quarta-feira, 12 de novembro de 2014


Publicado em quarta-feira, 12 de novembro de 2014 às 16:37 Histórico

Inquérito do MPE cita oito casos de estupro na Fmusp

O inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE) que investiga os casos de violência sexual e agressão às mulheres e homossexuais na Faculdade de Medicina da USP (Fmusp) menciona a ocorrência de oito estupros nos últimos anos.
O documento obtido pela reportagem mostra que as vítimas, que relataram os episódios anonimamente, afirmaram que não houve "qualquer suporte da diretoria", que deixou de dar prosseguimento a procedimentos administrativos de apuração. Nesta terça-feira, 11, em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), duas jovens afirmaram terem sido estupradas em festas da Fmusp organizadas por veteranos da medicina.
"Não são casos pontuais. Desde o início me chamou atenção esse caráter coletivo, essa cultura de violação aos direitos, uma cultura opressora e violenta", afirmou a promotora Paula Figueiredo, da Promotoria de Direitos Humanos, à reportagem.
De acordo com Paula, o objetivo do inquérito é buscar mecanismos para reforçar, por meio de campanhas, uma mudança de estrutura interna que acabe com este tipo de ocorrência.
Segundo o inquérito, as vítimas relataram que houve tentativa de "ocultar os casos" para "evitar exposição à imagem da universidade". Uma das vítimas, que chegou a relatar anonimamente o episódio em que foi estuprada na imprensa, afirmou que tem sido humilhada.
O inquérito ainda cita dois casos concretos de discriminação contra homossexuais da Faculdade de Direito em festas da Fmusp - como foi relatado pelo jornal O Estado de S.Paulo à época. Um jovem, que pediu para não ter o nome identificado na reportagem, disse ter sido impedido de entrar em uma ala da festa Carecas no Bosque, que só aceitava casais heterossexuais. Outro rapaz foi expulso da festa pelo mesmo motivo.
A promotora pediu à USP que informasse todas as notícias recebidas nos últimos cinco anos relacionadas à violações sexuais ou discriminações, além de detalhamento dos mecanismos de punição aos casos pela universidade. O inquérito ainda pede informações sobre matérias da grade curricular que envolvam fundamentos de direitos humanos.
Ofensas
Uma das alunas que denunciou nesta terça na Alesp o episódio em que foi estuprada, afirmou que vem recebendo ofensas e ameaças pelas redes sociais. "Essa escória da Fmusp deveria ser extirpada da humanidade...lixos...essas prostitutas sujas deveriam sumir e ir cursar algo mais condizente com a mentalidade essência delas", disse um estudante. "Dia de luto para a grande Casa de Arnaldo" (...) Vejo punhados de infelizes alunos que não fazem a menor ideia de onde estão, da grandiosidade da Casa em que pisam, querendo minar mais de 100 anos de História", escreveu uma usuária em sua página pessoal.

O jeitinho de driblar as leis só aumenta a insegurança porque a sensação é de que pouca gente é punida.


12/11/2014 00h37 - Atualizado em 12/11/2014 03h40

Governo opta por mudar cálculo do superávit para cumprir a meta anual

Governo federal acumula déficit de R$ 15,7 bilhões e não cumpre a LDO.
Proposta de mudança eleva teto de gastos com PAC e com desonerações.

Marcelo CosmeBrasília, DF
O governo abandonou as metas fiscais que ele mesmo havia anunciado e pediu ao Congresso autorização para diminuir o esforço em economizar para pagar juros da dívida pública.

A proposta de mudança da Lei de Diretrizes Orçamentárias, formulada pelo governo, aumenta o teto dos gastos com o PAC e com desonerações e, na prática, não diz qual a meta de superávit agora a ser cumprida.

Receita de menos, despesa de mais e o resultado já é sabido: em vez de poupar R$ 116 bilhões para pagar os juros da dívida, o governo acumula até setembro um déficit de R$ 15,7 bilhões. Com isso, não cumpre a Lei de Diretrizes Orçamentárias. O jeito? Se depender do governo, é flexibilizar a meta.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias permite um abatimento de R$ 67 bilhões na meta do superávit primário. Corresponde a uma parte do que o governo investiu nas obras do PAC e com a desoneração de impostos. Agora, o governo quer que o abatimento seja integral. Se conseguir, o valor do abatimento chega R$ 127 bilhões até outubro.

Para a ministra do Planejamento, o governo não tem como definir uma nova meta.

“Seria arriscado cravar, nesse momento, uma meta. O que nós comprometemos é fazer superávit o maior possível”, declara Miriam Belchior, ministra do Planejamento.

Mas tudo isso depende do Congresso. A votação do projeto, que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias, vai ser o maior teste da presidente Dilma Rousseff depois da reeleição.

O vice-presidente Michel Temer lidera as negociações. “Já conversei hoje com o presidente da Câmara, o presidente do Senado. Conversei com os líderes do governo, líder Eunício Oliveira, Eduardo Braga, com os líderes do PT, do PMDB, e estão todos de acordo”, declara Temer.
O relator do projeto, senador Romero Jucá, diz que entrega o texto na quarta-feira (12) para ser votado na Comissão Mista de Orçamento.

“Nós vamos levar esse assunto a debate, mas nós queremos que essa matéria seja discutida e aprovada rapidamente porque é importante que o país deixe claro a situação do superávit e os mecanismos de controle fiscal”, explica o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

A oposição promete endurecer o jogo. “Nós não daremos à presidente a anistia antecipada que ela pede ao Congresso para perdoar a irresponsabilidade com que ela conduziu as contas do governo”, afirma o senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do PSDB no Senado.
12/11/2014 07h05 - Atualizado em 12/11/2014 07h17

Robô já se desprendeu da sonda Rosetta e segue para cometa, diz ESA

Pouso do módulo Philae tem previsão de acontecer em sete horas.
Missão é importante porque ajudará a entender a formação da vida na Terra.

Do G1, em São Paulo
Pouso no cometa (Foto: Editoria de Arte/G1)
A Agência Espacial Europeia, ESA, recebeu a confirmação na manhã desta quarta-feira (12) de que o módulo espacial Philae se desprendeu da sonda Rosetta e segue em direção ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
A liberação aconteceu no tempo previsto pelos cientistas, às 7h03 (horário de Brasília). Se tudo der certo, em algumas horas os cientistas poderão comemorar a primeira vez que um robô pousa em um cometa. Porém, há chance de 50% de a missão fracassar.
Por isso, os controladores de voo em Darmstadt, na Alemanha, sede da ESA, enfrentarão uma espera de sete horas de uma lenta queda livre, que alcançará a velocidade de 1 m/s no momento do impacto. Existe ainda um intervalo de 28 minutos e 20 segundos entre a emissão do sinal da Rosetta e a recepção dele na Terra - tempo chamado pelos cientistas como "minutos de terror".
A missão tem o objetivo de estudar materiais restantes da formação do Sistema Solar que estão no cometa, além de gases e gelo. A pesquisa ajudará a entender a formação dos planetas e o surgimento da vida na Terra.
A sequência de eventos prevista é a seguinte, (no horário de Brasília):
07:03. Separação da Philae a 22,5 km do núcleo. Começa a fase de descida e pouso.

BRASIL

Ineficiência da segurança pública eleva custo do combate à violência

Governo gasta mais com efeitos da criminalidade do que com políticas de prevenção. Investimento em segurança pública, compatível com o de países europeus, não é baixo, porém, mal aplicado, afirmam especialistas.
Os custos gerados pela violência no Brasil são três vezes maiores do que o valor destinado a políticas de segurança pública e prevenção da criminalidade. Em 2013, homicídios, serviços de saúde de emergência e contratação de segurança privada, por exemplo, consumiram 193 bilhões de reais – cerca de 4% do PIB nacional, de acordo com a parcial do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgada nesta segunda-feira (10/11).
"O gasto público com segurança não é pequeno, mas é insuficiente. As despesas, que são os efeitos perversos da violência, são muito maiores", afirma Renato Sérgio de Lima, pesquisador da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade responsável pelo levantamento.
O valor gasto pela União, estados e municípios com segurança representou 1,26% do PIB no ano passado, de acordo com o anuário. O percentual é compatível com a média dos países europeus (1,3%), mas é mal aplicado.
"A grande tarefa é pensar sobre a eficiência das políticas. Estamos perdendo jovens para a criminalidade, e esse é um custo extremamente oneroso para o país", analisa o pesquisador.
Se somados os gastos com prisões e unidades de medidas socioeducativas, em 2013, a violência gerou ao Brasil um custo de 258 bilhões de reais ou 5,4% do PIB.
"Quando se aplica 5% do PIB para combater a violência, deixa-se de investir em saúde, educação e inclusão de jovens do mercado de trabalho", diz Lima. "Seria muito mais produtivo gastar com prevenção de forma mais integrada, gestão e novas práticas de combate ao crime e de garantia dos direitos da população."
Para Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, o erro da gestão dos gastos em segurança pública está no investimento num "modelo falido". "Além de não haver investimento na prevenção, o país gasta muito dinheiro com um modelo que há 30 anos se mostra equivocado", afirma.
A falência no modelo de segurança pública adotado no país se reflete num sentimento de impunidade. O Índice de Confiança na Justiça Brasileira, medido pela FGV e divulgado nesta segunda-feira, mostra que 81% da população acredita que é fácil desobedecer às leis brasileiras e que sempre é possível "dar um jeitinho". Além disso, 57% acham que há poucos motivos para seguir as leis.
Mortalidade policial
Em 2013, 2.212 pessoas foram mortas em confrontos com policiais, uma média de seis assassinatos por dia. Em cinco anos, a polícia brasileira matou mais pessoas do que a polícia dos Estados Unidos num período de 30 anos. Muitos policiais também foram mortos: 490 somente em 2013, uma média de 1,34 por dia.
Para Lima, os dados revelam um jogo de mata-mata. "A polícia mata e se deixa morrer. Não é uma questão de desvio individual, mas de uma prática da corporação que incentiva o policial na ponta a se colocar em risco e, ao mesmo tempo, colocar a população em risco."
Um consenso entre especialistas em segurança pública é que uma reforma na estrutura policial é urgente. A medida mais difundida é adotar o ciclo completo, em que os mesmos policiais atuam tanto no trabalho ostensivo quanto na investigação. Hoje, o policiamento ostensivo é atribuído à Polícia Militar, e o trabalho judiciário é de responsabilidade exclusiva da Polícia Civil.
Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo
"Depois de fazer o flagrante, os policiais militares têm de entregar o caso para uma 'polícia concorrente', que é vista com desconfiança", diz Manso. "A polícia ostensiva tem muitas informações de rua que ajudariam a incriminar chefes das hierarquias das quadrilhas criminosas. Ao sair da investigação, o sentimento de frustração é muito forte. É importante integrar as polícias, inclusive, para reduzir a violência policial."
Um dos resultados dessa frustração é a ação de grupos de extermínio, que não é traduzida nas estatísticas oficiais. "Existem cifras negras gigantes. Grupos de extermínio agem em paralelo, nas horas de folga, em diversos estados, muitas vezes, motivados por vingança pela morte de algum policial. É um problema de enorme gravidade, que os dados oficiais não conseguem captar", analisa Manso.
Aprisionamento em massa
Com 711.463 presos, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo. Cerca de 30% dos encarcerados são presos provisórios, ou seja, aqueles que ainda não foram julgados.
Segundo Manso, a lógica do aprisionamento em massa tem que ser interrompida. Grande parte dos presos no país são réus primários condenados por tráfico de drogas ou furto.
"As prisões se transformaram em escritórios do crime. O tiro está saindo pela culatra", avalia o pesquisador. "Se a gente continuar gastando com esse sistema que produz resultados tão prejudiciais, vamos continuar investindo em tornar as pessoas piores."
Para o especialista em segurança pública Laurindo Dias Minhoto, a legislação penal brasileira reflete anseios populistas. Pouca produção legislativa é feita com base em dados empíricos.
"Há um excessivo interesse eleitoral na forma como se faz política de segurança e combate ao crime no Brasil. Não faltam instrumentos legais, nem instituições, falta incorporar uma cultura e uma prática policial mais comunitária e democrática", pontua Minhoto.

EUA e China estabelecem acordo sem precedentes para a redução das emissões de CO2

Pela primeira vez, os dois maiores poluentes do planeta aparecem juntos na luta pelo corte das emissões de gases de efeito de estufa.
Obama e Xi encontraram-se após a cimeira da APEC KEVIN LAMARQUE / REUTERS
Os Estados Unidos e a China alcançaram nesta quarta-feira um acordo histórico na área da redução das emissões de dióxido de carbono. As metas anunciadas implicam esforços adicionais por parte dos dois governos, mas as promessas das duas maiores potências mundiais servem como um incentivo para as próximas cimeiras climáticas.
A China comprometeu-se a antigir o pico das suas emissões de CO2 no máximo em 2030, ou se possível antes. Ou seja, depois disso, o país começará a reduzir as emissões. Até agora, a China tinha-se comprometido apenas a reduzir a sua intensidade carbónica – isto é, o volume de emissões por unidade de PIB – em 40-45% até 2020, em relação a 2005. É a primeira vez, agora, que o país assume uma meta relacionada com as emissões absolutas.
Pelo seu lado, os EUA prometem uma redução das emissões entre os 26% e os 28% até 2025, tendo como nível de referência o ano de 2005. A nova meta proposta por Washington é mais ambiciosa do que a anterior, de um corte de 17% até 2020.
O anúncio surgiu após um encontro bilateral em Pequim entre os dois líderes, que sucedeu à cimeira da APEC (Fórum para a Cooperação Económica da Ásia-Pacifico).
O acordo sem precedentes, estabelecido pelos dois países responsáveis por 45% das emissões mundiais de gases de efeito de estufa, é visto como um incentivo para o compromisso de reduzir as emissões poluentes a partir de 2020 e que será negociado durante a cimeira de Paris, em Dezembro de 2015.
“Temos uma responsabilidade especial na liderança do esforço global contra as alterações climáticas”, disse o Presidente norte-americano, Barack Obama, numa conferência de imprensa conjunta. “Hoje, estou orgulhoso em podermos anunciar este acordo histórico”, acrescentou.
O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que o compromisso assumido pelos dois países serve para “assegurar que as negociações internacionais sobre as alterações climáticas irão chegar a um acordo em Paris”.
A grande intenção do acordo parece ser a de constituir uma pressão adicional sobre outros países no âmbito do debate sobre as emissões de gases de efeito de estufa. “Se os dois maiores intervenientes globais no clima são capazes de aparecer juntos, a partir de duas perspectivas muito diferentes, o resto do mundo pode ver que é possível realizar verdadeiros progressos”, notou o vice-presidente da Fundação das Nações Unidas, Timothy Wirth, através de um comunicado citado pela Reuters.
Tanto Obama como Xi têm assumido o combate à poluição e a aposta nas energias renováveis como grandes prioridades das suas administrações. No entanto, os dois líderes enfrentam sérios obstáculos internos que levantam muitas reservas quanto às reais possibilidades de que as metas sejam efectivamente alcançadas.
Em Washington, as eleições intercalares do início do mês deram o controlo do Senado ao Partido Republicano, que também aumentou a sua maioria na Câmara dos Representantes — o que deverá dificultar qualquer entendimento sobre nova legislação.
As reacções ao anúncio de Obama fizeram-se chegar pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que criticou a “guerra ideológica contra o carvão” do Presidente. “Este plano irrealista, que o Presidente iria despejar sobre o seu sucessor, iria implicar impostos mais elevados e menos emprego”, disse McConnell, acrescentando que a prioridade da nova maioria republicana é a “diminuição do peso” das regulações ambientais.
Para a China, o caminho para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis parece ainda mais longo. De acordo com o Washington Post, a cada oito a dez dias é construída uma nova central eléctrica a carvão no país. Para além disso, para alcançar a fatia de energia não-fóssil de 20% até 2030, no conjunto total da energia produzida — outra das promessas de Xi —, a China terá de realizar um enorme esforço. Será necessário assegurar uma capacidade de gerar cerca de 800 a 1000 gigawatts em energias renováveis até 2030, algo semelhante à capacidade geradora de electricidade total nos Estados Unidos actualmente, segundo o WP.
            

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