quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Atual modelo de doações de empresas a políticos é promíscuo, diz líder empresarial Mariana Schreiber Da BBC Brasil em Brasília

Jorge Abrahão | Foto: Instituto EthosImage copyrightInstituto Ethos
Image caption" Nós temos que aproveitar essa doença que nós temos hoje e atacar o problema do nosso organismo, do nosso sistema", diz empresário
Se o atual modelo de doações de empresas a partidos e candidatos políticos não for alterado, "corremos muitos riscos de continuar com essa relação promíscua entre público e privado na nossa sociedade", opina Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, em entrevista à BBC Brasil.
O instituto foi criado para incentivar práticas socialmente responsáveis no setor privado e hoje tem 558 empresas associadas – entre elas grandes doadoras de campanhas eleitorais, como os bancos Bradesco, Itaú e Santander, a construtora WTorre, a rede de frigoríficos Marfrig e até mesmo braços de grupos investigados na operação Lava Jato, como a Camargo Corrêa ou Odebrecht.
Após um ano e meio, o Supremo Tribunal Federal retomou nesta quinta-feira o julgamento que está avaliando se doações de empresas a partidos e candidatos desrespeitam à Constituição Federal. O ministro Gilmar Mendes votou considerando improcedente a ação que questiona o financiamento privado de campanhas. Depois disso, o julgamento foi interrompido.
O placar atual do julgamento – seis votos contra as doações de empresas e dois a favor – indica que esse tipo de financiamento será proibido.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que moveu a ação, argumenta que a atuação das empresas desequilibra a disputa eleitoral, ferindo o direito constitucional à igualdade.
Abrahão reconhece que o setor privado tem hoje um poder desproporcional de influenciar as eleições. No entanto, o instituto defende que sejam criados limites muito baixos para esses repasses, em vez de proibi-los totalmente.
O presidente do Ethos critica a minirreforma política aprovada pelo Congresso, que estabeleceu teto de R$ 20 milhões por empresa. "É um valor muito alto. Essa reforma não ataca as questões principais, vamos permanecer com os mesmos problemas", lamentou.
Gilmar Mendes, que havia pedido vista do processo em abril do ano passado, liberou seu voto um dia depois de o Congresso aprovar as novas regras. Ele deu várias indicações públicas de que estava segurando o processo para dar tempo de os parlamentares decidirem sobre a questão.
A ação movida pela OAB questiona dispositivos da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) e da Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/1995). Não está totalmente claro se a decisão do STF nesta ação valerá também para as regras que acabaram de ser aprovadas – será preciso aguardar a conclusão do julgamento.
Por via das dúvidas, políticos contrários as essas doações, como deputados petistas, estão pressionando a presidente Dilma Rousseff a vetar o artigo da nova lei que prevê o financiamento de campanha por empresas.
Confira os principais trechos da entrevista com o presidente do Instituto Ethos:
BBC Brasil - O STF está retomando o julgamento sobre doações de empresas a candidatos. Seis ministros já votaram pela proibição. Qual a opinião do Instituto Ethos?
Jorge Abrahão - Sinalizamos que tem que haver uma mudança muita forte (no atual sistema de doações). Da forma com que funciona hoje, a influência do poder econômico nas eleições é muito grande, há muita desproporção.
BBC Brasil - Mas o instituto é contrário ou a favor de uma total proibição?
Abrahão - Tem que haver uma mudança no sentido de baratear as eleições e de haver um equilíbrio maior entre o financiamento público e o financiamento privado.
As eleições têm que ser mais baratas porque o fato de elas serem mais caras está fazendo com que esse processo se retroalimente: a necessidade de mais financiamento, a busca pelas empresas, e aí elas passam a ter uma influência muito grande. E uma outra coisa é um equilíbrio entre financiamento público e privado.
Então, o Ethos não coloca a necessidade da proibição das doações, mas de baratear a campanha e de ter mais equilíbrio entre financiamento público e privado.
BBC Brasil - Críticos das doações dizem que elas são, na verdade, um "investimento". O senhor concorda?
Abrahão - As pesquisas têm mostrado que é assim. Existe uma pesquisa do Instituto Kellogg (da Universidade Notre Dame, nos EUA) que fala que os investimentos na campanha têm trazido retornos expressivos para as empresas.
Na prática, o que tem ocorrido é um pouco isso, e os escândalos que a gente tem visto confirmam desse processo. É um fato, é uma realidade. Isso só reforça a necessidade de uma mudança.
BBC Brasil - O instituto entende então que é possível mudar este quadro criando algumas restrições, mesmo sem a total proibição?
Abrahão - Resguardadas essas questões do equilíbrio maior entre financiamento público e privado e do barateamento das campanhas, as empresas poderiam continuar doando, com limites muito baixos em relação ao que hoje é permitido. Isso evidentemente implicaria em limites bastante reduzidos para não permitir essa influência tão grande quanto elas têm hoje.
BBC Brasil - Os críticos às doações dizem que empresa não vota, quem vota são as pessoas. Qual é a vantagem para a democracia brasileira que as empresas possam continuar doando com valores baixos? Por que essa solução é melhor do que simplesmente proibir as empresas de doar?
Abrahão -Essa defesa por parte do Ethos da permanência do financiamento – com limites muito menores e restrições fortes – tem a ver com a importância das empresas dentro do cenário econômico do país. É um pouco nesta linha, da importância das empresas, que justificaria o apoio a determinados conteúdos e projetos (das campanhas).
Agora, esse é o melhor dos mundos eu diria, do ponto de vista das empresas, que não estariam buscando retorno com isso. Por isso, hoje propomos uma redução substancial nos limites de doação, porque com isso você retoma a importância dos conteúdos (das campanhas).
BBC Brasil - Como o senhor avalia a reforma política aprovada no Congresso que estabeleceu limite de R$ 20 milhões de doações por empresa?
Abrahão - O processo foi muito pouco transparente e participativo. Talvez este seja o tema mais importante para o país hoje e ele foi reduzido a um pequeno debate, sem participação da sociedade, das empresas.
Quanto aos conteúdos, a reforma política (que foi aprovada) de alguma forma ilude que pode haver uma redução dos custos e da influência das empresas. Isso não é verdade. Com um limite de R$ 20 milhões por empresa, você continua com o mesmo desequilíbrio, o mesmo poder das empresas influenciando as campanhas eleitorais. É um valor muito elevado.
Então, o que avançou foram propostas que não combatem os desequilíbrios econômicos e, de alguma maneira, envolvem empobrecer o debate político no país, ao reduzir o tempo de debates (a reforma aprovada reduziu o tempo de campanha de 90 dias para 45 dias).
O país não precisa de campanhas mais curtas, pelo contrário, o amadurecimento da nossa democracia está ligado à gente conseguir efetivamente debater mais esses conteúdos. Não é reduzindo o tempo de campanha que vamos reduzir o peso do financiamento privado nesse processo, isso é uma ilusão.
Essa reforma não ataca as questões principais, vamos permanecer com os mesmos problemas.
Foto: ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionSegundo Abrahão, processo para estabelecer limite de doações por empresas no Congresso foi "pouco transparente"
BBC Brasil - Entre o sistema atual e a proibição das doações de empresas, a proibição seria melhor?
Abrahão - Com o financiamento privado do jeito que está, nós corremos muitos riscos de continuar com essa relação promíscua entre público e privado, e isso não é bom para o país.
Precisamos ter uma inflexão. O que a sociedade tem que discutir é isso: ou essa inflexão será uma proibição ou será uma redução com limites muito fortes (para as doações). O Ethos defende que as empresas financiem com limites.
BBC Brasil - Qual seria esse limite?
Abrahão - Não definimos isso. Nas últimas eleições, cerca de 20 mil empresas financiaram (campanhas). Nas eleições municipais, esse número é maior, porque é mais pulverizado. O Brasil tem umas 5 milhões de empresas, ou seja, a grande maioria não financia.
E, dentro desse número pequeno que doa, 1% (200 empresas) são responsáveis por 60% do financiamento. São pouquíssimas empresas financiando muito. Por isso que a criação do limite é importante, porque você vai poder reduzir efetivamente o financiamento desse grupo de empresas que atualmente tem um peso muito grande e, via de regra, é onde tem gerado esses problemas na relação público/privado.
É cada vez mais claro esse conflito de interesses. Por exemplo, empresas que prestam serviços públicos não poderiam financiar.
BBC Brasil - A reforma aprovada no Congresso prevê que empresas que têm contratos de execução de obras públicas não possam doar.
Abrahão - Isso é uma distorção. Não é só empresa que faz obra (que tem que ser proibida), a empresa que fornece merenda ou medicamento também. Se você for ligado à educação, à saúde, os mercadores do poder público na verdade geram riscos.
Esse setor (de obras públicas) é o que está aparecendo agora, mas temos um problema sistêmico. E se não enfrentarmos isso, nós vamos estar nos iludindo. Temos que aproveitar essa doença que temos hoje e atacar o problema do nosso organismo, do nosso sistema. Não é uma questão pontual. E estamos vivendo um momento muito duro para comportar soluções que (durem apenas) algumas horas, que fiquem em determinados setores.
BBC Brasil - A crise atual é culpa do governo petista ou de todo o sistema político?
Abrahão - Não é uma culpa de um determinado partido. Essas denúncias ocorrem em diferentes setores, em diferentes níveis de governo, governos estaduais, municipais, envolvendo a quase totalidade dos partidos. Temos uma oportunidade muito grande de enfrentar um problema que é gerador os desequilíbrios muito grandes no país. É ilusão achar que isso é por conta de um determinado partido.
Na verdade, o que a gente vive é o reconhecimento da nossa incapacidade nossa de construir um sistema que fosse mais correto, transparente, íntegro. Nós como sociedade não conseguimos construir isso.
Embora você possa ter responsabilidades diferenciadas, partidos que tenham tido momentos em que tiveram mais recursos, é um problema do sistema comum da nossa política.
Coloco isso como uma oportunidade de reconhecer nossa incapacidade e enfrentar esse problema de frente. Qual é a nova ordenação que nós temos que ter, que demonstre transparência, integridade e que não tenha desequilíbrio entre os atores que participam desse processo?
BBC Brasil - Voltou a ganhar fôlego a discussão em torno de um impeachment da presidente. Qual a posição do instituto?
Abrahão - Como instituto, não temos posição sobre isso. O que o Ethos tem defendido é sempre o reforço das instituições, de legalidade, é por aí que nós temos caminhando sempre.
*Esta reportagem foi atualizada às 19h de 16 de setembro, com o voto do ministro Gilmar Mendes e o novo placar de votação

Katia Abreu entra na ‘bolsa de apostas’ para substituir Mercadante A atual ministra da Agricultura tem apoio da classe produtora e a oposição de senadores

Katia Abreu, em entrevista no último dia 9, em Brasília. / ANTÔNIO CRUZ (AGÊNCIA BRASIL)
ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se perfila para ocupar um dos cargos que já foram da atual mandatária brasileira, Dilma Rousseff (PT). Com a crise política e a reforma administrativa/ministerial que se aproxima, a senadora licenciada pelo PMDB do Estado de Tocantins (TO) tem se credenciado para virar a nova chefe da Casa Civil, em substituição a Aloizio Mercadante (PT), que assumiu a pasta ainda no primeiro mandato. A saída de Mercadante é dada como certa no meio político, uma vez que o ministro estaria sempre ligado a erros políticos cometidos pela presidenta. O mais recente diz respeito à divulgação do déficit das contas públicas de 2016. O atual ministro teria ajudado a convencer Rousseff a se posicionar contra Joaquim Levy, que defendia o superávit .
As especulações sobre a entrada de Abreu na Casa Civil ganharam força depois que ela cancelou sua participação numa comitiva de ministros do seu partido que acompanham desde segunda-feira o vice-presidente em viagem oficial para Rússia e Polônia. Há quem interprete que a sua ausência seria uma traição a Temer, que a apadrinhou no PMDB, ao optar por uma aproximação de Rousseff. Os rumores fizeram a ministra emitir um comunicado à imprensa para justificar que sua falta foi por motivos de saúde (um tratamento ortopédico) e que tem compromissos tanto com a presidenta quanto com o vice.Assim, a bolsa de apostas em Brasília coloca Abreu como uma das favoritas para o cargo, o que tiraria a pasta do PT e daria espaço ao rebelde PMDB num dos ministérios mais importantes da Esplanada. O assunto ainda não está definido. Um outro candidato forte para suceder Mercadante seria o ministro da Defesa e petista histórico, Jaques Wagner. Correm por fora algum outro quadro do PMDB que seria indicado pelo vice-presidente Michel Temer e uma quarta alternativa, possível, mas menos provável, um estudioso que não está no meio político e serviria para tentar arrefecer o clima de bota-fora que toma conta da capital federal.
“Sou fiel, antes de tudo, ao meu país, e integro com lealdade e disciplina, o governo da presidente Dilma Rousseff – assim como o vice-presidente, que tenho na conta de aliado dedicado. Lamento versões que exploram circunstâncias para contaminar o ambiente político, absorvendo intrigas dos que estão empenhados em produzir a cizânia”, diz trecho da nota.
Na concorrência pelo cargo, a senadora ganhou força por ser uma das confidentes de Rousseff e uma das auxiliares que mais têm mostrado lealdade a ela nos últimos meses. Ao ser filiada ao PMDB, partido do qual o PT depende cada vez mais para manter o seu Governo evitando um impeachment presidencial, a escolha do seu nome cairia como uma luva para gerenciar o momento delicado de Rousseff. A nomeação de Abreu, contudo, ainda causa certa estranheza entre colegas de Senado, entre a bancada de deputados peemedebistas e, principalmente, entre movimentos sociais, que chegaram a conceder o prêmio “motosserra de ouro” para a senadora, por ser uma das principais representantes da tradicional e conservadora bancada ruralista brasileira.
Rousseff e Temer, nas pontas, durante o casamento de Kátia Abreu e Moisés Gomes, em fevereiro. / DIVULGAÇÃO
“Ela é muito reacionária. Somos a favor de tirar o Mercadante, mas colocá-la no cargo seria um retrocesso. Os petistas certamente se sentiriam traídos. Aqui no Senado ela não é bem vista. Muitos acham que ela só cresce no Governo porque é uma verdadeira puxa-saco”, apontou um senador do PT. “O atual ministério da Dilma não representa a bancada do PMDB da Câmara. Só a do Senado. Se ela quer apoio de deputados, tem de perguntar para nós quem seriam os bons quadros para nos representar. Trocar nomes, simplesmente, não garante nenhum apoio”, afirmou um deputado peemedebista.
O caminho de Abreu para ganhar a confiança de Rousseff começou a ser traçado de maneira, aparentemente, não calculada, quando ela ainda era uma senadora do DEM e uma das principais vozes de oposição ao Governo Lula (PT). O primeiro passo foi dado em 2009, quando Rousseff era ministra da Casa Civil e pré-candidata de Lula à sucessão presidencial. Na ocasião, a então ministra anunciou que estava com câncer e recebeu uma carta de solidariedade assinada por Abreu.
Dois anos depois, já eleita, Rousseff recebeu a ainda oposicionista em uma audiência em seu gabinete. O encontro era para tratar de demandas dos produtores rurais. Abreu, na ocasião, era a principal voz dos ruralistas como presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), órgão do qual também está licenciada atualmente.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, em 2013, a senadora conta que a presidenta, ao contrário de seu antecessor, a ouviu e deu prosseguimento a algumas das demandas. Foi o sinal que resultou na aproximação entre elas. A união foi selada neste ano com a escolha de Rousseff como sua madrinha de casamento e de Abreu como a ministra da Agricultura. Antes, porém, a senadora deixou o oposicionista DEM. Foi uma das fundadoras do PSD no Tocantins, e,, a pedido de Temer foi para o PMDB para concorrer à reeleição ao Senado. Quando foi indicada para a Agricultura, movimentos sociais chegaram a fazer um abaixo-assinado contra sua posse. Em vão.
Psicóloga de formação, nunca exerceu a profissão. Tornou-se produtora rural aos 25 anos, quando ficou viúva e herdou a fazenda do marido, morto em um acidente de avião em 1987. Abreu começou na política como presidente do sindicato rural da pequena cidade de Gurupi, de 75.000 habitantes, no sul do Tocantins. Alcançou novos postos sempre se vangloriando por ser a primeira mulher em cada cargo que ocupou: presidenta da Federação da Agricultura do Tocantins, presidenta da CNA, senadora de seu Estado e ministra da Agricultura. Caso seja a escolhida para ocupar a Casa Civil, porém, não será a precursora. Antes dela, outras três mulheres estiveram na função, a própria Rousseff, Erenice Guerra e Gleisi Hoffmann. Talvez seja a primeira mulher não ligada ao PT que ocupe o cargo.
Independentemente do tamanho das especulações, é praticamente consenso que Mercadante deve deixar a Casa Civil até o final do mês, quando o Governo encerra sua reforma administrativa. A cabeça dele tem sido pedida por vários setores e agentes políticos. Desde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), passando por militares, congressistas e chegando a empresários. As justificativas são as mais variadas para uma eventual troca, segundo seus detratores: não escuta a base aliada nem o empresariado, faz picuinhas internas, alimenta intrigas entre colegas e tem dificuldades em levar os problemas para a presidenta como realmente são. “Ele sempre dá uma versão mais leve das coisas para a presidenta”, relatou um deputado governista. A gota d’água, foi o pedido de abertura de inquérito contra Mercadante para investigar se ele estava envolvido no esquema desbaratado pela operação Lava Jato.
Nesta terça-feira, Rousseff confirmou que anunciará sua reforma ministerial no dia 30 de setembro, assim que retornar da viagem que fará para Nova York onde discursará na abertura dos debates da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Os dez ministérios que podem ser cortados

A presidenta Dilma Rousseff já anunciou que cortará 10 de seus 39 ministérios. Parte deles são secretarias com status de ministérios. Outros são autarquias com esse mesmo perfil. Na prática, isso significa redução de funcionários e assessores comissionados. Os cortes representarão 200 milhões de reais aos cofres públicos. Algo pequeno na questão orçamentário, mas representativo na seara política.
Os cortes seriam anunciados nesta semana. Mas como o vice-presidente Michel Temer e uma comitiva de ministros do PMDB estão fora do país, Rousseff aproveitou para ganhar tempo e amadurecer a ideia com alguns aliados. Ela decidiu anunciar as medidas no fim do mês, quando retorna de uma viagem aos Estados Unidos.
Eis os principais candidatos a serem extintos:
Ministério da Pesca – Há uma intensa pressão por sua extinção por entender que sua função poderia ser ligada à outra pasta. Voltaria a ser vinculada ao Ministério da Agricultura como uma secretaria. Hoje é ocupado por Helder Barbalho, do PMDB.
Secretaria de Relações Institucionais – Está acéfala desde abril, quando Pepe Vargas foi para os Direitos Humanos. O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, dividiram suas funções com a desta secretaria, mas nunca ocuparam o posto oficialmente. Suas funções seriam abraçadas pela Casa Civil.
Secretaria de Aviação Civil e Secretaria dos Portos – Seriam anexadas ao Ministério dos Transportes. Hoje são ocupadas pelos peemedebistas Eliseu Padilha e Edinho Araújo.
Secretaria da Micro e Pequena Empresa – criada por Rousseff para agradar aliados, teria suas funções deslocadas para o Ministério de Desenvolvimento. Seu titular atualmente é Guilherme Afif, do PSD.
Banco Central, Advocacia-geral da União e Controladoria Geral da União – Ganharam status de ministério na gestão Lula para poder acomodar congressistas aliados. Como hoje não são ocupadas por deputados, correm o risco de perder esse perfil. Os ministros são Alexandre Tombini, Luis Inácio Adams e Valdir Simão.
Secretarias da Igualdade Racial e das Políticas para Mulheres – Históricas pastas ocupadas por petistas e membros de movimentos sociais teriam suas funções ligadas à Secretaria de Direitos Humanos. Governo terá dificuldades em cortá-las. Suas ocupantes são Nilma Lina Gomes e Eleonora Menicucci.

FHC: “A oposição, se quer ser vitoriosa, não pode esquecer da inclusão” Ex-presidente afirma que Dilma "um acidente do Lulopetismo" e faz duras críticas a Lula

O ex-presidente nesta quarta-feira. / SEBASTIÃO MOREIRA (EFE)
Na atual crise política, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso(PSDB) já escolheu um alvo com o qual se medir: seu arquirrival Luiz Inácio Lula da Silva. Em suas análises, ataca o mito petista, que no poder exasperava o tucano dizendo ter feito no país o que "nunca antes na história" fora tentado. Não foi diferente nesta quarta-feira diante de uma plateia lotada em uma livraria da avenida Paulista. FHC afirmou que os erros que levaram o Governo à atual situação não foram da presidenta Dilma Rousseff mas, sim, do ex-presidente Lula. “A Dilma é um acidente do Lulopetismo. O Lulopetismo é muito mais grave do que a Dilma”, ressaltou ele.
O sociólogo, uma das vozes mais importantes da oposição, negou que os pedidos de impeachment sejam uma tentativa de dar um “golpe”, como já afirmaram o Partido dos Trabalhadores, Lula e a própria presidenta. “Não há golpe. Quem está sofrendo a crise não quer dar golpe, quer se livrar da crise.” Ele disse ainda ter se “decepcionado” com o ex-metalúrgico, que “deixou escapar a possibilidade de consolidar no país um novo tipo de política”. “Você está na presidência da República, tem que fazer nomeações que você não quer. Mas você mostra que não quer. O Lula dá a impressão de que está feliz ali, com os poderosos, com a riqueza. Ele foi capturado pela política tradicional brasileira. Ele tinha condições de quebrar essa política. Ao invés de quebrar, ele aderiu”, ressaltou.“Não foi ela quem errou, foi ele [Lula]. Primeiro que foi ele quem a escolheu. Segundo que foi no Governo dele que se começou a montar esse esquema todo”, complementou, em referência ao caso de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. A fala foi feita durante o evento de lançamento de seu novo livro, uma coletânea de artigos políticos publicados por ele nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, intitulado “A Miséria da Política – Crônicas do Lulopetismo e outros Escritos”, em que ele analisa o Governo petista, que o sucedeu na presidência em 2003. Fernando Henrique Cardoso também publica colunas no EL PAÍS.

Recados para o PSDB

Houve também espaços para enviar recados a seu próprio partido, cujas lideranças oscilam e divergem sobre a forma como devem lidar com a crise. Para ele, o país hoje sofre uma crise de liderança. Por isso, diz, a oposição precisa construir um discurso que transforme a “derrota” do PT na vitória da oposição. “A oposição, para ser vitoriosa, não basta a derrota de um, tem que ter a vitória de outro. Eu não sei quem vai ser capaz de ter um discurso que seja compatível com o momento. E esse discurso tem que juntar o social, com o econômico e o político”, disse ele, que ressaltou ainda que a oposição tem que assimilar a bandeira da inclusão social, numa convocatória às origens social-democratas do PSDB que na última década ficou associada ao petismo. “A oposição, se quiser ter uma nova narrativa, não pode se esquecer da inclusão. Por que aí ela vai cair no conto de: nós somos de um lado e vocês são do outro. Não, nós não somos de outro lado.”

Forte terremoto atinge o Chile e alerta de tsunami é declarado Houve réplicas e polícia pede calma; abalo foi sentido até no Brasil. Autoridades pediram para população deixar área costeira.

Um forte terremoto ocorreu na noite desta quarta-feira (16) ao norte de Santiago, perto da região de Coquimbo, no Chile.
Não houve relato imediato sobre feridos, danos à infraestrutura ou interrupções em serviços básicos, segundo o Escritório Nacional de Emergência do Chile. No entanto, por volta das 21h20, o jornal "El Mercurio" informava que o prefeito da cidade de Illapel afirmou que uma pessoa havia morrido e havia vários feridos.
A magnitude preliminar do tremor é 8,3, segundo o serviço geológico dos Estados Unidos (USGS). Um alerta de tsunami foi emitido pelas autoridades para toda a região costeira. As autoridades locais determinaram a evacuação das áreas litorâneas, enquanto imagens de televisão mostravam sirenes de alerta ativadas.
O Peru, país vizinho, também emitiu alerta de tsunami. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico (PTWC) afirma que ondas de até 3 metros podem chegar até a costa da Polinésia Francesa.
Por volta das 21h50 as ondas desencadeadas pelo forte terremoto começam a atingir a costa do Chile, segundo a agência Reuters. Não estava clara a intensidade exata das ondas e até o momento não há relatos de danos provocados por elas
O tremor inicial foi às 19h54 (hora local, mesma de Brasília) e houve pelo menos 11 réplicas de tremores com magnitude maior que 4,4, de acordo com o serviçi sismológico chileno. A polícia chilena alertou a população a manter a calma diante de novos possíveis abalos.
Os Bombeiros de São Paulo informaram que o tremor foi sentido até na capital paulista -- muitas pessoas ligaram para o número de emergência reportando o tremor (veja relatos de moradores de SP que sentiram o terremoto). Diversas províncias argentinas também sentiram o terremoto.
Chilenos ficam na rua após terremoto atingir Santiago nesta quarta (Foto: Pablo Sanhueza / Reuters)Chilenos ficam na rua após terremoto atingir Santiago nesta quarta (Foto: Pablo Sanhueza / Reuters)
"Estamos em uma fase de coletar informação, as pessoas estão assustadas, mas esperamos que as coisas voltem à normalidade", disse o ministro do Desenvolvimento Social, Marcos Barraza, a jornalistas.
O transporte público funcionava normalmente em Santiago, informaram veículos de imprensa locais, que também informaram sobre cortes de energia elétrica em algumas regiões da capital.
De acordo com o Centro Nacional de Sismologia da Universidad de Chile, o sismo foi sentido às 19h54, com epicentro localizado 36 quilômetros ao oeste da cidade de Canela e a 11 quilômetros de profundidade. O epicentro do tremor fica no mar, a 243 km de Santiago e a pouco mais de 10 km da costa.
Terremoto Chile Mapa (Foto: Editoria de Arte/G1)

"Estava na parte externa do Shopping Arauco quando percebi que as portas de vidro do cinema estavam balançando bem forte, mas não ventava. Aí percebi que as pessoas começaram a sair. Aí comecei a sentir o chão tremer. Ficamos na parte descoberta, onde a boa parte das pessoas ficaram esperando o tremor passar", relatou de Santiago a repórter Isabela Leite, do G1.
Vimos carros andando sozinhos"
Thais Luiz, turista
"Foram dois tremores. O que posso dizer é que estava no hotel e tudo começou a tremer muito. Os móveis no quarto começaram a se movimentar. Quando saí para a rua, estava tudo normal. Na segunda vez eu estava com um grupo de brasileiros na recepção do hotel. Foi mais forte, vimos carros andando sozinhos. Os turistas estavam com muito medo, mas os nativos estavam tranquilos", disse a turista brasileira Thais Luiz, que está em Santiago.


Pessoas olham o mar em Valparaíso, no litoral do Chile após alerta de tsunami (Foto: Rodrigo Garrido/AFP)Pessoas olham o mar em Valparaíso, no litoral do Chile após alerta de tsunami (Foto: Rodrigo Garrido/AFP)

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Terremoto foi sentido em Santiago nesta quarta-feira (16) (Foto: Martin Bernetti/AFP)Terremoto foi sentido em Santiago nesta quarta-feira (16) (Foto: Martin Bernetti/AFP)
Terremoto foi sentido em Santiago nesta quarta-feira (16) (Foto: Martin Bernetti/AFP)Terremoto foi sentido em Santiago nesta quarta-feira (16) (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Um barril de pólvora prestes a explodir...

Deixe o protetor de tela do Mac com a cara do Apple Watch

 Apple Watch, smartwatch da Apple, possui um design diferenciado no sistema operacional. Pensando nos fãs do relógio inteligente, o dinamarquês Mikkel Selsøe Sørensen desenvolveu um protetor de tela paraMac baseado no watchOS. Com o software instalado no computador é possível ver as horas como se estivesse com o aparelho. 
Confira o passo a passo para instalar o protetor de tela gratuito no seu Mac e aproveite parte do design doApple Watch.
Deixe o protetor de tela do Mac com a cara do Apple Watch (Foto: Divulgação/Rasmusnielsen.dk)Deixe o protetor de tela do Mac com a cara do Apple Watch (Foto: Divulgação/Rasmusnielsen.dk)
Passo 01. Baixe o protetor de tela do Apple Watch gratuitamente no site oficial (rasmusnielsen/applewatch/), abra a pasta e clique no arquivo "AppleWatch.saver";
Clique no arquivo de instalação do protetor de tela (Foto: Reprodução/André Sugai)Clique no arquivo de instalação do protetor de tela (Foto: Reprodução/André Sugai)
Passo 2. Habilite o protetor de tela apenas para a conta atual ou para todas as contas existentes no computador;
Escolha se o protetor será ou não para todas as contas do computador (Foto: Reprodução/André Sugai)Escolha se o protetor será ou não para todas as contas do computador (Foto: Reprodução/André Sugai)
Passo 3. Selecione o protetor de tela, defina em quanto tempo ele aparecerá e pressione Ok.
Escolha e configure o protetor (Foto: Reprodução/André Sugai)Escolha e configure o protetor (Foto: Reprodução/André Sugai)
Pronto. Agora sempre que sua tela entrar em descanso você terá o mostrador de horas do Apple Watch rodando no seu Mac.