Policiais são vistos perto de mesquita onde foram realizadas buscas por apoiadores do Estado Islâmico nesta terça-feira (22) em Berlim (Foto: Hannibal Hanschke/Reuters )
A polícia de Berlim anunciou nesta terça-feira (22) uma operação em oito pontos da capital daAlemanha, incluindo uma associação anexa a uma mesquita, por suspeita de incitação à luta com o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.
As ações de busca começaram às 6h30 (1h30 de Brasília) e estão concentradas, entre outros, em um marroquino de 51 anos suspeito de tentativa de recrutar combatentes para lutar ao lado do EI, segundo a polícia.
Um macedônio de 19 anos também está entre os suspeitos e a polícia acredita que ele está naSíria.
Entre os locais revistados está uma associação anexa a uma mesquita no bairro de Tempelhof-Schöneberg (zona oeste), segundo um comunicado, que não revela mais detalhes.
Alerta O chefe do serviço de segurança nacional da Alemanha alertou nesta terça que islâmicos radicais podem buscar jovens refugiados que chegaram ao país para serem recrutados.
"Existe uma grande preocupação de que islamitas na Alemanha, no pretexto do oferecimento de ajuda humanitária, podem tentar tirar vantagem da situação dos imigrantes para converter e recrutar os que buscam asilo", disse Hans-Georg Maassen, presidente da agência de inteligência interna BfV.
"Nossa atenção está particularmente focada em jovens refugiados desacompanhados que podem ser presas fáceis para islamitas", disse Maassen.
Maassen disse que o número de muçulmanos salafistas ultraconservadores na Alemanha subiu para 7.900, comparado a 7.500 em junho. Cerca de 740 islâmicos da Alemanha viajaram para a Síria e Iraque.
Um terço destes está de volta à Alemanha, enquanto 120 morreram. Maassen disse que não ainda não havia provas que islamitas se infiltraram entre refugiados.
A onda de roubos, furtos e violência em praias da zona sul do Rio de Janeiro que marcou o último fim de semana pode se repetir no próximo sábado e domingo se as autoridades não planejarem uma resposta que integre órgãos policiais e de assistência social. A opinião é do coronel Ubiratan Ângelo, um dos coordenadores da organização não governamental Viva Rio.
Ângelo fez carreira na Polícia Militar do Rio e chegou a ser comandante da instituição. Atualmente trabalha em projetos da Viva Rio para desenvolvimento de pesquisas, ações de campo e criação de políticas públicas para promover a paz e a inclusão social.
Dezenas de pessoas foram roubadas durante o fim de semana no Rio por grupos de jovens nas praias de Copacabana, Ipanema e em ruas da região. Uma parte das ações foi filmada por órgãos de mídia e cinegrafistas amadores.
Os adolescentes escolhiam vítimas específicas e as atacavam com empurrões, socos e pontapés com o objetivo de roubar carteiras, bolsas e colares.
Em resposta, moradores locais se reuniram por mídias sociais e organizaram grupos de "justiceiros", que atacaram jovens suspeitos em ônibus que passavam pela região.
A polícia deteve quase 30 pessoas, entre adultos e adolescentes.
Autoridades relacionaram a onda de violência a uma decisão da Justiça – em resposta à uma ação da Defensoria Pública – determinando que adolescentes só poderiam ser apreendidos em caso de flagrante.
Isso teria feito com que a polícia deixasse de realizar a prática de prevenção que vinha acontecendo no mês anterior: a abordagem de jovens suspeitos em ônibus que se dirigiam da periferia à zona sul.
Segundo Ângelo, esse cenário pode se repetir se autoridades não coordenarem, até o fim de semana, ações integradas que envolvam não só a polícia, mas os órgãos de assistência social.
De acordo com ele, as condições que possibilitaram os episódios de violência no último sábado e domingo devem se repetir: praias lotadas, alta presença de turistas na cidade e efetivo policial dividido entre os eventos do Rock in Rio e jogos de futebol.
Na tarde de segunda-feira, o secretário da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou esforços para integrar as ações da polícia com a prefeitura e órgãos de assistência social para tratar do problema de adolescentes da periferia que seguem sem recursos e desacompanhados para as praias da zona sul.
Segundo Beltrame, órgãos responsáveis por menores seriam trazidos para auxiliar a atuação da polícia no patrulhamento da orla.
Leia trechos de Ubiratan Ângelo entrevista à BBC Brasil:
BBC Brasil – Os episódios de violência ocorridos nas praias da zona sul do Rio de Janeiro no último fim de semana eram arrastões?
Ubiratan Ângelo – Em todas as cenas mostradas de roubo e furto não há a presença de armas, mas o uso da força em conjunto. O que você tem é uma união de jovens que em determinado momento elegem uma vítima e todos a atacam ao mesmo tempo, diminuindo sobremaneira a capacidade de resposta da vítima, ou seja, de se defender.
As pessoas que estão em volta acabam correndo, gerando a sensação de que está havendo um arrastão, quando na verdade há uma pessoa só sendo roubada.
Então eu não vi um arrastão, eu vi vários episódios de roubo em área próxima, na praia. E vi pessoas correndo. Se alguém está sendo roubado e alguém corre, as pessoas começam a correr ou a pegar seus pertences e se afastar. Aquilo soa como um arrastão.
Já tivermos cenas de arrastão em outros anos em que várias pessoas vêm correndo e catando objetos de quem está no meio do caminho. Eu não vi essa cena, não há registro policial desse episódio.
BBC Brasil - Qual seria a abordagem correta das autoridades para lidar com o problema?
Ubiratan Ângelo – Nós temos dois fatos: jovens estão sendo acusados de atos criminosos como roubos e furtos. Esses jovens normalmente são negros e moram na periferia, em lugares de carência social já sabida há muito.
O outro fato são as ações que a polícia vinha tomando. A Polícia Militar fazia ações em ônibus, chamadas de caráter preventivo, separando aqueles jovens que estão com alguma coisa que possa gerar um flagrante e outros que estão em situação de risco. Ou seja, aquele jovem que não tem nem dinheiro para pagar a própria passagem de ida e consequentemente não vai ter como ficar na praia e nem como voltar. Ele vai ter que dar um jeito e sua ação pode cair na ilegalidade.
Mas a prevenção da questão social não cabe à polícia. São outras organizações que têm que se manifestar, com ações concretas e positivas, que possam trazer a redução do risco social pelo qual esses jovens passam.
A polícia tenta fazer uma ação preventiva, de contenção imediata, no momento em que o fato ocorre ou está para acontecer. Mas elas deveriam ser feitas por outros órgãos (de assistência social).
BBC Brasil – Como as ações da Defensoria Pública e da Justiça influenciaram os fatos do último fim de semana?
Ubiratan Ângelo – As autoridades que têm responsabilidade por isso não tomaram suas ações e a Defensoria Pública achou por bem sair da sua inércia e tomou uma medida do campo da percepção dos direitos humanos.
Ela disse que a polícia estava encaminhando jovens para a delegacia que não estavam em situação de flagrante. A informação que eu tenho da polícia é diferente: a polícia disse estar encaminhando para a delegacia jovens que praticam atos infracionais. Os jovens que estavam em risco seriam mandados para o campo (da assistência) social.
O secretário da segurança, dr. (José) Mariano Beltrame, diz que outros órgãos têm que atuar e está criticando essa ação do Judiciário (de proibir que policiais apreendessem menores sem flagrante).
A polícia pode prender ou apreender se não houver flagrante? Não pode. A polícia pode recolher quem estiver em situação de risco? Até pode, não há nenhum impedimento, mas não pode fazer isso sozinha, sem os responsáveis pela assistência social, pelo desenvolvimento social e pela questão da criança e do adolescente.
BBC Brasil – Mas na prática, com a iniciativa da Defensoria Pública, houve uma mudança no comportamento dos policiais que pararam de fazer as abordagens preventivas.
Ubiratan Ângelo – Essas operações não vinham acontecendo conforme deveriam acontecer, com a presença dos outros órgãos. O Judiciário proibiu que a polícia fizesse recolhimento (de adolescentes) se não houvesse flagrante. Assim, os jovens que poderiam estar em qualquer situação de risco deixaram de ser identificados pela polícia, mas isso não é a função da polícia.
Outros órgãos que tratam da criança e do adolescente e do desenvolvimento social têm que solicitar a presença da polícia para proteger os seus serviços, mas eles é que têm que realizar os serviços.
BBC Brasil – É possível proteger os moradores da zona sul, turistas e frequentadores da praia sem as abordagens preventivas?
Ubiratan Ângelo – Não se pode deixar de fazer ações, mas elas não podem ter o cunho repressivo policial. A polícia têm que reprimir o crime ou a possibilidade da ocorrência de crime, ou seja, quando você tem elementos fundamentais para fazê-lo. Ela não pode selecionar pela classe social, ela não vai resolver a questão social. Não compete à polícia fazer isso, mas lhe sobra fazer isso porque ninguém faz.
E pior, quando as autoridades públicas começam a dizer que a polícia está de mãos atadas, que ela não pode mais efetivar seu caráter preventivo, isso provoca na cabeça do cidadão o seguinte sentimento: estou abandonado então vou tomar as minhas providências. Não justifica o que jovens fizeram, atacando ônibus, atacando outros jovens, mas sim o porquê deles terem feito isso.
BBC Brasil – Como o senhor vê a atitude dos jovens da região que atacaram supostos suspeitos de participação nos crimes?
Ubiratan Ângelo – O que eles fizeram é crime, eles têm que ser presos porque não cabe a eles tomar ações de "pseudo justiceiros", ou fazer justiça com as próprias mãos.
BBC Brasil – E o que é preciso fazer depois que o crime acontece sem colocar em risco toda aquela multidão na praia?
Ubiratan Ângelo – Quando alguém é roubado e as pessoas começam a correr e começa a reverberar uma informação não necessariamente verdadeira: arrastão. Isso vai colocando cada vez mais pessoas em risco. Quando você vê um ataque a uma vítima você se sente fragilizado. Isso se ameniza com efetivo de controle social: Polícia Militar e Guarda Municipal.
BBC Brasil – Esses policiais devem andar com armas de fogo na praia?
Ubiratan Ângelo – Legalmente sim, tecnicamente não. Pelo mesmo motivo que não se usa arma de fogo em estádio. Por que é um espaço onde a probabilidade de ter um disparo contra ele (policial) é muito reduzida, tendendo a zero. Segundo: a probabilidade de um disparo dele acertar inocentes é quase 100%.
As ações acabam sendo resolvidas com o confronto corporal. Preferencialmente, um grupo de policiais entra em ação para poder dominar e conter a situação. Mas no entorno você tem que ter alguém (policial) com uma arma para uma situação mais grave.
BBC Brasil – Quais as medidas mais urgentes para serem tomadas para tentar evitar que esse cenário se repita?
Ubiratan Ângelo – Vamos pegar um fim de semana com uma potencialidade como o último: os jogos do campeonato brasileiro, o Rock in Rio, a praia lotada, manifestações de paz, em defesa da liberdade religiosa, uma série de eventos que demandam policiais e a guarda municipal.
Os efetivos dessas instituições são limitados. Então para atuar nesse momento, quando todo mundo sabia que a praia ia estar cheia com turistas internacionais e nacionais, você tem que ter ações em conjunto. A parte criminal deve ser conduzida pela polícia e a social por esses órgãos (de assistência social).
Então a medida mais urgente é que as autoridades sentem para discutir nesta semana, porque no fim de semana tem Rock in Rio de novo e pela expectativa vai ter sol. Ou seja, vai ter jogo e a praia vai encher novamente.
Elas devem saber o que vão fazer, quais serão suas ações com a participação da polícia e da guarda municipal.
Os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, concordaram na segunda-feira em reduzir a tensão entre os seus países por causa do fechamento da fronteira, que no entanto continua interditada. Os dois governantes, em declaração conjunta lida pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciaram o retorno imediato dos seus respectivos embaixadores a Caracas e Bogotá e a "normalização progressiva da fronteira". A crise, iniciada por Maduro em 19 de agosto, já afetou 20.000 pessoas, segundo dados da ONU – 1.500 que foram deportadas da Venezuela, e as demais 18.500 que decidiram abandonar por sua conta o país onde residiam, por medo de represálias.
"É o reinício das relações, apoiadas na cooperação, no respeito e no enfrentamento comum dos problemas de ambos os países", afirmouMaduro após o encontro. "Foi uma reunião muito franca, muito clara, num ambiente de irmandade. Quem triunfou hoje? A sensatez, o diálogo e o que deve triunfar sempre: a paz", prosseguiu. "Foi uma discussão serena, respeitosa e produtiva", acrescentou Santos.
Os dois mandatários definiram uma agenda de trabalho entre os seus países. Na próxima quarta-feira, alguns dos ministros implicados na crise se reunirão em Caracas "para discutir os temas sensíveis das fronteiras". Um dos aspectos a serem abordados é o do contrabando.
A reunião da segunda-feira, ocorrida na residência particular do presidente equatoriano, durou quase cinco horas. Os dois governantes foram recebidos por seus colegas Correa (Equador) e Tabaré Vázquez (Uruguai), facilitadores do encontro por serem os atuais presidentes da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), respectivamente. O formato da reunião havia sido combinado previamente pelas chancelarias. Em primeiro lugar se reuniram os quatro presidentes, acompanhados de seus chanceleres, durante três horas; posteriormente, estando clara a predisposição ao diálogo, o encontro foi ampliado para que tivesse a participação de outros membros das delegações.
Santos desde o primeiro momento defendia uma solução diplomática e negociada para a crise iniciada por Maduro, embora os resultados até agora fossem nulos. "Vamos embora com as melhores das intenções, mas sem grandes expectativas", disse o presidente colombiano antes de partir, menos otimista que seu homólogo venezuelano. "Venho com a mais alta vontade de paz com a Colômbia", assegurou Maduro ao chegar a Quito com uma mensagem clara: "Ou ganhamos a paz ou ganhamos a paz". Santos e Maduro buscaram demonstrar proximidade diante das câmeras.
Trata-se do primeiro encontro entre chefes de Estado desde que Maduro decidiu fechar parte da fronteira com a Colômbia, em 19 de agosto, após um incidente em que três membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) ficaram feridos, segundo o Governo venezuelano, por paramilitares e contrabandistas colombianos. Uma medida inicialmente vista como preventiva – o primeiro anúncio estipulava 72 horas de interdição – levou, dois dias depois, ao fechamento por tempo indeterminado da ponte Simón Bolívar, sobre o rio Táchira, que separa a Colômbia da Venezuela. Maduro, além disso, decretou estado de exceção em vários municípios venezuelanos fronteiriços e começou a deportar cidadãos colombianos que viviam no seu país.
Com o passar dos dias, o presidente venezuelano foi fechando paulatinamente outros trechos da fronteira com a Colômbia, que tem ao todo 2.200 quilômetros, e decretando estado de exceção em mais municípios. No total, a situação de emergência vigora em 23 localidades de três Estados (Zulia, Apure e Táchira). Maduro só deixou livre a zona fronteiriça na região amazônica. Nos municípios sob estado de exceção está proibido o direito de manifestação, um fator crucial com vistas às importantes eleições legislativas de 6 de dezembro próximo, quando os venezuelanos escolherão os integrantes da nova Assembleia Nacional unicameral. Em 8 das 23 localidades afetadas a prefeitura é dominada por opositores do Governo de Maduro.
O ex-diretor de Marketing do BB Henrique Pizzolato (Foto: Reprodução/TV Globo)
O Conselho de Estado da Itália, última instância da justiça administrativa do país europeu, voltará a se reunir nesta terça-feira (22) para analisar novamente a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do BrasilHenrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão. Pizzolato fugiu em 2013 do Brasil para escapar da prisão.
Segundo informou a Procuradoria Geral da República, que tenta trazer o petista de volta ao país, a sessão do Conselho nesta terça deverá manter ou rejeitar uma decisão liminar (provisória) proferida em junho em favor de Pizzolato que suspendeu o processo de extradição. O resultado, porém, só deve ser anunciado na quarta-feira (23).
Se a liminar for mantida e o processo de extradição continuar suspenso, Pizzolato poderá ser solto da Penintenciária de Modena e o governo brasileiro poderá recorrer ao próprio Conselho de Estado. Se for rejeitada, a extradição é reabilitada, mas o ex-diretor do BB ainda poderá apresentar um recurso à Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo, na França.
"São três unidades que podem perfeitamente recebê-lo sem que ele sofra nenhuma violência, sem nenhuma lesão à sua integridade física ou à sua vida, e que cumpriria a pena do mesmo modo que os outros réus condenados na ação penal 470 cumpriram", afirmou Aras.O procurador da República Vladimir Aras, que atua no caso, afirmou nesta segunda (21) que o Brasil entregou novos documentos e vídeos ao Conselho de Estado demonstrando condições de Pizzolato cumprir a pena de forma digna no Brasil, seja no presídio da Papuda, em Brasília, ou em outras duas prisões em Santa Catarina, caso queira ficar perto da família.
O imbróglio em relação à extradição de Pizzolato ocorre porque ele tem cidadania italiana. Um dos principais entraves para sua entrega é a garantia, pelo Brasil, de que ele terá condições dignas se for encarcerado no país.
Aras explica que o esforço do Brasil para trazer Pizzolato de volta é importante para possibilitar outras extradições futuras. "Não é pelo fato de se tratar de Henrique Pizzolato. Mas pelo fato de que se esse argumento de que o sistema prisional brasileiro não pode receber um extraditando, nós teremos dificuldade de obter extradição de qualquer outro país europeu", disse.
Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, mas como está preso desde 2014 na Itália, poderá abater o tempo de prisão a que foi condenado no Brasil. A PGR calcula que em junho de 2016 ele já poderia passar para o regime semiaberto, em que passa o dia fora se conseguir trabalho e apenas dorme na cela.
Fuga e processo Pizzolato foi condenado em 2012 por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. No ano seguinte, antes de ser expedido o mandado de prisão, ele fugiu para a Itália.
Declarado foragido em 2014, ele foi encontrado e preso pela Interpol em Maranello, município do norte da Itália. Após Pizzolato ser detido, o governo brasileiro pediu sua extradição à Justiça italiana.
A solicitação do Brasil foi negada na primeira instância pela Corte de Apelação de Bolonha, mas a Procuradoria-Geral da República recorreu e a Corte de Cassação de Roma decidiu, em fevereiro deste ano, conceder a extradição. Em 24 de abril, o governo da Itália autorizou que ele fosse enviado ao Brasil para cumprir a pena do mensalão.
O processo sofreu um revés depois que a defesa apelou à Justiça administrativa da Itália, instância que tem poder para suspender decisões do governo. No caso, a autorização do Ministério da Justiça italiano que liberou a entrega de Pizzolato a partir da decisão judicial.
Seres extraterrestres existem? Se sim, por que eles não se comunicam com a Terra? Bem, Edward Snowden tem uma resposta para isso. O ex-analista de sistemas da CIA, famoso por deflagrar um esquema de espionagem dos Estados Unidos, falou sobre a comunicação dos aliens com nosso planeta.
Para ele, é um fato que seres extraterrestres existem. Então por qual motivo eles não se comunicam com os seres humanos? Snowden diz que a culpa disso acontecer é bastante simples: a criptografia de dados utilizada por esses seres. Segundo ele, isso impede que as mensagens cheguem até nós.
Snowden acredita que qualquer civilização bastante avançada tem a tendência de criptografar seus dados para proteger as informações importantes. Assim sendo, as mensagens vindas de fora da Terra só seriam descobertas se alguém tivesse a “chave” certa para descriptografar o que foi enviado em qualquer frequência em questão.
“Se tivermos uma civilização alienígena, de outro planeta, tentando ouvir outras civilizações, ou mesmo nossa civilização tentando ouvir os extraterrestres, há apenas um pequeno período no desenvolvimento da sua sociedade quando toda a sua comunicação será enviada desprotegida através dos meios mais primitivos”, explicou ele ao podcast StarTalk.
Resumindo, Snowden acredita que se a raça extraterrestre existir e for inteligente, dificilmente será identificada na Terra justamente por não utilizar meios rudimentares de comunicação. Questionado se, assim, acreditava que os aliens tinham o mesmo sistema de proteção de informações que os humanos, ele afirmou acreditar que “eles estão um pouco a frente”.
Ao passo que Snowden, responsável por revelações gigantescas do âmbito político, abriu o jogo sobre o que acha sobre os alienígenas, especialistas da área já o rebatem. Para eles, é impossível prever como que seres que sequer sabemos como se comportam se comunicariam. Para esses especialistas, sem provas Snowden falou apenas mais do mesmo.
Nas redes sociais britânicas só se fala do #piggate, escândalo revelado pelo diário britânico Daily Mail na noite de domingo e matéria de capa desta segunda-feira.
O jornal publicou trechos de uma biografia do primeiro-ministro britânico David Cameron, assinada por Lord Ashcroft e Isabel Oakeshott. O que mais chamou atenção é o capítulo dedicado a seus anos de estudante na Universidade de Oxford. De acordo com o livro, Cameron era um membro da Flam Club, um grupo que além de experimentar maconha era especializado em “rituais bizarros e excessos sexuais”. Durante o seu rito de iniciação, Cameron, abrimos aspas e traduzimos literalmente “colocou uma parte privada de sua anatomia na boca de um porco morto”.
Os autores explicam que quando sua fonte, um deputado, contou-lhes essa história eles a tomaram como uma piada. Mas o congressista insistiu em outras duas ocasiões que era verdade, dando mais detalhes e indicando que existe uma fotografia à qual os autores não tiveram acesso e que está em posse de alguém cujo nome se desconhece.
Ou seja, a história tem uma única fonte não identificada que se baseia em uma foto que ninguém viu. Além disso, Lord Ashcroft não tem uma relação muito boa com Cameron. De acordo com oTelegraph, esse político e homem de negócios esperava que Cameron lhe oferecesse um importante cargo político, o que não aconteceu. Não admira que a manchete do Daily Mail comece com a palavra “Revenge!” (“vingança”).
Mas a história é tão escabrosa, delirante e, vamos reconhecê-lo, engraçada que desde ontem à noite o Twitter está cheio de piadas a esse respeito. Desde então foram publicados mais de 130.000 tuítes com a hashtag #piggate (o escândalo do porco). Com exemplos como estes:
“Eles sabem”.
“Por Deus, solte esse pobre animal agora mesmo, Cameron!”
“Meus desejos são... pouco convencionais”. “Então mostre-os.”
“Deveríamos nos beijar para quebrar a tensão?”
“Finalmente posso usar esse recurso. [Refere-se a ‘denunciar por spam’. Spam é um tipo de carne de porco enlatada]
“Entrevista coletiva. Cameron: Alguém tem alguma pergunta? * Todo mundo levanta a mão *. Cameron: Alguma que não seja sobre o porco? * Todo mundo abaixa a mão *.”
“Vejo esses tuítes sobre David Cameron e eu... Simplesmente...”
E Cameron é chamado de Hameron. (“Ham” significa presunto em inglês).
Até mesmo os políticos responderam às insinuações. Tim Farron, líder dos Lib Dems, a quinta força do Parlamento britânico, tuitou: “Nunca estive mais feliz em ser vegetariano”, enquanto Natalie Bennett, líder do Partido Verde, escreveu que estava preparando uma conferência: “Eu não me distraí. Nem um pouco.”
Claro, alguém abriu uma conta paródia para o porco no Twitter.
“David Cameron, foi coisa de uma única noite. Pare de me enviar mensagens.”
O episódio deixou um gosto ruim na minha boca.
Um momento, isso me lembra ‘Black Mirror’
A história apresenta muitos pontos em comum com o primeiro episódio da série britânica Black Mirror. Neste capítulo, que estreou em 2011, sequestram a princesa do país. O resgate exige que o primeiro-ministro tenha relações sexuais com um porco na televisão. O episódio mostra as dúvidas iniciais, as piadas no Twitter e um final chocante que não vamos mencionar para evitar spoilers.
Por causa das semelhanças, Charlie Brooker, o criador da série, teve de negar no Twitter que tivesse ouvido o boato: “Só para esclarecer: não, nunca tinha ouvido falar nada sobre Cameron e um porco quando inventei essa história. Então, isso me surpreende.”
“Merda. Acontece que Black Mirror é um documentário.”
Isso não se pode sequer desmentir
A história tem um antecedente americano mencionado por Hunter S. Thompson em seu livro sobre a campanha para a eleição presidencial dos EUA de 1972, conforme salientou na manhã desta segunda-feira no Twitter o cientista político norte-americano Jeffrey Lewis. O jornalista conta uma antiga história de Lyndon B. Johnson, que provavelmente também é falsa: Johnson estava com dificuldades em uma primária e sugeriu ao seu chefe de campanha espalhar o boato de que seu adversário tinha relações com animais de fazenda.
– Deus, não há nenhuma maneira de que possamos chamá-lo de “comeporcos”, protestou o responsável pela campanha. Ninguém vai acreditar em algo assim.
– Eu sei, respondeu Johnson. Mas façamos com que esse filho de uma cadela tenha de desmentir.
E nessa circunstância se encontra agora o primeiro ministro britânico. Não pode sequer negar a história, porque isso implicaria em dar credibilidade e presença na mídia à história. Mas como Cameron não nega, está enfrentando manchetes como esta, doIndependent: “Downing Street se mantém em silêncio sobre as alegações de que David Cameron colocou seus órgãos genitais na boca de um porco morto enquanto estava na Universidade de Oxford”.
Uma enorme manchete do ‘Independent’.
Em suma, trata-se de uma história publicada por alguém que tem rancor contra o protagonista, sem fontes, sem provas, que lembra uma série de televisão, que tem pontos em comum com uma anedota política norte-americana e que não pode ser desmentida sem fazer um papel ridículo. Felizmente quase todo mundo a está considerando uma piada.
A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, transmitiu por canais diplomáticos sua rejeição à nomeação de Dani Dayan como novo embaixador de Israel em Brasília. A mandatária advertiu o Governo de Benjamin Netanyahu que negará a oficialização caso insista em manter sua designação, já que Dayan reside num assentamento judaico na Cisjordânia e foi dirigente da principal organização dos colonos, que se opõe à criação de um Estado palestino.
O Ministério de Relações Exteriores de Israel, cujo titular é o próprio Netanyahu, confirmou no último dia 6 a nomeação de Dayan, nascido na Argentina há 59 anos, como embaixador em Brasília. A vice-ministra de Relações Exteriores, Tzipi Hotoveli, defendeu nesta segunda-feira a idoneidade do ex-dirigente dos colonos para o cargo diplomático. “Sua trajetória pública e sua ideologia devem ser uma vantagem, e não uma desvantagem para representar a postura do atual Governo, que apoia nosso direito a assentamentos na Judeia e Samaria [Cisjordânia]”, afirma Hotovely em comunicado citado pela agência EFE.
Dayan, que entre 2007 e 2013 dirigiu o conselho que agrupa os assentamentos na Cisjordânia, faz parte do partido ultranacionalista Lar Judaico, peça-chave da coalizão liderada por Netanyahu. O principal reduto de votos dessa força política são as colônias dos territórios ocupados, onde vivem 550.000 pessoas, levando-se em conta os assentados de Jerusalém Oriental.Mais de 40 organizações brasileiras e vários deputados questionaram o novo enviado de Israel, por simbolizar a ocupação do território palestino que o Brasil não reconhece como israelense. Setores da sociedade israelense também criticaram a nomeação de Dayan. O diplomata Alon Liel, ex-diretor geral no Ministério de Relações Exteriores, justificou na terça sua oposição à designação em declarações à emissora de rádio do Exército. “Em Israel, criou-se quase um consenso de que caminhamos rumo a um Estado único binacional, enquanto no resto do mundo há um claro consenso de que deve haver dois Estados [um israelense e outro palestino]”, argumentou.
As relações entre o Brasil e Israel pioraram durante os Governos do Partido dos Trabalhadores (PT), que condenaram a violação do direito internacional representada pela ocupação israelense dos territórios palestinos. O Brasil retirou seu embaixador de Israel durante a guerra de Gaza de 2014.
“Israel está centrado no desenvolvimento de relações econômicas com os mercados da América do Sul, com ênfase no Brasil”, disse o primeiro-ministro ao anunciar a nomeação de Dayan em agosto passado. A comunidade judaica brasileira tem entre 100.000 a 120.000 membros, e milhões de cristãos evangélicos brasileiros mostram grande simpatia pelo Estado de Israel, como acontece com os dos EUA.