Dois terroristas foram mortos pela polícia durante a invasão à casa de shows Bataclan, em Paris, onde mais de 100 pessoas eram mantidas como reféns e dezenas foram mortas.
Segundo a prefeitura de Paris, 112 pessoas foram mortas numa série de ataques da noite de sexta (13), sendo 70 no Bataclan. É o pior ataque à França na história recente.
A emissora de TV BFM e o jornal Liberation, que cita o procurador de Paris, François Molins, dizem que cinco terroristas foram "neutralizados" no total.
Também foram registrados tiroteios em outros pontos da cidade e explosões perto do Stade de France, durante um amistoso entre as seleções da França e Alemanha.
O jornal “Le Monde” diz que uma fonte judicial especificou onde aconteceram as mortes desta sexta, em um balanço provisório: uma pessoa morreu no boulevard Voltaire, 19 morreram e 14 ficaram feridas em frente ao bar La Belle Equipe, na Rue de Charonne, 78 ou 79 pessoas morreram no Bataclan (entre elas três ou quatro terroristas), cinco pessoas morreram e oito ficaram feridas na Rue de la Fontaine au Roi, de 12 a 14 morreram e dez ficaram feridas no bar Carillon, na Rue Allibert, e dois homens morreram nas explosões próximas ao Stade de France, ambos suicidas que provocaram as detonações.
A polícia invadiu o Bataclan às 21h40 (horário de Brasília), após relatos de que pessoas estariam sendo executadas. Dois terroristas foram mortos na ação. Dez minutos antes da invasão, a Reuters afirmava que foram ouvidas cinco explosões perto do local.
Por volta da 1h30 (22h30, em Brasília), o presidente francês François Hollande chegou ao local, onde permaneceu por cerca de meia hora. “Há muitos feridos, feridos graves, feridos chocados com o que viram”, disse o presidente, ao justificar porque quis ir ao local. “Quando os terroristas estão dispostos a cometer tais atrocidades, eles devem saber que irão encarar uma França determinada”, acrescentou. “Iremos conduzir a luta (contra os terroristas), e ela será implacável”, garantiu.
A casa fica no boulevard Voltaire, no 11º arrondissement, e era palco de um show da banda Eagles of the Death Metal. A banda postou no Facebook: “Ainda estamos tentando determinar a segurança e o paradeiro da nossa banda e equipe. Nossos pensamentos estão com todas as pessoas envolvidas nesta situação trágica”
A banda, que na hora do início do ataque terminava o show no palco do Bataclan, escapou do palco pelos bastidores e está a salvo, segundo afirmou o irmão de um dos membros, Michael Dorio. O irmão dele, Julian Dorio, é o baterista do grupo. Em entrevista à CNN, Michael disse que os músicos chegaram a ver os atiradores, mas encerraram o show quando notaram o ataque e fugiram. “Quando eles ouviram os tiros eles apenas correram para o backstage. Ele me disse que viu os atiradores, mas não ficou por ali”, explicou Dorio.
O jornal também citou o relato de um jornalista da "Europe1", que estava no interior do Bataclan nesta noite: "Vários indivíduos armados entraram no meio do show", afirmou. "Dois ou três indivíduos não mascarados entraram com armas automáticas do tipo kalachnikov e começaram a atirar no público". O jornalista disse, ainda, que a ação durou de 10 a 15 minutos e que os atiradores eram jovens.
Um usuário do Facebook postou que estava dentro da casa de shows Bataclan. “Feridos graves! Estão atacando mais rápido. Há sobreviventes no interior. Eles estão assassinando todo mundo. Um por um. No primeiro andar, rápido!”, escreveu Benjamin Cazenoves. Em seguida ele postou que há "cadáveres por todo lado". "É um massacre".
O repórter Julien Pearce estava no Bataclan como espectador do show. Em entrevista à CNN, ele contou como conseguiu escapar da casa de shows. Segundo ele, no momento em que os terroristas
começaram a atirar no público, ele teve a ideia de se fingir de morto. "Falei para as pessoas deitarem e se passarem por mortos. Nós esperamos até que eles recarregassem as armas, então corremos e achamos uma pequena sala onde nos escondemos", explicou ele.
começaram a atirar no público, ele teve a ideia de se fingir de morto. "Falei para as pessoas deitarem e se passarem por mortos. Nós esperamos até que eles recarregassem as armas, então corremos e achamos uma pequena sala onde nos escondemos", explicou ele.
Pearce não explicou quantas pessoas estavam com ele nessa sala, mas disse que ela não dava passagem para fora do edifício, então o grupo esperou dentro da sala até que os atiradores esvaziassem novamente as armas.
"Então esperamos cerca de cinco segundos. Eles começaram a atirar, e depois nós corremos de novo. Foi então que eu vi o corpo de uma mulher, ela tinha levado dois tiros. Eu a levantei e nós corremos juntos", contou a testemunha. Já na rua, Pearce conseguiu parar um táxi e foi com a mulher até o hospital. "Não sei se ela sobreviveu, ela estava sangrando muito."
Segundo o repórter, a segurança na entrada do show não era rígida. “Eu entreguei o ingresso e entrei. Ninguém me revistou. A segurança era muito pobre”, disse ele.
Ao jornal "Le Figaro", uma testemunha contou que viu dois homens armados entrarem no Bataclan. "Eles estavam armados, vestidos normalmente: eles atiraram no exterior e no interior da sala", afirmou a testemunha.
Uma testemunha do aatque disse à rádio France Info que os atiradores dispararam contra o público gritando “Alá Akbar” (“Alá é grande”, em português). “Eu e minha mãe conseguimos fugir do Batacla (...), evitamos os disparos, havia muita gente por todas as partes no solo”, disse o jovem chamado Louis. “Uns indivíduos chegaram, começaram a disparar na entrada. Dispararam contra a mulidão gritando ‘Alá Akbar’, acho que com espingardas”.
Estado de emergência
O presidente francês, François Hollande, afirmou em declaração em rede nacional que está declarado estado de emergência em toda a França e que as fronteiras serão fechadas.
O vice-prefeito de Paris, Patrick Krugman, afirmou que vários ataques aconteceram ao mesmo tempo. Ele disse que houve "entre seis e sete locais de ataques no centro de Paris e fora.
O presidente francês, François Hollande, afirmou em declaração em rede nacional que está declarado estado de emergência em toda a França e que as fronteiras serão fechadas.
O vice-prefeito de Paris, Patrick Krugman, afirmou que vários ataques aconteceram ao mesmo tempo. Ele disse que houve "entre seis e sete locais de ataques no centro de Paris e fora.
EM RESUMO
- Explosões próximo ao Stade de France, em Paris, durante jogo entre as seleções da França e Paris
- Pelo menos três tiroteios aconteceram em outros pontos da cidade
- A prefeitura parisiense afirmaram que há 112 mortos, sendo 70 deles na casa de espetáculos Bataclan. A polícia fala que há dezenas de feridos em outros pontos da cidade
- Obama se pronunciou a favor da França dizendo que os EUA estão prontos para ajudar a França a "responder" ao ocorrido
- Pelo menos três tiroteios aconteceram em outros pontos da cidade
- A prefeitura parisiense afirmaram que há 112 mortos, sendo 70 deles na casa de espetáculos Bataclan. A polícia fala que há dezenas de feridos em outros pontos da cidade
- Obama se pronunciou a favor da França dizendo que os EUA estão prontos para ajudar a França a "responder" ao ocorrido
- O presidente da França, François Hollande, declarou em rede nacional que o país vai declarar estado de emergência e que as fronteiras serão fechadas. Cinco linhas de metrô de Paris estão fechadas
- Segundo a assessoria do Itamaraty, há dois brasileiros feridos nos atentados
- Polícia francesa invadiu a sala de concertos do Bataclan e mata dois terroristas
- Segundo a assessoria do Itamaraty, há dois brasileiros feridos nos atentados
- Polícia francesa invadiu a sala de concertos do Bataclan e mata dois terroristas
- O vice-prefeito de Paris afirmou que houve "entre seis e sete locais de ataques no centro de Paris e fora"
Alerta
A polícia emitiu um alerta, pedindo que os parisienses não deixem suas casas, "a não ser em caso de absoluta necessidade". Lugares públicos devem reforçar a segurança nas entradas e acolher aqueles que estiverem em necessidade. A polícia também ordenou que se interrompam as manifestações e eventos em áreas externas.
A polícia emitiu um alerta, pedindo que os parisienses não deixem suas casas, "a não ser em caso de absoluta necessidade". Lugares públicos devem reforçar a segurança nas entradas e acolher aqueles que estiverem em necessidade. A polícia também ordenou que se interrompam as manifestações e eventos em áreas externas.
Em Paris, os hospitais entraram em "Plano Branco", um estado de emergência e crise, segundo o "Le Monde". Cinco linhas de metrô tiveram seus serviços interrompidos.
Segundo a BBC, um homem usando uma arma automática abriu fogo no restaurante Petit Cambodge no 10º arrondissement, deixando ao menos sete feridos. A Reuters afirma que duas pessoas morreram ali.
Um repórter do "Liberation" que estava no local disse ter visto ao menos quatro corpos no chão. Já o repórter da BBC contou dez pessoas deitadas, sem conseguir identificar se estariam mortas ou feridas. Diversas ambulâncias já chegaram.
Um segundo tiroteio teve como cenário o bar "Le Carillon", segundo o Liberation. Na sequência, outro tiroteio foi registrado no 11º arrondissement.
Explosões no estádio
A BBC, o Liberation e o "Le Monde" afirmam também que houve três explosões do lado de fora do Stade de France. O presidente francês, François Hollande, foi retirado do estádio por segurança levado à sede do Ministério do Interior, onde acompanha o caso. A agência France Presse diz que ao menos uma das explosões foi um ataque suicida.
A BBC, o Liberation e o "Le Monde" afirmam também que houve três explosões do lado de fora do Stade de France. O presidente francês, François Hollande, foi retirado do estádio por segurança levado à sede do Ministério do Interior, onde acompanha o caso. A agência France Presse diz que ao menos uma das explosões foi um ataque suicida.
Após o final do jogo, o público começou a ser liberado lentamente.
O presidente americano Barack Obama fez um pronunciamento em que disse que a situação é “ultrajante” e que os EUA farão o que for possível para ajudar a França. “Faremos o que for necessário pra trabalhar com os franceses e as nações ao redor do mundo para buscar justiça”, disse. “Não quero especular no momento quem é o responsável até que sejamos informados pelas autoridades francesas que a situação está sob controle”. Obama disse ainda que o que aconteceu foi "um ataque contra toda a humanidade".
"Aqueles que acham que podem aterrorizar o povo da França e os valores que eles representam estão errados", afirmou Obama, dizendo que os EUA estão prontos para ajudar a França a "responder" ao ocorrido.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, escreveu em seu Twitter uma mensagem em que diz: "Estou chocado pelos eventos em Paris nesta noite. Nossos pensamentos e orações estão com os franceses. Faremos o que for possível para ajudar".
Segundo a Reuters, oficiais de segurança dos Estados Unidos acreditam que os ataques de Paris sejam coordenados. Já o vice-prefeito de Paris afirmou que ainda é cedo para saber se os ataques foram coordenados, mas que isso não pode ser descartado.
Rita Katz, diretora do SITE Intelligence Group, grupo de monitoramento do terrorismo, postou em seu perfil no Twitter que há especulações de que o Estado Islâmico esteja por trás dos ataques em Paris devido ao envolvimento da França em bombardeios contra o grupo na Síria.
Por enquanto, nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques.
Katz citou duas mensagens que teriam sido divulgadas em “canais do Estado Islâmico”. Uma delas diz: “Lembrem-se, lembrem-se do dia 14 de novembro #Paris. Eles nunca vão esquecer esse dia, assim como o 11 de Setembro para os americanos”.
A outra afirma: “A França envia suas aeronaves com bombas para a Síria diariamente e mata crianças e idosos, hoje está bebendo do próprio veneno”.
Katz disse ainda que adeptos do Estado Islâmico estão celebrando os ataques na França e ameaçam: “Esse é apenas o começo. Esperem até os istishhadis (suicidas) chegarem em seus carros”. Ela citou também outra mensagem em canais do Estado Islâmico: “França: à medida que você mata você está sendo morta”; “Nós estamos chegando, França”.
Rita Katz, diretora do SITE Intelligence Group, grupo de monitoramento do terrorismo, postou em seu perfil no Twitter que há especulações de que o Estado Islâmico esteja por trás dos ataques em Paris devido ao envolvimento da França em bombardeios contra o grupo na Síria.
Por enquanto, nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques.
Katz citou duas mensagens que teriam sido divulgadas em “canais do Estado Islâmico”. Uma delas diz: “Lembrem-se, lembrem-se do dia 14 de novembro #Paris. Eles nunca vão esquecer esse dia, assim como o 11 de Setembro para os americanos”.
A outra afirma: “A França envia suas aeronaves com bombas para a Síria diariamente e mata crianças e idosos, hoje está bebendo do próprio veneno”.
Katz disse ainda que adeptos do Estado Islâmico estão celebrando os ataques na França e ameaçam: “Esse é apenas o começo. Esperem até os istishhadis (suicidas) chegarem em seus carros”. Ela citou também outra mensagem em canais do Estado Islâmico: “França: à medida que você mata você está sendo morta”; “Nós estamos chegando, França”.
Ameaça
O hotel Molitor de Paris, onde está hospedada a seleção alemã de futebol, foi evacuado ao final da manhã desta sexta-feira (13) devido a um alerta de bomba.
Os jogadores alemães foram levados para outro hotel. Uma equipe especializada em explosivos esteve no local.
O hotel Molitor de Paris, onde está hospedada a seleção alemã de futebol, foi evacuado ao final da manhã desta sexta-feira (13) devido a um alerta de bomba.
Os jogadores alemães foram levados para outro hotel. Uma equipe especializada em explosivos esteve no local.