segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Má gestão das contas é fundamento jurídico para impeachment, diz procurador do TCU Mariana Schreiber Da BBC Brasil em Brasília

Júlio Marcelo de Oliveira | Foto: Agência SenadoImage copyrightAgencia Senado
Image captionProcurador espera que ministros rejeitem as contas do governo Dilma Rousseff
À frente das investigações sobre as supostas irregularidades nas contas do governo Dilma Rousseff de 2014, o procurador do Ministério Público Júlio Marcelo de Oliveira, que atua no Tribunal de Contas da União (TCU), acredita que a "profunda crise econômica" que o país atravessa é consequência da "farra fiscal".
A expectativa é que o TCU decidirá em breve, no início de outubro, se recomenda que o Congresso Nacional rejeite ou aprove as contas do governo do ano passado. Se o tribunal considerar que houve irregularidades na gestão fiscal e decidir recomendar sua rejeição – e o Congresso concordar com essa avaliação –, Oliveira acredita que isso poderia ser um argumento jurídico para fundamentar o pedido de abertura do impeachment da presidente.
No entanto, ele ressalta, que está é uma decisão "com forte carga política".
"Sem dúvida que a má gestão das contas públicas, a ponto de serem rejeitadas, seria um fundamento jurídico. Mas a conveniência política é uma questão privativa do Congresso", afirmou.
"Minha expectativa é que os ministros percebam a gravidade das infrações, das irregularidades cometidas, e opinem pela rejeição das contas. A gente está em uma crise econômica profunda que é em grande parte fruto daqueles erros de gestão", argumentou.
Foi Oliveira que solicitou a abertura de uma inspeção no ano passado para investigar se o Tesouro Nacional estava atrasando os repasses de recursos para bancos públicos, com objetivo de melhorar artificialmente as contas públicas, o que ficou conhecido como "pedalada fiscal".
A investigação resultou em um parecer do ministro José Múcio, que foi aprovado por unanimidade no tribunal em abril, considerando que essas manobras feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada na semana passada, a tendência é que, novamente por unanimidade, os nove ministros decidam recomendar a rejeição das contas do ano passado.
Para Oliveira, o governo usou as "pedaladas" e outras "fraudes" para elevar os gastos de 2014, com objetivo de vencer a eleição. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil - Qual sua expectativa com relação ao julgamento?
Júlio Marcelo de Oliveira - Minha expectativa é que os ministros percebam a gravidade das infrações, das irregularidades cometidas, e opinem pela rejeição das contas. Isso é o que eu espero.
Quanto mais o tempo passa e o Brasil se aprofunda nessa atual crise econômica, mais a sociedade e os próprios ministros percebem o quanto esse momento de desajuste fiscal brasileiro é consequência da farra fiscal que aconteceu em 2014. A gente está em uma crise econômica profunda que é em grande parte fruto daqueles erros de gestão.
BBC Brasil - Por que o senhor acha que a crise atual está ligada a questão fiscal?
Oliveira - Porque esse é o centro da nossa crise. Nós gastamos mais do que arrecadamos. O governo fez dívida com os bancos federais que agora tem que pagar. A arrecadação está em queda, como já estava em 2014, e o governo quer manter o mesmo nível de gastos que existia antes. Isso é impossível. Então, você tem um orçamento enviado ao Congresso com meta de déficit porque o governo não percebeu ainda que o único caminho para resgatar a credibilidade da economia brasileira é o corte de despesas, o equilíbrio entre receita e despesa.
E antes de convocar a sociedade para o pagamento de novos impostos é preciso que haja uma racionalização de gastos. Os cortes anunciados são muito tímidos. Há milhares de cargos comissionados, por exemplo, e o governo indica que só vai cortar marginalmente. Você não vê o governo sendo austero.
BBC Brasil - Caso o TCU recomende a rejeição das contas e o Congresso decida nesse sentido, poderia ser um argumento jurídico para a abertura de um processo de impeachment?
Oliveira - Poderia ser um argumento jurídico, mas aí é uma decisão com uma forte carga política. Sem dúvida que a má gestão das contas públicas, a ponto de serem rejeitadas, seria um fundamento jurídico. Mas a conveniência política é uma questão privativa do Congresso mesmo.
BBC Brasil - Alguns juristas que questionam o impeachment dizem que ele só pode ser aplicado no caso de crimes cometidos durante o mandato.
Oliveira - Eu não vou poder entrar nessa questão porque é um debate que vai ocorrer lá no Congresso. Há os que defendem que o fato de um mandato ser a sequência do outro, e que o fato dessas irregularidades de 2014 terem sido cometidas para obter o mandato seguinte, faria uma conexão entre os fatos e o atual mandato.
Outros defendem o que você disse, que não há conexão, que só aquilo que foi feito a partir de 2015 (pode justificar um processo de impeachment). É um debate que vai acontecer lá no Congresso e eventualmente no Supremo Tribunal Federal (caso haja recurso contra uma eventual decisão). Eu não tenho como emitir uma opinião técnica sobre isso.
Dilma Rousseff | Foto: PRImage copyrightPR
Image captionRejeição de contas pode ser usada para justificar processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
BBC Brasil - Voltando ao julgamento do TCU, o governo argumenta que as práticas que estão sendo questionadas agora já foram aplicadas em outros anos, sem ter levado à reprovação de contas. Na visão do governo, uma mudança de avaliação significaria um julgamento político. Como o senhor vê essa crítica?
Oliveira - Esse argumento é absolutamente improcedente. O que aconteceu a partir do fim de 2013, e que marcou todo exercício de 2014, é algo totalmente inédito. Os gráficos do comportamento do pagamento de benefícios – de abono salarial, seguro-desemprego, Bolsa Família – demonstram isso. E todos os gráficos que mostram o relacionamento do governo com a Caixa Econômica têm um comportamento normal, desde 2002 até o meio de 2013. A partir do segundo semestre de 2013, o governo simplesmente para de mandar dinheiro para a Caixa e começa a usar a Caixa como cheque especial.
BBC Brasil - O que é inédito é o volume, certo?
Oliveira - O volume, o uso e a intenção clara de se financiar, de usar a Caixa como meio de financiar outras políticas do governo.
BBC Brasil - Mas as pedaladas já tinham sido usadas antes em volumes menores, esporadicamente, não?
Oliveira - Não, não mesmo. Você tem uma carga de suprimentos (dinheiro) para pagar benefícios, recursos que o Tesouro Nacional manda para a Caixa. Por exemplo, esse mês vamos pagar R$ 500 milhões de seguro-desemprego, que é uma estimativa (de quanto será necessário) segundo a série histórica (de pagamentos desse benefício). Chega o dia de pagar os benefícios. Se naquele dia aparecerem pessoas para sacar R$ 505 milhões, a Caixa não vai fechar o guichê às 15h40 e dizer que não tem dinheiro. Ela paga, no dia seguinte ela comunica ao Tesouro, o Tesouro repõe o valor. É uma coisa imediata. Não é uma coisa que o governo possa ficar usando como empréstimo.
O que aconteceu, a partir de meados de 2013 e ainda em 2014 inteiro, é que o governo não mandava os R$ 500 milhões. A Caixa pagava tudo e o governo ficava estão usando os R$ 500 milhões que tinha que mandar pra lá em outros programas que ele queria turbinar, sem ter dinheiro para isso, sem ter arrecadação suficiente.
BBC Brasil - No caso das pedaladas, por exemplo, o governo argumenta que TCU nunca fez qualquer ressalva. Não seria mais correto primeiro fazer uma ressalva, permitir que o governo se adeque e, no caso de uma continuidade da prática, rejeitar as próximas contas?
Oliveira - A lei (de Responsabilidade Fiscal) já existe desde 2000. O que foi feito desrespeita o centro da lei. Ela abomina que um banco possa financiar seu agente controlador. Então, descumpriu a lei, tem que ter a sanção. Se uma pessoa cometeu homicídio, nós vamos então recomendar que não faça novos homicídios porque da próxima vez aí sim vai ser punido?
Não foi uma coisa superficial, irrelevante, que possa ser chamado de ressalva. Uma ressalva é feita no caso de um decreto ser desrespeitado. Por exemplo, o decreto determina que o prazo para pagar era de 20 dias e você pagou em 25 dias. Mas pagou, não aumentou a dívida pública, não teve impacto significativo.
Isso é (motivo para) uma ressalva, não você deixar R$ 40 bilhões pendurados nos bancos públicos e nem contabilizar isso no Banco Central como dívida pública. Ainda teve isso, todo um concerto de órgãos para fazer algo absolutamente ilegal.
BBC Brasil - O ministro Gilmar Mendes disse recentemente que a análise das contas eleitorais pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) era um faz de contas. Isso também poderia se aplicar ao TCU, no sentido de que o tribunal sempre vinha aprovando as contas? Isso estaria mudando agora?
Oliveira - Não, aquilo que foi identificado (como problema nas contas públicas) nos anos anteriores não teve a gravidade do que foi identificado em 2014. Então, nos anos anteriores, o tribunal fez ressalvas porque eram (motivos para) ressalvas. O que aconteceu em 2014 não aconteceu antes, merece uma solução diferente.
BBC Brasil - E quando o senhor se refere aos problemas nas contas de 2014, o ponto central são as pedaladas, ou também outras irregularidades?
Oliveira - Não, tem as pedaladas e tem a fraude nos decretos de programação financeira e contingenciamento (decretos bimestrais que revisam as projeções de receita e despesa para o ano). Desde o começo de 2014, esses decretos foram fraudados, porque consideraram dados irreais. Esses decretos, por lei, têm que observar os dados oficiais coletados pelo governo.
E tem também um conjunto de decretos de abertura de créditos orçamentários adicionais feitos no fim do ano que só poderiam ser feitas por lei e foram feitos por decreto. Então, precisaria da aprovação do Congresso Nacional, e a presidente ignorou esse comando constitucional. Esse conjunto de irregularidades e de outras menores compõe o cenário de pouco apreço pelo respeito às normas da gestão fiscal.
Foto: Agência SenadoImage copyrightAg. Senado
Image captionCortes anunciados pelo governo são "muito tímidos", segundo Júlio Marcelo de Oliveira
BBC Brasil - Quando o senhor fala que eram irreais quer dizer que o governo não considerou que o fluxo de receitas estava vindo abaixo do esperado inicialmente?
Oliveira - Sim. Aquele decreto é feito a partir de uma coleta de informações junto às fontes de arrecadação (Receita Federal, principalmente) e junto aos ministérios que estão executando as despesas.
Por exemplo, o que ficou provado por nós no processo é que o Ministério do Trabalho avisou oficialmente ao Ministério da Fazenda que haveria uma frustração de receita de R$ 5 bilhões no FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que é um dinheiro usado para custear o seguro-desemprego. E avisou também que, além disso, as projeções de pagamento dos benefícios indicavam a necessidade de suplementação da dotação (aumento da previsão inicial do Orçamento) em R$ 9 bilhões. Nove mais cinco dá 14. O governo não pode ignorar esse dado. Ele teria que ter contingenciado de alguma despesa não obrigatória esses R$ 14 bilhões para poder assegurar o pagamento do seguro-desemprego, que é uma despesa obrigatória e, portanto, não pode ser contingenciada.
O governo tinha os dados, mas ignorou. Fez um decreto de programação financeira como se a receita estivesse subindo e como se não fosse ter aumento da despesa de seguro-desemprego. Depois, pagou o benefício com dinheiro da Caixa e usou o recurso do seguro-desemprego para pagar a despesa não obrigatória que ele não quis contingenciar. Isso é uma fraude à Lei Orçamentária e à Lei de Responsabilidade Fiscal.
BBC Brasil - Nesse caso, então, o senhor acredita que o governo misturou os dois problemas, o do decreto e das pedaladas?
Oliveira - É, o decreto é a parte orçamentária, você prepara a pedalada. A pedalada financeira, que foi feita no banco, é a concretização, a segunda etapa.
BBC Brasil - E quanto ao decreto de abertura de créditos adicionais, o senhor poderia explicar melhor qual seria o problema?
Oliveira - Chega no fim do ano, algumas despesas do orçamento extrapolam aquilo que está previsto na Lei Orçamentária, como no caso do seguro-desemprego.
Então, hipoteticamente: chegou no fim do ano, eu ia gastar R$ 30 bilhões, mas vou ter que gastar R$ 35 bilhões. Eu tenho, então, que criar um crédito adicional no orçamento de R$ 5 bilhões para aquela despesa. Só que como eu não estou tendo sobra de arrecadação, vou ter que contrair dívida pública. Nesse caso, eu tenho que mandar um projeto de lei para o Congresso, que vai decidir se quer ou não quer fazer aquela despesa. O que o governo fez? Ele baixou um decreto abrindo mais R$ 5 bilhões.
Uma das funções centrais do Congresso é discutir Orçamento e aprovar a despesa pública. Se você fizer isso por decreto, é como se nós estivéssemos numa monarquia, que o imperador decide como vai fazer, do jeito que quiser.
BBC Brasil - O governo diz que não percebeu a crise antes, mas o senhor tem dito que vê uma motivação eleitoral no déficit do ano passado.
Oliveira - Sem dúvida. Tanto que a partir da eleição, no decreto (de programação financeira e contingenciamento) de final de outubro, o governo mudou completamente o discurso em relação ao que ele vinha sustentando até o decreto de agosto.
No decreto de agosto, ele dizia que iria cumprir um superávit de R$ 80 bilhões, no decreto de outubro ele já reconhece que vai haver um déficit de R$ 20 bilhões (as contas do governo – resultado que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central – acabaram fechando o ano de 2014 com um déficit primário de R$ 17,2 bilhões).
Então, uma piora de R$ 100 bilhões em dois meses, o que mostra que até agosto ele estava ignorando a realidade. Ele vivia na fantasia, passou a eleição, caiu na realidade. Quer dizer, em parte, porque até agora não caiu totalmente na realidade, não.

Lula se reúne com Cunha e pede para segurar pedidos de impeachment - See more at: http://www.sonoticias.com.br/noticia/politica/lula-se-reune-com-cunha-e-pede-para-segurar-pedidos-de-impeachment#sthash.yltz8jS4.dpuf


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, ontem, em Brasília, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Preocupado com o avanço de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, Lula pediu a Cunha que segure os pedidos de afastamento.
Na avaliação do ex-presidente, se um processo assim começar a tramitar na Câmara, será muito difícil conter a pressão das ruas. Para Lula, a situação de Dilma é "gravíssima" e o governo precisa do apoio do PMDB para que a presidente consiga aprovar o pacote fiscal e terminar o mandato.
Cunha rompeu com o governo em julho por avaliar que o Palácio do Planalto está por trás das acusações contra ele. O presidente da Câmara foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, por corrupção e lavagem de dinheiro, no rastro do escândalo da Petrobras.
O presidente da Câmara recebeu nesta quinta-feira, 17, o aditamento ao principal pedido de impeachment contra Dilma. A entrega foi feita pelo jurista Miguel Reale Jr. e por uma filha de Hélio Bicudo - um dos fundadores do PT -, com apoio dos principais líderes de partidos de oposição, como o PSDB e o DEM, e de dissidentes da base aliada, incluindo políticos do PMDB. O pedido diz que Dilma cometeu crime de responsabilidade, cita o escândalo de corrupção na Petrobras e as pedaladas fiscais.
O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda examina as contas de Dilma. A possível rejeição do balanço também poderá abrir caminho para abertura de um processo de impeachment. Com informações do Estadão Conteúdo.
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Ações da VW em forte queda na Bolsa após escândalo nos EUA



As ações do grupo alemão Volskwagen operavam em forte queda de mais de 20% na Bolsa de Frankfurt
As ações do grupo alemão Volskwagen operavam em forte queda de mais de 20% na Bolsa de Frankfurt nesta segunda-feira, depois da revelação na sexta-feira de que a empresa falsificava os dados sobre as emissões poluentes de vários modelos de veículos nos Estados Unidos.
Às 9H00 GMT (6H00 de Brasília), as ações da Volkswagen eram negociadas a 126,35 euros, uma baixa de 22,20% em relação ao fechamento de sexta-feira.
As autoridades americanas revelaram que a montadora alemã teria dotado 482.000 veículos com um sofisticado software capaz de detectar automaticamente o momento em que eram submetidos ao teste oficial das normas ambientais.
O programa espião ativava então um mecanismo interno que limitava a emissão de gases poluentes e permitia ao veículo a aprovação no controle sem problemas, assim como a obtenção de certificado de conduta ecológica.
Mas uma vez finalizado o teste, o mecanismo era desativado e o veículo liberava na atmosfera gases poluentes adicionais, sobretudo dióxido de nitrogênio, ou NOx, relacionado a graves doenças respiratórias como a asma.
O escândalo abala a boa imagem do grupo alemão e pode resultar em multas pesadas, que poderiam alcançar 18 bilhões de dólares.
O presidente de Volkswagen, Martin Winterkorn, pediu desculpas no domingo.
"Pessoalmente e profundamente lamento muito que tenhamos quebrado a confiança de nossos clientes e do público", declarou o presidente, que prometeu cooperar com as autoridades na investigação.

Tsipras volta ao governo da Grécia com vitória incontestável

Por Renee Maltezou e Karolina Tagaris
ATENAS (Reuters) - O candidato de esquerda Alexis Tsipras voltou ao comando do governo da Grécia com uma vitória surpreendentemente incontestável na eleição de domingo, obtendo um mandato claro para comandar a recuperação da abalada economia grega.
A vitória garantiu a permanência do líder esquerdista como a principal figura política da Grécia, apesar de ter sido abandonado pelos radicais de seu partido no mês passado após ter cedido a demandas de austeridade dos credores para conseguir um novo pacote de resgate da zona do euro.
Em discurso de vitória em uma praça de Atenas, ele prometeu uma nova fase de estabilidade em um país que passou por cinco eleições gerais em seis anos, dizendo que seu mandato será cumprido até o final. "Hoje na Europa, a Grécia e o povo grego são sinônimo de resistência e dignidade", disse.
O Syriza, partido de Tsipras, ficou perto de conseguir a maioria absoluta, mas formará uma coalizão com seus antigos parceiros, o pequeno partido de direita Gregos Independentes.
Com 99,5 por cento dos votos apurados, o Syriza recebeu 35,5 por cento dos votos, derrotando com facilidade o principal rival, a legenda conservadora Nova Democracia, que ficou com 28,1 por cento. A vitória foi maior do que apontavam as pesquisas, que mostravam uma disputa acirrada.
(Reportagem adicional de Michele Kambas, George Georgiopoulos, Angeliki Koutantou e Lefteris Papadimas)

Polícia Federal deflagra a 19ª fase da Operação Lava Jato em três estados Ação é realizada na manhã desta segunda (21), e cumpre 11 mandados. José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix, é um dos presos.

A Polícia Federal (PF) deflagrou a 19ª fase da Operação Lava Jato em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (21). Serão cumpridos 11 mandados judiciais, sendo um de prisão temporária, um de preventiva, sete de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A atual fase foi batizada de "Nessum Dorma". Em português, significa "ninguém dorme".
Ao G1, a PF informou que o mandado de prisão preventiva é contra um dos donos da Engevix José Antunes Sobrinho. Ele é investigado por ter pago R$ 140 milhões de propina da empresa para a Eletronuclear. Sobrinho foi preso em casa, em Florianópolis.
O executivo já é réu da Lava Jato e responde pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele foi condenado na mesma ação que envolve o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O ex-ministro responde pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que José Antunes Sobrinho é ex-executivo da Engevix. Na verdade, ele é um dos donos da empresa. O erro foi corrigido às 08h37).
De acordo com a PF, os trabalhos desta etapa são considerados avanços das etapas anteriores. Um dos focos, relacionado à 15ª, investiga um denunciado e empreiteiras já investigadas na operação.
"Apura-se que pessoas tenham intermediado pagamento de vantagens indevidas e agentes públicos e políticos no exterior, em decorrência de contratos celebrados na diretoria Internacional da Petrobras", afirma a PF.
Ainda segundo as investigações, foi verificado que uma das empresas sediadas no Brasil recebeu cerca de R$ 20 milhões, entre 2007 e 2013, de empreiteiras já investigadas na operação. O pagamento teria origem de proprinas obtidas em contratos com a Petrobras.
Em outro  foco, de acordo com a PF, cumprem­-se  mandados  relacionados  à 16ª e 17ª a  partir  de elementos  que apontam  pagamentos  de  vantagens  indevidas  a agentes públicos já investigados.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Veja os focos das fases relacionadas
A 15ª fase foi batizada de Conexão Mônaco e prendeu ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Ele está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A fase teve como foco o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras.
A 16ª etapa da operação foi chamada de "Radioatividade" e prendeu Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, e Flávio David Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez. Othon está detido em um quartel em Curitiba e Flávio Barra também está no Complexo Médico-Penal.
Entre os presos da 17ª fase, batizada de "Pixuleco", está o ex-ministro José Dirceu. Ele está detido na carceragem da Polícia Federal. Esta etapa se concentrou em pagadores e recebedores de vantagens indevidas oriundas de contratos com o poder público, alcançando beneficiários finais e “laranjas” usados nas transações.
18ª fase
A 18ª fase, chamada de 'Pixuleco II', foi realizada no dia 13 de agosto e prendeu o ex-vereador da cidade de Americana, em São Paulo, Alexandre Oliveira Correa Romano. Ele teve a prisão temporária convertida em preventiva a pedido da PF e do Ministério Público Federal (MPF).
Romano está detido no carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba, desde o dia 13 de agosto e não tem prazo determinado para deixar a prisão.
Segundo as investigações, ele foi um dos operadores do desvio de R$ 52 milhões em contratos do Ministério do Planejamento.
O MPF alega que empresas do Grupo Consist Software assinaram, sem licitação, contratos com o Ministério do Planejamento.
O acordo foi assinado pela Secretaria de Recursos Humanos do ministério com o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (Sinapp) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
As empresas contratadas teriam repassado os valores a operadores da Lava Jato. Ao todo, R$ 37 milhões foram arrecadados por Alexandre Romano, e R$ 15 milhões foram para Milton Pascowitch, que assinou acordo de delação premiada e está em prisão domiciliar.

domingo, 20 de setembro de 2015

O que é ser um protetor de animais?

O que é ser um protetor de animais?
Posted by defensoresdosanimais.

Autor: Lilian Rockenbach
Hoje em dia a proteção animal virou um modismo. Muita gente acha bacana dizer que é “Protetor de Animais”, mas o que exatamente é ser um “Protetor de Animais”?
Para começar gostaria de esclarecer que proteger animais não é chamar uma ONG ou ligar para um protetor independente quando um animal está sendo mal tratado. Proteger animais também não é ficar no computador apenas repassando pedidos de ajuda, nem se sentir no direito de exigir e cobrar que pessoas ligadas à causa façam o que você considera certo fazer. Estas são apenas formas de divulgar ações e necessidades ligadas à causa, e não a proteção em sua essência.
Em primeiro lugar é importante saber que protetores de animais são pessoas iguais a você, eles trabalham, estudam, possuem família, filhos, quintal pequeno, moram em apartamento em alguns casos, mas decidiram arregaçar as mangas e fazer a diferença. Um dia desses eu ouvi que “ser protetor de animais é um apostolado”, e isso significa você dedicar sua vida, seu tempo e seu dinheiro a uma causa que muito provavelmente “nunca” lhe trará nenhum retorno material. Consiste também em mudar seus hábitos alimentares (parar de consumir carne), hábitos de diversão (rodeios, vaquejadas, touradas, feiras de exposição, de exploração, de competição, etc.), hábitos de consumo (roupas de origem animal como casacos de pele, etc.), hábitos em geral.
O “protetor de animais” muda sua visão em relação à vida, passa a respeitar toda forma de vida, passa a lutar pela defesa dos direitos dos animais, pela castração, pela adoção, por leis mais rígidas e que os defendam, pela conscientização da população, contra a exploração animal em todas as suas formas, contra o comercio de animais, etc.
Ninguém muda estes hábitos facilmente, nenhuma pessoa que conheço  amanheceu e disse: a partir de hoje sou um protetor de animais e vou deixar de fazer tudo o que fiz a minha vida inteira. A vontade de ajudar nos impulsiona a levantar e ir, com o tempo criamos cada vez mais a consciência em relação aos assuntos relacionados à causa, nossos hábitos são mudados aos poucos e gradativamente. É uma luta pessoal contra nós mesmos, e em alguns casos, contra nossos familiares que não conseguem entender e aceitar essa mudança.
Ser um “protetor de animais” é ter responsabilidade social de maneira totalmente independente da caridade. Promover a conscientização em relação ao respeito aos animais é uma das bandeiras mais importantes da causa, fazer com que as pessoas enxerguem que o animal tem uma vida que precisa ser respeitada, é uma batalha constante. Os animais existem da mesma maneira que todos nós possuímos suas individualidades e não estão aqui para nos servir.
Os defensores dos animais devem ser felizes com sua bandeira, devem se orgulhar do que fazem. Se defender animais te trouxer algum tipo de angústia, talvez seja a hora de repensar e mudar de causa. Os animais precisam de pessoas sensatas, que estejam sempre empenhadas em aprender, que estejam dispostas a tentar mudar o mundo, mas se conseguirem mudar apenas a pessoa que está ao seu lado, já fizeram muito mais do que 99% da população. Os animais não podem se defender, eles só têm a nós, seres humanos, para defendê-los, e exatamente por isso temos que nos manter equilibrados para fazê-lo, e fazer com prazer, paixão e de maneira otimista. Pessoas agressivas e desacreditadas, não apenas na causa animal, mas em todas as causas, geralmente não conseguem atingir seus objetivos na sociedade, pois não conseguem desenvolver o potencial necessário para valorizar a causa que defendem.
Tenha sempre à frente, e como referência, pessoas inseridas na causa e que desenvolvam um trabalho baseado na seriedade e, acima de tudo, idoneidade. Fuja dos falsos protetores, pessoas que estão inseridas na causa tentando tirar benefícios materiais ou prestígio. Acredite em você e em seus objetivos, arregace as mangas e faça, não tenha projetos alimentados apenas pela esperança, estabeleça objetivos e metas, faça você também a diferença. Pense qual a melhor forma de ajudar os animais, quais os seus pontos fortes, se você gostaria de trabalhar com resgates, com adoção, com maus tratos, com educação, contra exploração, etc. Acredite em você, e dê o seu melhor.
Abrace uma causa, qualquer causa, mas faça-o com responsabilidade e de coração aberto. Mude seus conceitos, abandone os preconceitos e faça a diferença.
Existem 3 tipos de pessoas: As que fazem acontecer, as que deixam acontecer e as que perguntam o que aconteceu? (John Richardson Jr)

Lilian Rockenbach – http://migre. me/Fi9a
Fonte: http://lilian.rockenbach.zip.net/arch2010-04-01_2010-04-30.html

Papa Francisco pede a cubanos que sirvam aos mais frágeis na sociedade.

Karine Melo – Repórter da Agência Brasil*
Papa Francisco celebra missa na histórica Praça da Revolução, em Cuba (Agência Lusa/Direitos Reservados)
Papa Francisco celebra missa na histórica Praça da RevoluçãoAgência Lusa/EPA/Alejandro Ernesto/Direitos Reservados
Vestidos de branco em sua maioria, milhares de cubanos lotaram hoje (20) a histórica Praça da Revolução em Havana para a primeira de três missas que serão celebradas pelo papa Francisco em Cuba.
Apesar de ter tido papel determinante na reconstrução histórica das relações entre Estados Unidos e a ilha comunista, o Santo Padre não tocou no assunto durante a homilia.
Francisco chegou no papamóvel à mesma praça em que também estiveram os papas João Paulo 2º (1998) e Bento 16 (2012). Ele destacou que os cristãos cubanos devem "servir" aos mais frágeis na sociedade, não “se servir dela”. O Sumo Pontífice defendeu a rejeição de qualquer ideologia no ato de servir. “Quem não vive para servir não serve para viver. O serviço aos outros não pode ser jamais ideológico, do ponto de vista que ele não serve as ideias, mas sim as pessoas”, afirmou.
Na homilia, Francisco se referiu aos cubanos como "um povo que tem gosto pela festa, pela amizade, pelas coisas belas". "É um povo que tem feridas, como todo povo, mas que sabe estar com os braços abertos, que marcha com esperança, porque sua vocação é de grandeza", disse o papa.
Entre os convidados da missa, estavam a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e o líder cubano, Raúl Castro, que tem ainda hoje uma reunião reservada com o papa. Também em Havana, Francisco terá um encontro com jovens e deverá se reunir com o ex-presidente da ilha, Fidel Castro.
*Com informações das Agências Lusa e Ansa
Edição: Wellton Máximo