segunda-feira, 13 de julho de 2015

Brasil conquista várias medalhas no Pan de Toronto Canoagem, ginástica e judô são destaques

Érika Miranda ganhou primeiro ouro e comemorou com a torcida (foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)
Érika Miranda ganhou primeiro ouro e comemorou com a torcida (foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO) SÃO PAULOZGT
(ANSA) - O Brasil conquistou sua quinta medalha nos Jogos Pan-Americanos de Toronto neste domingo (12) e subiu para a sexta colocação no quadro geral da competição.

Roberto Maehler, Vágner Souta, Celso Oliveira e Gilvan Ribeiro ganharam a prata na prova de canoagem K4 1000m, ficando a apenas 125 milésimos dos cubanos, que faturaram o ouro.

No sábado (11), os meninos da ginástica levaram a prata na competição por equipes e o judô foi a grande estrela do dia.

Érika Miranda levou o primeiro ouro dos brasileiros na categoria até 52kg e Felipe Kitadai perdeu a disputa pelo primeiro lugar e ficou com a prata na categoria até 60kg. Já Nathália Brígida faturou o bronze na categoria até 48kg. (ANSA)
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Crise no Governo Dilma pode empurrar o PT para nova cisão Militantes das correntes de esquerda podem dar origem a uma terceira debandada O muro que divide o PT

A presidenta foi criticada até por Lula. / ROBERTO STUCKERT FILHO/PR
A situação do Governo de Dilma Rousseff, que sofre com baixos índices de aprovação está imerso em uma crise econômica e parece cada dia mais se curvar às pressões do PMDB no Congresso, pode empurrar o Partido dos Trabalhadores para uma nova cisão, de acordo com especialistas. Na história recente, a legenda, que vive sua própria crise atormentado pelo escândalo da Petrobras, já passou por um processo parecido outras duas vezes: em 1992, quando uma de suas correntes internas foi expulsa e deu origem ao PSTU, e em 2004, ano em que uma nova debandada de militantes deu origem ao PSOL. No final de abril, a Esquerda Marxista, uma das correntes mais radicais do partido, já aprovou em assembleia sua saída do PT.
No Congresso do partido, realizado em junho, o abismo entre as lideranças petistas e seus militantes ficou claro: enquanto os políticos culpavam a mídia pela crise da legenda, boa parte dos militantes pedia uma alteração na política de alianças e uma guinada governamental para a esquerda.“Em 2005, durante um momento de crise provocada pelo mensalão, as alas moderadas do partido quase perderam as eleições internas”, explica Oswaldo Amaral, cientista político da Unicamp e autor do livroAs transformações na organização interna do Partido dos Trabalhadores entre 1995 e 2009(Alameda Editorial). Este grupo principal que lidera a legenda desde 1995 – conhecido como Construindo um Novo Brasil – é considerado “à direita” dentro do espectro político do PT. “Em momentos de crise, como agora, o bloco que comanda o partido acaba sendo alvo de muitas críticas das correntes de esquerda”, explica. Segundo o professor, dificilmente estas tendências mais radicais conseguirão ganhar as eleições internas do partido, e isso pode provocar novas cisões na legenda, como ocorreu no passado.
O PSOL foi criado por dissidentes do PT que se diziam insatisfeitos com o que chamaram à época de “fisiologismo” do partido e com as “amplas alianças” estabelecidas pela coordenação da legenda. Mas hoje as críticas à atuação não partem só da esquerda política: o próprio ex-presidente Lula atacou o partido, que segundo ele só estaria interessado em “cargos”. “O Lula é um político. Ele está preocupado em se desvincular do Governo, já que ninguém quer ficar perto de um Governo com baixos índices de popularidade”, explica Amaral.
Ao lado de José Dirceu, o ex-presidente foi um dos artífices do processo chamado de modernização do partido: "Nos anos 90 houve um encontro onde o Lula chegou a chorar porque foi feita uma critica dura dos militantes pelo partido ter aceitado dinheiro de empresa", diz Amaral. Até então o dinheiro de empresa era malvisto. "Mas à partir de 94 as lideranças viram que só com doação de militante e venda de bandeirinha não conseguiriam vencer a eleição. O Dirceu comandou esse processo, de aproximação com o empresariado".
Basicamente são três fatores principais [que podem afastar os militantes], de ordem econômica, ética e política”
Parlamentares do próprio partido também têm criticado o Governo e principalmente o ajuste econômico implementado no segundo mandato de Dilma. O senador Lindbergh Farias tem criticado abertamente o ministro da Economia, Joaquim Levy. No mais recente pronunciamento, pediu que o Planalto se mire no exemplo da Grécia do esquerdista Syriza, que tenta resistir a um plano de austeridade.
fogo-amigo não vem só de Lindbergh. Pouco tempo depois, foi a vez da Executiva Nacional do partido, reunida em São Paulo no dia 25 de junho, divulgar uma resolução na qual defende redução da meta de superávit e reversão da alta de juros, pilares da política econômica de Levy. O diretório central também mirou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e chegou a cogitar convocá-lo para dar explicações sobre o que militantes consideram "vazamentos seletivos" da operação Lava Jato.
Para o coordenador da área de Ciências Políticas da PUC-Rio, Eduardo Raposo, vários motivos podem empurrar militantes situados “à esquerda” dentro do PT para fora do partido. “Basicamente são três fatores principais: de ordem econômica, ética e política”, explica o professor. De acordo com ele, as correntes mais radicais dentro da legenda criticam a condução da economia e os ajustes do ministro Joaquim Levy: “Para alguns militantes a política de ajuste fiscal é uma coisa de direita, já foi dito inclusive que ajuste fiscal é coisa de tucano”.
Do ponto de vista ético e político, a crise provocada pelo escândalo de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato é outro golpe que afasta do partido alas historicamente mais ligadas a movimentos sociais. Raposo afirma que o mensalão já representou um duro golpe à imagem do PT por abalar uma de suas principais virtudes, que era a ética. Neste cenário, “as novas investigações afastam ainda mais o partido de suas origens”.

“Se Lula não tivesse sido eleito em 2002, o Brasil tinha explodido” Ex-secretário lança obra em que revisita canções para recontar história da República Chico Buarque: “A música brasileira não exclui, assimila”

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O jornalista Franklin Martins. / DIVULGAÇÃO
Em 1997, o jornalista político Franklin Martins (Vitória, 1948ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Governo Lula, antes ativista político e muitos anos antes guerrilheiro contra a ditadura) decidiu postar na Internet —era o começo da Internet— uma página com seus textos políticos. Para ilustrar alguns deles, começou a postar trechos de discursos de grandes líderes brasileiros em peças históricas de áudio. O objetivo era que as novas gerações conhecessem as vozes de Getúlio Vargas e João Goulart, entre outros. Ao mesmo tempo, incluiu canções brasileiras com história, ou que contivessem histórias, ou que falassem de algum fato histórico do Brasil. Pouco a pouco se envolveu em um projeto ao qual já dedicou mais de 15 anos, em ritmos diferentes, e que nunca teve consciência de ter decidido empreender (“É curioso. A maioria das coisas a vida decide para a gente"): rastrear, encontrar, registrar e tentar decifrar as canções que retratam a história do Brasil, músicas que, desde 1902, ano do primeiro registro sonoro realizado no país, relatam fatos e funcionam como autênticas crônicas jornalísticas de um tempo determinado. Para isso, entrou em contato com especialistas, compiladores, estudiosos e colecionadores de todo o país. Algumas descobertas o levaram a outras. O resultado são mais de 1.100 canções, divididas em três grandes volumes, primorosamente editados, intitulados “Quem foi que inventou o Brasil? A música popular conta a história da República” (Ed. Nova Fronteira). O primeiro volume aborda o período 1902-1964; o segundo vai desse ano até 1985. O terceiro abrange de 1985 a 2002. Todas as músicas podem ser ouvidas no portal www.quemfoiqueinventouobrasil.com. Martins poderia ter continuado a compilar as canções até agora, mas explica que precisava de um limite temporal para poder acabar o livro e que o livro não acabasse com ele.
R. O que consolida esse hábito da crônica musical não só sobre a política, mas também sobre outros aspectos (costumes, cultura, economia, hábitos sexuais), é oCarnaval: 40% das músicas gravadas no Brasil na década de 30, eram músicas para Carnaval. O que eram as músicas de Carnaval? Era exatamente um teatro de revista. Só que, ao invés de ser em um teatro, era na rua, ao invés de ter uma separação entre os atores e o público, todo mundo estava misturado. Mas a característica de passar em revista os acontecimentos do ano anterior eram as mesmas. Nos outros países, há a música militante, ou seja, a favor de alguma coisa, para despertar entusiasmo, ou para estigmatizar o adversário. Ela não tem um caráter de crônica. No Brasil, nós tivemos músicas assim na época da ditadura, mas são momentos. A permanência é a crônica, e geralmente a crônica contra.P. Por que no Brasil há essa tradição de cantar fatos como se fossem uma crônica?
P. No primeiro volume, há também canções sobre a II Guerra Mundial ou sobre a Guerra Civil espanhola...
R. Guerra na Espanha, uma moda de viola. Essa música é belíssima.Sobre a guerra, sobre os bombardeios das cidades, é uma música fortíssima. Ela é de 37, 38, composta na época por uma dupla caipira, chocada com a guerra. Fala do fuzilamento em massa, da destruição de cidades...
P. Como era no tempo da ditadura?
Estudantes colocam faixa na PUC-SP em 1977. / ACERVO ICONOGRAPHIA
R. Até 68 você ainda tinha censura nas músicas. Por exemplo, as duas músicas que estão no livro na morte do estudante Edson Luiz, em 68, foram censuradas. Só foram gravadas anos depois, mas você tinha uma liberdade. Depois, de 68 até 76, a censura é brutal. Mas uma característica da música naquele período é que os artistas encontraram meios de dar o seu recado. Muitas vezes as músicas eram censuradas. O Taiguara teve todas as músicas censuradas naquele período. O Chico Buarque, por exemplo, fez várias músicas com pseudônimo, e a censura não percebeu que a musica era dele. Havia o que se chamava de letras duplex: a música falava de uma coisa, mas você podia fazer uma leitura política. Uma muito famosa éApesar de você, do Chico Buarque.  Tem uma outra do Luiz Ayrão, que inicialmente se chamava 13 anos, quando a ditadura completou 13 anos: “Eu não aguento mais, eu vou para o cemitério, eu vou pra qualquer lugar, mas eu vou acabar com você não adianta”. E aí foi censurada. Ele mudou o nome da música, apresentou com o novo nome de Divórcio, porque tinha sido aprovada a lei do divórcio no Brasil. Fazia sentido. A censura não percebeu e a música passou.
P. O livro termina em 2002, mas continuam fazendo músicas assim...
R. No terceiro volume, 60%, 70% dele é rap. A música sobre política nesse momento. O massacre do Carandiru, do Carajás, massacre de não sei o que.... Ela tem um caráter que eu chamo de bronca social.
P. A bronca social em geral.
É uma bronca contra o sistema. Não é contra isso ou aquilo. É o seguinte: esse sistema não me respeita, esse sistema não me dá oportunidade, esse sistema só me trata na porrada, é racista, ele me bota na cadeia, ele me enche de porrada na rua, ele me mata se for necessário, eu não aguento mais esse tipo de coisa, eu vou brigar contra isso
R. Geral. É uma bronca contra o sistema. Não é contra isso ou aquilo. É o seguinte: esse sistema não me respeita, esse sistema não me dá oportunidade, esse sistema só me trata na porrada, é racista, ele me bota na cadeia, ele me enche de porrada na rua, ele me mata se for necessário, eu não aguento mais esse tipo de coisa, eu vou brigar contra isso. Não é uma coisa anárquica, porque ela ter um objetivo de bater de frente com o sistema, mas ela é uma bronca social e uma revolta política crescente. Para mim é uma coisa evidente: se o Lula não tivesse sido eleito em 2002, o Brasil tinha explodido. Não tenho dúvida nenhuma, você sente! Não é só as músicas das quebradas, da periferia. Todos os caras que fazem música sobre política, inclusive musica sertaneja, Chitaozinho e Chororó, é isso: "o Brasil é um trem desgovernado, atropela o povo dele, não dá mais. O que está acontecendo no meu país?" Você não tem música com esperança. Nós sempre tivemos música com esperança. É a característica desse período. Pode ter uma ou outra coisa de esperança, mas secundária. O fundamental é uma enorme bronca.
P. Você diria que o objetivo e a função dessas músicas modernas, até o período que você estudou, do rap, do funk, tinham ou tem o mesmo objetivo que essas primeiras músicas?
R. Tem diferença, o rap e o funk e o próprio samba reggae são mais politizados, mais militantes. Eles fazem crônica, mas eles têm um caráter de bater de frente com o sistema. É uma manifestação dessa bronca social que eu já disse. Porque lá, você podia protestar contra alguma coisa, mas não era que você tinha uma bronca contra o sistema, não tem uma revolta contida que está prestes a explodir. É diferente. Mas tem uma coisa comum que é a tradição de a música falar sobre política. Talvez porque a musica seja, de todas as manifestações culturais, a que está mais disponível para um povo que não tinha grande ilustração, grande cultura, com um grande numero de analfabetos.  Ela dialoga muito mais com o povo do que literatura por exemplo.
P. O funk, o samba reggae também nasce nas classes populares.

Pesquisa inspira exposição sobre música no Tomie Ohtake

Getúlio Vargas em 1937. / ACERVO ICONOGRAPHIA

A pesquisa inédita de Franklin Martins rendeu uma trilogia de livros, mas também uma exposição, em cartaz desde o final de junho no Instituto Tomie Ohtake. A mostra reúne fotos, vídeos, áudios e textos de 1902 aos registros contemporâneos. Está lá a A Carta, de Silas de Oliveira e Marcelino Ramos, sobre o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e outras canções-crônica.
A Música Canta a República. Até 2 de agosto de 2015, de terça a domingo, das 11h às 20h. Instituto Tomie Ohtake - Avenida Faria Lima 201 - Pinheiros, São Paulo. Grátis.
R.  O samba é uma coisa muito popular no Rio. Podem dizer: "Ah, mas Noel Rosa era classe média!", mas o Wilson Batista ou Ataulfo Alves eram da favela, do morro. A maioria dos compositores eram do morro. Mas eles não estão querendo expressar uma coisa antissistema. O que temos depois, no terceiro volume, é que o Brasil estava há 30 anos sem crescer, praticamente: 30 anos sem gerar emprego, e com o desemprego aumentando, salários arrochados. Tinha vivido 20 e tantos anos de inflação, ou seja, o sentimento de falta de oportunidade, e isso tudo coroando um processo monumental de urbanização, que tinha criado cidades gigantescas onde não existia oportunidade. A sensação de abandono, de injustiça e desesperança da população pobre é uma coisa monumental .
P. É por isso que você disse que se o Lula não fosse eleito...
R. Alguma coisa ia acontecer. É evidente que aquilo caminhava para uma explosão. No último capítulo, há uma música que diz Eu só quero é ser feliz, que se chama Rap da felicidade. Na verdade, é um funk e não um rap. Ele foi um sucesso no Brasil em 94. A música de maior sucesso no ano. O básico dela era “eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”. E ela diz "trocada a presidência, uma nova esperança", "se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui".
P. O senhor na sua vida política viveu de tudo. Como vê sua trajetória depois de tantos anos, depois de ter começado com 15 ou 16 anos?
R. Meu pai sempre foi um liberal, um democrata, então isso está na minha formação. Eu me criei num ambiente de luta contra a ditadura. Quando foi instalada em 64, eu tinha de 15 para 16 anos.
P. Muito novo.
R. É. Muito novo, mas eu já era um militante político no sentido de que, nos anos 61, 62, 63, garoto ainda, na escola, eu já era representante de turma, votava com a esquerda. Era um período de grande efervescência política no Brasil. Quando vem a ditadura, considerava que era um dever meu lutar contra a ditadura, aliás como um grande número de jovens. Fiz movimento estudantil, ajudei a reorganizar o movimento estudantil. Estive preso por causa do movimento estudantil, fui solto. Nunca fui torturado. Depois do AI-5, eu vou para a luta armada como muitos jovens. A gente não tinha como fazer a luta contra a ditadura sem fazer a luta armada, porque eles fecharam tudo.
P. Foi uma boa decisão?
A minha crítica, olhando retrospectivamente —eu já fiz essa crítica em 1972— é que, com a luta armada, que é uma forma de luta que não podia ser acompanhada pelo povo, nós nos isolamos e fomos massacrados
R. Olhando com a minha visão de hoje, eu acho que foi um equívoco nosso a luta armada. Não que a luta armada seja um equívoco, em tese. De jeito nenhum. Em determinadas condições, é necessário você lutar. Senão você diz: eu só luto contra a ditadura até um certo ponto, se tiver de pegar em arma, eu não luto mais. Você tem que estar disposto a lutar de todas as formas, mas as formas mais inteligentes, mais competentes. A minha crítica, olhando retrospectivamente —eu já fiz essa crítica em 1972— é que, com a luta armada, que é uma forma de luta que não podia ser acompanhada pelo povo, nós nos isolamos e fomos massacrados.
P. Era inócuo?
R. Talvez algumas centenas ou milhares dos militantes, mais capazes e competentes, que podiam ajudar o povo a se organizar, ou foram mortos, ou foram presos ou foram exilados. Houve uma derrota política. Por outro lado, a luta armada contra a ditadura teve um caráter simbólico muito forte. Foi passar um recado da sociedade como um todo, de que as pessoas eram capazes de ir ao sacrifício extremo para reconquistar a democracia. Mesmo você fazendo a crítica política, na luta armada você criou uma coisa de combate mais forte. Porque a oposição à ditadura no Brasil é muito traumatizada com o fato de 64 não ter havido resistência. Houve um golpe e não teve nada, o Governo tinha apoio da maioria da população, ganharia as eleições, foi derrubado e não aconteceu nada. Ninguém lutou porque lá em cima eles acharam melhor não lutar porque ia ter uma guerra civil. Havia um sentimento de frustração, de desconfiança das lideranças políticas, dos partidos políticos progressistas. A luta armada, com todos os seus erros, serviupara mostrar que tinha um novo pensamento político no Brasil que iria às últimas consequências para defender. Ela é um duplo sentido.
P. Por exemplo, o sequestro do embaixador americano pode ser considerado um sucesso, não é?
Eu e vários outros companheiros dissemos em 1972: “Nós estamos errados”. Muitos diziam “mas e os que morreram? vocês estão abandonando?” Eles não morreram pela luta armada, eles morreram para acabar com a ditadura e melhorar a vida do povo. Eu continuo na mesma luta. São momentos difíceis, momentos de avaliação de erros e erros dramáticos e que produziram perdas irreparáveis
R. Sucesso no ponto de vista prático, dentro do que nós nos propusemos, que era libertar 15 companheiros.Libertamos 15 companheiros, o Governo cedeu, nós libertamos o embaixador e tal. A repressão que isso detonou foi uma coisa de uma envergadura que, você olhando retrospectivamente, não foi um sequestro... A luta armada era um equívoco. Muita gente não entendeu isso, mas eu e vários outros companheiros dissemos em 1972: “Nós estamos errados, temos que voltar ao trabalho de formiguinha, organizar etc e tal, vamos levar anos, mas...” Muitos diziam “mas e os que morreram? vocês estão abandonando?” Eles não morreram pela luta armada, eles morreram para acabar com a ditadura e melhorar a vida do povo. Eu continuo na mesma luta. São momentos difíceis, momentos de avaliação de erros e erros dramáticos e que produziram perdas irreparáveis, eles são muito difíceis. Eu acho que tudo isso foi parte do processo de amadurecimento. Eu diria o seguinte: O Brasil saiu da ditadura com um compromisso com a democracia extremamente mais forte que 64.
P. Como foi para você participar do Governo Lula? Depois de ficar na teoria como jornalista e como crítico, ir ao Governo, fazer coisas?
R. Sempre fui jornalista. Sou jornalista, sempre fui isento, procurei ser isento, porque ninguém é isento, você procura ser isento. Eu sempre brinquei: mas existe isenção? Existe a busca da isenção. É a mesma coisa que a felicidade (ele cita primeiro o amor). Se você achar que vai ser feliz 24 horas por dia, 365 dias por ano, ninguém consegue. Mas você busca ser feliz. Na isenção você não consegue ser isento 24 horas, 365 dias, mas você busca ser isento e, se você não buscar ser isento, você não será isento e será partidarizado. Se você não buscar ser feliz, você vai ser um infeliz. Eu sempre busquei ser isento. Eu tinha uma visão de que o Governo se comunicava muito mal, o Governo Lula. Porque não fazia disputa política no cotidiano. Então quando me convidaram...
P. Mas Lula é comunicador nato.
R. Mas no primeiro mandato não fez e foi um desastre. Ele começou a fazer depois do escândalo do mensalão, porque ele percebeu...
P. Agora parece acontecer uma coisa parecida com essa etapa que você está contando. Dilma não fala muito com os jornalistas...
R. Isso é um dos grandes problemas dela.
P. Você acha que é uma questão de personalidade ou uma questão de...
R. Não vou falar sobre isso.
P. Como avalia a situação política do Brasil?
R: Eu acho que ela (Dilma) está no início do Governo. Início de Governo, onde você está fazendo uma arrumação da casa, é um momento de dificuldade de popularidade. Acho que ela tem perfeitas condições de se recuperar, mas não é automático. Para se recuperar, a economia vai ter que se recuperar. E politicamente, ela terá de discutir com a população, que tem expectativas muito grandes, que não quer retrocesso. Isso é uma característica, a população não quer perder o que já conquistou.

Grécia aceita acordo com duras condições para obter crédito da UE Tsipras admite criação de fundo de privatizações que incluirá até os bancos públicos Merkel avisa que o acordo com a Grécia não será a qualquer preço

“Estamos prontos para iniciar as negociações para o resgate. Não haverá Grexit [saída da Grécia da União Europeia]”. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciaram às nove da manhã, depois das 17 horas de reunião de cúpula, um acordo unânime com a Grécia para um terceiro resgate. O pacto abre a porta para que o Banco Central Europeu mantenha a liquidez de emergência no sistema bancário grego. O chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, explicou que a Grécia aprovará leis nas próximas 48 horas, endurecerá suas propostas para aposentadorias, mercado de trabalho e outros assuntos, e finalmente aceita um fundo de privatizações, que permitirá recapitalizar os bancos e pagar a dívida.
A Europa deve esclarecer ainda qual será exatamente a participação europeia no financiamento-ponte, diante das graves dificuldades do setor financeiro grego, com o corralito [controle rigoroso sobre os fundos] e a falta de fundos para pagar um vencimento de dívida ao BCE no dia 20 de julho, por meio de um aporte de cerca de 3,5 bilhões de euros. Mas Dijsselbloem adiantou que esse fundo será usado, com os ativos vendáveis da Grécia, para obter dinheiro de imediato. Isso se o Parlamento grego aprovar nos próximos dias as medidas mais urgentes.
O texto aprovado na manhã desta segunda-feira pelos líderes da zona do euro é implacável com a Grécia: começa constatando “a necessidade crucial de reconstruir a confiança com as autoridadesgregas” como requisito para qualquer resgate e impõe duríssimas condições para que seja obtido. Entre elas, uma consulta prévia com as instituições europeias para qualquer lei que Atenas queira aprovar “em áreas relevantes” e a necessidade inclusive de reverter legislações já aprovadas desde o início do ano, à exceção das vinculadas “à crise humanitária” que o país vive. A Europa não empresta fiado, o que ficou claro nas sete páginas do compromisso assinado nesta segunda-feira, com múltiplas garantias para acertar o ansiado resgate.

Em troca dessas concessões formidáveis, a chanceler Merkel afirmou que, uma vez que a Grécia demonstre que cumpre o que foi acordado, haverá reestruturação da dívida: basicamente, uma ampliação dos prazos de devolução. “Em nenhum caso haverá perdão da dívida”, disse Merkel à imprensa europeia, e tampouco reestruturação da dívida até que o resgate passe por seu primeiro exame.Uma das chaves do acordo – e das mais difíceis para a Grécia digerir – é o fundo de privatizações, que chegará a 50 bilhões de euros e foi motivo do atraso do acordo. Incluirá todo tipo de ativos, incluídos possivelmente os bancos. “Nada teria sido pior do que humilhar a Grécia esta noite”, disse o presidente francês, François Hollande. Mas Berlim chegou a ameaçar com a saída da Grécia do euro se não houvesse acordo. E Atenas se viu forçado a aceitar esse fundo de privatizações, que nasce carregado de polêmica: praticamente não há precedentes na Europa e supõe uma espécie de aval que se exige da Grécia em troca do terceiro resgate. A titularidade do fundo será grega, mas será supervisionado pelas instituições europeias.
A chanceler disse que a Grécia “demonstrou sua disposição para realizar cortes e reformas”. “O importante agora é pôr em marcha rapidamente o que foi acordado. É preciso recuperar a confiança, e para isso a Grécia tem que assumir o acordo”. A Alemanha ressaltou que o FMI continuará no comando do terceiro resgate grego, e que Atenas se comprometeu a ativar mudanças no sistema de aposentadoria e no resto das medidas prioritárias. O Eurogrupo dará o sinal para iniciar a negociação do resgate, e então vários parlamentos nacionais votarão, incluindo o Bundestag.

Adeus ao Grexit

“A Grécia tem agora a oportunidade de mudar de rumo. O acordo evita as consequências políticas que um fracasso das negociações provocaria”, afirmou à imprensa o presidente do Conselho Europeu – que representa os Estados-membros –, Donald Tusk. “A Comissão Europeia não deixou de insistir que não haverá Grexit; estamos satisfeitos”, acrescentou o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, um dos poucos que defenderam claramente, durante o processo, da necessidade de fazer um pacto com a Grécia. “Eu disse que a situação seria mais difícil depois do referendo e isso se provou correto. Mas o que se alcançou é um compromisso; não há ganhadores nem perdedores. Não creio que os gregos estejam se sentindo humilhados nem que os outros membros tenham perdido a fé. É o típico compromisso europeu”, argumentou Juncker.
O escritor norte-americano Don DeLillo define a política como “um assunto de homens reunidos em salas”. Mas nesta madrugada a política europeia girou em torno de uma mulher, a chanceler Angela Merkel, que deu a última palavra numa das noites europeias mais longas e dramáticas dos últimos tempos. Dezessete horas de reunião depois, Berlim selou um acordo que cobra um preço altíssimo de Atenas para que continue no euro. O primeiro-ministro Alexis Tsipras deve aprovar várias leis nas próximas 48 horas. São exigidas dele medidas mais duras no mercado de trabalho, nas aposentadorias e em todos os assuntos que há poucos dias eram linhas vermelhas intransponíveis. E os outros membros, sobretudo, instam a Grécia a criar um fundo sob supervisão europeia com os ativos privatizáveis para, uma vez que sejam vendidos, reduzir a dívida, numa proposta inédita que gerou uma espécie de sentimento de humilhação em Atenas.
Além disso, Tsipras não se livrará da presença do FMI, que participará também do terceiro resgate grego. Para suavizar todos esses reveses, a Grécia obteve duas medidas paliativas: a menção escrita, pela primeira vez nesse processo, à reestruturação da dívida e a inclusão de um pacote de 35 bilhões de euros para fomentar o crescimento e o emprego por conta da Comissão Europeia durante os próximos três ou cinco anos. Quanto ao alívio da dívida ficou claro que não haverá anistia, apenas prolongamento de prazos de pagamento e períodos de carência.
Em troca, a Grécia evita a saída do euro e recebe luz verde para negociar os pormenores de um resgate por três anos e cerca de 50 bilhões de euros. E evita assim a bancarrota de seus bancos capengas, que ameaçavam levar para o buraco o país inteiro e que, ainda por cima, se transformaram em um calcanhar de Aquiles que obrigou Tsipras a capitular e aceitar muito mais penitências do que o que imaginava há duas semanas. O Governo grego rompeu as negociações há pouco mais de duas semanas. Convocou e ganhou um controverso referendo contra a proposta europeia. Viu-se obrigado a decretar um corralito e controles de capital diante da rápida fuga de depósitos de seus bancos. E finalmente, apenas 15 dias depois dessa decisão, capitulou e se viu obrigado a aceitar condições muito piores.
Berlim cobrou a afronta que o referendo representou, com negociações intermináveis e algumas declarações em tom mais alto. Impôs exigências muito mais duras do que as esperadas e chegou a incluir a possibilidade de uma saída temporária da Grécia do euro, que acabou retirando quando Tsipras se dispôs a negociar com os parceiros. Em troca, além desses 50 bilhões em créditos baratos, garantiu a promessa do BCE de manter os bancos com vida, e um documento no qual a Europa oferece a ansiada reestruturação da dívida, uma vez que é impossível para a Grécia pagá-la. O FMI continuará a bordo. E a Grécia conseguiu metas fiscais mais folgadas do que o resgate anterior, mas ainda assim se verá obrigada a aprovar cortes adicionais, já que a economia parou abruptamente com o corralito: pode chegar a cair 4% este ano. As necessidades financeiras foram aumentando nos últimos dias e crescem para quase 90 bilhões de euros.
E a saga grega não terminou. Nos próximos dias, o Parlamento terá de legislar por meio de decreto-lei as medidas prioritárias. Se isso ocorrer, na quarta-feira o Eurogrupo dará uma ordem para o mecanismo de resgate (Mede) a fim de que se concluam as negociações das condições do Memorando de Entendimento do terceiro resgate. Esse processo, que costuma durar em torno de dois meses, se resumirá a apenas duas semanas, diante da situação de emergência financeira da Grécia. E mesmo assim não está claro como Atenas poderá fazer frente a um pagamento de 3,5 bilhões ao BCE em 20 de julho: os parceiros têm de desenhar —provavelmente hoje, em um novo Eurogrupo, o enésimo desta semana— o financiamento de emergência para evitar o calote ao Eurobanco.

Policiais Militares resgatam cão perdido e o devolvem para tutora

Uma equipe de policiais militares do 5º Batalhão ajudou um cachorro perdido a encontrar seu lar na noite deste sábado (11/7). Os PMs estavam fazendo patrulhamento na QI 21 do Lago Sul quando encontraram o animal. 

“Ele estava bem cuidado e parecia de raça, então adivinhamos que ele devia ter fugido”, relata a soldado Lorena de Lima Soares, uma das policiais que participou da ocorrência. 

Os PMs pegaram o cão e perguntaram para vários moradores da redondeza se sabiam quem era o dono do animal. Uma senhora reconheceu o bicho e indicou o endereço da tutora aos policiais. “O cachorro pertencia a uma idosa que morava por perto. Ele se chama Tom. A dona ficou muito feliz em revê-lo”, acrescenta Lorena.

MUDANÇA DE STATUS JURÍDICO...

‪#‎MudaCódigoCivil‬
Tarda o avançar da legislação brasileira, a exemplo da Suíça, Alemanha e França, que passaram a considerar os animais não humanos seres senscientes, ao contrário do atual Código Civil brasileiro, que ainda os considera bens móveis.
MUDANÇA DE STATUS JURÍDICO...
Em decisão histórica França altera Código Civil e reconhece animais como seres sencientes
www.anda.jor.br/…/decisao-historica-franca-altera-codigo-ci…

Ver mais
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) está pronta para votar, em decisão terminativa, projeto de lei (PLS 351/2015) do senador Antonio Anastasia...
www12.senado.leg.br

Banda Lucas e Orelha é a grande campeã do SuperStar com 64% dos votos

  • A banda Lucas e Orelha teve 64% dos votos e foi campeã do 'SuperStar'
  • Fernanda Lima arrasou com vestido com aplicações e jeans e topete, numa pegada mais rock n'roll na grande final do 'SuperStar'
  • A banda Lucas e Orelha não parou de cantar, mas se emocionou ao perceber que haviam vencido a competição
  • A banda Lucas e Orelha foi apadrinhada por Thiaguinho no 'SuperStar'
  • A banda Lucas e Orelha cantou a música 'Menina Nerd' no último bloco do 'SuperStar'
  • Fernanda Lima, Rafa Brites e Sandy mostram o look escolhido para a final do 'SuperStar'
  • André Marques e Fernanda Lima estavam apreensivos no último bloco do 'SuperStar'
  • Mônica Iozzi imitou um dos figurinos de sucesso de Fernanda Lima no 'SuperStar'

Músicos da Bahia ficam com a voz embargada mas não param a apresentação ao vencer a competição
O programa "SuperStar " sagrou a banda Lucas e Orelha como novo talento musical no domingo, dia 12. Eles foram eleitos pelo voto do público e somaram 64% da preferência, superando os músicos da Scalene, que chegaram na final do programa em uma espécie de mata-mata musical que foi eliminando finalistas a cada bloco. Fernanda Lima, que caprichou no figurino que durante as 17 semanas em que esteve no ar, foi quem anunciou oficialmente os vencedores, desta vez vestida com um tubinho mesclado com jeans e cabelo com topete, dando um toque rock n'roll ao glamour do salto alto.
Diferente do processo dos outras semanas do programa, apenas o público pode votar. Os jurados faziam comentários após as apresentações, mas não tinham nem ao menos o poder de dar alguma porcentagem para os participantes. Também chegaram no último programa desta temporada do "SuperStar" Versalles e Dois Africanos. E foi Biggy, integrante da última banda citada, o sortudo que acabou dando um selinho no canto dos lábios de Fernanda Lima, não proposital, em junho.
Os meninos da banda Lucas e Orelha foram os últimos a se apresentar e não esconderam a emoção quando ouviram o estouro de que tinham ultrapassado da meta de 55% da preferência dos votos, enquanto cantavam "Menina Nerd", composição dos próprios. Os baianos seguiram cantando, com voz embargada enquanto a família comemorava na plateia. No final da apresentação, desta vez foi um estouro de abraços efusivos que se viu no palco. "Quero agradecer ao Brasil, mas antes de mais nada quero agradecer ao coroa e a minha mãe que está em casa. Muito obrigada por tudo. Acho que vou te dar uma vida melhor agora", disse Orelha. Eles foram apadrinhados por Thiaguinho - casado há quatro meses com Fernanda Souza - que não escondeu o orgulho e pulou da cadeira quando seus pupilos sagraram-se os campeões na votação.
Figurino de sucesso levou Mônica Iozzi a se fantasiar de Fernanda Lima
Mônica Iozzi aproveitou a visibilidade dos figurinos usados por Fernanda Lima para fazer uma brincadeira no ar. A apresentadora do "Vídeo Show " se "fantasiou" e apareceu igualzinha a colega do "SuperStar", com direito a peruca loira e tudo. O vestido é um autêntico Versace, utilizado pela loira na estreia da segunda temporada do reality musical. "É um vestido com placas de vinil. Na lateral tem uma fenda com detalhe em vinil", explicou Rodrigo Grunfeld, stylist de Fernanda, que completou 38 anos em junho