entanto, ele reclama que as empresas estão enxugando o quadro de pessoal. Assim, menos pessoas fazem as mesmas atividades feitas anteriormente por mais gente. “Me demiti da empresa anterior, pois teria a chance de alcançar um cargo maior, mas não tinha ideia de que esse novo cargo era para no mínimo duas pessoas e, em uma semana de trabalho, fui cobrado por resultados que era impossível obter nesse curto período”, diz. 
Agora, Colleta pensa em mudar de profissão e ir para a área de beleza. Ele pretende fazer um curso profissionalizante e, assim, seguir a carreira dos seus pais, que são cabeleireiros.
Marchetti não acha que as pessoas da sua geração tendem a parar de querer mudar de emprego com o aumento do desemprego (Foto: Arquivo pessoal)Marchetti não acha que as pessoas da sua geração tendem a parar de querer mudar de emprego com o aumento do desemprego (Foto: Arquivo pessoal)
Desempregado desde maio
Leonardo Marchetti, 32 anos, já trocou de emprego em busca de novos desafios, mas atualmente sofre com o desemprego que bateu à sua porta, depois que a empresa em que trabalhava ter promovido um corte de vagas.
Desde maio, ele tem sentido dificuldade em voltar ao mercado. Formado em gestão de comércio eletrônico, ele não considera que tenha havido diminuição de vagas. “Mas muitas empresas estão buscando pessoas menos qualificadas para reduzir os salários. Acredito que a crise que estamos enfrentando no país contribui, e muito, para isso acontecer. O que causa um medo nas pessoas de perder seus empregos, aceitando fazer hora extra, por exemplo”, diz.

Marchetti compartilha da opinião de Colleta, de que as empresas estão atribuindo mais funções aos funcionários em consequência da redução do quadro de funcionários. “Isso aconteceu comigo e não houve valorização por eu ter dado conta de otimizar processos e aumentar a receita do setor”, diz.
Marchetti não acha que as pessoas da sua geração tendem a parar de querer mudar de emprego com o aumento do desemprego por medo de não conseguir trabalho tão facilmente como antes. “Acredito que elas só não estão se arriscando a ficar sem emprego até chegar a um que satisfaça seus objetivos profissionais aliados à satisfação pessoal”, afirma.

Ele continua na busca por um emprego, mas cogita passar a trabalhar por conta própria, abrindo uma microempresa. Além do comércio eletrônico, Marchetti tem experiência como analista de estilo e de marketing e em produção de conteúdo para redes sociais. “Dez em cada 10 profissionais pensam em trabalhar por conta própria, por faltar realização profissional na maioria das empresas hoje em dia. Vagas que subestimam a capacidade das pessoas. O bom é que trabalha menos e ganha o mesmo tanto ou mais, há flexibilidade de horários e você trabalha pra você”, defende.
Aceitou salário menor
Camilla aceitou novo emprego mesmo ganhando menos (Foto: Arquivo pessoal)Camilla aceitou novo emprego mesmo
ganhando menos (Foto: Arquivo pessoal)
Camilla Freitas Nogueira Barbosa, de 33 anos, foi demitida duas semanas antes de sair de férias por corte de vagas em sua empresa. Logo depois de voltar da viagem que já estava marcada antes da demissão, fez uma entrevista e foi escolhida para outra vaga. A analista de marketing confessa que não esperava encontrar emprego tão rapidamente. Mas ela tentou negociar com a nova empresa para receber pelo menos o mesmo salário do emprego anterior, mas acabou aceitando um valor mais baixo.
“Aceitei, pois achei uma boa empresa, um ótimo desafio, voltei a fazer o que gosto e também fiquei com medo de recusar por causa do salário e ficar sem emprego por muito tempo”, conta.
A especialista em marketing diz que já trocou de emprego quatro vezes, por propostas melhores de crescimento profissional e salário.
Camilla acha que as empresas estão cada vez mais sobrecarregando os funcionários de trabalho. “Na penúltima empresa, saíram duas pessoas da minha área e eu absorvi todo o trabalho, sem que eles contratassem mais gente, e não aumentaram o meu salário. Na última empresa isso acontecia direto, não comigo, mas em vários departamentos”, conta.
Para Camilla, "os jovens da geração Y não arriscam mais sair de um trabalho, ficar em casa e procurar outro. Elas preferem procurar outro trabalho trabalhando".
Apesar do cenário desanimador, a analista acha que essa fase ruim da economia vai melhorar. “Como todas as outras que já vivemos. Sempre achamos que a crise atual é a pior. Quando ela passa, a maioria das pessoas nem lembram mais. Então, bola pra frente, fazer as coisas darem certo e pensar que vai melhorar”.