quarta-feira, 27 de maio de 2015

Problema no iPhone permite que SMS trave o celular Mensagem mistura caracteres e símbolos de vários idiomas. Apple ainda não criou uma solução definitiva.

Internautas publicaram no site "Reddit" nesta terça-feira (26) que uma mensagem específica, ao ser enviada via SMS para um iPhone, é capaz de travar o celular e fazer com que ele reinicie. Mesmo após o aparelho ser reiniciado, o aplicativo de mensagens continuará travado.
A Apple ainda não criou uma solução definitiva para o erro, que ocorre inclusive nas versões mais novas do iOS. Para que a tela de mensagens própria do iPhone volte ao normal, quem Receber o "torpedo bomba" precisa pedir a alguém para que lhe envie um novo SMS ou dar um jeito de enviar um SMS para o mesmo contato que fez a "brincadeira". Como o Messenger estará travado, deverá recorrer a outros aplicativos, como a galeria de fotos. Usar a Siri também é eficaz.
O problema
A mensagem problemática tem caracteres especiais latinos, símbolos arábicos e termina com um ideograma chinês. Não está claro se o erro acontece por causa do conteúdo específico da mensagem ou se é a combinação de idiomas diferentes no mesmo texto que causa o travamento do aparelho.
No Reddit, internautas confirmaram a eficácia de uma mensagem que começa com as palavras "effective. Power" (eficaz, energia/força, em inglês) e termina com "‏冗", ideograma que significa "supérfluo" ou "inútil". No entanto, outros usuários do site apontaram que as palavras em inglês não precisam ser essas – basta que os caracteres arábicos e símbolos sejam colocados em uma linha diferente dos caracteres latinos.
Apple
Não há indícios até o momento de que o erro poderia causar um dano maior ao aparelho, como o roubo de dados ou a instalação de apps não autorizados. A única consequência confirmada é o travamento e, posteriormente, a impossibilidade de usar o app de mensagens.
G1 entrou em contato com a Apple para saber quando a empresa pretende atualizar o sistema. Até a publicação deste texto, a empresa não respondeu. No Twittter, o usuário "@iGadgets__" afirmou que entrou em contato com o suporte da Apple e que a empresa estaria trabalhando em uma atualização para corrigir o problema.

GM de Capivari resgata cão de casa após denúncia de maus-tratos; vídeo Labrador de 2 anos estava amarrado, abaixo do peso e em canil impróprio. Vídeo mostra dono batendo com pau no cachorro, que está em observação.

Labrador recolhido de casa em Capivaria por maus tratos (Foto: GM de Capivari/Divulgação)Labrador recolhido de casa está assustado, diz
veterinária (Foto: GM de Capivari/Divulgação)
Um cão da raça labrador foi resgatado nesta quarta-feira (20), em uma casa de Capivari (SP), após uma denúncia de maus-tratos vinculada em uma rede social ser vista pela Guarda Municipal (GM). O vídeo feito por um vizinho que não quis se identificar mostra o dono batendo no animal diversas vezes com um pedaço de pau. 
Agentes foram até o local, no bairro Vila Clemente, e constataram que o cachorro de dois anos estava abaixo do peso e amarrado dentro de um canil considerado pequeno para a raça.
"É um animal de grande porte e o espaço era um cubículo. O cão estava magro, triste, mas sem lesões aparentes", disse o secretario de Segurança Pública, Gamaliel Lourenço de Souza.  
No vídeo, o dono e o labrador estão na varanda da casa. É possível ouvir o animal latindo enquanto recebe pauladas. A ação de recolhimento dele contou com o apoio do Centro de Controle de Zoonoses e o canil da GM.
 Assustado
"O labrador macho está em observação no CCZ e a equipe trabalha para encontrar um lar temporário, uma vez que a abertura para adoção só será autorizada após a finalização do processo. O animal encontra-se bem, mas um pouco assustado", explicou a diretora do CCZ, Maisa Assalin de Camargo.
Além de perder a posse do labrador, o dono dele foi levado à delegacia, onde foi indiciado por maus-tratos com base na Lei de Crimes Ambientais. Ele vai responder o processo em liberdade. A pena para esse tipo de crime pode chegar a um ano de prisão, além de pagamento de multa.
Canil onde cão foi recolhido em casa de Capivari (Foto: GM de Capivari/Divulgação)Canil onde cão foi recolhido em casa de Capivari (Foto: GM de Capivari/Divulgação)
Cão labrador é recolhido por maus tratos em casa de Capivari (Foto: GM de Capivari/Divulgação)Recolhimento contou com apoio do canil da GM (Foto: GM de Capivari/Divulgação)

Haddad defende Enem como critério de seleção de alunos para a USP USP avalia possível reserva de 15% de vagas em cursos para o Enem. Ex-ministro participou da abertura do 1º Congresso de Graduação.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante congresso na USP.  (Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/SECOM)O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante congresso na USP. (Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/SECOM)
Ex-ministro da Educação e professor da Universidade de São Paulo (USP), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (27) o uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como um critério para seleção de alunos para a USP.

Atualmente a USP promove debate em suas unidades para determinar uma possível reserva de 15% das vagas abertas a cada ano para estudantes de escolas públicas por meio do Enem.

A proposta está sendo trabalhada pela Pró-Reitoria de Graduação e deve ser encaminhada ao Conselho Universitário (CO) para votação em junho.
"Se nós temos o Enem, podemos imaginar uma forma de utilizá-lo no sentido de buscar jovens talentos, como as olimpíadas de matemática e português, que mostram que eles estão em todo o território nacional, concentrados em algumas regiões, mas presente em todas. Isso significa que nós podemos atrair jovens de todo o Brasil, que terão muito orgulho de fazer uma graduação em São Paulo, na USP”, afirmou Haddad.

Ao defender a acolhida de alunos talentosos de outras cidades na universidade, o prefeito se mostrou preocupado com políticas que garantam a permanência e conclusão do curso.
“Como talento não escolhe classe social, você efetivamente acaba atraindo pessoas de mais baixa renda para a universidade. Por isso que qualquer medida que se tome tem que se pensar na questão da permanência, que no caso da ampliação das oportunidades, tem que ser combinada de forma virtuosa para que esse jovem talentoso de outras cidades encontre algum tipo de suporte nas universidades para concluir os seus estudos, não apenas para entrar nas universidades”, disse o ex-ministro.

O ex-ministro defendeu a reforma proposta pelo Ministério da Educação quando o Enem foi criado e criticou o formato atual dos vestibulares.
“Quando nós tomamos a decisão de utilizar o Enem, que não era utilizado nas universidades em função do seu formato, [considerado] inadequável para a seleção, fizemos a reforma no sentido de oferecer às universidades um instrumento robusto, por meio do qual eles pudessem fazer uma seleção rigorosa dos alunos, atribuindo eventuais pesos diferentes às provas. Isso no sistema federal vingou”, disse Haddad.

Aulas na USP
Haddad é professor na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Ele está afastado do cargo de professor do departamento sem receber salários e pediu uma licença especial para voltar a dar aulas sem receber.
Fernando Haddad fez graduação (direito), mestrado (economia) e doutorado (filosofia) na USP. Atualmente é professor doutor do departamento de ciência política da FFLCH. Na vida política ocupou os cargos de ministro da Educação, assessor especial do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e secretário executivo do Ministério da Educação.
Congesso de Graduação da USP (Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/SECOM)Congesso de Graduação da USP (Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/SECOM)

Líder do PT diz que não fechará mais acordos sobre a reforma política

líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), disse que o partido não fechará mais acordos para a votação da reforma política. O motivo é a decisão anunciada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de retomar o tema do financiamento empresarial a campanhas eleitorais.
Sibá Machado não esclareceu, no entanto, se o PT passará a obstruir os trabalhos. "Vamos mediar com os partidos um a um sobre os temas. Discordamos de qualquer forma de devolver o que já foi votado", disse.
O líder do PT lembrou que o financiamento empresarial já foi rejeitado ontem, quando o Plenário não aprovou a emenda que incluía na Constituição as doações de empresas a candidatos. "Entendemos que houve manifestação da Casa de que o financiamento por empresas foi rejeitado. Qualquer outro tema que traga isso de volta é matéria vencida", disse.
A nova votação também foi criticada pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). "O PCdoB não concorda em reabrir o debate sobre financiamento empresarial", disse
Novas emendas
As declarações dos líderes do PT e do PCdoB foram uma reação à decisão do presidente da Câmara de colocar em votação novas emendas aglutinativas ou o texto do relator sobre o financiamento, com a autorização para doação de empresas a partidos.
A decisão causou polêmica porque, ontem, antes da derrota da emenda sobre financiamento empresarial de partidos e candidatos, o presidente disse que o texto-base do relator não iria a voto.
Cunha disse que ontem fez um "comentário talvez equivocado" e que o regimento obriga a votação do texto-base se nenhuma emenda for aprovada antes ou de outras emendas aglutinativas apresentadas. "A Presidência não está descumprindo acordo feito com os líderes. Na medida em que nenhuma emenda for aprovada, não restará outra alternativa que submeter a voto o texto do relatório", disse.

Proclamada pela UNESCO

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

Proclamada pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas em 27 de janeiro de 1978

Preâmbulo: Considerando que cada animal tem direito; considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos levaram e continuam a levar o homem a cometer crimes contra a natureza e contra os animais; considerando que o reconhecimento por parte da espécie humana do direito à existência das outras espécies animais, constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo; considerando que genocídios são perpetuados pelo homem e que outros ainda podem ocorrer; considerando que o respeito pelos animais por parte do homem está ligado ao respeito dos homens entre si; considerando que a educação deve ensinar à infância a observar, compreender e respeitar os animais,

Proclama-se:

Art. 1 - Todos os animais nascem iguais diante da vida e tem o mesmo direito a existência.

Art. 2º
a) Cada animal tem o direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele tem o dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais.
c) Cada animal tem o direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

Art. 3º
a) Nenhum animal deverá ser submetido maltrato e atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.

Art. 4º
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem, tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de reproduzir-se.
b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos é contrária a este direito.

Art. 5º
a) Cada animal pertencente a uma espécie, que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade, que são próprias da sua espécie.
b) Toda modificação deste ritmo e destas condições impostas pelo homem para fins mercantis é contrária a este direito.

Art. 6º
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida, conforme a sua natural longevidade.
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Art. 7º - Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.

Art. 8º
a) A experimentação animal, que implica em um sofrimento físico e psíquico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra.
b) As técnicas substutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Art. 9º - No caso do animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto sem que para ele resulte ansiedade ou dor.

Art. 10º
a) Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.
b) A exibição dos animais e os espetáculos, que utilizam animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Art. 11º - O ato que leva à morte de um animal sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um delito contra a vida.

Art. 12º
a) Cada ato que leva ã morte de um grande número de animais selvagens, é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.
b) O aniquilamento e a destruição do ambiente natural levam ao genocídio.

Art. 13º
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenha como fim mostrar um atentado aos direitos do animal.

Art. 14º
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas em nível de governo.
b) B) Os direitos do animal devem ser defendidos por leis, como os direitos do homem.

STF decide que senador que mudar de partido poderá manter o mandato TSE entendia que cargos do sistema majoritário pertenciam ao partido. PGR argumentou que voto majoritário tem 'ênfase maior' sobre a pessoa.

FIFAAMPLIAR FOTO
Fotografias dos envolvidos no escândalo de corrupção da FIFA. / EFE
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em uma manobra sem precedentes, coordenada com o FBI e a agência tributária, revelaram nesta quarta-feira em uma concorrida entrevista à imprensa no Brooklyn os detalhes da ação legal contra nove dirigentes da FIFA e cinco empresários implicados em uma trama de corrupção que durou 24 anos, formada para o enriquecimento com o futebol. As autoridades norte-americanas esperam que esse caso sirva para marcar um novo “começo” nas entidades que dirigem o esporte.
O presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, em uma imagem de 2012. / SZILARD KOSZTICSAK (EFE)
No total, foram arrolados 47 delitos contra os acusados, incluindo subornos, chantagens, fraude e conspiração para lavagem de dinheiro. Entre os acusados estão Jeffrey Webb e Jack Warner, atual e antigo presidente da Concacaf, a confederação que representa a FIFA na América do Norte, América Central e Caribe. O total da fraude chega a 150 milhões de dólares (450 milhões de reais), sob a forma de subornos para a obtenção de contratos vinculados aos direitos internacionais dos torneios e promoção em geral do esporte.
Loretta Lynch, que há poucas semanas estreou como procuradora-geral dos Estados Unidos, afirmou em coletiva de imprensa que se tratava de uma trama corrupta, com “raízes profundas”, que operou de modo sistemático “durante pelo menos duas gerações”. Afirmou ainda que os acusados “abusaram de seu poder e posição de confiança para se apropriarem de milhões de dólares em subornos e por meio de chantagem”. Em sua opinião, esse tipo de atitude causa danos enormes ao esporte.

O futebol ganhou, desse modo, destaque no noticiário do dia nos EUA, mas não precisamente pelos motivos que se espera de um esporte que aspira a deixar de ser minoritário no país. Na coletiva de imprensa estiveram presentes cerca de 300 jornalistas e meia centena de câmeras. No ato participaram outros pesos-pesados do Governo norte-americano, como o novo diretor do FBI, James Comey, e o responsável pelas ações criminais da agência tributária, Richard Weber.As principais vítimas, disse ela, são as jovens ligas nos países em vias de desenvolvimento que se beneficiam das receitas geradas pelos direitos do futebol. E também centenas de milhões de seguidores desse esporte no mundo, que o apoiam. Por isso ela acredita que os responsáveis por essas práticas têm de ser submetidos agora à Justiça e espera que a ação legal envie uma clara mensagem. Pediu também à FIFA que faça uma supervisão “mais honesta”.
Na primeira hora da manhã, a pedido das autoridades norte-americanas, foram detidos em Zurique sete dos acusados de participar diretamente na trama ou como conspiradores, dirigentes da FIFA ou donos de empresas de marketing que se beneficiaram pessoalmente graças ao negócio desses direitos: Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo, Rafael Esquivel e José María Marín. "Ninguém está acima da Lei”, repetiu o diretor do FBI. Em paralelo, foi inspecionada a sede da Concacaf em Miami.
O presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo. / ANDRES CRISTALDO (EFE)
Comey recordou que o futebol é o maior esporte do mundo e explicou que essa trama de corrupção atentava contra os princípios sobre os quais se sustenta. Lamentou especialmente que esse tipo de pagamento ilícito se tenha convertido em uma forma de fazer negócio no seio da FIFA. Como observou Weber, “os próprios líderes da organização enganaram os membros que se supunha que eles representassem”. “A corrupção, a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro não podem ser os pilares de nenhum negócio”, acrescentou.
Charles Blazer, antigo secretário-geral da confederação americana, aparece citado como uma das seis pessoas que cooperaram com as autoridades para poderem esquematizar o caso e admitiu sua culpa na trama. Também José Hawilla, proprietário da empresa Traffic Group, com sede no Brasil. Além disso, as autoridades norte-americanas deixaram claro que as acusações anunciadas não devem ser vistas como o ponto final dessa investigação que assola o futebol.
A investigação por parte das autoridades norte-americanas se desenrolou durante 12 anos. Lynch espera agora que os detidos possam ser extraditados para ir a julgamento nos EUA. Ela garante que eles “serão submetidos a um julgamento justo”. Citou, mais especificamente, como os acusados usaram sua posição para “encher os bolsos” com eventos como a Copa América de 2016 e a Copa do Mundo na África do Sul.
Com essa trama, explicou, influenciaram em decisões que vão desde a transmissão de partidas pela televisão, a escolha dos lugares de realização de torneios e até a escolha de quem dirige a FIFA. “Em vez de promover o esporte, exploraram sua posição em troca de dinheiro de empresas que buscavam fazer contratos com a FIFA”, repetiu o promotor nova-iorquino Kelly Currie ao explicar o funcionamento do esquema fraudulento. Esses subornos foram pagos por meio de intermediários.
“Esta é a Copa do Mundo da Fraude e hoje mostramos a eles o cartão vermelho”, disse o responsável pela agência tributária, que afirmou que “os fãs desse esporte” não deveriam ter de se preocupar com a conduta corrupta dos diretores da FIFA”. Para Comey, o problema de fundo é que o cinismo que o caso mostrou domina o negócio do futebol, depois de décadas de suspeitas. Mas até agora eles não encontraram provas para poder agir.
Durante a madrugada, agentes suíços prenderam os envolvidos em seus quartos do hotel de cinco estrelas Baur aur Lac, um edifício de luxo com vista para os Alpes e o Lago de Zurique, onde os dirigentes se reúnem para seu encontro anual, que começa na sexta-feira e no qual haverá eleições para a presidência da FIFA.
“É um dia triste para o futebol”, disse Ali Bin Al Hussein. Depois de pedir as chaves na recepção, os agentes se dirigiram aos quartos para efetuar as prisões. O jornal diz que um alto cargo da FIFA (que não identificou) foi conduzido pelas autoridade a uma saída pelos fundos para deixar o hotel, permitindo-lhe levar a sua bagagem.

Começa o processo penal

O Ministério Público da Confederação Helvética abriu um processo criminal contra desconhecidos, cuja identidade não foi revelada, por suspeita de gestão desleal e lavagem de dinheiro relacionado com a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Agentes da FIFA recolheram documentos e dados eletrônicos da sede principal da FIFA, em Zurique, confirmou a própria instituição em um comunicado.
As Copas do Mundo de 2018 e 2022 serão realizadas na Rússia e no Qatar, respectivamente, locais que foram escolhidos em uma cerimônia realizada em Zurique, em dezembro de 2010, e que na ocasião já tinham sido alvo de controvérsia por suspeitas de corrupção.
A Procuradoria anunciou na quarta-feira que o processo penal foi aberto em março "por suspeita de irregularidades na atribuição da Copa do Mundo de Futebol de 2018 e 2022". Foi a própria FIFA que, em novembro 2014, apresentou uma queixa-crime contra desconhecidos ao promotor da Confederação", razão pela qual o processo suíço se dirige contra desconhecidos e que a instituição FIFA participa como vítima", explica a promotoria.
"O enriquecimento ilícito correspondente foi efetivado, ao menos em parte, na Suíça. Além disso, a sede da instituição vítima (FIFA) tem sede na Suíça. Por essas razões, foi aberto um inquérito por gestão fraudulenta", acrescenta o comunicado. Além disso, a promotoria indica que "existem suspeitas de lavagem de dinheiro por meio de relações bancárias na Suíça".

STF decide que senador que mudar de partido poderá manter o mandato TSE entendia que cargos do sistema majoritário pertenciam ao partido. PGR argumentou que voto majoritário tem 'ênfase maior' sobre a pessoa.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (27) derrubar uma regra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinava a perda do mandato de um político eleito pelo sistema majoritário – senadores, prefeitos, governadores e presidente – que mudasse de partido. Por maioria de votos, os ministros entenderam que esses cargos pertencem à pessoa eleita e não ao partido pelo qual foi eleita.

A decisão impede que um partido exija na Justiça Eleitoral a substituição no cargo majoritário de um político que deixou o partido por outro ainda filiado à legenda. Com algumas exceções, essa possibilidade existirá apenas para cargos do sistema proporcional – vereadores e deputados estaduais e federais.
Marta foi aplaudida pelos parlamentares na sessão desta quarta do Senado depois que o presidente da Casa, Renan Calheiros, anunciou a decisão do Supremo (veja no vídeo acima).Embora não esteja relacionada diretamente ao caso, a decisão afeta decisão do PT de tirar o mandato da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP), que anunciou em abril a desfiliação da legenda. O PT apresentou nesta terça (26) uma ação no TSE para transferir o mandato para o segundo suplente de Marta, Paulo Frastechi, filiado à sigla.

A ação no STF foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República e não fazia referência a qualquer político específico, mas buscava alterar uma regra aprovada pelo TSE em 2010. Na peça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, argumentou que, no voto majoritário, a "ênfase maior recai sobre a pessoa do eleito" e não sobre o partido.

"Aplicadas as regras de desfiliação partidária aos senadores, por exemplo, a perda do mandato poderia beneficiar um suplente que nem sequer precisa ser do mesmo partido originário do eleito", explicou Janot na ação.

No sistema majoritário, é eleita a pessoa mais votada para o cargo. Já no sistema proporcional – que escolhe membros para Câmaras e Assembleias – os votos dados a determinado candidato somam-se àqueles dados a outros candidatos do mesmo partido (ou da coligação) para se aferir quantas vagas o partido (ou a coligação) terá na composição da Casa Legislativa.
É esse sistema que permite a eleição de candidatos pouco votados, que se aproveitam das "sobras" dos votos dados a correligionários com mais votos. A ideia é que a quantidade de cadeiras do partido seja proporcional à quantidade de votos que recebeu nas eleições.

Em seu voto, o relator da ação, ministro Luís Roberto Barroso, expôs as diferenças entre os dois sistemas. Ele concordou com a tese da PGR, para considerar que o mandato em cargos majoritários pertence à pessoa eleita. Para o ministro, estender a regra da perda de mandato do sistema proporcional ao majoritário "frustra a vontade do eleito e viola a lógica da soberania popular".

Barroso foi acompanhado por todos os ministros presentes à sessão – Teori Zavascki, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
No sistema proporcional, a manutenção do mandato pelo eleito que mudou de partido só é possível em caso de a incorporação ou fusão de seu antigo partido, transferência para novo partido, mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário ou ainda grave discriminação pessoal.