quarta-feira, 1 de abril de 2015

Microsoft lança Lumia 640 e 640 XL no Brasil

Divulgação / Microsoft
Smartphone Lumia 640, da Microsoft
Lumia 640: no Brasil, o smartphone será vendido nas cores branca e preta


São Paulo -- A Microsoft está lançando no Brasil, nesta semana, seus dois smartphones mais recentes, o Lumia 640 e o 640 XL. 
Ambos são modelos intermediários com hardware caprichado, Windows Phone8.1 (com atualização futura para Windows 10), preço abaixo de 1.000 reais e uma assinatura do Office 365 válida por um ano. Ela permite o uso dos aplicativos do pacote Office também num PC e num tablet. 
Os dois smartphones foram apresentados durante o Mobile World Congress, que aconteceu em fevereiro em Barcelona.
“Os brasileiros reclamavam que nossos produtos demoravam para chegar ao país. Mas o Brasil está recebendo esses dois modelos antes da maioria dos outros países”, diz Stephen Elop, vice-presidente executivo da Microsoft.
Elop, que veio ao Brasil pela terceira vez nesta semana, diz que as vendas da linha Microsoft Lumia cresceram 30% no país no último ano. É um dos cinco países onde a empresa mais vende smartphones. 
“Aqui, competimos com a Apple cabeça a cabeça pelo segundo lugar no mercado. Isso não acontece em outros países”, diz, referindo-se à disputa entre as principais plataformas de smartphones. No Brasil, o Android é líder disparado com mais de 90% do mercado.

Os novos modelos

Os dois novos smartphones da Microsoft oferecem bom hardware para a faixa de preços em que são vendidos, abaixo de 1.000 reais.
O Lumia 640 tem tela de 5 polegadas, câmera traseira de 8 megapixels com flash de LED e câmera frontal de 1 megapixel. No Brasil, será vendido nas cores branca e preta. 
Na versão com conexão 3G, suporte para dois chips de operadoras e TV digital, que chega às lojas nesta semana, custa 799 reais. Futuramente haverá outra variante, com conexão 4G mas que vai aceitar apenas um chip de operadora.
Já o Lumia 640 XL tem tela de 5,7 polegadas, câmera principal de 13 megapixels com flash de LED e câmera frontal de 5 megapixels. Outro destaque é a bateria que, segundo a Microsoft, aguenta quase 24 horas de conversação sem recarga.
A versão que começa a ser vendida nesta semana aceita dois chips de operadoras e tem conexão 3G. Custa 999 reais, com opções de cor azul, branca e preta. Variantes com conexão 4G devem ser lançadas futuramente.

Morre a pessoa mais velha do mundo, uma japonesa de 117 anos Misao Okawa morreu de causas naturais, segundo emissora japonesa. Ela era reconhecida como pessoa mais velha do mundo desde 2013.

Misao Okawa, a mulher mais velha do mundo (Foto: AFP Photo)Misao Okawa tinha 117 anos. (Foto: AFP Photo)
A pessoa mais velha do mundo, a japonesa Misao Okawa, morreu nesta quarta-feira (1º) aos 117 anos por causas naturais, informou a emissora pública japonesa "NHK".
Okawa morreu pouco antes das 7h (horário local, 19h de terça-feira, 31, em Brasília) no asilo de Osaka (oeste do Japão) onde residia, segundo disseram fontes médicas à emissora.
Desde fevereiro de 2013, Okawa era reconhecida como a mulher mais velha do mundo pelo Livro Guinness dos Recordes, e desde agosto desse mesmo ano como a pessoa mais velha.
A mulher tinha celebrado seu 117º aniversário há quase um mês, em cerimônia que atraiu grande atenção midiática e recebeu a visita de parentes, vizinhos e autoridades locais.
Okawa nasceu em 5 de março de 1898 em Osaka, e tinha três filhos, quatro netos e seis bisnetos.
Até os 110 anos, Okawa era capaz de caminhar e cuidar de si mesma, embora nos últimos anos de sua vida se deslocasse em cadeira de rodas e estivesse internada em um centro geriátrico.Seus segredos para a longevidade eram viver sem estresse, dormir pelo menos oito horas diárias e comer o que gostava e de forma abundante, segundo explicou em várias ocasiões aos meios de comunicação japoneses.
O homem mais velho do mundo é também um japonês, Sakari Momoi, que comemorou seu 112º aniversário no último dia 5 de fevereiro.
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A japonesa Misao Okawa, reconhecida pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como a pessoa mais velha do mundo, come bolo durante comemoração de seu aniversário de 117 anos em Osaka, Japão (Foto: Reuters/Kyodo)A japonesa Misao Okawa, reconhecida pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como a pessoa mais velha do mundo, come bolo durante comemoração de seu aniversário de 117 anos em Osaka, Japão. (Foto: Reuters / Kyodo)

Setor automotivo demitiu 2 mil em Minas este ano Apenas em Minas, mais de 2 mil pessoas que trabalhavam no setor já perderam o emprego nos últimos três meses

Renato Weil/EM/D.A Press  20/9/07

A crise da indústria de veículos no país, com declínio nas vendas, paralisações de fábricas, avanço dos estoques e cortes de empregos nas montadoras, está derrubando a cadeia do setor. Desde janeiro, mais de 2 mil trabalhadores da área da autopeças, oficina mecânica e concessionárias em Minas Gerais já perderam o emprego. A última a ser desmontada foi a empresa de autopeças Delphi, em Itabirito, na Região Central do estado, que esta semana fecha definitivamente suas portas, com 800 funcionários demitidos. Atualmente, a produção da Delphi tinha a Fiat como cliente principal. A montadora, por sua vez, entra em mais uma parada técnica, de amanhã até segunda-feira. A decisão foi comunicada ontem, no mesmo dia em que voltaram ao trabalho os 2 mil funcionários da Fiat que estavam em férias coletivas desde o dia 9.

A situação em Minas Gerais é alarmante, conforme comentam representantes dos sindicados de metalúrgicos que não enxergam com esperanças o futuro dos profissionais do setor automotivo. No Brasil, o cenário também é sombrio: ontem a Volkswagen concedeu férias coletivas a 4,2 mil dos 5 mil funcionários da fábrica de Taubaté (SP), no Vale do Paraíba, que deverão ficar afastados até 18 de abril. Com a decisão, pelo menos, 7.354 metalúrgicos estão afastados temporariamente do trabalho por decisão das montadoras em todo país. Na Fiat, a parada técnica será de três dias, uma vez que o feriado da Sexta-Feira da Paixão e o fim de semana não entram na escala.

Na cadeia do setor, o reflexo é imediato. Em Itabirito, por exemplo, onde a Delphi atuava desde 1995, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Robson Araújo Paulino, conta que a demissão de 800 pessoas da fábrica impactou a cidade. “Fomos comunicados sobre o encerramento das atividades da Delphi no dia 12 de janeiro e para minizar o impacto que isso traria negociamos com a empresa seis meses de cestas básicas, três meses de meio salário nominal e plano de saúde para os funcionários demitidos”, revela Robson. A dispensa dos funcionários foi ocorrendo aos poucos, segundo conta. “A produção total foi encerrada há 15 dias. Ainda há algumas pessoas trabalhando no setor administrativo da empresa”, comenta.

Por meio de nota, a Delphi informou decidiu encerrar suas atividades em Itabirito após ter estudado a continuidade sustentável do seu negócio de chicotes elétricos na região da América do Sul. “A Delphi decidiu pela consolidação de sua operação, anunciando o encerramento das atividades da fábrica em Itabirito, com o objetivo de manter a competitividade do negócio e poder melhor atender aos seus clientes”, diz o texto. O que se sabe na cidade é que a empresa vai se debruçar na produção em sua unidade em Paraisópolis, no Sul de Minas.

“Eles vinham reduzindo o quadro de funcionários desde 2013, quando eram 1,3 mil trabalhdores na fábrica”, comenta o secretário de desenvolvimento ecnômico de Itabirito, Sanders Jones Assis. Segundo ele, dos 800 trabalhadores, metade são do município e outros de cidades próximas. “Estamos dependendo de um acordo com a Delphi sobre o terreno onde estavam para trazer uma outra empresa para cá, mas nãos será do setor automotivo”, afirma. Segundo Robson, durante muitos anos, a Delphi teve clientes como Renault, Fiat, Mercedes e a Peugeot. “Mas por questão de mão de obra, ela foi diminuindo seus negócios. Muitas profissionais saiam de lá para trabalhar em empreteiras, porém, este setor, atualmente, também está em crise”,comenta, dizendo que como fornecedora da Fiat, a Delphi em Itabirito era uma das responsáveis pela produção de chicote elétrico do novo Palio.

Vagas extintas

Com 68% da produção voltada às fabricantes de veículos, as autopeças eliminaram 19 mil postos de trabalho no ano passado. Demissões nessa proporção não ocorriam no setor desde 1998, ano em que foram fechadas 19,4 mil vagas. Agora, o setor emprega o menor contingente desde 2009. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e em Sete Lagoas, na Região Central, onde a Iveco tem fábrica, 804 pessoas ligadas ao setor automotivo já perderam o emprego. Segundo informou o sindicato, as demissões são referentes ao segmento de autopeças e oficinas mecânicas. “Há a possibilidade de outras demissões em uma empresa de autopeças, que afetaria 80 funcionários, mas estamos negociando”, conta o presidente da entidade, Ernani Geraldo Dias. Ele diz que muita gente está perdendo o emprego na cidade e as previsões não são boas.

A Mercedes-benz tem 170 trabalhadores afastados na fábrica de Juiz de Fora e este mês uma empresa de autopeça plástica, fornecedora da montadora, fechou as portas. “Foram 55 trabalhadores demitidos da Fastplas Autmotive, que tinha uma planta dentro da Mercedes, e, com a queda da produção, foi demitindo muita gente, até fechar”, lamenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Juiz de Fora, Scipião da Rocha Júnior.

Procurado pelo Estado de Minas, o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para veículos Automotores (Sindipeças) informou estar fechando as estatísticas do ano passado e as previsões para 2015 para, depois, se manifestar. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também não se pronuncia sobre o assunto. A Fiat informou, por meio da assessoria de imprensa, que não comenta o fechamento da Delphi em Itabirito.

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Concessionárias fecham as portas

Com as vendas em baixa, as concessionárias de Minas também estão colocando o pé no freio. Em menos de seis meses três lojas foram fechadas em Belo Horizonte. A Cheverny, revendedora Citroën no segundo semestre do ano passado, e uma revendedora da GM e outra da Peugeot em fevereiro e neste mês, respectivamente. Segundo o Sindicato dos Empregados em Administradoras de Consórcios, Vendedores de Consórcios, Empregados e Vendedores em Concessionárias de Veículos, Distribuidoras de Veículos e Congêneres no Estado de Minas Gerais (Sindcon), nos três primeiros meses de 2015 foram registradas mais de 500 demissões somente em Belo Horizonte, Contagem e Betim, na Região Metropolitana de BH. Março foi o mês que mais registrou desligamentos, 306 até sexta-feira. Em 2014, quase 3 mil pessoas foram demitidas.

Segundo o vice-presidente do Sindcon, Diego Gonçalves, as demissões começaram no segundo semestre do ano passado e a expectativa é que esses números tendem a baixar a partir de agora. “As concessionárias já enxugaram bem os quadros e não têm mais o que fazer. Janeiro e fevereiro só não registrou número maior de demissões porque são nossa data-base e as empresas não podem dispensar sem pagar multa”, afirma. Diego afirma que o cenário econômico que gera insegurança e, consequentemente, queda nas vendas, é o principal fator relatado pelos empresários.

O último levantamento divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta queda de 22,5% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus neste ano, até fevereiro, em relação a igual período de 2014. Tendo em vista os dados de fevereiro frente a janeiro, a retração é de 28,3%. Gerente de novos da Carbel Linha Verde, revenda da marca Volkswagen, Rayner Matos, confirma que os negócios estão em baixa e que a loja vende hoje, cerca de 20% menos do que vendia no mesmo período do ano passado. “Ainda não fizemos corte de pessoal. Estamos tentado superar a queda no movimento com outras ações, como a venda de seminovos, que agora está melhor”, afirma.

Na Pisa Ford, o gerente Antônio Longuinho também afirma que não houve demissões. Segundo ele, os resultados da loja continuam no mesmo patamar do ano anterior, graças ao lançamento do novo Ford Ka, que tem se tornado campeão em vendas. “Estamos fazendo ajustes de despesas para economizar e diminuímos a margem de lucro em quase 25% para não precisar rescindir contratos trabalhistas e continuar com o mesmo atendimento”, completa.

Procurada para falar sobre o fechamento de uma das unidades, os responsáveis pela Grande Minas, da marca Chevrolet, informaram que não comentariam o assunto ontem. A reportagem tentou contato com os donos da Vernon, da Peugeot, que fechou uma unidade na capital em fevereiro, e da Cheverny, mas eles não foram localizados. Já o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv), também foi procurado pelo Estado de Minas, mas não respondeu aos contatos até o fechamento da edição.

Delphi apresenta conceito “Delphi 360° – Do mercado Original para o Aftermarket” na Automec 2015

Nova campanha abrange o ciclo completo de inovações que a empresa traz para o mercado de reposição
 
A Delphi apresentará na Automec 2015 – que acontece de 07 a 11 de abril, no Anhembi, em São Paulo – seu portfólio completo de produtos e serviços para o mercado de reposição. São mais de 5 mil itens em produtos de injeção eletrônica, ignição, diesel, climatização & arrefecimento, equipamentos e suspenção & direção, além de serviços para as linhas leve e pesada.
 
Durante a feira, os reparadores e varejistas poderão conferir, por meio de palestras rápidas e interativas no próprio estande, informações e dicas importantes sobre os produtos da Delphi.
 
O presidente global da divisão de Aftermarket da empresa, Philippe Desnos, será o porta-voz da Delphi na coletiva de imprensa a ser realizada no dia 08 de abril, no estande da empresa, às 11h. Philippe falará sobre todas as novidades da Delphi Soluções em Produtos e Serviços e estará à disposição para perguntas.
 
Coletiva de Imprensa Delphi:
 
Data: 08 de abril de 2015
 
Horário: 11h
 
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi – SP – Estande G4 entre as ruas H e G
 
Sobre a Delphi: A Delphi Automotive PLC é líder mundial em tecnologias para o mercado automotivo e de veículos comerciais. Sediada em Gillingham, Inglaterra, a Delphi possui avançados centros de tecnologia, fábricas e serviços de suporte ao cliente em 33 países. A Delphi oferece inovação para o mundo real com tecnologias que fazem dos carros e caminhões veículos mais seguros, mais potentes, eficientes e conectados. Visite: www.delphi.com.

MPF obtém liminar nacional que garante regras antigas do Fies para renovações

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público em Minas Gerais (MPF-MG) obteve liminar que garante aos alunos inscritos no Fies, programa federal de financiamento estudantil, a renovação de seus contratos de acordo com as regras vigentes em 2014, em meio a uma disputa judicial entre entidades do setor e o Ministério da Educação (MEC).
A decisão, segundo o MPF, vale para o território nacional e garante que alunos já inscritos no Fies não sejam atingidos pelas mudanças implementadas pelo governo federal que começaram a ser cobradas na segunda-feira, e que incluem exigência de nota mínima de 450 pontos no Enem e impedem que o aluno zere a prova de redação.
Segundo o Ministério Público, o objetivo da ação foi o evitar que as faculdades impedissem alunos já matriculados, mas que ainda não conseguiram o financiamento pelo Fies ou que não conseguiram aditar seus contratos, de participar das atividades acadêmicas.
O MPF relatou que algumas instituições de ensino superior estariam constrangendo alunos que começaram os estudos em 2015 a renegociar as prestações e firmar novos contratos, sob pena de serem automaticamente desligados.
O MPF ajuizou ação civil em 20 de março contra a União e 11 instituições privadas de ensino superior sediadas em Uberlândia (MG).
Na decisão, a Justiça Federal determinou que as instituições de ensino rés na ação limitem o reajuste das mensalidades do Fies a 6,4 por cento, como já previsto pelo Ministério da Educação.
Em outra decisão também nesta terça-feira, a Justiça Federal do Espírito Santo concedeu liminar que autoriza renovações e aditivos do fundo de financiamento estudantil para contratos acertados no Estado com reajuste superior a 6,41 por cento.
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) orientou que os sindicatos estaduais entrassem com suas próprias ações na Justiça contra as novas regras do Fies.

O MEC informou que ainda não foi notificado, e sua assessoria de imprensa ressaltou que a decisão está suspensa por conta da decisão favorável ao MEC do Tribunal Regional Federal da 1a Região que vale para Minas Gerais.

Escola de voo da Lufthansa sabia sobre depressão de piloto que derrubou avião na França

Por Victoria Bryan
BERLIM (Reuters) - O piloto alemão que derrubou um avião nos Alpes Franceses na semana passada, matando todas as 150 pessoas a bordo, disse a autoridades da escola de voo da Lufthansa em 2009 que passou por um período de depressão profunda, informou a companhia aérea nesta terça-feira.
O comunicado pode prejudicar a empresa e seu diretor-executivo, Carsten Spohr, que na semana passada afirmou aos repórteres que a companhia desconhecia qualquer razão que pudesse levar Andreas Lubitz, de 27 anos, a derrubar a aeronave propositalmente.
O fato de autoridades da Lufthansa estarem cientes de que Lubitz sofria de depressão desperta dúvidas sobre seu processo de seleção para pilotos, em um momento no qual a companhia encara a ameaça de ações legais dos parentes das vítimas.
A Lufthansa declarou que Lubitz interrompeu seu treinamento de piloto durante vários meses, mas que depois passou em exames médicos que confirmaram sua capacidade de voar.
Quando Lubitz retomou o treinamento em 2009, entregou documentos médicos à escola de aviação que mostravam que ele tinha tido “um episódio anterior de depressão profunda”, informou a Lufthansa, citando uma troca de e-mails entre Lubitz e a escola.
Na segunda-feira, os promotores da cidade alemã de Duesseldorf declararam que Lubitz foi tratado por tendências suicidas antes de obter seu brevê de piloto.
Na semana passada, eles descobriram atestados médicos rasgados na casa de Lubitz mostrando que ele sofria de uma doença que deveria tê-lo mantido em solo.

A empresa Germanwings, companhia aérea do grupo Lufthansa, afirmou não ter recebido nenhuma licença médica de Lubitz no dia da queda. O copiloto tinha um certificado médico válido na ocasião da tragédia com o Airbus A320, acrescentou a companhia. 

BES: Como se organiza a luta Fomos conhecer por dentro a maior associação dos lesados do papel comercial que reclamam as suas poupanças. Dizem-se enganados e estão prontos para tudo Ler mais: http://visao.sapo.pt/bes-como-se-organiza-a-luta=f815246#ixzz3W3LUNwKH

BES: Como se organiza a luta
Nuno Botelho
Agostinho Santos, 62 anos, aponta o microfone para a multidão, à porta da antiga FIL, em Lisboa. "Mais alguém quer falar?". As histórias e as indignações começam a sair para fora, amplificadas. As manifestações dos clientes do papel comercial do BES são impróprias para cardíacos. Há choros, gritos, raivas e um desespero sem fim. Nem todos os lesados podem ir. É a própria Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), promotora destas ações de luta, quem proíbe alguns dos seus membros de participar.
"Há pessoas proibidas de vir por razões médicas. E depois há pessoas tão desesperadas que estão prontas para tudo. Há gente que tenta vir armada. Ainda há dias me telefonou um associado a dizer que ia matar o gestor de conta. Outros queriam incendiar agências bancárias. Tem sido extremamente difícil dissuadir atitudes imponderadas ", descreve Ricardo Ângelo, 34 anos, médico dentista, residente em Viseu, presidente da AIEPC.
Do total de 2 500 clientes do papel comercial, mais de 700 estão nesta associação, criada há apenas dois meses. Cerca de 70% dos seus associados tem mais de 65 anos. "É gente que trabalhou toda uma vida para juntar 50 ou 100 mil euros e agora, sem o dinheiro, vivem com pensões muito baixas", continua o dirigente. Sem mais nada para perder.
Agostinho Santos foi-se abaixo numa das concentrações, sentiu-se mal, mas nesta de Lisboa, no passado sábado, era o homem da música, que saía de uma aparelhagem transportada amarrada a uma cadeira com rodinhas. Sócio de uma empresa de mobiliário, de Leiria, vendeu a sua quota para ter uma reforma melhor. Mas o dinheiro ficou no BES, ainda aparece no estrato bancário, mas está inalcançável.
Uma das grandes preocupações da AIEPC é separar o trigo do joio. Mostrar que a grande maioria dos clientes do papel comercial está longe de ser um tubarão da alta finança. As suas histórias são quase todas iguais. Pessoas inscritas no BES como tendo um perfil conservador, ou seja, que apenas colocavam o dinheiro em depósitos a prazo, recusando os produtos de risco, e que confiaram cegamente no que os seus gestores de conta recomendavam. O papel comercial das empresas do Grupo Espírito Santo (a Rioforte, a ESI - Espírito Santo International ou a Espírito Santo Property) era vendido como sendo um produto do banco, uma espécie de depósito a prazo que pagava juros melhores.
No entanto, o governador do Banco de Portugal tem outra visão. "Quando as pessoas assumem riscos têm de perceber que o risco é inerente à aplicação financeira", disse na terça-feira, na comissão de inquérito, no Parlamento.
O homem da luta
Se muitos dos lesados, sem literacia financeira, assinaram os papéis sem entender que o produto era de risco, Luís Filipe Ferreira, 75 anos, antigo responsável pelo setor de vendas de uma fábrica, de Braga, percebeu, ao ler a documentação, que "nem o capital estava garantido". Foi falar com o diretor da sua agência. "'Alguma vez o BES lhe ficou a dever um cêntimo?', perguntou-me o diretor. E eu, cliente há mais de 40 anos, já me sentindo também quase parte da família, assinei", conta.
Depois da hecatombe do BES e da separação entre o banco bom e o banco mau, os clientes do papel comercial continuaram descansados, pois tanto o Banco de Portugal como o Novo Banco asseguraram que o dinheiro seria devolvido aos clientes não institucionais. Mas o reembolso foi sendo adiado e, a 15 de janeiro, desapareceu do site do Novo Banco a informação sobre a devolução do papel comercial.
O Banco de Portugal teme que, devolvendo o dinheiro aos clientes não institucionais do papel comercial, esteja a abrir um precedente jurídico, que leve os clientes institucionais a exigir também o reembolso. E se os primeiros totalizam cerca de 500 milhões de euros investidos, os segundos têm valores bem mais altos. Só a Portugal Telecom tem quase 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte.
Nessa altura, Ricardo Ângelo ficou com a pulga atrás da orelha. "Ia falando com outros clientes em fóruns na internet e decidimos reunir num apartamento que tenho em Matosinhos. Mas juntou-se muita gente, já éramos mais de 60 e fomos para um hotel", conta. Criada aí a associação, ao fim de um mês já tinha perto de 400 associados e agora já ultrapassa os 700, com um total de 170 milhões de euros investidos no papel comercial.
A AIEPC cobra 50 euros no ato da inscrição, que serve para pagar as despesas das manifestações, como o aluguer de autocarros. De resto, funciona à base do voluntariado, como a linha de apoio psicológico que disponibiliza aos seus membros. A sede é a casa de Ricardo, que também paga do seu bolso o ordenado da secretária que lhe atende os telefonemas.
Ricardo é ainda muito novo para ter "poupanças de uma vida", garante não ter depositado no BES um "montante grande". Mas... "Grande ou pequeno é o meu dinheiro. Nem que fosse apenas um cêntimo! Incomodam-me estes profissionais da vigarice". Na sua vida pessoal, nunca tinha estado envolvido neste tipo de associativismo, nem na associação de estudantes da universidade. "Mas sempre fui ativo e gosto de participar em ações de solidariedade", acrescenta.
Ricardo e o seu "núcleo duro" (a associação entretanto criou coordenações regionais e tem um vice-presidente) distinguem-se bem no meio da multidão - são os jovens num mar de cabelos brancos.
A proposta do governador
A estratégia da AIEPC é clara: fazer barulho. Querem evitar chegar ao último recurso, os processos em tribunal, por serem demasiado dispendiosos e morosos. Assim, enquanto tentam a via do diálogo, pedindo sempre reuniões ao governador do Banco de Portugal, à administração no Novo Banco (NB) ou aos partidos na Assembleia da República, vão ocupando as ruas fazendo manifestações e invadindo agências bancárias do Novo Banco um pouco por todo o País.
A luta nas ruas é essencial à sua estratégia. "Este tipo de ações não ajuda em nada ao processo de venda do Novo Banco". Aliás, todos os sete candidatos à compra vão receber cartinhas dos lesados a informar que não vão largar o NB só porque tem novos donos. A luta só acaba quando o dinheiro for devolvido a 100 por cento. Além disso, Ricardo Ângelo promete animar a campanha eleitoral para as eleições legislativas que se avizinha. "Vamos protestar nos comícios", avisa.
Até à hora de fecho desta edição, o Banco de Portugal ainda não tinha apresentado uma proposta oficial para solucionar o problema do papel comercial. No Parlamento, Carlos Costa insistiu na ideia de que se trata de um produto de risco e, como tal, não pode ser garantido como um depósito a prazo. O caminho para os lesados, apontou, passa por reclamar créditos no Luxemburgo, enquanto credores das sociedades do Grupo Espírito Santo que estão em insolvência. Depois, "em função do valor esperado de recuperação desses créditos, o Novo Banco pode desenvolver iniciativas comerciais junto dos clientes", apenas se "forem geradoras de valor para o banco, nomeadamente se não colocarem em causa os rácios de capital e permitirem preservar a relação comercial do banco com os seus clientes", sublinhou.
O exemplo do BPP
À frente das negociações, dando a cara pela AIEPC está Luís Miguel Henrique, 46 anos, advogado. Experiência não lhe falta nestes processos. Em 2008, era o advogado do treinador Jorge Jesus, que estava em vias de perder o dinheiro que tinha depositado no BPP - Banco Privado Português. Luís Miguel Henrique acabou a defender um grupo de lesados do BPP, que acabaram por recuperar o seu dinheiro.
Há alguns paralelismos entre os dois processos, embora o BPP fosse considerado o banco dos ricos e o BES tanto acolheu ricos como pobres. No entanto, ambos começam por ter dificuldades de financiamento e viram-se para os clientes como forma de arranjar dinheiro. Resta saber se, no fim, ambos os processos têm um resultado igual. No BPP, os clientes que tinham até 250 mil euros receberam o seu capital na totalidade. Os outros recuperaram cerca de 80 por cento. Foi criado um fundo especial, que albergou os ativos onde estava o dinheiro dos clientes do BPP com promessa de retorno absoluto, e o rendimento desse fundo serviria para reembolsar os lesados. O processo demorou, no total, seis anos.
José Pires Gonçalves, 71 anos, de S. Domingos de Rana, reformado por invalidez, antigo comerciante, não vê a hora de recuperar o seu dinheiro. Com a mulher, Maria Laurinda, também reformada por invalidez, juntou uma pequena poupança, um montante que não chegaria para comprar um apartamento T1, usado, em Lisboa. Tinham guardado esse dinheiro para passar o resto da velhice num lar. Vivem com 650 euros mensais (€257 da pensão dela e €393 da pensão dele). Maria Laurinda foi empregada de limpeza justamente no BES. "Entrei muitas vezes na caixa forte, em 1974 e 1975. Vi lá muito", conta. Um muito que se desfez num nada.


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