domingo, 3 de maio de 2015

Crise de caixa e repressão 'derretem' a promessa tucana Beto Richa Com 76% de desaprovação, tucano é criticado por ter afundado as finanças do Paraná

Richa visita obras em março deste ano. / O. KISSNER (ANPR)
Menos de sete meses se passaram desde que 3,3 milhões de votos reelegeram Beto Richa governador do Paraná, ainda no primeiro turno. Naquele momento, havia quem apostasse que o tucano teria, no futuro, capital político para alçar voos mais altos, quiçá até mesmo o Planalto. Com 49 anos e de perfil conciliador, ele era, ao lado de Aécio Neves, visto como uma das caras da renovação do PSDB. Agora, poucos dias após a Polícia Militar do Estado ter reprimido e jogado bombas em centenas de professores e servidores que protestavam contra uma mudança na previdência estadual, a avaliação é que a reputação do governador derreteu.
“Uma série de erros levaram o governador de presidenciável a uma situação de vala comum’”, afirma Mario Sergio Lepre, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Segundo o professor, Richa subestimou o impacto negativo do pacote de austeridade fiscal que tenta aprovar para tentar aliviar a crise financeira do Estado, parte dela produzida na sua gestão anterior. Na quarta, dia do protesto, foi aprovado na Assembleia projeto que modifica o sistema previdenciário dos servidores públicos. “Ele achou que bastava ter maioria parlamentar, e se esqueceu que a democracia brasileira está muito mais complexa do que há dez anos”, diz. A mudança foi aprovada por 31 votos a 20, mas com parlamentares que integram a base de sustentação de Richa votando contra a medida.

Para o professor, ao isolar a assembleia e reprimir os professores Richa provavelmente aprofundou o desgaste em sua popularidade, num panorama que pode ser comparado ao vivido pelo então governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral no final de seu segundo mandato. Em 2014, a PM fluminense reprimiu com violência professores e estudantes que se manifestavam contra o Governo, derrubando a popularidade de Cabral – que se licenciou meses antes do término do mandato e não disputou nenhum cargo aquele ano. Levantamento do instituto Paraná Pesquisas feito em março aponta que 76% dos paranaenses desaprovam seu Governo.Lepre acredita que o governador superestimou seu capital político. “Ele foi eleito no primeiro turno com o Estado falido”, afirma. “Mas é preciso entender que o voto em Richa foi mais um voto de rejeição aos demais candidatos do que um apoio entusiástico ao tucano.” O tucano concorreu contra o ex-governador Roberto Requião (PMDB) e com a senadora Gleisi Hoffmann (PT).
A reação de Richa após a violência da quarta-feira também não o ajudou. À Folha de S. Paulo, ele disse que os policiais tiveram "uma reação natural da proteção da vida" e revidaram. O saldo de feridos - ao menos 200 entre os manifestantes - e as imagens da repressão levantaram críticas e a Anistia Internacional lançou nota cobrando o governador.

Rombo nas contas

Emerson Cervi, cientista política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirma que é preciso diferenciar “a trajetória eleitoral de Richa, que é extremamente positiva”, de sua “história administrativa”. De acordo com ele, o tucano não conseguiu emplacar sucessor após sua gestão na prefeitura de Curitiba [2004-2010],  "algo comum na capital”.
Antes da repressão ao protesto dos professores, 76% dos paranaenses desaprovam Governo de Richa
Cervi acredita que a imagem de político “jovem, competente e promissor” de Richa sai abalada após os episódios da semana que passou, mas os grandes prejudicados serão seus aliados. “Ele vai ter dificuldade de transferir votos para deputados de seu grupo político que disputarão as eleições em 2016. Em especial para quem for disputar a prefeitura da capital.”
O pacote de austeridade proposto pelo Governo é uma tentativa de equilibrar as contas do Estado, que fechou o ano de 2014 com um déficit de mais de 4 bilhões de reais, o segundo maior do país. Como resultado, o pagamento de férias e 13o salário dos servidores foi atrasado e obras foram interrompidas. "O que interessa para a população são as obras. As dívidas, nós vamos administrando", afirmou o governador em entrevista à Folha de S. Paulo em fevereiro.
Em 2014, Richa justificou a crise econômica culpando o atraso de empréstimos e repasses do Governo Federal. Seu novo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, disse em entrevista ao jornal Gazeta do Povo que  “[o governo] errou no momento em que gastou mais do que devia. Se você faz um orçamento acima das possibilidades de receita, você quebra o Estado".
Durante a campanha em 2014, Richa alegou ter recebido de Roberto Requião uma “herança maldita” no Governo, altamente endividado e com a máquina pública inchada. Para Cervi, “o argumento da ‘herança maldita’ não vale. Assumir dívidas do antecessor não é uma variável, é uma constante. Houve má gestão por parte do governador”. De acordo com o professor, grande parte dos problemas fiscais do Estado se desenvolveram nos últimos quatro anos, sob a batuta do tucano. “Houve um inchaço da máquina pública, em especial depois de 2012, quando o grupo político dele perdeu a prefeitura para o PDT e ele precisou absorver funcionários comissionados do município no governo”, afirma Cervi. Isso teria aumentado muito os custos e reduzido o poder de investimento do Governo.
Para Carlos Magno Andrioli Bittencourt, coordenador do curso de Ciências Econômicas da PUC-PR, a questão não é tão simples. “Os oito anos do Governo do Roberto Requião [2003-2010] foram marcados por um grande desenvolvimento da economia paranaense”, afirma. O preço das commodities estava em alta, o que levou o governador a “realizar uma série de investimentos em serviços públicos”. “Quando a crise econômica chegou, Richa foi eleito e herdou parte desses problemas. Havia hospitais construídos que não haviam sido pagos.”
De acordo com o professor, soma-se à “herança maldita” deixada por Requião um orçamento mal elaborado. “A equipe econômica do Richa superestimou as receitas para 2014. O déficit nas contas atualmente é decorrente disso”, afirma. “O Paraná tem a economia baseada no agronegócio. Com os preços em baixa a arrecadação cai, e isso precisa ter sido levado em conta.”

“Confio na integridade dele”, diz Suplicy sobre Lula Em São Paulo, secretário declarou que nunca teve motivos para desconfiar da honestidade do ex-presidente

Petistas que participaram do ato do Dia do Trabalhador organizado pela CUT nesta sexta-feira (1° de maio) no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, saíram em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que, de acordo com a revista Época, está sendo investigado por tráfico de influência . O secretário de Direitos Humanos da capital, Eduardo Suplicy, por exemplo, alegou que o companheiro “sempre levou princípios éticos para sua vida”.

 Foto: Alan Morici / Terra“Tenho a convicção de que o presidente Lula terá todas as condições de explicar toda e qualquer ação. Confio na integridade dele, na forma como sempre procurou agir, levando princípios éticos de grande importância para sua vida e para todos nós do PT. Ele próprio tem dito que, quando algum companheiro ou companheira comete algum erro, deve ser apurado inteiramente. É uma pessoa que sempre irá agir de acordo com o que sempre colocou”, disse.
Foto de arquivo de Alexandre Padilha, Eduardo Suplicy e Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Alan Morici / TerraSuplicy afirmou ainda que, se ao longo da história houve erros no partido, seus integrantes devem colaborar para corrigi-los e para prevenir novos problemas. “Temos que agir da maneira mais correta possível. O presidente Lula, desde a segunda metade dos anos 1970, quando comecei a interagir com ele, sempre tive motivos para avaliar que ele tem agido com correção e integridade”, completou.
Alexandre Padilha, secretário municipal de Relações Governamentais, esteve no evento representando o prefeito Fernando Haddad e também se posicionou a favor do ex-presidente. Para ele, a denúncia não é relevante, pois ultimamente as revistas brasileiras “não tem tido muita credibilidade”.
Lula: apoiar redução da maioridade é "crime" contra o País
“Isso é um absurdo. Todos os presidentes e ex-presidentes do mundo fazem questão de defender as atividades econômicas de seu País. Eu nem sei se existe esse processo, sei só que apareceu em uma revista, e ultimamente as revistas não tem tido muita credibilidade naquilo que falam. Mas, se estiver acontecendo, é um absurdo e ele terá todas as formas de se defender e mostrar o papel que um presidente tem. O Lula teve um papel decisivo de abrir mercados do mundo a empresas brasileiras para gerar empregos no Brasil. Ele ampliou o mercado externo no País”, analisou.

Lula avisa à ‘elite’ que vai entrar na briga para defender governo de Dilma Ele afirmou que não tem intenção de concorrer novamente ao governo, mas que cansou de provocações

Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da festa organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em comemoração ao Dia do Trabalho para defender o governo Dilma Rousseff. Ele aproveitou para criticar aqueles que pedem o impeachment e a “elite brasileira”, que, segundo ele, teme a sua volta ao Planalto.
Ele avisou a quem chamou de “detratores” que vai percorrer o país para garantir a manutenção do governo. “Aos meus detratores, eu agora vou começar a andar o país outra vez. Vou começar a desafiar aqueles que não se conformam com o resultado da democracia”, disse. 

Ele afirmou que não tem intenção de concorrer novamente ao governo, mas que cansou de provocações. “Eu estou quietinho no meu canto. Mas não me chame para a briga. Porque sou bom de briga e vou entrar na briga”, discursou, acrescentando: “Eu não tenho intenção de ser candidato a nada. Mas está aceita a convocação”. 

Irritado com a publicação da revista Época, segundo a qual ele é alvo de investigação por tráfico de influência, Lula reagiu ao que chamou de insinuações de que seu nome apareça na Operação Lava Jato e disse que parte da elite tem medo de que ele volte a ser candidato à Presidência da República. Para ele, esse é um temor inexplicável. “Nunca ganharam tanto dinheiro como no meu governo”, disse.

Merkel diz que alemães nunca vão se esquecer dos horrores dos campos da morte

DACHAU, Alemanha (Reuters) - Os alemães nunca vão se esquecer dos "horrores" que os nazistas realizaram nos campos de extermínio, disse a chanceler Angela Merkel neste domingo, em uma cerimônia que marcou o 70º aniversário da liberação do campo de concentração de Dachau, perto Munique.
Em um discurso para 120 sobreviventes idosos de 20 países e seis soldados norte-americanos que ajudaram a libertar as vítimas dos nazistas, Merkel disse que Dachau e outros campos da morte encerrados perto do fim da Segunda Guerra Mundial ficam como lembretes eternos da brutalidade do regime imposto por Adolf Hitler.
"Estes antigos campos de concentração entraram em foco público nas últimas semanas com o passar dos aniversários de 70 anos da libertação de um campo após o outro", disse Merkel em uma cerimônia em Dachau, agora um memorial com 800 mil visitantes anuais.
"Havia horrores inimagináveis ​​em todos os lugares", disse Merkel, que em 2013 se tornou a primeira liderança alemã a visitar Dachau.
(Por Ayhan Uyanik)

Oposição critica lobismo de Lula Partidos afirmam que investigação do ex-presidente por suposto tráfico de influência reforça necessidade de criar a CPI do BNDES

Ricardo Rojas/Reuters

Brasília – As viagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva bancadas por empreiteira e suas ações no Caribe e na África estão sob suspeita. Enquanto foi aberta uma investigação por tráfico internacional de influência, a oposição quer o petista como alvo da CPI do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O 1º Ofício de Combate à Corrupção da Procuradoria da República no Distrito Federal abriu a apuração para avaliar a existência de “vantagens econômicas” obtidas pelo maior líder do PT para influir em contratos no exterior, parte deles bancados com dinheiro público do BNDES.

Segundo a revista Época, que revelou a investigação na edição dessa sexta-feira (1º), os procuradores estão diante de várias suspeitas que incluem até superfaturamento de uma termelétrica na República Dominicana. A obra foi tocada pela Odebrecht. Em Cuba, o objetivo é avaliar o impacto da atuação do ex-presidente em financiamentos do BNDES. “Caso se comprove que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”, diz o trecho de um documento transcrito pela publicação.

Documentos obtidos pelo Estado de Minas mostram as negociações sigilosas entre o governo brasileiro, cubanos e angolanos para fechar negócios nesses países. Em Cuba, o custo do financiamento inclui uma parcela paga “a fundo perdido pela União”. Para parlamentares ouvidos pela reportagem, isso mostra que o governo descumpriu a legislação em fazer empréstimos internacionais sem autorização do Senado.

Nessa sexta-feira à tarde, o ex-presidente rebateu as suspeitas do Ministério Público. “Eles querem pegar o Lula, mas me chama para a briga que eu gosto”, disse o ex-presidente em São Paulo, nos atos em comemoração ao Dia do Trabalho. As viagens de Lula pela África e pela América Latina continuaram depois que ele encerrou seu mandato como presidente. Com a faixa no peito, o petista foi 114 vezes aos países latinos e 33 aos africanos. O comércio e a cooperação entre o Brasil e essas nações aumentaram, justificam os assessores do ex-presidente. Após deixar o Planalto, Lula continuou com as viagens.

QUEBRA DE SIGILOS A legislação brasileira prevê que qualquer doação ou empréstimo para país estrangeiro seja autorizada pelo Senado, segundo o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). O economista diz que isso vale até para doação de alimentos. No caso de Cuba, o BNDES emprestou US$ 692 milhões para a Odebrecht construir um porto e houve cerca de US$ 100 milhões em dinheiro a fundo perdido para os cubanos, mas nada passou pelo Legislativo. “Todos têm que passar pelo Congresso”, disse Hauly.

A deputada Eliziane Gama (PPS-MA), que luta pela CPI do BNDES, diz que o sigilo sobre os documentos dos empréstimos é o mecanismo para “burlar” as regras. Ela quer um levantamento desses empréstimos para verificar alguma irregularidade. Eliziane defendeu que a futura CPI quebre os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lula e da Odebrecht. “É a quebra que te leva a quem comete crime”, disse a parlamentar.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) é outro que coleta assinaturas para uma CPI e vê ilegalidade na falta de autorização. “Se há um empréstimo de governo a governo, deveria passar sim (pelo Senado). Mas, como é sigiloso, não sabemos a forma.” Ele tem um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para obter documentos sobre os financiamentos operados com o aval do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). A reportagem procurou, mas não localizou os assessores do BNDES e do ministérionessa sexta-feira.

CONVOÇÃO O senador Aécio Neves (PSDB) considerou “muito grave” a denúncia contra Lula e o fato de se ter um novo escândalo a cada dia. “É muito grave aquilo que a revista Época hoje publica, de que há uma investigação do MP em relação a tráfico de influência cometido pelo ex-presidente da República. Isso tem de ser investigado”, afirmou. O tucano também considerou extremamente preocupante a informação de que a Petrobras teria destruído provas do esquema de corrupção investigado na Lava-Jato. Segundo ele, a CPI vai convocar o presidente da estatal na próxima semana para dizer se isso realmente ocorreu e quem são os responsáveis. Questionado se havia motivos para uma eventual prisão de Lula, Aécio disse não ter informações para chegar a tanto.

A Odebrecht disse que mantém relação “institucional” e “respeitosa” condizente com a “posição e importância” de Lula. “As palestras patrocinadas pela Odebrecht com líderes políticos brasileiros são similares às promovidas por presidentes e ex-presidentes de países como os Estados Unidos, França e Espanha, entre tantos outros que defendem os interesses nacionais e de suas empresas”, disse a empresa em nota. “Embora o financiamento do BNDES seja um importante diferencial na conquista de projetos internacionais, somente 7% da receita da Construtora Norberto Odebrecht é oriunda de projetos com esta estrutura de financiamento.”

Em combate polêmico, Mayweather vence Pacquiao e segue invicto Em luta equilibrada e com filipino dizendo que levou a vantagem, americano leva a melhor na decisão unânime dos juízes, unifica títulos e segue sem perder na carreira

Não deu para Manny Pacquiao. O filipino, que é quase considerado um “deus” em seu país e que possui 57 vitórias no currículo, sendo 38 nocautes, dois empates e agora sete derrotas, não conseguiu quebrar a invencibilidade de Floyd Mayweather, que tem um cartel perfeito de 48 vitórias em 48 duelos. Apesar do combate ter sido bastante equilibrado, os juízes viram superioridade do americano em decisão polêmica, e ele levou a melhor na decisão unânime por 118x110, 116x112 e 116x112. O estilo de contragolpe de “Money” lhe rendeu ainda mais um feito importante para o esporte: ele se tornou o campeão unificado da Organização Mundial de Boxe (WBO), Associação Mundial de Boxe (WBA) e do Conselho Mundial de Boxe (WBC).
Manny Pacquiao x Floyd Mayweather (Foto: AP)Floyd Mayweather comemora vitória sobre Manny Pacquiao (Foto: AP)


- Quero agradecer a Deus, aos fãs que vieram em Las Vegas, aos que me viram chegar aqui. Tiro o chapéu para o Pacquiao.  Agora entendo porque ele está no topo do esporte, ele me fez ser melhor, Ele é um dos maiores da história do boxe. Eu não vou aqui dar palpite, ele se interessou mais pela luta, fiz a luta inteligente. Não ia para cima até ter certeza. Na curta distância tirei os golpes. E fui feliz em fazer essa luta. Eu calculei muito. Ele é muito duro. Como disse antes, sem meu pai, não seria ninguém. Foi ele quem me ensinou a fazer mais que o normal. O Pacquiao é preciso e eu tive que superá-lo. Em todas as lutas, tive o mesmo objetivo. Meu objetivo é sempre vencer. Demos o melhor essa noite - declarou o americano, ainda dentro do ringue.
Manny Pacquiao x Floyd Mayweather (Foto: AP)Manny Pacquiao não acredita na decisão dos árbitros após a luta (Foto: AP)
Assim que a luta foi encerrada, “Money” comemorou muito, erguendo o braço na certeza da vitória. Já Pacquiao cumprimentou o rival após o duelo, mas não ficou satisfeito com o resultado, acusando Mayweather de fugir do combate.

- Foi uma boa luta, mas acho que ganhei. Ele não fez nada, só saiu, fugiu do combate. Atirei golpes desde o início. Ele só se mexia para os lados. É a luta, é assim. Eu posso lidar com o poder dos golpes dele. Assim foi também contra os outros. Me senti bem na luta, por isso não ataquei tanto nos dois últimos rounds. O tamanho dele não me atrapalhou. Ele não é tão maior do que eu - declarou o filipino, que saiu mandando beijos e abraços para a torcida.

Segundo os índices da Compubox, “Money” conectou 34% dos golpes de todo o duelo, enquanto Pacquiao ficou com um índice de 19%. A torcida não gostou do resultado final e vaiou o campeão americano, que se sentou sobre as cordas e provocou de volta com gestos.

A luta

Manny Pacquiao entrou na arena acompanhado do apresentador americano Jimmy Kimmel e com uma música que ele mesmo cantava em homenagem às Filipinas. Já Floyd Mayweather, entrou com Justin Bieber, como já aconteceu anteriormente, e foi vaiado no caminho até o ringue.

O duelo começa com os lutadores se estudando. Mayweather é o primeiro a arriscar um soco na linha de cintura, mas Pacquiao se movimenta e fica no centro do ringue. Ele tenta devolver na mesma moeda, mas Floyd esquiva e tenta o contragolpe. Os lutadores trocam poucos golpes . A torcida grita “Manny”. Mayweather acerta bom jab em Pacquiao. O filipino ainda estuda o americano e não solta combinações como de costume. Eles dividem o centro do ringue. Pacquiao parece esperar o melhor momento.  O filipino continua andando para frente, Mayweather ameaça um direto, que passa raspando. Pacquiao acerta um jab e cerca Floyd na grade, mas o americano clincha e o round termina.
Manny Pacquiao Floyd Mayweather boxe (Foto: Reuters)Boxeadores durante os primeiros rounds da luta (Foto: Reuters)


No segundo assalto, Mayweather tenta um jab e fica com a guarda levantada. Ele deixa a direita engatilhada, mas é Pacquiao quem tenta os golpes. O americano tenta entrar com um direito, mas o filipino absorve bem e, em seguida, consegue uma boa combinação. Os lutadores se estudam nos últimos segundos e o round termina.

O terceiro round começa com Mayweather encaixando uma direita logo no início do round. Ele caminha para frente e acerta alguns golpes no corpo do adversário. Mayweather coloca a direita na linha de cintura. Pacquiao reclama, dizendo que foi abaixo da linha. Os dois ficam no clinche.  Maywerather se irrita e reclama com o filipino, que volta tentando encaixar mais golpes na corda. O americano clincha e o árbitro para a luta. Mayweather tenta um direto em velocidade, mas fica na guarda. Pacquiao novamente vai para a combinação. Não acha nada. Mayweather tenta laçar o pescoço do filipino. Árbitro chama atenção. Pacquiao tem o centro do ringue, mas recebe um jab na linha de cintura. Mayweather se movimenta e acerta Pacquiao para ouvir o soar do gongo.
Manny Pacquiao x Floyd Mayweather (Foto: AP)Pacquiao coloca Mayweather nas cordas (Foto: AP)


O início do quarto round teve um Pacquiao mais agressivo, com a tática de prensar Mayweather contra as cordas. Ele segue pressionando e acerta mais o americano, que continua com a direita engatilhada, enquanto o filipino tenta mais combinações. Ele pressiona Mayweather nas cordas e encaixa uma combinação de golpes no corpo e na cabeça do rival, que se defende. Mayweather continua se defendendo e Pacquiao encaixa nova combinação. Um direto entra limpo e a torcida vai à loucura. Os dois voltam para o centro do ringue e o árbitro separa quando Floyd tenta laçar novamente o pescoço do filipino. Nos 10 segundos finais, “Pac-Man” acerta um jab e o americano absorve bem.

O quinto assalto começa com Mayweather tomando a iniciativa e arriscando a linha de cintura. Pacquiao responde e “Money” se esquiva do cruzado. Os dois dividem o centro do ringue. Floyd tenta encaixar um jab, que é defendido. Filipino caça Floyd dentro do ringue, mas o americano  se movimenta bem e bate no contragolpe.

Logo no início do sexto round, Pacquiao consegue boa sequência de golpes e leva Mayweather para as cordas. O americano dá um golpe no vazio. Pacquiao continua pressionando, mas “Money" joga direto no contra-ataque. “Pac-Man” tenta novo golpe,  cerca Floyd amais uma vez na e solta sequência de socos. O americano faz sinal de “não” com a cabeça e irrita o filipino, que desfere mais golpes, mas sem contundência. O americano usa o jab para tentar parar o ataque do filipino. Nos dez segundos finais, os dois voltam ao  centro do ringue.

No retorno ao sétimo assalto, Mayweather tenta manter a distância. Ele usa o jab para manter o rival afastado, mas Pacquiao tenta trabalhar no contragolpe. O filipino parece estudar mais o rival. Ele joga jab e direto e o direto entra limpo. Mayweather devolve um contragolpe na linha de cintura. Pacquiao combina jab e direto e consegue outra combinação, que para na defesa do americano. O round termina com o filipino indo para cima do rival.
Manny Pacquiao x Floyd Mayweather (Foto: AP)Manny Pacquiao e Floyd Mayweather se cumprimentam após a luta (Foto: AP)


No oitavo round, Pacquiao começa tentando encaixar direto e jab e a mão esquerda entra limpa. Floyd trabalha no clinche, vai para as cordas e Pacquiao acerta combinações e um cruzado passa de raspão. O americano acerta um direto de direita e se defende nas cordas. Manny esquiva e abaixa a guarda, Pacquiao tenta conectar um jab, mas o americano se esquiva. Pacquiao caminha e encurrala “Money”, que escapa. Os dois voltam ao centro do ringue e  Mayweather acerta Pacquiao.

O nono round começa com Pacquiao tentando medir a distância com jabs e recuando Mayweather contra as cordas. O americano retoma o centro do ringue e tenta trabalhar no contragolpe. Ele abaixa a guarda e Manny tenta acertar a linha de cintura. Um direto do filipino passa no vazio. Os dois se estudam e trocam golpes. Pacquiao encurta. Money clincha para respirar. Golpe de Money passa forte, bem perto. Pacquiao parte para cima de novo.

No décimo assalto, Pacquiao volta a cercar o americano, que se esquiva. Ele tenta encurtar a distância e trabalhar na linha de cintura. Mayweather responde com dois jabs e joga um cruzado. Pacquiao joga golpes retos e ficam na guarda do americano. Ele tenta a linha de cintura e cruzado. Mayweather vai para as cordas, se movimenta e conecta um bom contragolpe. Pacquiao termina o round indo para cima.
Manny Pacquiao x Floyd Mayweather (Foto: AP)Manny Pacquiao comemorou ao fim do duelo (Foto: AP)
No décimo primeiro round, “Pac-Man” volta a pressionar Mayweather nas cordas. O americano tenta um direto que fica na guarda e consegue um bom gancho. Os dois voltam para o centro do ringue. Pacquiao encurta, trabalha a cintura, mas o americano faz pêndulo e escapa. O round é bastante equilibrado. Pacquiao anda para trás e recebe golpe na linha de cintura. Mayweather provoca. Fim de round.

O último round da “Luta do Século” começou com uma finta upper de Mayweather. Pacquiao responde com um direto e tenta encurralar. Mayweather finta e volta ao centro. Ele  marca a distância com a mão esquerda, depois trabalha a linha de cintura. “Pac-Man” tenta encurralar, mas “Money” clincha. Faltando um minuto, o filipino tenta ir para cima, mas Mayweather se defende muito bem, fazendo jogo de pernas. Pacquiao encurrala, mas acerta pouco. Floyd se defende, faz o pêndulo. Faltando dez segundos para o fim do assalto o americano levanta o braço e começa a comemorar. Fim de luta.

sábado, 2 de maio de 2015

"PORTEIRO DO PUTEIRO"

"PORTEIRO DO PUTEIRO"
Não havia no povoado pior emprego do que ‘porteiro da zona’.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
– A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
– Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever.
– Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
– Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
– Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
– Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
– Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já que…
– Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
– Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
– Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
– Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
– Façamos um trato – disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
– Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: ‘não disponho de tempo para viajar para fazer compras’.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que já havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc …
E após foram os pregos e os parafusos…
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e disse:
– É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
– A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
– O Senhor? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
– O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
– Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma: – Se eu soubesse ler e escrever… ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO
Essa história é verídica, e refere-se a um grande industrial chamado… Valentin Tramontina, fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é Carlos Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul.
Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
As adversidades podem ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água: ‘A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna’.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.