sábado, 14 de novembro de 2015

13/11/2015 23h00 - Atualizado em 14/11/2015 01h15 'Há sangue por todos os lados': Testemunhas relatam noite de terror em Paris Dezenas de pessoas foram mortas em múltiplos ataques na capital francesa na noite desta sexta-feira.

Dezenas de pessoas foram mortas em múltiplos ataques em Paris nesta sexta-feira. A seguir, alguns relatos que testemunhas que estão na cidade concederam à BBC:
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'Sangue por todos os lados'
Ao sair da casa de shows Bataclan, onde pessoas foram mantidas reféns, uma testemunha disse que os atiradores "dispararam contra a multidão com uma arma semiautomática", de acordo com a rádio FranceInfo.
"Conseguimos escapar. Há sangue por todos os lados."
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'Pilha de corpos'
Ben Grant estava em um bar com sua mulher quando um dos ataques ocorreu. Ele disse ter visto seis ou sete corpos no chão e ouvido que os tiros foram disparados a partir de carros.
"Há muitos mortos. É horrível, para ser honesto... Estava na parte dos fundos do bar. Não consegui ver nada", ele disse.
"Ouvi tiros. As pessoas se jogaram no chão. Colocamos uma mesa sobre nossas cabeças para nos proteger. Ficamos presos no bar porque havia uma pilha de corpos na nossa frente."
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'Ouvimos duas grandes explosões'
O jornal Libération cita o jornalista Vicente, que estava no estádio Stade de France, onde a seleção francesa de futebol estava jogando contra a Alemanha.
"Todos foram para o campo. Uma multidão de pessoas ansiosas começou a se movimentar em direção à saída após o apito final, ninguém sabia o que tinha ocorrido do lado de fora."
"Ouvimos duas grandes explosões no primeiro tempo e depois uma outra menor. Um helicóptero sobrevoava o estádio após o primeiro tempo", ele disse.
"A partida continuou normalmente como se nada tivesse acontecido, mas estávamos acompanhando tudo no Twitter, especialmente o fato do presidente (François) Hollande ter sido evacuado, apesar de nenhum de nós o termos visto sair. Não vi nada do segundo tempo. Houve um anúncio de que as pessoas deviam deixar o estádio pelas saídas sul, norte e oeste, mas muitos espectadores voltaram cinco minutos depois."
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'Os atiradores eram jovens'
Julien Pierce, jornalista da rádio Europe 1 que estava dentro da Bataclan, descreveu o que viu:
"Vários homens armados entraram. Dois ou três deles, sem máscaras, carregavam o que pareciam ser armas automáticas e dispararam a esmo em direção ao público."
"Tudo durou entre 10 e 15 minutos. Foi tudo extremamente violento, causando pânico. Os atiradores tiveram tempo suficiente para recarregar suas armas três vezes. Eles eram jovens."
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'Pareciam fogos de artifício'
O britânico Jonathon Hill trabalha atualmente em Paris e diz ter visto um homem direcionando as pessoas para dentro da Bataclan, onde pessoas agora estão sendo mantidas reféns:
"Estava tirando dinheiro de um caixa eletrônico do lado de fora da estação de metrô, que fica a poucos metros da Bataclan. Estava pegando meu dinheiro quando ouvi três tiros, mas não acreditei a princípio que eram disparos de arma de fogo. Quase pareciam ser fogos de artifício estourando no meio da rua."
"Enquanto isso ocorria, vi um homem alto e parrudo, que parecia ser branco, a alguns metros de distância. Ele estava no meio da rua gritando 'vamos, vamos'. Ele parecia ser um bom samaritano, dizendo às pessoas para sair dos cafés e entrar. Em meio a isso, ouvi outro tiro e vi uma pessoa cair no chão do lado de fora do Bataclan."
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'Pessoas mortas no chão'
O estudante Fabien Baron estava na região central de Paris, a caminho da casa de sua irmã, quando ouviu tiros sendo disparados.
"Depois, vi três pessoas mortas no chão. Sabia que estavam mortas, porque elas estavam sendo envolvidas por plástico preto", ele disse à agência Reuters.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Hollande garante “França unida e determinada" 14 Nov, 2015 - 01:53

Chefe de Estado francês esteve junto ao Bataclan, centro de espectáculo onde houve mais vítimas.
O Presidente francês, François Hollande, esteve já esta sexta-feira na sala de espectáculos “Bataclan” onde cerca de 100 pessoas morreram após os múltiplos ataques terroristas de Paris.
Hollande estava acompanhado pelo primeiro-ministro, Manuel Valls, e os ministros do Interior, Bernard Cazeneuve, e da Justiça, Christiane Taubira.
“Há dezenas de mortos e vários feridos, muitos em estado grave e em estado de choque por causa daquilo que aconteceu. Estive no local onde estas pessoas assistiram a coisas atrozes”, disse.
O Chefe de Estado reafirmou que os franceses não se deixam impressionar e acrescentou que vão “intensificar o combate”. Seremos implacáveis”.
“Se há terroristas que são capazes de levar a cabo tais atrocidades é bom que tenham em mente que vão enfrentar uma França unida e determinada”, referiu.
Segundo fonte policiais, os três suspeitos de serem responsáveis pelo ataque ao Bataclan foram mortos durante o assalto feito pela polícia para libertar os reféns.

Brasileiro leva 3 tiros em ataque em Paris; há outro ferido Daniela Fernandes* De Paris para a BBC Brasil

Atendimento de feridos em Paris nesta sexta-feira (AFP)Image copyrightAFP
Image captionAtendimento de feridos em Paris nesta sexta-feira; dezenas de mortes já foram confirmadas
Dois brasileiros foram feridos nos ataques desta noite em Paris, disse à BBC Brasil a cônsul-geral do Brasil na França, Maria Edileuza Fontenele Reis.
Eles estavam no restaurante Le Petit Cambodge, nas proximidades do Canal Saint-Martin, no 10° distrito da capital, um dos locais onde ocorreram tiroteios que deixaram dezenas de mortos e feridos em estado grave.
Um dos brasileiros feridos tomou três tiros nas costas e seu estado é bem grave, segundo a cônsul-geral. Ele está sendo operado. Ele é um arquiteto que está de passagem por Paris para eventos profissionais, segundo ela.
O arquiteto jantava com amigos no Le Petit Cambodge, onde uma estudante brasileira também ficou ferida. Ela tomou um tiro de raspão e está consciente. Segundo informações iniciais, a estudante residiria em Paris.
De acordo com a cônsul, que ainda não pôde confirmar todos os detalhes, os dois estavam jantando com um grupo de amigos no local quando houve o ataque.
"Estou acompanhando de perto com muita apreensão o estado de saúde do arquiteto e não pude ainda confirmar outras informações", afirma Reis.
A cônsul-geral está em contato telefônico nesta noite com um professor, amigo do arquiteto, que está no hospital onde o brasileiro está sendo operado nesta noite.
Testemunhas que estavam no restaurante Le Petit Cambodge disseram à imprensa francesa que cerca de 20 a 30 tiros foram disparados no local, provavelmente com armas automáticas.
A capital parisiense foi alvo de uma série de ataques na noite desta sexta-feira, até o momento não reivindicados.
Dezenas de pessoas morreram por disparos ou explosões, segundo a imprensa local, e diversas foram mantidas reféns na casa de shows Bataclan.
O presidente francês, François Hollande, declarou estado de emergência e fechou as fronteiras do país.

Cinco terroristas neutralizados - procurador LUSA14 de Novembro de 2015, às 02:12

O procurador de Paris, François Mollins, afirmou hoje que até ao momento "foram neutralizados cinco terroristas" e que o número de mortos nos ataques pode ultrapassar os 120.
Cinco terroristas neutralizados - procurador
As autoridades francesas tinham reportado anteriormente que três suspeitos tinham sido mortos durante o assalto da polícia à sala de espetáculos Bataclan, e que um bombista suicida se tinha feito explodir junto ao Estádio de França, ao norte da capital.
A justiça francesa abriu um inquérito por assassínios relacionados com ação terrorista.
"A investigação vai procurar determinar o que aconteceu em seis locais: no Estádio de França, na Avenida de Charonne, com 18 mortos, na Avenida Voltaire, na rua Alibert, com 14 mortos, na rua Fontaine au Roi, com cinco mortos", afirmou o procurador.
Com a tomada de reféns no Bataclan, que terminou com o assalto da polícia, o número é "extremamente pesado", acrescentou.
Vários ataques registados na sexta-feira à noite, em Paris, provocaram pelo menos 120 mortos.
O presidente francês, François Hollande, já anunciou o estado de emergência e o encerramento das fronteiras de França na sequência do que classificou de "ataques terroristas sem precedentes" no país.
A segurança nas ruas da cidade foi reforçada com 1.500 soldados.

Massacre na França. Ataques são registrados em diversos pontos de Paris, com dezenas de mortos. Veja vídeos Terroristas mataram 118 reféns apenas em um teatro da cidade. Outro atentado ocorreu próximo ao estádio onde França e Alemanha disputavam jogo de futebol. Presidente François Hollande fechou as fronteiras do país. Ao menos dois brasileiros se feriram, um em estado grave, diz Itamaraty Da RedaçãoDA REDAÇÃO 13/11 19:47 , ATUALIZADO EM 14/11 0:19

THIBAULT CAMUS /ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOe de ataques deixou dezenas de mortos em Paris na noite desta sexta-feira (13/11). Bombeiros falam em 35 vítimas nas ruas da cidade, e o vice-prefeito mencionou 118 assassinatos dentro da casa de espetáculos Le Bataclan. As ações teriam relação com terroristas islâmicos. A capital francesa decretou toque de recolher. O Exército ocupa as ruas da cidade e todos os hospitais estão de prontidão.
Outro ataque, com tiros de metralhadora que partiram de um carro, ocorreu na porta do restaurante Petit Cambodge, no 10º bairro (arrondissement) de Paris. Também houve relatos de tiroteios no shopping Les Halles, próximo ao cemitério Père-Lachaise, e perto do centro cultural Georges Pompidou.
Mapa da localização dos atentados terroristas em Paris
Le BataclanNo Le Bataclan, um primeiro ataque teria começado no exterior do teatro, no bar Le Carillon, onde, segundo testemunhas, entraram cinco ou seis atiradores, sem máscaras, que começaram a atirar.
Internet/Reprodução
Internet/Reprodução

Dentro do teatro, pelo menos três homens fortemente armados fizeram reféns. Na hora da invasão, a banda Eagles of Death Metal se apresentava no local.
Um dos reféns enviou mensagens no Twitter informando que os terroristas estavam matando as pessoas dentro da casa de shows, e pedia que a polícia invadisse o local. Outra testemunha relatou que ouviu os captores, que seriam extremistas islâmicos, gritando as palavras “Iraque”, “Síria” e “vingança”.
Agentes de segurança invadiram o teatro e os primeiros relatos informam cerca de 100 reféns foram assassinados dentro do teatro. Dois terroristas teriam sido mortos e um policial, ferido.
Terroristas jovensO diário francês Libération reproduziu o testemunho de Julien Pearce, jornalista da Europe 1, que estava no Bataclan quando começou o tiroteio.
“Vários indivíduos armados entraram no concerto e dois ou três de rosto descoberto começaram a disparar com armas automáticas de tipo Kalachnikov [rifle de assalto semi ou totalmente automático de fabricação russa conhecido como AK-47] ao acaso sobre a multidão”, relatou.
Julien Pearce estima que o ataque tenha durado “entre 10 e 15 minutos”, destacando que “foi extremamente violento e houve pânico”. Ele detalhou ainda que “os terroristas tiveram tempo de recarregar as armas pelo menos por três vezes”, que “não estavam mascarados” e “eram muito jovens”.
EstádioAntes, foram registradas três explosões ao redor do Stade de France, estádio de futebol de Paris, onde ocorria um amistoso entre a seleção da França e a da Alemanha. Uma delas teria sido deflagrada por um homem-bomba. O presidente François Hollande teve de ser retirado por razões de segurança, mas os torcedores foram mantidos dentro da arena.
Em pronunciamento oficial, François Hollande disse que determinou o fechamento das fronteiras da França e anunciou que o país vai caçar todos os envolvidos com os atos terroristas. “Frente ao terror, a França tem que ser forte”, disse o presidente, que convocou uma reunião emergencial na manhã deste sábado (14).
Brasileiros feridos
Dois brasileiros se feriram, segundo o Itamaraty. De acordo com a embaixadora brasileira Maria Edileuza Fontenele Reis, eles foram submetidos a cirurgias. A diplomata disse ainda que uma é estudante e foi baleada na mão. O outro é um arquiteto que levou três tiros e, até a última atualização desta reportagem, estava em estado grave. 
Cerca de 70 mil brasileiros vivem no país europeu, a maioria em Paris. Segundo o governo brasileiro, o consulado e a Embaixada Brasileira na cidade estão de plantão e acompanham os desdobramentos do caso. 
Autoridades lamentam
A presidente da República, Dilma Rousseff, manifestou há pouco, por meio de sua conta no Twitter, a sua indignação com os ataques terroristas que deixaram pelos menos 40 mortos em Paris. “Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês”, disse.
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladmir Putin, também manifestaram solidariedade aos franceses. Os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmaram estar “profundamente horrorizados” com os ataques de Paris.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), telefonou para o embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, para manifestar pesar e prestar solidariedade. O Batalhão Rio Branco, da Polícia Militar, intensificou o policiamento em torno da embaixada francesa. “Expresso minha solidariedade às vítimas, familiares, amigos e ao povo francês”, disse Rollemberg.
Estado Islâmico
Contas do Twitter ligadas a militantes jihadistas celebraram os ataques em Paris, informou o grupo de Inteligência SITE, que rastreia militantes extremistas na internet. Segundo o site, terroristas do Estado Islâmico assumiram a autoria dos ataques.
Outro atentado terroristaEm janeiro deste ano, um atentado terrorista atingiu o jornal satírico Charlie Hebdo, também em Paris. Doze pessoas foram mortas e cinco ficaram gravemente feridas. Entre os mortos, estavam os chargistas Wolinski, Charb, Cabu e Tignous. Radicais islâmicos foram responsáveis pela ação.

Ataques em Paris deixam ao menos 140 mortos

Membros da brigada de incêndio da França ajudam feridos perto da casa de shows Bataclan, em Paris, após uma série de ataques na capital francesa nesta sexta-feira. 13/11/2015 REUTERS/Christian Hartmann
PARIS (Reuters) - Cerca de 100 pessoas foram mortas na noite desta sexta-feira na casa de shows Bataclan, no centro de Paris, e outras 40 morreram em outros locais na capital francesa e arredores em um ataque coordenado de militantes, afirmou uma autoridade da prefeitura de Paris.
Criminosos armados e homens-bomba atacaram restaurantes e bares lotados e uma casa de shows nos arredores de Paris na noite de sexta-feira, matando dezenas de pessoas no que o presidente da França, François Hollande, descreveu como um ataque terrorista sem precedentes.
Hollande declarou estado de emergência em todo o país e anunciou o fechamento das fronteiras francesas após a série de ataques.
"É um horror", afirmou Hollande em uma breve declaração em rede nacional de televisão, acrescentando que uma reunião de gabinete foi convocada.
"O estado de emergência será declarado", disse Hollande. "A segunda medida será o fechamento das fronteiras nacionais", acrescentou.
"Nós precisamos garantir que ninguém vai cometer nenhum ato desses e, ao mesmo tempo, garantir que os que cometeram esses crimes serão presos se tentarem deixar o país", disse.
Hollande afirmou ainda que pediu reforço militar na área de Paris para garantir que nenhum ataque seja realizado novamente.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que os aeroportos do país permanecerão abertos e que as operações de voos e trens serão mantidas.
"Os aeroportos continuam funcionando. Voos e serviços de trens estão garantidos", afirmou o ministério em comunicado.
(Reportagem de Emmanuel Jarry, Bate Felix, Ingrid Melander e John Irish)

ATAQUES EM PARIS 02:06 14.11.2015 Atacantes no Bataclan criticaram Hollande pela ação na Síria


© Philippe Wojazer / Reuters

Os autores de um dos ataques terroristas na noite de sexta-feira em Paris invocaram a intervenção francesa na Síria para justificar a sua ação, segundo vários testemunhos recolhidos pela AFP e pelo jornal Libération

"Ouvi os reféns dizerem claramente 'A culpa é de Hollande. A culpa é do vosso Presidente. Ele não devia intervir na Síria'. Eles também falaram do Iraque", afirmou uma destas testemunhas, que se encontrava na sala de espetáculos do Bataclan, onde dezenas de pessoas foram mortas.
Vários ataques registados na sexta-feira à noite, em Paris, provocaram pelo menos 110 mortos e pelo menos 500 pessoas ficaram feridas, segundo fontes policiais.
O Presidente francês, François Hollande, já anunciou o estado de emergência e o encerramento das fronteiras de França na sequência do que classificou de "ataques terroristas sem precedentes" no país. A segurança nas ruas da cidade foi reforçada com 1.500 soldados.