19 de outubro de 2014 • 22h11
Dilma diz que tomará "medidas" para punir culpados de desvios na Petrobras
A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, afirmou neste domingo que tomará "medidas" para punir os culpados de desvios ilegais de recursos na Petrobras, em um esquema de corrupção para supostamente favorecer partidos políticos da base aliada.
"O que não se sabe é quanto e quem o fez. Isso não se sabe. Agora uma parte importante e fundamental é que vou tomar todas as medidas neste sentido para garantir o ressarcimento", declarou Dilma em entrevista coletiva em São Paulo antes de participar do penúltimo debate na televisão neste domingo.
Dilma enfatizou que "quem desviou dinheiro será punido" e, assim, espera que "o dinheiro retorne a Petrobras".
No sábado, pela primeira vez, Dilma admitiu que houve desvio ilegal de recursos na empresa.
As investigações indicam que 3% do orçamento dos contratos da Petrobras com outras empresas, principalmente da construção civil, era desviado para financiar as campanhas eleitorais, entre elas as do PT.
Os delatores, que estão confessando à Justiça em troca de uma redução de pena, são o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, em prisão domiciliar, e o empresário Alberto Youssef, proprietário de uma casa de câmbio que supostamente administrava os fundos e que está preso no Paraná.
No entanto, a presidente esclareceu que o que se conhece publicamente até agora são "vazamentos" para a imprensa de parte do áudio dos relatos de Paulo Roberto e Alberto, sem que ainda sejam "informações oficiais" por parte do Ministério Público.
Dilma voltou a se referir que as denúncias atingiram o falecido senador Sergio Guerra, então presidente do PSDB, partido de Aécio Neves.
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"Se os vazamentos são pertinentes, todo mundo está comprometido e o mesmo pau que bate em Chico, bate em Francisco", comentou Dilma, sobre o episódio de Guerra, apontado por Paulo Roberto de ter recebido propinas para evitar que a oposição instalasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito em 2009.
A presidente voltou também a citar a denúncia que Aécio alegou apresentará à Justiça Eleitoral contra a campanha do PT por supostamente "difamá-lo" por seu comportamento em relação às mulheres.
"Ele tem que aprender a respeitar as mulheres, porque chamou Luciana Genro e a mim de levianas, durante os debates na TV", lembrou Dilma.
Por outro lado, Dilma negou que haja inconsistência nos dados do Pronatec, iniciativa que é um dos pontos de destaque em sua campanha.
Da mesma forma que seu rival, Dilma assinalou que prefere ir para os debates para discutir propostas de governo e evitar as acusações pessoais, mas advertiu: "É impossível escutar agressões, preconceitos e falta de respeito sem responder".
Aécio, por sua parte, afirmou neste domingo no Rio de Janeiro antes de viajar para o debate em São Paulo que o reconhecimento por parte de Dilma da existência de desvios de recursos da Petrobras é "uma evolução", mas que chegou "um pouco tarde".
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