TEN POLIGLOTA 2012 - PMDF - CBMDF
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Hoje em 1:28 AM
TEN POLIGLOTA 2012 - PMDF - CBMDF |
Posted: 09 Mar 2014 08:08 PM PDT
“Por
que a polícia militar é importantíssima para preservação e manutenção
da ordem pública e a paz social, e ao mesmo tempo é tão desvalorizada?”
A
desvalorização tem seu embrião dentro da própria instituição
(legislação e cultura Policial Militar), com discriminações e
preconceitos regulamentados advindos de outra instituição, onde ocorrem
disparidades que não conciliam com os moldes de uma POLÍCIA CIDADÃ. Quem
não tem uma história de injustiça e humilhação dentro dos quartéis?
Cerca de 80% dos Policiais Militares queixam-se de problemas nas
relações de trabalho e 39,5% de assédio moral ou escala de trabalho, a
maioria dos abusos vem por parte de superiores hierárquicos (de acordo
com pesquisa da USP). Há também que ressaltar as diferenças exorbitantes
de salários, promoções, gratificações, auxílios, cargos de chefias e
cursos, sendo que a maioria destes benefícios chega a ser privativos aos
oficiais. Quem é contra a Hierarquia é contra a ordem! Chefias há em
todas as organizações, são importantes e fundamentais, também é justo
que quem exerce funções de maior responsabilidade tenha maiores salários
e certas prerrogativas, mas que não sejam uns exaltados e outros
discriminados, gotas para nós e rio para vós, como se uns fossem donos e
os outros servos, uns nobres e outros plebeus. Desvalorização e
desmotivação interna refletem no serviço externo, se o pai despreza o
filho não será o vizinho que o valorizará! Temos que entender que
hierarquia não é divisão de classes, e disciplina não é sujeição!
Os governantes e Políticos
investem pouco em instalações, equipamentos e treinamentos de
segurança, pagam mal aos policiais, não desenvolvem políticas públicas e
projetos sociais de médio e longo prazo que sejam eficientes e eficazes
e investem pouco em Educação. Lançam planos de segurança imediatistas e
paliativos ludibriando a sociedade, fazendo com que a polícia
enxugue gelo e passe por incompetente, criam leis brandas que favorecem
a impunidade. Usam as Polícias Militares, a maior instituição de
segurança pública e social do Brasil em efetivo, atuação e ações, como
curinga, fazendo o serviço das outras instituições, mas, no entanto, sem
dar o mesmo valor.
A imprensa,
por outro lado, parece ter certo preconceito, procuram sempre criticar
as ações da polícia Militar, boicotam ações positivas e dão grande
ênfase aos erros. Os apresentadores de tele-jornais sempre dão seus
pareceres sem embasamento especializado e científico, manipulando a
opinião pública e depreciando e ultrajando a imagem de uma instituição,
em que seus integrantes são profissionais engajados e comprometidos com
essa nobre missão (proteger e salvar vidas) sem um direito de resposta à
altura. Chama-se a atenção também o fato dos governantes investirem
cada vez mais em publicidade nestas empresas midiática, deixando em
cheque a imparcialidade das notícias.
A sociedade
brasileira se exime da responsabilidade, usando a Polícia como bode
expiatório, pois a criminalidade é conseqüência da degradação social,
desestruturação familiar e desigualdades e não culpa da Polícia. O
cidadão acha que lutar contra a criminalidade é uma guerra particular
entre a Polícia e bandido, engana-se, pois a polícia é apenas uma
ferramenta da sociedade de controle da violência e criminalidade, sendo
que esta luta é social e não individual, pois o Policial não é
onipotente, onisciente e onipresente. Hoje, a polícia age sem garantias
legais, não tem o amparo do Estado e nem o apoio da comunidade (70,1% da
comunidade não confiam na Polícia). Os Policiais estão exaustos e
acuados, pois sofrem todos os tipos de pressões e riscos físicos,
psicológicos, administrativos e jurídicos, pois ao invés de serem a
última alternativa para segurança, estão sento todas, e a única em
atuação. Tem que se admitir também, que a falta de conduta, preparo
emocional e técnico-profissional de alguns policiais contribuem muito
para essa realidade, fora o estigma de MILITAR x PAISANO, que se agrava
por estarmos em uma democracia.
O
policiamento comunitário veio como uma solução, pois uniria a sociedade
e a polícia e demais órgão públicos (multiagencialidade), onde a
Polícia faria apenas seu serviço social de SEGURANÇA, e não os projetos
sociais de responsabilidade de outras instituições que deveriam cumprir
seu papel institucional também. Mas se torna quase incompatível ter esta
junção em uma organização centralizadora (Militar), e também temos que
admitir que o militar é formado para mandar e obedecer e não para
negociar. Querem uma Polícia de controle ou Cidadã? Querem uma Polícia
de Segurança Nacional ou de Segurança Pública? A solução seria mesmo uma
polícia não militarizada, chocando-se menos e entendendo mais os
direitos de liberdade, tanto para quem é prestado o serviço, que é a
comunidade, como para quem presta o serviço, que é o policial, isso é
humanização do serviço policial. Aí sim, seríamos valorizados,
deixaríamos de ser meros números e elementos de execução, para sermos
humanos que protegem humanos!
Robson Dias
“Nós
queremos que a Pátria nos ame, nosso brio e valor tendo em conta, e que
ao ser ofendida nos chamem, para irmos vingá-la da afronta”. (Canção da
PMDF) Letra: SGT PM Guilherme Cruz
Fontes
de pesquisa: Diretrizes para uma Polícia Cidadã; Tese de doutorado da
socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP -
Viviane de Oliveira Cubas; ICJBRASIL, FGV, FBSP (70,1% da população não
confiam no trabalho das diversas polícias no País); Manual de
Policiamento Comunitário; RDE; Código de Ética PMDF; Lei de Segurança
Nacional (LSN); CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
No
Rio de janeiro mais um policial MILITAR perdeu a vida na luta desigual
do Estado contra o crime, cada dia mais organizado. E o mais
impressionante é a falta de apoio e o silêncio desse mesmo Estado que
ela representa, do Ministério Público, da OAB e dos Direitos Humanos.
Novamente
a única voz que ultimamente tem defendido as polícias brasileiras solta
o verbo mas, assim como nós, tornou-se uma voz solitária.
Por Tenente Poliglota...
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