RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras voltou a registrar prejuízo no terceiro trimestre, depois de dois períodos de lucro, com o resultado sendo fortemente impactado pelo efeito do câmbio na dívida.
A estatal registrou prejuízo líquido de 3,8 bilhões de reais no período de julho a setembro, ante prejuízo de 5,3 bilhões de reais no mesmo período de 2014, quando reconheceu perdas de 6,2 bilhões de reais por pagamentos indevidos descobertos pela Operação Lava Jato. Nos dois primeiros trimestres deste ano, a estatal teve lucro de 5,3 bilhões e 531 milhões de reais, respectivamente.
O endividamento líquido atingiu 402,3 bilhões de reais, alta de 43 por cento em relação ao estoque em 31 de dezembro de 2014, principalmente em decorrência da depreciação cambial de 49,6 por cento no período. Cerca de 84 por cento da dívida da Petrobras é em moeda estrangeira.
Com o forte impacto do câmbio na dívida, o resultado financeiro líquido da companhia ficou negativo em 11,4 bilhões de reais no terceiro trimestre, quase 12 vezes maior que o saldo negativo no mesmo período do ano passado.
QUEDA NAS VENDAS
Mas menores vendas no mercado interno e a queda do preço do petróleo no mercado internacional também impactaram o resultado da estatal.
A receita com vendas da Petrobras caiu 7 por cento na comparação anual para 82,2 bilhões de reais no terceiro trimestre, com recuo nas vendas de diesel, de gasolina, entre outros derivados, em momento em que a recessão econômica do país afeta o consumo de combustíveis.
A hidroelétrica de Itaipu, no dia 13 de julho de 2015
A represa de Itaipu, sobre o rio Paraná, quebrou o recorde mundial de produção de energia elétrica nesta quinta-feira, com um pico acumulado de 2,3 milhões de megawatts (MWh), informou um funcionário da usina no lado paraguaio.
"Itaipu é o líder mundial em produção de energia", revelou o funcionário no Twitter.
"A eletricidade acumulada é suficiente para satisfazer a demanda mundial por 38 dias e 10 horas", destaca o comunicado. Itaipu opera desde maio de 1984.
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, disse à AFP que a energia hidroelétrica é um patrimônio muito importante de seu país em matéria energética.
"O Paraguai é um país com muita sorte pela capacidade de energia que tem graças às grandes represas (Itaipu e Yacyretá), que produzem energia limpa e renovável".
Segundo Cartes, a energia e os baixos custos de produção têm atraído investidores e indústrias para o Paraguai desde o início de seu governo, em agosto de 2013.
Uma série de protestos contra casos de racismo em diversas universidades americanas vem colocando novo foco sobre o debate a respeito de questões raciais nos Estados Unidos.
No episódio mais recente, o presidente da Universidade do Missouri e o chanceler do principal campus da instituição, na cidade de Columbia, foram forçados a renunciar após semanas de manifestações de estudantes, funcionários e professores contra o que consideram um clima de hostilidade racial.
Os manifestantes acusavam o presidente, Timothy Wolfe, de não levar suficientemente a sério reclamações sobre casos de racismo na universidade, que tem 77 mil alunos e 6 mil professores espalhados por quatro campi.
Entre os episódios relatados está o caso do presidente da Associação de Estudantes do Missouri, Payton Head, que é negro e disse ter sido alvo de ofensas racistas gritadas por um motorista enquanto caminhava pelo campus.
"Vivi momentos como esse várias vezes nesta universidade, fazendo com que eu não me sinta incluído aqui", disse Head em um relato no Facebook que foi compartilhado milhares de vezes.
Em outubro, um homem branco invadiu o palco onde um grupo de estudantes negros ensaiava uma apresentação e gritou ofensas raciais.
Em outro incidente, uma suástica foi desenhada com fezes na parede de um dormitório.
Greve de fome
Irritados com o que consideram falta de ação por parte da administração, estudantes e alguns funcionários e professores lançaram um protesto que envolveu um acampamento no campus em Columbia e uma petição com mais de 7 mil assinaturas exigindo a saída de Wolfe.
Um estudante chegou a fazer greve de fome até que Wolfe deixasse o cargo.
O time de futebol americano da universidade anunciou que iria boicotar os próximos jogos caso Wolfe não renunciasse – o que traria prejuízo calculado em US$ 1 milhão somente na primeira partida, marcada para sábado.
Diante da pressão, Wolfe e o chanceler do campus em Columbia, R. Bowen Loftin, renunciaram no início da semana.
"Assumo total responsabilidade por essa frustração e assumo total responsabilidade pela inação", disse Wolfe ao anunciar sua decisão.
Logo após as renúncias, a universidade anunciou a nomeação de um vice-chanceler interino para tratar de questões relacionadas a inclusão e diversidade.
Também foram anunciadas medidas como treinamento obrigatório sobre diversidade para estudantes, professores e funcionários, esforços para diversificar o corpo de professores e apoio para os que sofreram discriminação.
Atenção nacional
A polêmica na Universidade do Missouri atraiu atenção nacional.
A saída de Wolfe foi saudada pelo governador, o democrata Jay Nixon, como um passo necessário para a reconciliação na instituição.
"Há mais trabalho a ser feito, e agora a Universidade do Missouri deve seguir adiante, unida por um comprometimento com excelência e respeito e tolerância por todos", disse Nixon em um comunicado.
O porta-voz da casa Branca, Josh Earnest, elogiou os manifestantes e disse que os protestos nesta e em outras universidades tocam na "questão fundamental de garantir que haja espaço para todos" nos campi americanos.
O campus em Columbia fica próximo a Ferguson, cidade onde no ano passado a morte do jovem negro Michael Brown por um policial branco mergulhou o país em um profundo debate sobre questões raciais, que continua até hoje, alimentado por diversos outros casos de negros desarmados mortos pela polícia, muitos deles capturados em vídeo e vistos por milhares de pessoas.
Inspiradas pelo movimento Black Lives Matter ("Vidas Negras Importam", em tradução livre), que ganhou força a partir da morte de Brown, e com seu alcance ampliado pelas redes sociais, iniciativas semelhantes têm se espalhado por diversas outras universidades.
Yale
Na prestigiosa Universidade de Yale, no Estado de Connecticut, dois incidentes recentes levaram a um confronto entre alunos e a direção, acusada de fechar os olhos para o clima de racismo na instituição.
No fim de outubro, mulheres negras disseram ter sido impedidas de entrar em uma festa de Halloween no campus, organizada pela fraternidade Sigma Alpha Epsilon.
Segundo elas, um membro da fraternidade que controlava a portaria da festa disse que só aceitava garotas brancas. O presidente da Sigma Alpha Epsilon nega que o episódio tenha ocorrido.
A outra polêmica começou com um e-mail distribuído antes do feriado de Halloween, que pedia aos estudantes sensibilidade para evitar fantasias que pudessem ser consideradas ofensivas, como cocares ou o rosto pintado de preto.
Após ver esse comunicado, uma educadora infantil, mulher de um membro da administração, enviou um e-mail dizendo que os estudantes não deveriam se ofender com fantasias que brincam com estereótipos culturais e reclamando que os campi americanos estão virando locais de proibição e censura.
A mensagem revoltou alunos, que chegaram a agredir verbalmente o marido da autora.
Na semana passada, os manifestantes confrontaram a administração da universidade dizendo que esses episódios não são isolados e pedindo que autores de atos de racismo sejam responsabilizados por suas ações.
Após se reunir com estudantes representantes de minorias, o presidente de Yale, Peter Salovey, disse que ficou perturbado com alguns relatos de vítimas de discriminação e reconheceu que a universidade falhou com eles. A autora do segundo e-mail e seu marido se desculparam.
Outros casos
Há diversos outros episódios recentes de mobilização contra casos de racismo. Em uma escola secundária em Berkeley, na Califórnia, alunos deixaram as salas de aula em protesto contra uma mensagem de cunho racista deixada em um computador de uso público.
Na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles), estudantes invadiram o escritório do chanceler no mês passado e realizaram uma marcha no campus depois que alguns convidados em uma festa no campus apareceram com os rostos pintados de negro.
Em setembro, um ex-estudante da Universidade do Mississippi foi condenado a seis meses de prisão após pendurar uma corda em volta do pescoço da estátua do primeiro estudante negro da universidade.
No início do ano, um vídeo que mostrava membros de uma fraternidade da Universidade de Oklahoma cantando músicas racistas foi visto por milhares de pessoas e gerou comoção nacional. Dois membros foram expulsos.
Críticas
Apesar de chamarem a atenção para o problema do racismo nas universidades e de receberem elogios, algumas dessas mobilizações também provocam críticas.
O fato de manifestantes acampados no campus no Missouri terem impedido jornalistas de filmarem suas atividades foi interpretado por alguns críticos como prova de que esses ativistas muitas vezes não lidam bem com liberdade de expressão e com visões diferentes das suas.
O vice-governador do Missouri, o republicano Peter Kinder, disse em um comunicado que o incidente com a imprensa deve ser examinado e que "professores e funcionários não podem escolher que direitos, pontos de vista e liberdade respeitam".
Kinder disse que, enquanto não há espaço para racismo em uma universidade pública, também é preciso impedir que "uns poucos dissidentes conduzam as ações e decidam o futuro da universidade do nosso Estado".
"As preocupações dos estudantes devem ser ouvidas", afirmou. "No entanto, nossas universidades não podem ser conduzidas por indivíduos fazendo exigências ou recorrendo a ações extremas."
Depois de 36 dias parados, os médicos votaram pelo fim da greve, em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (12/11), e voltam ao trabalho a partir de sexta. No entanto, a categoria não aceitou a proposta do governo de pagar os reajustes somente em outubro de 2016 e os retroativos em 2017.
Com uma multa que ultrapassa a casa dos R$ 10 milhões, devido à ilegalidade da paralisação decretada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), o SindMédicos entendeu que não há mais chances de avançar.
Também na noite desta quinta-feira, os metroviários decidiram descruzar os braços a partir de amanhã. Em assembleia na Praça do Relógio, em Taguatinga, eles aprovaram, por 89 votos a favor e 69 contra, a volta às atividades.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, afirmou que o desgaste foi muito forte. “Tivemos um agravo negado. A greve foi considerada ilegal. Além disso, não dá nem para votar a proposta do governo, porque aquilo não é uma proposta”, disse.
A partir desta sexta -feira, 5 mil médicos voltam aos postos de trabalho, e a população poderá marcar consultas e ser atendida nos ambulatórios.
AssembleiaQuando a reunião já havia começado, chegou uma proposta do GDF à categoria. No documento, assinado pelo chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, o Executivo se comprometia a pagar, em outubro de 2016, a última parcela do reajuste salarial concedido ainda na gestão de Agnelo Queiroz (PT). Além disso, propunha criar um grupo de trabalho para criar alternativas de receita que permitam a quitação do retroativo a partir de janeiro de 2017.
Mas o documento foi lido e desconsiderado, pois o Sindicato dos Médicos não achou o exposto suficiente. A categoria baseou a votação nas propostas apresentadas aos outros sindicatos, por acreditar que elas serão implementadas de forma isonômica.
O Buriti e o SindMédicos não têm conversado muito nos últimos tempos. Depois de vídeo divulgado do presidente da entidade Gutemberg Fialho afirmando que os servidores passariam “quatro anos travando a máquina pública, boicotando o governo”, a relação ficou difícil. Quando o secretário de Saúde, Fábio Gondim, determinou, em 6 de novembro, a abertura de uma sindicância para apurar as declarações e a conduta do presidente do Sindmédicos, as negociações azedaram de vez.
Nesta quinta, em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, Sérgio Sampaio afirmou não ter sido procurado pela categoria para negociar. Mais tarde, decidiu encaminhar um documento formal à entidade. “A Casa Civil tem trabalhado, sempre esteve de portas abertas para todas as entidades sindicais, e não vai medir esforços para retomar a normalidade dos serviços”, disse.
Os médicos, que ficaram em greve por 36 dias, pedem, além do reajuste, melhoria nas condições de trabalho. Eles querem mais recursos para a saúde, equipamentos e compra de remédios.
Do lado de dentro, elas são apenas 52 a ocupar as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados. Mas, do lado de fora, ganharam o reforço de milhares de mulheres, cujo objetivo é barrar nas ruas a aprovação do PL 5069, que dificultará o acesso aoaborto em casos de estupro. Para aenfraquecida bancada feminina da Câmara, a mobilização feminista, que volta a protestar nesta quinta-feira, é a última esperança para evitar que o projeto seja colocado em votação no Plenário, possibilidade que a articulação delas não conseguiu afastar até o momento.
A tarefa é difícil. O projeto, de autoria do presidente da Casa, Eduardo Cunha, tem o apoio e o lobby das bancadas religiosas do Congresso. Juntos são cerca de 170 os parlamentares evangélicos e os católicos ligados à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB). O número alto desses parlamentares, que também recebem apoio de outras bancadas conservadoras, como a da Bala (segurança pública), dá a Cunha a garantia de um apoio político importanteneste momento em que ele está enfraquecido e ameaçado de perder o mandato por conta das denúncias de envolvimento com a corrupção da Petrobras.
Mas é justamente esse enfraquecimento de Cunha que pode trazer uma esperança para as mulheres em marcha, afirmam algumas parlamentares ouvidas pelo EL PAÍS. Como o foco dos protestos tem sido também o “Fora Cunha”, o presidente da Câmara pode querer evitar todo esse holofote, que aumentará quando o projeto de lei for colocado em votação.
Aprovado na comissão em 23 de outubro, o PL deverá ser votado pelos 513 parlamentares do Plenário, onde precisa de uma maioria simples (257) para ser aprovado. Eduardo Cunha é quem decide quando isso acontece porque como presidente da Câmara tem a prerrogativa de definir o que entra em votação e em qual momento. A avaliação da bancada feminina é que o projeto poderá ser colocado em votação já na semana que vem, caso as manifestações não mudem o cenário. “Cunha mexeu com um setor da sociedade que se mobilizou rapidamente, pois as mulheres serão diretamente afetadas por essa política retrógrada”, afirma a deputada Maria do Rosário (PT-RS).O PL 5069, que tramitava desde 2013 e não teve nenhuma movimentação na Casa em 2014, foi apreciado de forma relâmpago neste ano na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O projeto prevê penas para quem “vende ou entrega, ainda que de forma gratuita, substância ou objeto destinado a provocar o aborto”. Caso o responsável seja médico, farmacêutico ou enfermeiro, a pena aumenta. Ele ganhou umsubstitutivo do relator Evandro Gucci, ligado à CNBB, que incluiu ainda que o aborto só será autorizado quando o estupro for constatado em exame de corpo de delito e comunicado à autoridade policial. E mais: nenhum profissional de saúde poderá ser obrigado a aconselhar, receitar ou administrar procedimento ou medicamento que considere abortivo. Os religiosos acreditam que a pílula do dia seguinte se enquadra nesta categoria, o que dificultaria a sua distribuição caso a lei seja aprovada. A própria CNBB já deu declarações afirmando que o medicamento é abortivo e, por isso, “moralmente inaceitável".
“Os protestos estão conseguindo virar votos de deputados que naquele momento não entenderam a gravidade do que se estava discutindo”, afirma a deputada Cristiane Brasil (PTN-RJ). A deputada Renata Abreu (PTB-SP), que votou a favor do projeto na comissão, é um exemplo: deu declarações na imprensa afirmando que considera mudar seu posicionamento. “Sinceramente, tenho repensando os pontos relativos ao B.O. [Boletim de Ocorrência] e ao corpo de delito. Inicialmente, pensava que a obrigatoriedade para a realização deles seria positiva para evitar a banalização do aborto. Mas, depois da votação, passei a conversar com mulheres que foram vítimas de estupro e percebi que a questão não é tão simples assim", afirmou ela ao portal iG.
As parlamentares preveem que, se ganhar a batalha neste momento, o avanço conservador contra os direitos femininos só irá aumentar rapidamente. O próximo projeto que deverá começar a andar com celeridade é o PL 478 de 2007, conhecido como Estatuto do Nascituro (termo que se refere ao "ser humano concebido, mas ainda não nascido"), que dificulta ainda mais o aborto legal. Em setembro, a tramitação até então morosa do projeto ganhou nova movimentação: o deputado evangélico Marcos Rogério (PDT-RO) conseguiu aprovar o pedido de audiência pública, a primeira etapa para iniciar a discussão. A data, entretanto, ainda não foi marcada.
Vista do campo do River, em Buenos Aires, Argentina, no dia 12 de novembro de 2015
O clássico entre Brasil e Argentina, válido pela terceira rodada das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, foi adiado de quinta para sexta-feira por conta da chuva torrencial que castiga Buenos Aires.
"O mau tempo impossibilitou que a partida seja disputada. As fortes chuvas que continuam caindo em Buenos Aires provocaram a suspensão do jogo", informou a Federação Argentina (AFA) num comunicado.
O duelo foi remarcado para o mesmo horário em que deveria ter sido disputado nesta quinta-feira, às 21h00 no horário local (22h00 no horário de Brasília).
As imagens da televisão mostraram que o gramado do estádio Monumental de Nuñez estava totalmente encharcado uma hora antes da partida.
Se a chuva der trégua sexta-feira, Neymar fará com a seleção brasileira sua estreia nas eliminatórias, depois de cumprir suspensão pela confusão com o árbitro chileno Enrique Osses durante a Copa América.
Já a Argentina precisa lidar com desfalques de peso, principalmente no ataque, com as lesões de Lionel Messi, Sergio Aguero e Carlos Tévez.
A 'Alviceleste' fez um início de campanha pífio, somando apenas um ponto em duas rodadas, com derrota por 2 a 0 para o Equador na estreia, em pleno estádio Monumental, o mesmo que receberá o clássico contra o Brasil, e empate sem gols com o Paraguai, em Assunção.
O Brasil está numa situação mais confortável, mas longe do ideal. Perdeu por 2 a 0 para o Chile na estreia, em Santiago mas venceu a Venezuela por 3 a 1 na segunda rodada, em Fortaleza.