quarta-feira, 3 de junho de 2015

O computador do promotor Nisman foi espionado após sua morte Alguém entrou na máquina de Alberto Nisman horas depois de ele ter morrido

Caso Nisman
Viviana Fein, promotora do caso, próxima ao seu escritório. / RODRIGO ABD (AP)
Quatro meses e meio depois, e quando parecia que o caso caía no esquecimento, o mistério que rodeia a morte de Alberto Nisman voltou à tona na Argentina. Após as imagens que mostram que a polícia limpou a pistola ensanguentada com papel higiênico, o caso sofreu uma reviravolta com uma constatação essencial: alguém entrou no computador de Nisman às 20h07, quando o procurador estava morto há algumas horas e a polícia ainda não tinha ingressado no apartamento e localizado o corpo no banheiro.
No momento em que entraram no computador de Nisman, fato noticiado primeiro pelo jornal argentino La Nación e depois por vários jornais argentinos, a mãe de Nisman, Sara Garfunkel, havia alertado os seguranças que seu filho não respondia aos seus telefonemas. Eles inclusive tentaram entrar na casa do promotor sem sucesso, pois a porta de serviço estava fechada com chave e a mãe não se lembrava da combinação para entrar pela porta principal. No entanto, esse momento coincide com a hora em que Garfunkel e os seguranças deixaram o apartamento de Nisman e voltaram à casa dela no bairro de Belgrano. Ela queria ver se conseguiria localizar o código de entrada da casa do filho. Depois Garfunkel e os seguranças voltaram e finalmente chamaram um chaveiro porque não conseguiram abrir a porta.Os investigadores agora tentam averiguar se essa entrada foi feita do interior do apartamento de Nisman, algo que levaria a uma mudança radical no rumo da investigação.Quatro meses e meio já se passaram, mas as perícias ainda não terminaram os trabalhos porque todo esse tempo foi marcado por batalhas judiciais entre a ex-mulher de Nisman, Sandra Arroyo Salgado, e a promotora, Viviana Fein. A ex-esposa sempre defendeu a hipótese de homicídio, ao passo que a promotora afirma que, até agora, nada a faz pensar que outra pessoa tenha entrado no banheiro onde Nisman morreu. Mas o mistério aumenta.
Supostamente, durante todo esse tempo não podia haver ninguém usando o computador porque Nisman estava morto havia horas e nenhuma pessoa entrou no apartamento. Pelo menos essa é a versão oficial. A Promotoria mantém silêncio sobre o avanço das investigações, mas a promotora garante que poderá fazer um parecer definitivo em menos de um mês. A tese de suicídio estava se consolidando, pois o relatório médico divulgado semana passada não mencionou nenhum elemento que indique homicídio. Mas a análise do computador e do celular de Nisman poderia levar a uma nova orientação no caso, a menos que se trate de um erro no computador.
Segundo a versão oficial,  ninguém poderia ter manipulando o computador, porque Nisman já estava morto há horas e ninguém entrou em seu apartamento
A investigação tem um grande pano de fundo político e gera reações praticamente diárias das principais lideranças. A mais ativa delas é justamente o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, número dois do Governo de Cristina Fernández de Kirchner e uma figura especialmente direta. Fernández chegou a chamar Nisman, já morto, de “sem vergonha”, quando apareceram fotos do promotor com mulheres mais jovens em sua conta oculta em Nova York. O chefe de Gabinete também pediu abertamente a prisão de Sara Garfunkel, um personagem aparentemente fundamental. Fernández insiste na tese do suicídio. “Se tivesse sido um assassinato, teriam que ser pelo menos duas pessoas, e alguém que conhecesse Nisman, porque ele não se defendeu em nenhum momento. Além disso, não há nenhum elemento indicando que ele tenha sido atacado. (...) Teria que ser alguém que conhecesse muito bem o lugar e a arma; isso é forçar demais a situação”, disse o ministro, que defendeu o trabalho dos policiais após a divulgação do vídeo que mostra como limparam a arma. “Dos peritos que participaram, nenhum objetou as provas. Então qual o problema?”, questionou Fernández.
Essa guinada pode beneficiar especialmente Diego Lagomarsino, o especialista em informática que entregou a arma a Nisman e que assegura que sua participação terminou aí. Lagomarsino tem um álibi para o momento em que supostamente o computador estava sendo ligado. Os investigadores acreditam que ele não tem a tecnologia suficiente para acessar a máquina à distância, razão pela qual esse novo elemento ajuda na sua defesa. De fato, o perito da defesa de Lagomarsino foi o que mais enfatizou esse momento da entrada às 20:07 durante a análise dos dados.
Agora cabe à promotora decidir que importância dará a esse novo elemento, mas a confusão está instalada e boa parte dos argentinos continua duvidando da hipótese de suicídio. Muitos acreditam que nunca saberão realmente o que aconteceu.

Paraisópolis, a favela ‘pop’ que começa a sofrer com a especulação imobiliária

Vista da favela de Paraisópolis: região cobra melhorias. / EDUARDO KNAPP (FOLHAPRESS)
Encravada ao lado do Morumbi, um dos bairros mais nobres de São Paulo, na zona sul, Paraisópolis é a segunda maior favela da capital paulista em termos habitacionais (tem cerca de 100.000 habitantes) e certamente a mais famosa do Estado _mesmo antes de estar diariamente na televisão dos brasileiros, com a novela I Love Paraisópolis (TV Globo), no ar há um mês. Vizinha de mansões e prédios de luxo do Morumbi, e um dos símbolos da desigualdade da cidade, sempre foi valorizada, sobretudo pela proximidade com áreas como a Berrini e a Juscelino Kubitschek, onde multinacionais têm sede. Embora especialistas não sejam unânimes em apontar para agentrificação da região, ouve-se pelas ruas uma queixa frequente: ficou mais caro morar por lá. Agora, seus moradores pretendem aproveitar o efeito novela para reivindicar que as melhorias no bairro alcancem o ritmo do aumento do custo de vida.
Um barraco com um quarto/sala, uma cozinha e um banheiro não sai por menos de 400 reais mensais, mas frequentemente esse valor chega a 600 reais, pouco menos de um salário mínimo. O EL PAÍS ouviu reclamações principalmente pela alta dos preços dos aluguéis, ainda que área sofra com uma série de problemas comuns às favelas brasileiras: faltam obras de saneamento básico, infraestrutura e moradias populares; os alagamentos e incêndios são frequentes; a segurança é débil e o acesso ao transporte público não é dos melhores.
Em meio a isso, a comunidade vive uma notória verticalização: basta uma volta a pé pela região para ver a proliferação de andares - os famosos puxadinhos - que crescem sobre as casas de alvenaria, que às vezes alcançam até sete andares, construídos pelas mãos dos próprios habitantes. Nos novos andares, mais cômodos colocados para locação.  Segundo uma pesquisa feita pela Serasa, divulgada no último domingo no Fantástico (TV Globo), um em cada três moradores de Paraisópolis estão endividados, índice um pouco acima do percentual registrado em toda capital paulista, que é de um a cada quatro."O que aumenta o custo de vida em Paraisópolis é principalmente a falta da construção das unidades habitacionais que a prefeitura prometeu. Porque com 6.000 pessoas recebendo aluguel social da prefeitura, é óbvio que o preço do aluguel vai subir", reclama Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e Comércio de Paraisópolis."Tem gente de Paraisópolis, que viveu a vida inteira aqui, e que agora não conseguem mais ficar", completa.
"Quem reclama que está mais caro viver nas favelas está certo. E isso não aconteceu somente em Paraisópolis, mas na maioria das favelas da zona sul do Rio de Janeiro também", diz Renato Meirelles, diretor do Data Popular. Uma pesquisa deste instituto realizada em fevereiro com 1.007 moradores de favelas em São Paulo apontou que 57% dos ouvidos acreditam que "está mais caro viver na favela do que um ano atrás” e 48% dizem que “o lado ruim do desenvolvimento da favela é o aumento do preço do aluguel”.
"Você tem alguns fatores que levam a isso, um deles é que está mais caro para viver no Brasil. Ponto. E a renda das favelas cresce mais que a do país, o que aumenta a procura por produtos e serviços, gera inflação, etc. Mas tem um fator externo, e é isso que Paraisópolis tem em comum com o Vidigal ou com o morro do Alemão, que é a notoriedade dessas comunidades. Seja para o turismo, sejam pessoas de outras áreas que agora querem morar em Paraisópolis ou no Vidigal... Isso aumenta o valor do metro quadrado e, consequentemente, encarece o custo de vida", explica Meirelles.
Gentrificação é o termo usado por urbanistas para explicar um fenômeno comum em várias partes do mundo: pessoas de maior poder aquisitivo passam a viver em bairros pobres, obrigando os moradores locais a se mudarem para outras áreas devido ao consequente aumento do custo de vida. Além do encarecimento local, a gentrificação muda a cara do bairro como um todo. No linguajar brasileiro popular, seria algo como a gourmetização das favelas. Enquanto no Vidigal a instalação de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) foi apontada como o fator da elitização, em Paraisópolis, as obras de urbanização iniciadas há dez anos pela prefeitura, além da proximidade de bairros nobres como o Morumbi, é o que atrai olhares estrangeiros. Mas para Meirelles, o fenômeno ainda não é o que ocorre em Paraisópolis.
"Não acho que há. Falar em processo de gentrificação é muito pesado. O que acho é que há um claro processo de valorização da região. Agora, isso também traz muita coisa boa. Não dá para falar que aparecer numa novela é ruim para a comunidade. O seria melhor então? Permanecer afastado? Virar um gueto?", pondera o pesquisador.

Efeito novela

Em abril, Paraisópolis realizou um protesto cobrando da Prefeiturade São Paulo e do Governo do Estado ma série de reivindicações. DeFernando Haddad (PT), a população cobra a retomada das obras de urbanização da favela, que dizem estar paradas há dois anos - como a construção de novos conjuntos habitacionais populares, de um hospital, o aumento do aluguel social, e a canalização de um córrego que inunda em dias de chuva. Já de Geraldo Alckmin (PSDB), querem principalmente a garantia de que o Linha 17-Ouro do Metrô, o monotrilho, passará pelo bairro.
Dias depois, o governador se reuniu com a associação local e firmou um compromisso de que o monotrilho não sofrerá alterações nesse sentido, a despeito do que pedem alguns vizinhos do Morumbi, que apelidaram a linha pejorativamente de manotrilho e levaram o caso à Justiça. Inicialmente, o Governo estadual havia prometido que a linha ficaria pronta para a Copa do Mundo de 2014, mas as obras atrasaram e a nova previsão de entrega é para 2017.
Já a prefeitura argumenta que não parou de investir na região - em 2013, pouco após assumir seu mandato, Haddad visitou o bairro. Mas a União dos Moradores fala agora em "abandono". "Nos primeiros meses de gestão nós tivemos uma série de reuniões, as obras chegaram a ser retomadas um pouco, mas depois paralisou por completo. E aí o que aconteceu? Não tem diálogo. A prefeitura está ignorando Paraisópolis", criticou Rodrigues.
Procurada pela reportagem, a prefeitura rebateu a acusação e negou o abandono. Em nota, afirmou que "atua em diversas frentes para beneficiar a região". "As obras de urbanização contemplam diretamente 20 mil famílias, com implantação de drenagem, infraestrutura, pavimentação, redes de água e esgoto, além de construção de unidade habitacional, com investimento de 113,8 milhões de reais, entre recursos municipais e federais. Já foram investidos 73,2 milhões de reais. Toda a comunidade já foi beneficiada com 305 novas unidades entregues em parceria com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Atualmente são 4.728 famílias em Paraisópolis que recebem o benefício do auxílio aluguel. Elas foram removidas de áreas de risco ou de frentes de obras públicas", afirmou.
Enquanto isso, quem passeia pelas ruas da favela lê, em ao menos trinta pontos, a frase que dá nome à novela global, acompanhada dahashtag #urbanizaçãojá — um intento de tentar direcionar as câmeras e a visibilidade alcançada para os pedidos da população local. Paraisópolis quer mais de seus minutos de fama.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Fim de linha: Blatter renuncia e convoca nova eleição para Fifa

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A cadeira do demissionário presidente da Fifa, Joseph Blatter, na sede da instituição, em Zurique
O terremoto que sacudiu o futebol mundial acabou derrubando Joseph Blatter: o presidente da Fifa não resistiu ao escândalo de corrupção e renunciou ao cargo nesta terça-feira, anunciando uma nova eleição até março de 2016.
O suíço, de 79 anos, que estava à frente da organização que rege o futebol mundial desde 1998, convocou um congresso extraordinário, para eleição do seu sucessor.
Blatter tinha sido reeleito para um quinto mandato na última sexta-feira, dois dias depois do escândalo estourar, com a prisão, a pedido da justiça americana, de sete altos dirigentes que tinham viajado a Zurique para participar do último congresso, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
- Príncipe Ali candidato -
Derrotado pelo suíço na eleição, o príncipe Ali Bin al-Hussein já está no páreo novamente, e está até disposto a "assumir a presidência imediatamente, se for solicitado", revelou à AFP o vice-presidente da federação jordaniana, Salah Sabra.
Blatter, que gostava de se comparar a um 'capitão que não abandona o navio', foi vítima de mais uma tempestade.
"Por mais que tenha sido reeleito, parece que não tenho o apoio de todos no mundo do futebol, por isso decidi convocar um congresso extraordinário e colocar meu mandato à disposição", explicou Blatter num discurso pronunciado na sede da entidade.
"Vou continuar a exercer minhas funções até este congresso e me concentrar na realização de reformas ambiciosas", acrescentou o cartola, antes de avisar que "a Fifa precisa de uma profunda renovação diante dos desafios que tem pela frente".
"O próximo congresso ordinário da Fifa estava marcado para o dia 13 de maio de 2016, no México. Esperar tanto tempo só teria empurrado para mais tarde os problemas, por isso pedi a realização de um congresso extraordinário", justificou.
De acordo com Domenico Scala, presidente da comissão de auditoria da Fifa, o novo congresso acontecerá entre dezembro deste ano e março de 2016.
Após o anúncio da renúncia de Blatter, a Procuradoria Geral da suíça afirmou que isso "não tem incidência sobre o processo penal" movido pelo Ministério Público do país.
Segundo o porta-voz da Procuradoria Geral, André Marty, "o presidente da Fifa não será interrogado neste momento" da investigação, mas "poderá ser no futuro, caso seja necessário.
- Platini sauda 'decisão corajosa' -
Opositor ferrenho de Blatter, o presidente da Uefa, Michel Platini, saudou a renúncia do suíço como "uma decisão difícil, corajosa, mas a decisão certa".
O próprio Platini já tinha pedido sua renúncia na véspera da eleição. "Eu pedi que renuncie, já é suficiente. 'Sepp' Blatter me escutou, mas disse que é muito tarde", revelou o ex-craque francês na última quinta-feira.
A renúncia de Blatter ocorre poucas horas depois de o jornal The New York Times acusar o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, de ter efetuado o pagamento de propina de 10 milhões dólares numa conta do ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, para garantir seu voto na escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010.
A Fifa negou as acusações, afirmando que Valcke não tem nada a ver com este pagamento, que teria sido realizar para projetos de desenvolvimento do futebol no Caribe.
De acordo com a entidade, o dinheiro teria sido depositado na conta de Warner pelo argentino Julio Grondona, que faleceu no ano passado, e era presidente da comissão de finanças na época.
- Rancor -
Na última quarta-feira, a justiça americana, que pediu a prisão dos sete cartolas (inclusive Warner) anunciou o indiciamento de nove dirigentes da Fifa no total, além de cinco executivos de empresas de marketing parceiras da entidade.
São investigados casos de corrupção que movimentaram mais de 150 milhões de dólares nos últimos 25 anos, num esquema que chegou a ser chamado de "Copa do Mundo da Fraude" por Richard Weber, diretor da Receita Federal americana (IRS).
No mesmo dia, num caso distinto, documentos eletrônicos foram apreendidos na sede da entidade, com suspeitas de "lavagem de dinheiro e gestão desleal" na atribuição das Copas do Mundo de 2018 e 2022 à Rússia e ao Catar, respectivamente.
Apesar do escândalo, Blatter conseguiu se reeleger, e chegou até a insinuar que a investigação era motivada por um rancor dos Estados Unidos e da Inglaterra por ter perdido a disputa para sediar os próximos mundiais.
O suíço, que começou a trabalhar na Fifa em 1975, como diretor de desenvolvimento, tinha atravessado várias tempestades, mas o vento soprou forte demais, e precipitou o naufrágio de um dos cartolas mais poderosos da história do esporte.

Aborto é uma sentença de morte sumária, sem defesa, sem clemência! É aviltante o assassinato de seres indefesos

Aborto é uma sentença de morte sumária, sem defesa, sem clemência! É aviltante o assassinato de seres indefesos
02/06/2015 17h28 - Atualizado em 02/06/2015 18h24
Grupo bloqueia Eixo Monumental em Brasília em marcha contra o aborto

Movimento fechou três faixas da via no sentido Congresso Nacional.
Integrantes protestam contra projeto de lei que visa 

regulamentar aborto.


Manifestantes em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em protesto contra o aborto

Integrantes do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida ocuparam nesta terça-feira (2) o Eixo Monumental, em Brasília, durante a “8ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida contra o Aborto”. O grupo se concentrou em frente à Torre de TV e iniciou uma marcha em direção ao Congresso Nacional.

Dimitri e Chica acompanhara a dona Desiree antes de prova da Fuvest 2015 (Foto: Caio Kenji/G1) Família com cães em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1) A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta terça-feira (2), traz novos dados sobre animais de estimação nos lares do país. O instituto aponta que 44,3% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. Os dados se referem a 2013. O IBGE estimou a população de cachorros em domicílios brasileiros em 52,2 milhões, o que dá uma média de 1,8 cachorro por domicílio que tem pelo menos um cão. Mais cachorros que crianças O dado mostra que, no Brasil, existem mais cachorros de estimação do que crianças. De acordo com outra pesquisa do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2013, havia 44,9 milhões de crianças de até 14 anos. saiba mais UBS é primeira referência em saúde do brasileiro, diz pesquisa do IBGE Esta é a primeira edição da PNS, levantamento que teve seus dados divulgados em dois volumes: o primeiro em dezembro de 2014 e o segundo nesta terça-feira. É a primeira vez, portanto, que o número de cães e gatos de estimação é medido com esta metodologia. Os números indicam ainda que o Paraná é a unidade da federação em que mais casas têm cachorro: 60,1%. O Distrito Federal está na outra ponta da lista – 32,3% das residências têm pelo menos um cão. Gatos Em relação à presença de gatos, 17,7% dos domicílios possuem pelo menos um, o equivalente a 11,5 milhões de unidades domiciliares. Os piauienses são os maiores amantes dos gatos, já que há pelo menos um em 34,2% dos seus domicílios. O Distrito Federal, com 6,9% , é a unidade da federação em que menos lares têm gatos. A população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 gato por domicílio que tem esse animal. Vacina A pesquisa indica ainda que 75,4% dos lares que têm cão ou gato deram a vacina no período de um ano antes da data da pesquisa. Isso significa que um em quatro desses animais domésticos não havia sido vacinado – a imunização contra raiva deve ser anual. A PNS 2013 também divulgou dados sobre o acesso da população brasileira aos serviços de saúde.

Dimitri e Chica acompanhara a dona Desiree antes de prova da Fuvest 2015 (Foto: Caio Kenji/G1)Família com cães em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta terça-feira (2), traz novos dados sobre animais de estimação nos lares do país. O instituto aponta que 44,3% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. Os dados se referem a 2013.
O IBGE estimou a população de cachorros em domicílios brasileiros em 52,2 milhões, o que dá uma média de 1,8 cachorro por domicílio que tem pelo menos um cão.
Mais cachorros que crianças
O dado mostra que, no Brasil, existem mais cachorros de estimação do que crianças. De acordo com outra pesquisa do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2013, havia 44,9 milhões de crianças de até 14 anos.
Os números indicam ainda que o Paraná é a unidade da federação em que mais casas têm cachorro: 60,1%. O Distrito Federal está na outra ponta da lista – 32,3% das residências têm pelo menos um cão.Esta é a primeira edição da PNS, levantamento que teve seus dados divulgados em dois volumes: o primeiro em dezembro de 2014 e o segundo nesta terça-feira. É a primeira vez, portanto, que o número de cães e gatos de estimação é medido com esta metodologia.
Gatos
Em relação à presença de gatos, 17,7% dos domicílios possuem pelo menos um, o equivalente a 11,5 milhões de unidades domiciliares. Os piauienses são os maiores amantes dos gatos, já que há pelo menos um em 34,2% dos seus domicílios. O Distrito Federal, com 6,9% , é a unidade da federação em que menos lares têm gatos.
A população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 gato por domicílio que tem esse animal.
Vacina
A pesquisa indica ainda que 75,4% dos lares que têm cão ou gato deram a vacina no período de um ano antes da data da pesquisa. Isso significa que um em quatro desses animais domésticos não havia sido vacinado – a imunização contra raiva deve ser anual.
A PNS 2013 também divulgou dados sobre o acesso da população brasileira aos serviços de saúde.

Apple motiva funcionários para lançamento de relógio em lojas físicas


Angela Ahrendts, vice-presidente sênior de varejo e lojas online da Apple, está começando a preparar os funcionários das lojas da empresa para o início das vendas do Apple Watch nas lojas físicas. Ela disse aos funcionários que agora, a empresa precisa ter certeza de que está mais que preparada para atender as necessidades dos clientes que compram nas lojas da companhia.
Ela acrescenta que a Apple "precisa ter certeza de que eles [clientes] tenham a melhor experiência e que o lançamento é mais rápido, mais inteligente e maior do que a empresa nunca havia feito antes". Por vários motivos, Ahrendts diz que a chegada do Apple Apple foi um "lançamento diferente", comparando-o com lançamentos de produtos anteriores.
A Apple enfrentou um problema de abastecimento de estoques com a chegada do Apple Watch, e com isso acabou reservando as vendas do relógio apenas na loja online, mas já vai passar a experimentar um novo serviço onde os clientes podem visitar as lojas físicas para testar qual modelo irá comprar. Também será possível verificar se alguma loja específica tem o relógio (referindo-se ao modelo) em estoque, e os clientes poderão fazer a escolha online antes de ir retirá-lo.
Na esperança de incentivar os funcionários das lojas, Ahrendts diz que este "é o nosso momento de brilhar, e será um lançamento diferente de qualquer outro que já tivemos". Completando seu discurso, ela cita: "é isso que você nasceu para fazer, é por isso que você está na Apple".
A Apple também está orientando os funcionários a discutirem com seus clientes os benefícios do Apple Pay, que é mais um recurso disponível para o relógio inteligente. E embora o discurso motivacional tenha sido feito, nenhuma data específica foi citada para o lançamento oficial do relógio nas lojas físicas.

Políticos acossados pela Lava Jato querem vetar reeleição de Janot Se indicado por Dilma Rousseff, atual procurador-geral terá de passar pelo crivo do Senado

O procurador Janot, em outubro passado. / FELIPE SAMPAIO (STF)
Na mira de raivosos políticos acossados pela operação Lava Jato, o Ministério Público Federal inicia nesta semana o processo de escolha de seu chefe para o biênio 2015-201. Entre os prováveis candidatos está o atual nome do cargo — e considerado favorito para permanecer nele —, Rodrigo Janot, à frente da investigação contra dezenas de políticos implicados no chamado Caso Petrobras, um dos maiores escândalos de corrupção da história.
Como a escolha do procurador-geral é uma decisão do chefe do Executivo, Rousseff poderá acatar ou não o nome daquele que for o mais votado pela Associação Nacional dos Procuradores da República. Depois, o escolhido passará pela análise do Senado, que terá de aprová-lo com o aval de ao menos 41 dos 81 parlamentares. Nos últimos dez anos, o mais votado pelos procuradores foi o escolhido pelo presidente e aceito pelos senadores.Ao todo, cinco procuradores devem ser os candidatos à função. Os concorrentes começarão a se inscrever a partir da próxima sexta-feira e terão até o dia 15 para fazê-lo. A eleição, interna e informal, ocorrerá no dia 5 de agosto. Os três que tiverem mais votos entre todos os membros do MPF terão seus nomes levados para a presidenta Dilma Rousseff (PT), que possivelmente escolherá um deles para ocupar o cargo.
Todos os holofotes levam a Rodrigo Janot. É nele que estão centradas as críticas à atuação dos procuradores que investigam 49 políticos brasileiros suspeitos de participarem do esquema de corrupção que desviou ao menos 6 bilhões de reais da Petrobras. Os outros potenciais candidatos são os subprocuradores-gerais Mário Bonsaglia, Carlos Frederico Santos, Raquel Dodge e Nicolao Dino (leia mais sobre eles abaixo).
Janot ainda não confirmou se disputará a recondução. Porém, sua ausência seria vista como uma derrota diante das pressões que sofre nos últimos dias por causa da Lava Jato. "É mais do que esperado que ele se candidate", diz um procurador ligado a ele. Uma de suas dificuldades seria a avaliação do Senado. Dos 49 investigados, 12 são senadores da atual legislatura, de cinco partidos diferentes, inclusive do oposicionista PSDB. Na lista também estão os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

Cerco

O cerco ao procurador-geral se intensificou no mês passado. Solicitações para depor na CPI da Petrobras, pedidos de investigação de sua gestão e até mudança na legislação são algumas das medidas usadas pelos congressistas investigados para pressionar o principal responsável por conduzir as apurações contra os políticos no caso de desvio de recursos da petroleira estatal.
O senhor Janot, o chantagista, comigo não se cria. Ele estiola
Senador Fernando Collor
A temperatura subiu quando o senador Fernando Collor de Mello(PTB-AL) chamou o procurador de chantagista, porque pediu, e obteve, a quebra de sigilo fiscal e bancário dele por suspeita de envolvimento com a quadrilha que agia na Petrobras. Nos dias 11 e 12 do mês passado, o parlamentar apresentou quatro requerimentos de investigação contra o chefe do Ministério Público Federal. O senador diz que Janot usa seu cargo para se autopromover, desperdiça dinheiro público e faz encontros secretos para definir quem deve ou não ser investigado.
Em um discurso no plenário do Senado, Collor disse que Janot age com o “nítido intuito de intimidação” ao pedir a quebra de seus sigilos. “O nome dessa conduta é chantagem. Só que o senhor Janot, o chantagista, comigo não se cria. Ele estiola [enfraquece]”, afirmou o senador, o auto intitulado “caçador de marajás” que presidiu o país entre 1990 e 1992, quando sofreu um impeachment. “Até quando suportaremos esse populismo judicial de Janot, um especialista em escolher alvos e em chantagear?”.  Conforme um dos delatores do esquema, o doleiro Alberto Youssef, Collor recebeu 3 milhões de reais em propinas pagas pela BR Distribuidora, uma empresa vinculada à Petrobras. O senador nega.
Os requerimentos apresentados por Collor, na visão de especialistas, não são irregulares. “A ação do senador não é questionável do ponto de vista legal. Pelo contrário, o Senado está fazendo seu papel de investigar o Ministério Público, o que raramente ocorre. Ninguém está acima da lei”, diz Marcelo Figueiredo, advogado e professor de direito público da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Figueiredo, contudo, pondera que nem sempre as ações dos senadores são de interesse público. “Nesse caso parece algo individual, secundário”.
Já o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcante, diz que a ação de Collor é infundada. “Ele está usando a sua prerrogativa de senador, mas o conteúdo dos documentos apresentados por ele não comprovam nenhuma irregularidade. Essa não é uma forma inteligente de enfrentar o Ministério Público”.

Segunda frente

A outra linha de ataque a Janot está na Câmara dos Deputados. Lá, o seu principal articulador é o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já disse que o procurador tem uma querela pessoal contra ele. Cunha, suspeito de pressionar empresas ligadas à Petrobras por meio de requerimentos parlamentares, sugeriu a aliados que elaborem um projeto de emenda constitucional que impeça a recondução de um procurador-geral ao cargo.
O ato [mudança na lei] pode ser visto como retaliação a um trabalho sério que vem sendo feito
Procurador José Robalinho
Atualmente, conforme previsto na legislação, é possível haver a recondução para a função. O mandato é de dois anos e o de Janot começou em setembro de 2013. “Falta pouco mais de três meses para a escolha do novo procurador ou para a recondução do atual. Uma medida como essa, que altera a Constituição, não passa de uma hora para a outra no Congresso. O ato pode ser visto como retaliação a um trabalho sério que vem sendo feito, mas não acredito que dê tempo de entrar em vigor”, analisou o procurador Robalinho, da ANPR.
Na Câmara, até membros de partidos de oposição ao Governo Dilma Rousseff acabam levantando dúvidas sobre o trabalho do procurador-geral. O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD), por exemplo, apresentou dois pedidos de convocação de Janot para depor na CPI da Petrobras. É incomum procuradores-gerais responderem a questionamentos de deputados nessas situações. Um deputado do partido de Pereira também é investigado pela Lava Jato.

Os mais cotados para concorrer ao cargo de procurador-geral

Até o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), pouco se ouvia falar o nome do procurador-geral da República. Foi na gestão dele, que o cargo começou a ganhar destaque. Na ocasião, a fama foi negativa, quando Geraldo Brindeiro ganhou o apelido de "engavetador-geral da República". A razão era que poucos processos de investigação contra grandes figuras políticas tinham sequência.
O nome de Brindeiro foi rejeitado pela sua própria classe, que encaminhou uma lista tríplice para FHC em 2001. Porém, o presidente ignorou os anseios da classe. De 2003 para cá, as listas tríplices informais elaboradas pela Associação Nacional de Procuradores da República passaram a ser levadas em conta. Sempre o primeiro colocado acabou sendo escolhido.
Depois dos anos Brindeiro, o cargo de procurador-geral ganhou destaques positivos. Os mais recentes foram a investigação do mensalão petista (iniciado com o Antonio Fernando de Souza e concluído com Roberto Gurgel) e atualmente com a operação Lava Jato.
Antes de ser conduzido ao cargo de procurador-geral em 2013, Janot foi derrotado no pleito da ANPR de 2011, quando ficou em segundo lugar. Para este ano, quando deve tentar sua recondução, seus principais concorrentes serão os seguintes subprocuradores-gerais da República:
Carlos Frederico Santos. Atuou nas procuradorias do Amazonas e de Roraima. Presidiu a ANPR e se destacou como o primeiro procurador a denunciar o genocídio de povos indígenas.  Também se notabilizou por tentar impedir obras de uma hidrelétrica na reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Mário Bonsaglia. Doutor em direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), atuou na procuradoria de São Paulo e já emitiu pareceres na operação Lava Jato. É bastante ativo nas redes sociais e já "comprou briga" com a Polícia Federal sobre o direito do Ministério Público poder investigar.
Nicolao Dino. Professor da Universidade de Brasília, é um dos principais aliados de Rodrigo Janot, o que pode dificultar sua candidatura. Atualmente ocupa o cargo de "articulador político" da Procuradoria-Geral. Tem forte atuação na área criminal e é irmão do atual governador do Maranhão, o ex-juiz Flavio Dino. Sua ligação familiar fez com que ele fosse rejeitado pelos senadores para um cargo de conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público.
Raquel Dodge. Era tida como uma das favoritas na eleição de 2013. Mas não compôs a listra tríplice da ANPR. Nos últimos anos, foi a responsável para operação Caixa de Pandora, que denunciou 38 pessoas por corrupção e resultou no afastamento do então governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, em 2010.
Janot, por sua vez, prefere o silêncio. Ele não atendeu ao pedido de entrevista feito pelo EL PAÍS e desde novembro do ano passado não atende à imprensa individualmente, segundo sua assessoria. A amigos, diz que está tranquilo quanto à investigação da Lava Jato porque ela seria impessoal e cercada de provas robustas. Sobre as pressões que sofre, diz que são algo normal em sua profissão.