quarta-feira, 27 de maio de 2015

Primeiros carros com Android Auto começam a rodar nesta semana

Os primeiros carros a contarem com o sistema operacional da Google próprio para automóveis começaram a aceitar os comandos no Android Auto ainda nesta semana. O pioneiro na plataforma será o Sonata, produzido pela fabricante sul-coreana Hyundai, que está sendo comercializado desde o ano passado. Entretanto, apesar de já estar sendo vendido desde 2014, a atualização em cargo de habilitar as funcionalidades do software específico criado pela gigante de Mountain View só será iniciada no final de maio, permitindo a sincronização facilitada entre gadgets ao automóvel.
Hyundai Sonata 2015 será o primeiro carro a contar com o Android Auto, com atualização prevista ainda para esta semana. A partir daí, os donos poderão desfrutar das facilidades oferecidas pelo software
Android Auto foi apresentado na Google I/O, conferência da companhia dos Estados Unidos que reune centenas de desenvolvedores interessados em trabalhar com os ambientes virtuais da mesma, sendo introduzido ao mercado de softwares como a solução para a comunicação entre smartphones, tablets e afins aos carros, habilitando diversas opções rápidas e fáceis ao motorista. Todavia, para isso acontecer é necessário que os arquivos da criadora do sistema operacional sejam embutidos no automóvel, participando de uma extensa lista de marcas que já são parceiras do projeto.
As funcionalidades contidas no ambiente virtual especializado no mundo automobilístico são inúmeras, basta sincronizar seu aparelho para atender chamadas, receber rotas de navegação, reproduzir vídeos, executar e controlar as músicas da biblioteca, pesquisar informações sobre o trânsito, ligar para um contato, enviar ou receber mensagens, tudo sem precisar da interação visual com a tela do celular ou tablet. É um novo método de deixar o carro mais esperto, acompanhando o rápido progresso do segmento de telefonia móvel justamente com objetivo de criar um ecossistema entre os eletrônicos.
Painel do Hyundai Sonata 2015 já com o Android Auto instalado, sendo sincronizado a um smartphone com Android para obter funções de gerenciamento de música, ligação e mais
Hyundai Sonata, por si só, já é um veículo bem tecnológico, contando com sensor de estacionamento, computador de bordo com tela de 7 polegadas sensível ao toque, oito airbags e um sistema de frenagem que evita deslizes. Felizmente, é possível adquirir uma unidade do modelo em território brasileiro, saindo pela 'bagatela' de R$ 120 mil. Os felizardos que puderam desembolsar tal quantia para levá-lo para casa podem esperar ansiosamente pela atualização nesta semana da fabricante sul-coreana que levará o Android Auto da Google aos seus painéis. E não se esqueçam de contar a experiência quando isso acontecer.

Rádio dinamarquesa mata coelho em direto O objetivo de matar Allan, de nove semanas, era, alegadamente, iniciar um debate sobre as condições em que os animais são tratados na agricultura na Dinamarca, mas todas as vozes se viraram contra a estação de rádio Ler mais: http://visao.sapo.pt/radio-dinamarquesa-mata-coelho-em-direto=f820788#ixzz3bLBa1nd9

Rádio dinamarquesa mata coelho em direto
Radio24syv
A tentativa de chamar a atenção para o que a Radio24syv  descreve como "a hipocrisia sobre o bem-estar animal" colocou a estação sob um coro de críticas.
Durante um direto em que se debatia as condições de vida dos animais na Dinamarca, o locutor Asger Juhl matou o coelho bebé com uma bomba de encher pneus de bicicleta, justificando que se tratava de demonstrar a "hipocrisia" dos ativistas dos direitos humanos que comem carne vendida em supermercados.
Mas o episódio não ficou por ali: No Facebook,  a rádio partilhou um vídeo que mostrava um pedaço de carne a fritar, com o comentário de que Asger Juhl e o colega Kristoffer Eriksen iriam comer o coelho.
A resposta, muito indignada, dos ouvintes não se fez esperar, com muitos a apelarem a um boicote à estação.
Em comunicado, os responsáveis pela rádio garantem que sabiam que a morte de Allan iria "provocar reações" mas sublinham que seguiram "as instruções muito precisas" de um tratador do zoo, "pelo que o coelho não sofreu".
"O nosso coelho teve uma boa vida, em contraste com a forma como a nossa agricultura industrializada trata os animais todos os dias. Animais que acabam no balcão da carne, onde a maioria de nós, sem grande reflexão, compra animais abatidos, que tiveram uma vida terrível", lê-se ainda no comunicado.


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Mineração em Paracatu contamina cidade e expõe população ao arsênio Relatório aponta concentrações até 200 vezes superiores ao permitido da substância

A lavra principal da mina de ouro se estende até perder de vista. / GUSTAVO BASSO
Bruna Gomes Calda, de sete anos, costuma se refrescar no córrego Rico durante os dias quentes de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. “Eu gosto de nadar no rio e pegar pedra no fundo”, diz a menina. O riacho, que corta a cidade ao meio, passa a um par de metros dos fundos de sua casa, no bairro Cidade Nova. Dezenas de residências, a maioria de famílias de baixa renda, foram construídas nas margens de terra do curso d’água, que também servem de área de lazer para Bruna: lá ela brinca, corre e ajuda a mãe, Queila, 28, a pendurar roupas no varal. Nenhuma das duas sabe, porém, que as águas do Rico e o solo do entorno estão altamente contaminadas com arsênio, um dos elementos químicos mais tóxicos da natureza.

O arsênio, que é abundante nas rochas da região (leia abaixo), é liberado no ar e na água quando elas são explodidas para processamento nas instalações da empresa. Em dezembro de 2013 o relatório final do Cetem foi entregue à Prefeitura, e um resumo do documento foi tornado público e colocado na Internet. Nele foi destacado que “mais de 95% da população amostrada apresentou baixos teores de arsênio em urina”.A Prefeitura da cidade sabe dos riscos. Mas, segundo moradores, nada fez para alertar a população. “Ninguém nunca me disse nada sobre a possibilidade de contaminação”, diz Queila, que afirma desconhecer o que é arsênio. Em 2010 o Executivo municipal encomendou um estudo ao Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Governo Federal, com o objetivo de analisar os impactos que a mineração em larga escala provoca na saúde da população e no meio ambiente de Paracatu. Desde 1987 a cidade abriga a maior mina de ouro a céu aberto do mundo, que hoje é operada pela companhia canadense Kinross, que responde por 25% da produção nacional do minério. A companhia diz em seu site gerar "cerca de 1.300 empregos diretos e mais de 2.500 terceirizados" que totalizam "22% dos postos de trabalho formais do município", além de ser "a principal geradora de impostos" para a cidade. Em 2014 a companhia obteve receitas de 3,4 bilhões de dólares. A área total das instalações supera a de Paracatu, que tem 8.232 km² - em alguns pontos, a empresa é dona de tudo o que a vista alcança.
Sem informação sobre a contaminação dos rios, moradores usam a água. /GUSTAVO BASSO
Uma cópia da íntegra do estudo obtido pelo EL PAÍS com fontes que preferiram o anonimato – o Cetem se negou a fornecer o relatório – mostra um cenário mais preocupante do que fazem crer as 34 linhas do resumo apresentado. O solo ao redor do córrego Rico, onde Bruna costuma brincar, possui em alguns trechos uma concentração de arsênio cinquenta vezes maior do que a permitida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente(Conama) para uso residencial. Sergio Ulhoa Dani, médico do departamento de Oncologia Médica do hospital da Universidade de Berna, na Suíça, afirma que as consequências do acúmulo da substância nos seres humanos são devastadoras: “Diversos tipos de câncer, diabetes, problemas na pressão arterial, alterações endocrinológicas e vários problemas respiratórios estão entre as doenças provocadas pelo arsênio no corpo”, afirma. Dani já  morou em Paracatu, e há anos acompanha os efeitos da mineração na saúde dos moradores - até hoje examina laudos e exames médicos da população local.
Segundo ele, alguém que entra no córrego se “expõe ao arsênio que está na água, já que a substância pode passar pela pele. Mas a mais perigosa forma de exposição é via oral - muito comum em se tratando de crianças - e respiratória". Dani, que analisou dezenas de amostras de sangue e urina de pacientes de Paracatu, afirma que a maioria delas possuem arsênio: “Não existe nível seguro dessa substância no corpo. Apenas a presença dela já indica contaminação”. De acordo com o médico, alguns pacientes saíram da cidade há décadas, mas continuam contaminados, já que o "arsênio é liberado no sangue por anos após a exposição, pois se acumula nos ossos.”
A Kinross afirma, em nota, que “a presença de arsênio em Paracatu se dá de forma natural”, e que os rios que estão contaminados “se tratam de cursos d’água que no passado, principalmente na década de 80, sofreram impactos gerados pelas atividades garimpeiras que têm ocorrido desde os anos 1700 na cidade”. Estas atividades, segundo a empresa, teriam sido “executadas sem nenhum acompanhamento técnico e causaram impactos não controlados à época”.
Em cinco das oito amostras coletadas pelo Cetem no entorno do rio Rico, a terra não poderia nem mesmo ser usada com finalidades industriais
A aposentada Maria Helena Gonçalves Nunes, 66, acabou de receber o resultado do seu exame de arsênio feito em um laboratório particular. “Estou muito triste. Estou com um índice muito alto [de arsênio] no corpo”, diz. Moradora de uma chácara localizada no pé da barragem de resíduos [local onde a mineradora despeja os dejetos químicos da atividade], ela diz que evitava tomar a água dos córregos que cortam a região, por medo de contaminação. “Quando eu ia da cidade para lá eu sempre levava água, para não ter que usar aquela. Mas às vezes não dava, e eu acabava cozinhando com o que tinha lá”, afirma. O exame de Maria apontou 14,2 ug/g da substância, quando o valor de referência é até 10ug/g.
“Tenho pressão alta, meu corpo dói e coça, meu couro cabeludo também e fico com um mal estar”, diz ela. Para Dani, os sintomas apresentados são condizentes com um quadro de arsenicose, que é a intoxicação aguda pela substância. A fazenda de Maria é cortada pelo rio Santo Antônio, cujo sedimento tem uma concentração de arsênio 189 vezes superior à permitida pela Conama, de acordo com o Cetem. A água do rio é imprópria para o consumo, e em alguns trechos o solo do entorno não poderia abrigar nem mesmo indústrias. Maria agora pensa em vender o terreno, que está com a família há mais de 40 anos: “Não dá para ficar, se eu me contaminar mais não sei o que vai acontecer comigo. Agora penso em vender minha terra, não tem mais jeito. Antes tinha água limpinha lá, hoje a nossa nascente é só lama”.
Em cinco das oito amostras coletadas pelo Cetem no entorno do rio Rico, a terra não poderia nem mesmo ser usada com finalidades industriais – que tolera concentrações maiores de arsênio. O sedimento do fundo do córrego – onde Bruna gosta de pegar seixos no leito – tem, em alguns trechos, uma concentração da substância 252 vezes maior do que o permitido pelo Conama: são 4297,2 miligramas do mineral por quilo, ante os 17 mg/kg permitidos pela legislação em vigor. E a água do rio é imprópria para o consumo humano em diversos pontos analisados – em um deles não poderia ser usada nem mesmo para irrigação ou consumo animal.
A barreira de rejeitos, construída sobre um quilombo. / GUSTAVO BASSO
Um dos trechos do estudo,publicado apenas em inglês na Internet, conclui que “o arsênio não oferece riscos [de doenças] não-carcinogênicas [diabetes, pressão alta, problemas respiratórios, etc] para adultos, mas as crianças estão em risco. Já os efeitos carcinogênicos [risco de câncer por contaminação], crianças e adultos correm risco”. Mais adiante, o relatório afirma que a principal via de contágio é pela “ingestão de água e inalação de partículas”. O EL PAÍS solicitou diversas vezes sem sucesso entrevistas com o prefeito Olavo Remígio Condé, do PSDB. Posteriormente a assessoria informou que a reportagem seria atendida pelos secretários da Saúde e do Meio-Ambiente de Paracatu, o que também não se concretizou.
Ativistas locais de direitos humanos e acadêmicos colocam, ainda, sob suspeita o estudo do Cetem e a divulgação parcial dos resultados, alegando que o Centro não teria isenção para investigar a poluição da Kinross, já que teria negócios com a empresa. Dados obtidos pelo EL PAÍS via Lei de Acesso à Informação apontam que a entidade recebeu mais de 500.000 reais em pagamentos da mineradora por serviços como consultorias e estudos.
Jorêncio Pereira dos Santos, 47, é outro morador que vive às margens do Rico. Sua principal atividade é a coleta de materiais recicláveis na cidade. Aposentado por invalidez após um acidente de trabalho na lavoura, ele depende de doações de alimentos para sobreviver. Sem acesso à água encanada, Santos se vê obrigado a utilizar a água de um dos braços do Rico para tomar banho e cozinhar. “Não tenho água nem luz aqui na minha casa. Se não fosse pela água do rio, eu não teria como fazer”, diz. Ele reclama da poeira e da poluição do ar, mas diz nunca ter ouvido falar do arsênio. Enquanto aponta para dois peixes pendurados em um varal na área externa da casa, ele garante: "Não foram pescados aqui. Se tivessem, eu não comeria".

Da rocha para a cidade

Santos exibe um pedaço de rocha com arsênio. / GUSTAVO BASSO
O geólogo Márcio José dos Santos, mestre em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Católica de Brasília, explica como ocorre a liberação do arsênio na mina de Paracatu. “Quando a rocha é explodida com dinamite na lavra[área principal da mineração] o arsênio, que antes estava preso e não oferecia risco para a saúde, é liberado no ar e reage com a água e outras substâncias do ar, tornando-se ativo e perigoso”, diz. Segundo ele, na cidade os ventos sopram do sentido nordeste para o sudeste, o que contribui para que esta poeira venenosa vá da mina para a cidade. Em outra etapa da mineração, os fragmentos de rocha são tratados com produtos químicos, o que libera mais arsênio. “Estes produtos são jogados na barragem de rejeitos, que é uma grande represa altamente tóxica onde todas as ‘sobras’ do processo são armazenadas”, afirma.
A mineradora informou que o durante o processamento do minério ele “é separado usando cianeto e vai para um recipiente próprio com medidas de múltipla proteção”, e que a empresa “segue rigorosos e modernos monitoramentos ambientais que atestam junto as agências reguladoras e órgãos ambientais a eficiência dos seus controles”. Quanto à poeira liberada, a companhia afirma aspergir as vias de acesso com água, para evitar que os grãos se espalhem no ar, e diz aplicar “polímeros, [e promover a] revegetação das áreas de entorno”.
A Kinross construiu duas barragens de rejeitos - restos de produtos químicos e rochas no processo de exploração - em Paracatu, que dominam grande parte do horizonte da cidade. A mais recente, construída em 2006, inundou o vale do Machadinho, que era lar da comunidade quilombola de mesmo nome. De acordo com o Ministério Público Federal, os descendentes de escravos forampressionados pela mineradora a venderem suas terras. Outro quilombo foi ‘comprado’ para que suas terras fossem usadas na construção da barreira no vale. Hoje os enormes ‘lagos’ tóxicos ocupam uma área de mais de 3.000 hectares, que comportam quase dois bilhões de toneladas de rejeitos. Santos acredita que, como as barragens ficam em uma área de fratura geológica, os resíduos tóxicos se infiltrem no lençol de água subterrâneo.
“Os rejeitos químicos da lama despejada lá reagem com a argila do fundo da barragem, aumentando ainda mais a fratura. Por isso os córregos situados abaixo da barragem estão contaminados”, explica o professor. O relatório do Cetem embasa a conclusão do geólogo: dos 11 rios da cidade analisados, seis apresentaram amostras de água e solo contaminadas com arsênio.
A companhia nega que haja vazamento da barragem e afirma que “controles e monitoramentos garantem a estabilidade da estrutura da barragem e a qualidade da água devolvida ao ambiente”. Na nota enviada à redação, a empresa afirma ainda que “as águas captadas nos barramentos da nossa barragem (...) passam por um sistema de tratamento antes de serem devolvidas aos córregos com qualidade e conformidade com os parâmetros legais”.

Funcionários em risco

Pela cidade é possível encontrar outdoors onde funcionários da Kinross aparecem sorridentes sob a hashtag orgulhodeserkinross. Um trecho do pequeno resumo executivo do relatório do Cetem, no entanto, afirma que “os empregados da mineradora de ouro (...) não participaram da pesquisa [que envolveu coleta de sangue e urina dos moradores], embora tenham sido convidados”. O estudo diz ainda que “as razões para a não participação deles [na pesquisa] são incertas”, mas que “pode-se afirmar que esse grupo é mais vulnerável à exposição ao arsênio do que a população em geral”.
A Kinross informou que “o escopo original do estudo Cetem não incluía os empregados da empresa”. Segundo a nota, a companhia “tem seu próprio programa de monitoramento como parte de seu programa ocupacional de saúde e segurança”, e que os resultados “mostram que todos empregados estão dentro de níveis aceitáveis de exposição”.
Trabalhadores da companhia que não quiseram se identificar disseram que a Kinross colhe sangue e urina dos funcionários a cada três meses. “Eles não informam os resultados, apenas dizem que está tudo bem”, diz um deles, que trabalha na lavra e diz aspirar “muita poeira que sai das rochas” diariamente. Quando perguntado por que não fazia um teste em outro lugar para detectar os níveis de arsênio em seu corpo, o funcionário diz apenas que tem “medo" do que pode descobrir.
A empresa negou que os resultados não sejam apresentados aos funcionários: “Os resultados dos exames realizados são apresentados e ficam disponíveis para nossos empregados e para as autoridades”.

Brasil e México abrem um novo eixo americano Os dois gigantes latino-americanos decidem acabar com seu tradicional distanciamento

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Peña Nieto com a presidenta brasileira na Cidade do México. / MARIO GUZMÁN (EFE)
Não há foto fixa para a América. Nos últimos meses, os equilíbrios de poder na região não deixaram de mudar. Num momento em que osEstados Unidos e Cuba ainda não concluíram seu histórico degelo, agora os dois gigantes latino-americanos, México e Brasil, decidiram acabar com seu tradicional distanciamento e abrir uma etapa de aproximação e colaboração. Esse é o objetivo da visita de Estado iniciada na segunda-feira pela presidenta brasileira, Dilma Rousseff, a primeira que ela faz ao país da América do Norte desde que chegou ao poder. O passo é incipiente e ainda carece de massa crítica suficiente para fazer girar os gonzos continentais, mas posiciona numa mesma trajetória duas nações que somam 62% do PIB da região, 58% de suas exportações e 55% de sua população. Um potencial estratégico poucas vezes visto na área.
O giro definido por Rousseff e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, põe fim, pelo menos no campo das declarações, ao estranho espetáculo de dois colossos que viviam em um mesmo continente, mas de costas: o México olhando constantemente para o vizinho do norte; o Brasil ensimesmado em sua imensidão. A superação dessa distância, herdeira de antigos temores, foi assumida como bandeira pela presidenta brasileira: “Minha viagem abre um novo capítulo em nossas relações. Para o Brasil é fundamental aproximar-se do México. E para o México é fundamental aproximar-se do Brasil. E também é para toda a nossa região”.
A superação da distância entre os dois países foi tomada como bandeira pelos dois presidentes em suas mensagens. "Brasil e México, as duas maiores economias da América Latina, os países com as populações mais numerosas, não deveriam viver distantes um do outro. É o momento de uma nova aproximação", disse Rousseff. "Hoje damos um salto qualitativo nas nossas relações, subimos um degrau e abrimos um novo horizonte", complementou Peña Nieto.
O fator desencadeador dessa mudança foi a má saúde da economia brasileira. Com a inflação descontrolada, em plena recessão esubmetido ao estresse de um duro ajuste, o Brasil busca parceiros para aliviar suas penúrias. Para isso, fortaleceu sua aliança com a China, agora visita o México e no próximo mês se dirige aos Estados Unidos. Nessa busca não é difícil ver também a necessidade de Rousseff de estancar no exterior as feridas que os esmagadores casos de corrupção nacional lhe infligiram.
Há pessoas que consideram que as economias do Brasil e do México competem entre si. Acho que essa é uma visão equivocada. Nossas economias são complementares 
Dilma Rousseff em entrevista a um jornal local 
O México, embora muito mais estável, também não atravessa seu melhor momento. Com um presidente em baixa, a crise do petróleo deixou sua economia na modorra e postergou pelo menos em dois anos suas previsões de forte crescimento. A euforia das profundas reformas estruturais que inauguraram o mandato de Peña Nieto foi seguida pelo desencanto dos ajustes e os escândalos imobiliários. O resultado é um país que, atualmente, respira triste.
Nesse cenário de fadiga, ambos os líderes, procedentes de universos políticos distantes, com origens e trajetórias bem distintas, viram uma mesma oportunidade. E não duvidaram de se apropriar dela. “Há pessoas que consideram que as economias do Brasil e México competem entre si. Acho que essa é uma visão equivocada. Nossas economias são complementares e representam os dois maiores mercados da América Latina”, declarou a presidenta brasileira em uma entrevista ao jornal La Jornada, na qual, meio na brincadeira, chamou a nova aliança de eixo tequila-caipirinha.
Dessa necessidade compartilhada, o encontro dos dois líderes proporciona pouco risco e muito lucro. O fluxo comercial entre os dois países, de 9,2 bilhões de dólares (28 bilhões de reais), é pequeno em comparação com seu potencial. E as diferenças estão longe de ser insuperáveis. O principal ponto de fricção se situa há anos no setor automobilístico, um campo de batalha que em ambas latitudes toca no nervo do orgulho nacional. Durante décadas o Brasil encabeçou as exportações de carros e arrasou nos mercados latino-americanos. Mas o México, com uma estrutura salarial selvagem forjada na concorrência com a mesmíssima China, ultrapassou recentemente seu vizinho do sul, desequilibrando em seu favor a balança comercial.
Esse capítulo, que em outras épocas teria bastado para obscurecer o encontro com cansativas negociações sobre cotas de exportação, ficou apagado diante da ampliação do campo iniciada nesta viagem. Não se trata unicamente de ajustar para cima as magnitudes comuns (o Brasil é apenas o oitavo parceiro comercial do México, que é o décimo da potência latino-americana), mas de estabelecer, como assinalam fontes diplomáticas mexicanas, uma ponte sólida e até mesmo adentrar o caminho da identidade cultural americana. Avisita de Rousseff foi projetada para realçar esse enfoque. Além de reunir-se com o presidente e a elite empresarial, irá na quarta-feira ao foro político mais importante, o Senado, e, sobretudo, encerra sua visita em um dos centros nevrálgicos da cultura mexicana: o Museu Nacional de Antropologia, um lugar onde o país da América do Norte, em uma espetacular exibição de arquitetura e arqueologia, oferece a mais destilada visão de si mesmo e de sua caleidoscópica história. A própria Rousseff se encarregou de enfatizar esse aspecto, carregado de simbolismo, nos prolegômenos de sua chegada, com um apelo a seu “compromisso com a identidade cultural da América Latina”. Uma base que, a partir de diferentes idiomas, mas sobre uma mesma terra, ambas as nações compartilham. No horizonte latino-americano se vislumbra um novo cenário.

As maiores economias da América Latina

SONIA CORONA, MÉXICO
Há uma década poucos produtos mexicanos eram vendidos no Brasil. As duas maiores economias da América Latina trabalharam nos últimos 10 anos para duplicar seu intercâmbio comercial. Embora tenham sofrido os altos e baixos do panorama econômico mundial, juntos reúnem 62% do PIB da região, segundo dados do Banco Mundial.
O Brasil é o oitavo parceiro comercial do México e o quinto destino das exportações. Grandes empresas mexicanas, como FEMSA, Bimbo, Cinépolis e Claro conseguiram se estabelecer em terras brasileiras e afiançar a posição de seus produtos no mercado. Em 2014, o comércio entre os dois países ficou em torno de 9 bilhões de dólares, o de maior dimensão da região. As empresas mexicanas olham para o Brasil como o primeiro lugar para investir na América Latina, mas o país sul-americano tem o México em quinto lugar em seus investimentos. Com o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, ambos buscam equilibrar sua relação econômica.

Polícia nega investigação sobre envenenamento de B.B. King A polícia de Las Vegas, EUA, afastou na terça-feira a hipótese B. B. King ter sido envenenado, considerando as alegações das filhas do músico como "infundadas" e afirmando que não serão investigadas Ler mais: http://visao.sapo.pt/policia-nega-investigacao-sobre-envenenamento-de-bb-king=f820889#ixzz3bL8eCAVV

Polícia nega investigação sobre envenenamento de B.B. King
Reuters
Os médicos legistas dizem não ter encontrado, até agora, qualquer prova de crime na morte da lenda do blues, apesar de garantirem que estão a tomar em consideração todas as alegações.
King morreu a 14 de maio, aos 89 anos, em Las Vegas, onde vivia. Nas últimas duas décadas da sua vida, o músico sofreu de diabetes de tipo 2.
Duas das suas filhas, Karen Williams e Patty King, acreditam que o pai foi envenenado pelo seu agente LaVerne Toney e pelo seu assistente pessoal, segundo noticiou o portal E!.
"Acredito que o meu pai foi envenenado e que lhe foram administradas substâncias estranhas para induzir a morte prematura", escreveram as filhas em depoimentos separados, pedindo uma investigação formal. 


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Não existe interesse em mudar um sistema que garante quem está eleito, principalmente tirar a força dos partidos ninguém quer! Vai que surge lideranças novas?

Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (26) – ao analisar um dos trechos da proposta de reforma política que tramita no plenário – emenda que incluía na Constituição Federal a doação de empresas a partidos políticos e campanhas eleitorais.
A emenda recebeu 264 votos favoráveis, 207 contrários e houve quatro abstenções. Mas, por se tratar de proposta para alterar a Constituição, eram necessários 307 votos a favor.
Com isso, o atual modelo misto de financiamento de campanhas eleitorais (público e privado com doações de pessoas físicas e jurídicas) fica inalterado.
Placar da Câmara da votação do financiamento misto extensivo a pessoa jurídica (Foto: Reprodução/TV Câmara)Paniel da Câmara mostra resultado da votação sobre
doações de empresas para campanhas eleitorais
(Foto: Reprodução/TV Câmara)
A Câmara ainda analisará nesta quarta (27), a partir das 12h, emendas que incluem na Constituição autorização para doações de empresas somente a partidos políticos e que autorizam somente doação de pessoas físicas a partidos e candidatos.
Mas, na visão do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), as votações desta madrugada mostraram que a Câmara “não quer mudar nada” do sistema político e eleitoral do país.
“A Casa quer continuar como está. Está rejeitando mudanças. Acho que não vai passar nada. Não vai passar fim da reeleição, não vai passar coincidência eleitoral”, disse Cunha depois da sessão.
Doações de empresas
O modelo de financiamento de campanha é um dos trechos da proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera o sistema eleitoral e político do país e que entrou em votação nesta semana no plenário da Câmara.
Por decisão de Cunha, a PEC foi colocada em votação diretamente no plenário, sem passar por análise na comissão especial criada especialmente para debater o tema.
Cada item da proposta será votado individualmente no plenário. Depois, o texto como um todo passará por uma votação em segundo turno e precisará do voto favorável de 307 deputados para seguir para o Senado.
Atualmente, o financiamento de campanha no Brasil é público e privado. Políticos e partidos recebem dinheiro do Fundo Partidário (formado por recursos do Orçamento, multas, penalidades e doações) e de pessoas físicas (até o limite de 10% do rendimento) ou de empresas (limitadas a 2% do faturamento bruto do ano anterior ao da eleição).Inscrever na Constituição a doação de pessoas jurídicas tanto para partidos quanto para os candidatos individualmente era uma bandeira do PMDB e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O PT era contra, e defendeu a proibição de doação de empresas e a aprovação de financiamento exclusivamente público.
Essas regras, porém, não estão previstas na Constituição Federal e estão sendo questionadas por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em abril de 2014, o STF interrompeu o julgamento da ação quando a maioria dos 11 ministros da Corte já havia votado a favor da proibição de doações de empresas a partidos políticos e campanhas eleitorais.
A interrupção foi provocada por um pedido de vista (mais tempo para analisar a matéria) do ministro Gilmar Mendes. Desde então, o magistrado ainda não levou o voto ao plenário, e o julgamento permanece suspenso.
O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), destacou que a inclusão do sistema de doação de campanhas na Constituição era necessária para evitar que o STF “legisle” sobre o tema.
“O Supremo vai interpretar a Constituição e estabelecer uma regra. Creio que isso não é o melhor para a democracia. Quem deve decidir as leis é o Poder Legislativo. Hoje, devemos colocar esse tema na Constituição e estabelecer em lei, depois, os limites. O bom senso nos manda decidir esse tema hoje porque senão estaremos na mão do Poder Judiciário”, disse.
Conforme Picciani, a ideia é garantir a doação empresarial na Constituição e, posteriormente, estabelecer um teto de gastos e doações por meio de um projeto de lei.
O líder do PT, Sibá Machado (AC), criticou o financiamento empresarial a campanhas. “A nossa posição sobre financiamento das campanhas é pelo fim da participação das empresas. Entendemos que isso dá maior dificuldade de arrecadação para pessoas de classes mais desassistidas”, afirmou.
Sistema eleitoral
Além de sair derrotado na votação do modelo de financiamento de campanha, o PMDB  perdeu mais cedo, na noite desta terça (26), o debate sobre o sistema eleitoral para a escolha de deputado federal, deputado estadual e vereador.
O partido do presidente da Câmara defendia o modelo chamado "distritão", que institui eleição majoritária. Seriam eleitos, assim, os candidatos mais votados em cada estado ou município, sem levar em conta os votos para o partido ou a coligação.
O PT fechou questão contra a proposta, o que, pelo regimento interno da sigla, significava que os parlamentares que descumprissem a orientação de votar contra o “distritão” poderiam ser punidos internamente ou até expulsos do partido.
Apesar dos esforços do PMDB pelo “distritão”, o PT acabou vencendo a disputa, e a proposta de alteração no sistema eleitoral foi derrubada. Foram registrados 267 votos contra a emenda que instituía o “distritão”, 210 contra e cinco abstenções. Para aprovar a modificação seriam necessários 307 votos favoráveis, já que se trata de uma proposta de emenda à Constituição.
Após o anúncio do resultado, alguns parlamentares gritaram: “Não, não, não, não ao distritão”.
Após a derrubada da proposta de “distritão”, o plenário começou a analisar uma emenda de autoria do PDT que estabelecia o chamado “distritão misto”, em que metade dos candidatos seriam escolhidos por eleição majoritária e a outra metade conforme o quociente eleitoral e a posição na lista estabelecida pelos partidos. No entanto, ao perceber que a proposta seria derrotada em plenário, o líder do partido, André Figueiredo (CE), decidiu retirar a emenda.
Com isso, Cunha anunciou a manutenção do atual sistema proporcional de lista aberta. Pelo sistema atual, mantido pelos deputados, é possível votar tanto no candidato quanto na legenda. Os votos nos candidatos e na legenda são somados e é calculado um quociente eleitoral, que determina o número de vagas ao qual o partido ou a coligação terão direito. Essas vagas são preenchidas pelos candidatos do partido ou da coligação que obtiveram mais votos (entenda como é eleito um deputado).

Comandos aderem à moda do Krav Maga Arte de defesa pessoal inventada por judeu antinazi e usada pelas Tsahal começou a ser ministrada às forças especiais portuguesas Ler mais: http://visao.sapo.pt/comandos-aderem-a-moda-do-krav-maga=f820922#ixzz3bL6VYS5i


O título é uma provocação, dada a popularidade crescente deste desporto em Portugal - existirão cerca de 2 500 praticantes desta arte que chegou ao País apenas em 2004, pela mão do mestre Paulo Pereira, uma parte substancial dos quais são mulheres. O Krav Maga consiste em técnicas de defesa e de ataque para situações de "combate de proximidade", excecionalmente adaptáveis para as situações de crime comum nas grandes cidades: assaltos, tentativas de sequestro para violação, agressões, o que ajuda a explicar essa popularidade entre o sexo feminino.
Mas o Krav Maga não é, digamos, para meninas. Na sua origem é uma técnica militar. Foi criado por Emrich Lichtenfeld, um judeu nascido em 1910, em Budapeste, na Hungria, no que ainda era o Império Austro-Húngaro. Campeão em vários desportos (ginástica, luta livre e boxe), Lichtenfeld formou parte das brigadas de autodefesa de Bratislava, que protegiam os bairros judeus da cidade dos ataques dos nazis. Foi então que se começou a aperceber que a luta de rua era bastante diferente da do ringue e começou a adaptar várias técnicas vindas de outros desportos (também do judo e do jiu-jítsu, artes marciais em que era cinturão negro). Assim nasceu aquilo a que mais tarde se veio a chamar Krav Maga.
Lichtenfeld abandonou a Europa num dos últimos barcos de refugiados a conseguir fazê-lo, em 1940.  No Médio Oriente, ainda antes do estado de Israel ser criado, treinou os membros da Haganah, uma organização paramilitar que defendia os judeus dos ataques dos árabes. Já com o estado hebraico formado, Lichtenfeld foi o principal formador das forças de combate israelitas. O domínio do Krav Maga tornou-se obrigatório para todos aqueles que fizessem parte da Defesa de Israel - incluindo a Mossad, o mítico serviço de espionagem do país. Durante décadas o Krav Maga foi quase um segredo de Estado.
O prestígio das forças armadas israelitas e o mistério que envolvia a técnica ajudaram depois a que se espalhasse pelo mundo, a partir de 1971 (ano da abertura, em Israel, da primeira academia de Krav Maga, em Netanya). Nas forças armadas da Polónia, por exemplo, é parte obrigatória da formação dos militares. Mas em Portugal só em 2004 a Federação de Krav Maga foi fundada, quando Paulo Pereira, um ex-lutador de kickboxing, viu aprovado o currículo dos seus cursos pela Federação Europeia dirigida por Richard Douieb.
À segunda é de vez
A experiência dos comandos com o Krav Maga começou em 2011, com uma formação que os constantes destacamentos desta tropa de elite para teatros militares no estrangeiro (30 comandos portugueses servem atualmente no Iraque) não permitiu concluir. Mas agora, assinado um protocolo formal entre a Federação e o Centro de Tropas Comando, o curso, com a duração de dois anos, é mesmo para levar até ao fim: "A ideia é que estes oito instruendos - todos voluntários - sejam mais tarde instrutores. Primeiro aos restantes elementos dos comandos e depois, talvez, aos outros ramos das Forças Armadas", diz o major António Cancelinha, durante a primeira demonstração de Krav Maga, que ocorreu na passada quinta-feira, no Quartel da Carregueira, em Sintra.
Durante a sessão praticaram-se movimentos que são ensinados exclusivamente às forças armadas, pois implicam defesa com a utilização da arma de serviço, e também alguns golpes letais, que normalmente não são revelados aos civis nos primeiros anos de aprendizagem. "Trata-se de uma técnica que vem colmatar uma lacuna. Em operações como as que decorrem no Afeganistão, enfrentamos uma ameaça assimétrica. Nunca sabemos onde está o inimigo e quando vai atacar. Muitas vezes, quando ataca, é já numa situação em que o corpo a corpo é inevitável. Assim, o Comando fica pelo menos com um último recurso de proteção da sua integridade física, que sabe poder usar, se isso acontecer. É bom para a autoconfiança do Comando e bom para a moral", sintetiza.


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