Everton, jogador do Grêmio, durante a partida contra o Goiás pelo Campeonato Brasileiro no dia 6 de setembro. / LUCAS UEBEL (GRÊMIO FBPA / FOTOS PÚBLICAS)
O Brasil tem uma nova Liga de futebol, criada a margem daConfederação Brasileira de Futebol (CBF). Se chama Liga Sul-Minas-Rio, na qual fazem parte, por enquanto, 13 times de futebol de cinco Estados do país: Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio, Internacional, Atlético Paranaense, Coritiba, Joinville, Avaí, Figueirense Chapecoense y Criciúma (este último da segunda divisão). Os 12 clubes que estão na primeira divisão representam mais da metade dos que estão nesta categoria (20 no total). As declarações dos dirigentes envolvidos na operação são contraditórias, mas tudo indica que a criação dessa nova Liga responde ao desejo de criar outro modelo de organização e gestão dos campeonatos.
A curto prazo, a nova entidade pretende colocar um torneio no primeiro semestre de 2016. “Temos que nos adaptar aos campeonatos estaduais”, explicou Delfim Pádua Peixoto, máximo dirigente da Federação Catarinense de Futebol. Suas normas ainda não foram definidas, mas está previsto que 10 equipes participem (duas de cada Estado, e as melhores colocadas no ranking da CBF) em oito datas.
O novo torneio nascerá como o terceiro mais importante do país, atrás do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, ambos organizados pela CBF. Ainda não está claro quais são os objetivos a longo prazo do projeto. Tavares, presidente da nova Liga, explicou ao Globo Esporte que a criação do grupo é um “passo gigantesco” para que os próprios clubes organizem o Campeonato Brasileiro no futuro. “É assim no mundo aí fora onde o futebol deu certo. É assim na Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha. Tem que copiar o que deu certo. A gente está atrasado. O futebol brasileiro, o argentino, comparado aos europeus, estão muito atrasados em relação a isso. As nossas administrações, os nossos campeonatos, não chegam perto. A gente arrecada infinitamente menos porque não temos a mesma organização. Vamos alertar os outros clubes sobre a necessidade de dar esse passo”, disse.O presidente da nova entidade seráGilvan de Pinho Tavares, também presidente do Cruzeiro. A criação da Liga já era esperada entre os dirigentes do futebol brasileiro e não é um consenso. O presidente da Federação gaúcha, por exemplo, se mostrou contra o projeto. Já Walter Feldman, secretário-geral da CBF, disse semanas antes ao Globo Esporte: "Não estimulamos nem criticamos, apenas observamos”. No entanto, os clubes fundadores da nova Liga esperam que máxima entidade do futebol brasileiro respalde o novo projeto, segundo confirmou ao EL PAÍS o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.
Já Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, explicou ao EL PAÍS por telefone que a organização do principal torneio do país não foi discutida. No entanto, através de uma nota, o clube afirmou anteriormente que a nova liga "representa um importante avanço nas relações entre as agremiações e reforça a necessidade de que os clubes, os verdadeiros promotores do esporte, tenham maior relevância e autoridade na discussão dos rumos do futebol brasileiro".
A intenção dos fundadores dessa nova Liga é que seu torneio conviva com os torneios estaduais, mas tanto o Fluminense com o Flamengo possuem outros objetivos: priorizar o campeonato Sul-Minas-Rio e não se apresentar com o time titular no campeonato carioca. “Temos uma questão a mais, que é o fato de que estamos rompidos com a federação [de Futebol do Estado do Rio de Janeiro] e não vamos disputar o carioca com o time principal a menos que ela vire ao avesso”, explicou Bandeira de Mello. “O objetivo da nova liga é introduzir no calendário uma alternativa mais atrativa e mais rentável que os campeonatos estaduais, para os quatro primeiros meses do ano. Não interfere em nada que a CBF esteja fazendo. Acho bastante possível que a entidade incorpore esse torneio novo no calendário de 2016. Não necessariamente será o embrião para uma nova liga nacional, o que queremos é realizar esse novo torneio”, assegurou. Os direitos de transmissão na TV ainda estão sendo negociados, disse.
O dirigente da Federação Catarinense também negou que a nova entidade seja o “embrião de uma nova Liga nacional”. Mas admitiu que não está de acordo com várias decisões da CBF e animou outros clubes de se juntarem ao projeto, principalmente os de São Paulo. "A princípio, seria Sul-Minas, mas houve o interesse desses clubes. Sobre os paulistas, nada impede que eles tenham interesse de participar. Para 2016, acho que é difícil, mas, para o próximo ano, seria até importante a participação deles”, explicou à ESPN.
Luciano Ferreira de Souza, de 36 anos, está desempregado. Vânia, sua mulher, deixou de trabalhar há três anos quando feriu o tornozelo em uma queda. Atualmente eles sobrevivem com os 1.100 reais pagos pelo seguro desemprego somados aos 35 reais que o Bolsa Família repassa por conta do filho Luan, de 3 anos. Mais da metade do dinheiro vai para o dono da casa de três cômodos alugada pela família em Embu das Artes, município da Grande São Paulo.
“Desde que casamos, há dez anos, estamos na fila da moradia. Naquela época a gente pagava 350 reais de aluguel. Hoje pagamos 650 reais”, conta Vânia, sentada em uma mesa de madeira improvisada construída em meio ao acampamento Paulo Freire, montado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em um terreno particular entre Embu das Artes e a capital paulista.
Nos 305.610 metros quadrados de matagal, 2.480 famílias com histórias similares a dos Souza montaram barracas de lona e madeira há quatro meses para pressionar o poder público a acelerar a entrega de casas populares. Uma expectativa que parece cada vez mais distante de se cumprir no atual cenário de crise. O Minha Casa, Minha Vida, principal programa habitacional do país, será um dos afetados pela política de contingência de gastos do Governo federal.
Luciano, Vânia e Luan. A família gasta metade do que recebe em aluguel. / APU GOMES
Nesta quinta-feira, após muita pressão do próprio MTST, que temia que diante da tesoura do ministro da Fazenda Joaquim Levy o programa fosse paralisado, o Governo federal anunciou, timidamente, as novas bases da terceira fase do projeto. Aumentou os juros das parcelas pagas pelos que conseguem o imóvel e não ampliou o limite de renda dos beneficiários atendidos pela faixa mais pobre e que, por isso, recebe mais subsídios do Governo, como queriam os movimentos de moradia –esses subsídios, por causa da crise, devem ser os mais afetados pelos cortes nos programas sociais.
Não se sabe ao certo quantas pessoas esperam por uma moradia atualmente no país, pois não há uma estimativa governamental própria. O levantamento mais próximo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2011, trazia um déficit de moradia de 5,4 milhões de unidades. Segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 3,2 milhões de imóveis estavam localizados em áreas precárias do país, como favelas. Além disso, 25% dos brasileiros comprometem mais de 30% de sua renda com o pagamento aluguel –valor que na cidade de São Paulo, por exemplo, dobrou nos últimos dez anos.
“Em casa tiramos entre 1.400 e 1.500 reais por mês e pagamos 900 reais de aluguel”, conta a babá Gisleine Alves dos Santos, de 56 anos. “Fora a água, a luz...O dinheiro não dá. Já me inscrevi por três vezes na prefeitura para conseguir uma casa e nada até agora”, afirma. “Entre filhos e noras, somos oito cadastrados na prefeitura há mais de dez anos”, conta Adélia Ferreira Silva, 53 anos. “Há sete anos entrei para a luta no MTST e espero que saia alguma coisa pelo Minha Casa, Minha Vida”, diz. As duas são detentoras de um barraco no acampamento Paulo Freire.
Por ali, as casas de lona são simbólicas. Nem todas as famílias moram no local porque as condições de vida não são fáceis. O MTST não permite que nos terrenos ocupados sejam construídas estruturas de madeira, para que o local não corra o risco de pegar fogo. Não há luz nos barracos, apenas em áreas comuns, e os banheiros coletivos não têm chuveiro. Para tomar banho é preciso esquentar água em um fogão, conta Bruna Amélia Andrade Silva, de 24 anos, uma das poucas moradoras do acampamento ao lado do marido, desempregado. O casal fez do barraco um quarto, impecavelmente limpo e arrumado. Um colchão fica sobre compensados de madeira altíssimos, para evitar a visita de cobras ou aranhas, comuns por ali. “Estávamos pagando 700 reais por uma casa de três cômodos. Eu descobri um problema no rim e perdi o emprego quando comecei a ter que ir ao hospital. Meu marido ficou desempregado na mesma época. Rolou um desespero e viemos morar aqui”, conta ela, que se tornou uma das coordenadoras do acampamento.
Nesta quinta, em duas reuniões seguidas, uma com movimentos sociais e outra com o mercado imobiliário, o Governo afirmou que a terceira etapa do programa terá mudanças, mas não deixou claro quantas unidades novas serão entregues no ano que vem. A promessa era de que a nova fase teria 3 milhões de unidades contratadas até 2018, mas a própria presidenta Dilma Rousseff disse em um evento no último dia 4 deste mês que terá que “suar a camisa” para cumprir o prometido. A meta parece um tanto ambiciosa, considerando que nos primeiros seis anos do programa foram contratadas 4 milhões de unidades e 42% delas ainda não foram entregues. Para essas famílias, a entrada no MTST, atualmente o principal movimento de luta por moradia urbana do país, é uma esperança, pois o Minha Casa, Minha Vida prevê que 2% das contratações de imóveis feitas pelos programas seja gerida diretamente por movimentos sociais –que pedem agora para que a taxa amplie.
O deficitário Orçamento de 2016 encaminhado pelo Governo federal para o Congresso prevê que o programa receberá 15,6 bilhões no próximo ano, um dinheiro comprometido com o pagamento das atuais 1,6 milhão de unidades em construção. Além disso, esse valor poderá diminuir ainda mais, já que os parlamentares podem fazer novos cortes para tentar equilibrar as contas. De quebra, causariam um constrangimento ainda maior para a presidenta, que tem pisado em ovos ao tratar de cortes em áreas sociais, um dos principais legados do Governo petista. Os efeitos da crise e dos ajustes na vida dos trabalhadores é, justamente, o grande mote das críticas que ela tem recebido por parte da esquerda, a única parcela da população brasileira ainda disposta a defendê-la, ainda que com ressalvas, dos pedidos de impeachment que ressoam pelas ruas do país. Guilherme Boulos, líder do MTST, foi enfático em dizer inúmeras vezes que, caso a fase três do Minha Casa, Minha Vida não fosse lançada até 10 de setembro o país pegaria “fogo”. O lançamento nesta quinta acalma um pouco a situação, mas no atual cenário político não se sabe até quando.
Na Inglaterra, ele foi adotado de forma mais ampla no século 16, durante o reinado de Henrique 8º. Consistia de um casaco longo de cor azul. Esse era o pigmento mais barato à disposição na época e seu uso entre estudantes simbolizava humildade.
Hoje, a maioria das escolas no Reino Unido exige que alunos usem uniforme. No entanto, o governo britânico determina que escolas considerem questões práticas e financeiras ao adotar o uniforme, e que pais, alunos e comunidade sejam consultados.
Na França, o uso de uniforme escolar deixou de ser obrigatório desde a década de 1960. E o uso de véus, lenços cobrindo a cabeça e turbantes, assim como o uso de "símbolos religiosos ostensivos" é proibido em escolas públicas.
Na Alemanha, uma proposta para que um único uniforme fosse adotado nacionalmente pelas escolas do país provocou ultraje em 2006. Muitos associaram a proposta ao regime nazista.
Em alguns países da América Latina, como Argentina e México, uniformes tendem a ser adotados principalmente por escolas particulares. Como resultado, seu uso adquiriu uma conotação de status educacional.
No Brasil, também não há uma política nacional sobre o uso do uniforme. Escolas da rede particular tendem a não adotá-lo. Na rede estadual, o uniforme é oferecido aos pais, mas seu uso não é obrigatório. Na rede municipal, cabe ao município decidir se alunos devem, ou não, usar uniforme.
O uso de uniforme é obrigatório na maioria das escolas africanas. Em Gana, desde 2013, o governo vem distribuindo uniformes gratuitamente à população. Tendo sido adotados no período colonial, uniformes também são a norma na maior parte do território asiático.
Mas será que a adoção de uma indumentária padronizada é positiva para os estudantes?
Muitos acreditam que regulamentos rigorosos quanto à indumentária ajudam a colocar as crianças em pé de igualdade socialmente, independentemente de seus sobrenomes ou situação financeira.
Outros pontos ressaltados pelos defensores do uniforme são que eles reforçam o sentimento de orgulho pela escola, aumentam a frequência e são um lembrete, sempre presente, das regras vigentes.
No campo oposto das opiniões, muitos dizem que códigos rígidos de indumentária cerceiam a individualidade e a liberdade de expressão. Também não são efetivos em prevenir intimidação e perseguição. E não conseguem "apagar" desigualdades sociais já que essas transcendem a forma como uma criança se veste, argumentam.
A educadora e psicóloga paulistana Ana Inoue, por sua vez, se posiciona mais ao centro: para ela, o uniforme traz mais vantagens do que desvantagens, mas é algo difícil de impor.
Integrante do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e diretora da ONG Instituto Acaia, Inoue disse à BBC Brasil que, em atividades fora da escola, como uma visita ao zoológico, por exemplo, o uniforme deveria ser obrigatório porque facilita a identificação das crianças.
Outro papel importante do uniforme, ela disse, é tornar todos iguais. Ela reconhece que diferenças socioeconômicas não serão eliminadas pela roupa, mas explicou que não é essa a ideia.
"O objetivo não é dissimular as diferenças sociais, mas passar a mensagem de que, no contexto da escola, todos são iguais. Todo mundo aqui é aluno e será tratado de maneira igual", disse Inoue.
2 → Livros, folhas avulsas ou tablets?
Em muitos países, o livro escolar vem, há vários anos, coexistindo ou sendo substituído por folhas avulsas impressas em copiadoras contendo textos e exercícios.
A revolução digital representa uma ameaça adicional ao antigo livro impresso, disponibilizando conteúdos da internet, por meio de computadores, nas salas de aula - em países "conectados", claro.
A relação entre livro escolar e desempenho acadêmico não é clara.
Nos últimos anos, no Reino Unido, folhas avulsas vêm tendo preferência em relação aos livros escolares. No entanto, em 2014, o governo britânico determinou que escolas no país voltassem a adotá-los, em meio a temores de que a não utilização de livros estaria colocando estudantes britânicos em desvantagem em relação a colegas de outros países, principalmente, da Ásia.
No entanto, um consultor britânico em educação declarou recentemente que livros escolares deveriam ser abolidos dentro dos próximos cinco anos. Segundo ele, os recursos que a era digital oferece estão tornando o livro escolar algo obsoleto.
Um estudo feito por Tim Oates, da agência Cambridge Assessment, da University of Cambridge, na Inglaterra, indica que países com bom desempenho em testes internacionais tendem a insistir no uso de livros escolares como base para o ensino.
A Coreia do Sul e a Finlândia estão entre os países com índices mais altos de distribuição de livros escolares - mais de 95% dos estudantes recebem livros, segundo estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dois países também ocupam posição bem alta - quinta e sexta, respectivamente - na rodada mais recente de exames Pisa (sigla para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que comparou desempenhos de estudantes de 15 anos de idade em diversos países do mundo.
Entretanto, a frente "antilivro" responde que ele gera pressão econômica adicional sobre os pais em escolas onde livros não são oferecidos gratuitamente. Além disso, eles são produzidos "em massa", sem levar em conta necessidades diferenciadas de crianças em salas de aula diversas.
Além disso, argumenta esse grupo, o livro escolar não tem como competir com tablets e tecnologias do tipo quando se trata de permitir o acesso conteúdos atualizados, ou de acompanhar a maneira como crianças consumem informação hoje em dia.
No Brasil, escolas da rede particular optam por soluções diversas, que podem envolver o uso de apostilas criadas especificamente para atender seus currículos, livros didáticos e também tecnologias variadas.
Na rede pública, o governo federal, Estados e municípios possuem programas de distribuição de tecnologias, incluindo tablets, para as escolas. Mas há problemas. Para que a tecnologia seja bem utilizada, várias outras coisas também são necessárias, disse a educadora Ana Inoue:
É preciso "ter rede elétrica compatível com o uso de tecnologia, ter banda larga, conteúdo bom (softwares, programas), professores que façam uso da tecnologia e um projeto de escola que inclua o uso desses recursos. E isso envolve, entre outras coisas, ter quem conserte e atualize os hardwares e softwares. Enfim, não é só uma questão de equipamento", disse Inoue.
"Equivale a achar que se tiver lápis e papel, todo mundo se alfabetiza".
3 → Tempo livre: Quantos dias? E quanta lição de casa?
Dependendo de onde uma criança mora, ela pode ter até 75 dias letivos a mais no ano do que crianças de outros países.
Na China, o ano escolar tem mais de 260 dias. No Japão, são 243 e, na Coreia do Sul, 220.
Em Israel, Alemanha, Rússia e Zimbábue, o ano letivo tem 210 dias. Costa Rica, Bolívia e África do Sul têm os anos letivos mais curtos, com 180 dias ou menos.
A França também é conhecida por exigir menos dias de trabalho das crianças, dando a eles férias longas para evitar "estafa de sala de aula" - termo usado por um oficial do governo francês.
Ainda assim, o tamanho do calendário escolar pode ser enganador. O dia escolar em escolas francesas está entre os mais longos do mundo ocidental. Ou seja, as crianças vão à escola menos vezes, mas ficam muito mais tempo lá - oito horas diárias.
No Brasil, a lei determina que escolas ofereçam uma carga horária anual de pelo menos 800 horas, distribuídas por no mínimo 200 dias de aula. Ou seja, alunos brasileiros devem ir à escola no mínimo 200 dias por ano e o dia escolar deve durar pelo menos quatro horas.
Mas... qual seria a carga horária ideal? As estatísticas mostram que os países com melhor desempenho em educação não são necessariamente os que exigem mais horas compulsórias de estudo de seus estudantes.
Segundo a OCDE, na Finlândia o total de horas de instrução compulsória por ano é 30% menor do que na França, país cujos estudantes têm desempenho médio nos rankings internacionais.
No Brasil e no Quênia o dia escolar pode começar por volta das 7 da manhã; em muitas escolas australianas as aulas só começam por volta das 9.30.
E depois, ainda tem a lição de casa. Se fazer lição de casa é positivo para a criança ou se seria melhor que ela descansasse e brincasse após a aula são questões há muito tempo debatidas.
Um estudo recente da Brown University, em Rhode Island, Estados Unidos, concluiu que crianças pequenas fora do país têm muito mais lição de casa do que é recomendado por pedagogos americanos.
Pesquisas sugerem que 10 minutos de lição de casa deveriam ser adicionados para cada ano escolar. Ou seja, se uma criança no terceiro ano do fundamental faria meia hora de lição de casa por dia, um aluno na sexta série faria uma hora.
Só que muitos países do leste europeu ou no leste asiático provavelmente achariam essa recomendação bem estranha. Meia hora de lição de casa é um quarto do que as crianças de lá fazem diariamente.
Outros talvez ficassem aliviados. Estudos revelam também que tarefa escolar causa estresse em famílias quando os pais não se sentem capazes de ajudar suas crianças.
No Brasil, não há diretrizes quanto à quantidade de tarefa de casa - a decisão fica a cargo da escola e dos professores.
"O objetivo da lição de casa é ver se o aluno vai saber fazer sozinho, sem a ajuda do professor, o que ele aprendeu na sala de aula", disse Ana Inoue. "Então, a questão a colocar é, quanto espaço você está abrindo para o aluno aplicar o conhecimento em outras situações".
"Não importa se está fazendo em casa. O que importa é que ele tenha um momento para consolidar sozinho o que aprendeu."
Adolescente tem febres diárias e chora todos os dias por causa de cachorra (Foto: Arquivo Pessoal)
A mãe de um adolescente de 15 anos, que tem paralisia cerebral, iniciou uma campanha na internet para encontrar a cachorrinha da família. Sophia, da raça Yorkshire, foi roubada após ficar por alguns dias na casa de uma conhecida da família, em São Vicente, no litoral de São Paulo. O jovem tem tido problemas de saúde por conta da ausência do pet.
Campanha foi criada para ajudar a encontrar Sophia (Foto: Reprodução Facebook)
Kelly Freymann, de 37 anos, mãe de Marcos de Freitas, precisou passar por uma cirurgia na coluna e pediu a uma amiga que cuidasse do animal. "A intenção era que ela fosse à minha residência cuidar da Sophia, mas ela perguntou se poderia levá-la para a casa dela, depois eu a buscaria", relata.
A cachorrinha, que possui problemas de saúde desde recém-nascida, foi levada por criminosos durante um assalto à casa da amiga. Kelly só ficou sabendo do episódio quando saiu do hospital. "Logo depois que recebi alta, ela me contou o que tinha acontecido. A primeira coisa que pensei foi em uma maneira de contar isso ao meu filho. A cadelinha era uma verdadeira companhia para ele", conta.
Sophia foi roubada durante o assalto a uma residência (Foto: Arquivo Pessoal)
A mãe do adolescente lembra que foi difícil contar para Marcos o que ocorreu. "Chamei meu filho e contei para ele que a casa da minha amiga havia sido assaltada. No mesmo momento, ele me perguntou da cachorra. Então, expliquei que o animal foi levado pelos criminosos", diz.
Marcos nasceu prematuro e, por conta da falta de oxigênio no cérebro, adquiriu paralisia cerebral. Depois do episódio, o jovem passou a ter complicações de saúde, tem febres diárias e chora a todo momento. "Meu filho sempre me pediu um amiguinho que pudesse ficar com ele na cadeira de rodas. Quando tive a oportunidade, comprei a Sophia, que ele também chama de 'Teteka'", relata.
Kelly criou uma campanha nas redes sociais para tentar recuperar a cadela da família. "Como mãe, faço um apelo para que devolvam a Sophia, pois o meu filho está sofrendo demais, e nossa família também", finaliza.
Por meio da internet, mãe espera conseguir ajudar filho de 15 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
rbyn, líder Partido Trabalhista da Grã-Bretanha (Foto: AP)
Uma votação avassaladora deu neste sábado ao "azarão" e radical de esquerda Jeremy Corbyn a liderança do Partido Trabalhista da Grã-Bretanha.
Isso significa que, aos 66 anos, o deputado e ex-sindicalista é o candidato em potencial da principal legenda de oposicão britânica nas eleições-gerais de 2020.
Corbyn obteve 60% dos votos na disputa pelo comando dos trabalhistas, que no último pleito parlamentar sofreram duras perdas de espaço no Parlamento, incluindo a pulverização de sua base eleitoral na Escócia. Em todo o país, mais de 440 mil pessoas votaram.
O mais curioso é que o deputado sequer era considerado um nome para o posto quando, em maio, o então líder trabalhista, Ed Milliband, renunciou. Políticos mais conhecidos, como Andy Burnham e Ivette Cooper, que já haviam ocupado cargos ministeriais durante os 13 anos de administração trabalhista (1997-2010), despontavam como favoritos.
Corbyn, na verdade recebeu pedidos de amigos e colegas para que se candidatasse e recebeu indicações de deputados que queriam ampliar o debate sobre o futuro do partido (candidatos precisam receber um certo número de indicações para poder concorrer). Há 32 anos no Parlamento, era um ilustre desconhecido para o grande público e uma pedra no sapato para o partido: ficou conhecido por ter votado pelo menos 500 vezes contra a orientação da legenda em votações no Legislativo.
E um discurso radical de esquerda parecia ser um senhor obstáculo num movimento trabalhista que se aproximou do centro nos últimos 20 anos. Na teoria, estava fadado a uma participação simbólica.
Tudo isso até suas propostas antiausteridade, com uma forte retórica de justiça social, serem recebidas como música pelos ouvidos da massa de filiados ao partido. Neste ano pela primeira vez a base de filiados teve voto com o mesmo peso da base parlamentar e dos grupos sindicais.
Ele defendeu até que o Banco Central britânico fizesse emissões especiais de moeda para financiar grandes projetos de infraestrutura. Defendeu também estatizações de serviços como o transporte ferroviário.
Se a Grã-Bretanha não é a Grécia no que diz respeito ao aperto econômico, a administração do premiê David Cameron, do Partido Conservador, nos últimos cinco anos promoveu diversos cortes nos gastos públicos, incluindo a previdência social. A postura de Corbyn encontrou ressonância.
Ele logo disparou nas pesquisas de opinião e os cardeais trabalhistas se assustaram, ao ponto de o ex-premiê Tony Blair ter vindo a público prevendo um ocaso político para o partido caso ele vencesse.
Em vão. Neste sábado, Corbyn, que é abstêmio e vegetariano, venceu a disputa na primeira rodada, com mais facilidade que o próprio Blair quando assumiu o controle dos trabalhistas em 1994.
Manifestação Ele saiu do centro de convenções em Londres, em que o anúncio do resultado da eleição foi feito, diretamente para uma manifestação em favor de refugiados de guerra. Lá, foi visto cantando um hino da época em que o Partido Trabalhista era o bastião do socialismo na política britânica. Uma época que parecia ter ficado no passado quando Blair forçou a guinada para o centro há mais de 20 anos.
Para muitos analistas, porém, Corbyn é uma aposta de risco depois de uma eleição parlamentar em que a plataforma conservadora conquistou o eleitorado e deu uma confortável maioria para Cameron.
Mesmo dentro do partido há quem tema que os trabalhistas podem alienar ainda mais o grande público até 2020. Mas o fato de que, horas depois do anúncio da vitória de Corby, um e-mail enviado pela direção do Partido Conservador para seus filiados trocava o tom jocoso anteriormente adotado para o político por um bem mais carregado com acusações - incluindo "uma simpatia a líderes terroristas" - foi o sinal de que a veemência do triunfo do azarão abstêmio não chocou apenas a esquerda britânica.
Marco Polo del Nero (Crédito: Alexandre Cassiano / Agência O Globo )
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, conseguiu uma liminar para impedir que a CPI do Futebol tenha acesso a documentos da entidade. A comissão pedia detalhes de acordos entre a confederação e empresas internacionais, além das arrecadações desde 2002. Outros documentos já foram vetados pelo STF na semana passada.
A negociação era que o Palácio do Buriti remanejaria um valor de R$ 41 milhões da Polícia Civil para pagar a folha salarial da Polícia Militar. Em troca, a promessa foi a nomeação de novos agentes e para isso, seriam destinados R$ 18 milhões
Ao Vivo de Brasília – Em meio ao abismo financeiro, o governo de Rodrigo Rollemberg tem sido chamado de caloteiro por determinada parcela dos policiais civis. Cerca de duas semanas atrás, representantes do sindicato da categoria, o Sinpol, sentaram frente-a-frente com o chefe do Executivo e tentaram um acordo.
A negociação era que o Palácio do Buriti remanejaria um valor de R$ 41 milhões da Polícia Civil para pagar a folha salarial da Polícia Militar. Em troca, a promessa foi a nomeação de novos agentes e para isso, seriam destinados R$ 18 milhões.
Trato acordado, porém, trato não cumprido. Alguns dias depois da reunião, o governo remanejou o recurso de 41 milhões e destinou para a PM. Entretanto, o GDF não apresentou o cronograma de nomeações. Esse recurso tem a rubrica da PCDF.
Inicialmente, a Polícia Civil queria a convocação de todos os concursados. E esse número batia com que pretendia teoricamente o governo. Só que depois de pegar o recurso para o remanejamento, Rollemberg decidiu nomear 100 agentes e 20 escrivães. Essa postura acabou elevando a temperatura dentro do sindicato da categoria. Logo depois, estourou a greve.
Assim Rollemberg usa o mesmo modus operandi da gestão anterior, quando no final de 2014, dinheiro da Terracap foi repassado para o GDF pagar os salários dos servidores. No caso atual, a diferença é que o valor circulou dentro da área de segurança pública.
O deputado distrital Wellington Luiz (PMDB), que costuma intervir pela categoria no governo, confirmou à reportagem que não é a primeira vez que o governo toma essa atitude de desviar a finalidade dos recursos do FCO.
Em resposta, a Secretaria de Fazenda, por meio de sua assessoria, não negou o remanejamento dos 41 milhões, mas se limitou a dizer que os recursos disponibilizados à Segurança, qualquer aplicação específica ou remanejamento realizado tem sido acordado pelos gestores das corporações (Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros).
Ainda de acordo com a Secretaria de Fazenda, todos os recursos do Fundo Constitucional são prioritariamente direcionados à Segurança. O que sobra do repasse ajuda a compor parte das folhas da Saúde e Educação, complementada com recursos do Tesouro.