quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Mulheres no Egito sujeitas a violência generalizada em casa e na rua

Mulheres no Egito sujeitas a violência generalizada em casa e na rua

As mulheres no Egito continuam a ser vítimas de violência, tanto no espaço público, como no privado, protagonizada tanto por civis como por agentes uniformizados, apesar da aprovação recente de reformas, meramente "simbólicas"

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Mulheres no Egito sujeitas a violência generalizada em casa e na rua
Reuters
Num relatório, que intitulou "Círculos do Inferno: Violência Doméstica, Pública e do Estado contra as Mulheres", a Amnistia Internacional relata casos que vão do assédio sexual nas ruas às torturas sofridas por muitas detidas nas esquadras e prisões.
"A realidade é que as mulheres e as raparigas no Egito confrontam-se com o omnipresente espetro da violência física e sexual em todas as facetas da sua vida", lamentou a diretora adjunta do programa da Amnistia para o Médio Oriente e o Norte de África, Hasiba Hadj Sahraui.
Esta dirigente da Amnistia Internacional detalhou que, em casa, muitas mulheres são submetidas a agressões e abusos por parte dos maridos e familiares, ao passo que em público sofrem "um assédio sexual constante e o risco de ataque por grupos, quando não são vítimas da violência dos funcionários públicos".
Nos últimos meses, as autoridades tomaram algumas iniciativas para travar o fenómeno, como a promulgação de uma lei que penaliza o assédio, ma a Amnistia considera-as apenas "simbólicas".
"As autoridades fizeram grandes promessas, mas na realidade avançaram muito pouco na reforma em profundidade que é preciso com urgência", considerou Sahraui, que defendeu a colocação no assunto "no coração da agenda política" a propósito do aproximar das eleições legislativas de março.


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As grandes perguntas que ficam depois de Charlie

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As grandes perguntas que ficam depois de Charlie

Os atentados de Paris abalaram o espírito europeu. Em que medida? Com que consequências? Duas semanas depois e no dia em que França anuncia novas medidas contra o terrorismo tentamos responder às questões que inquietam o mundo

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1- QUAL A FRONTEIRA ENTRE PROVOCAÇÃO E BLASFÉMIA?
"Devemos deixar a liberdade ofender a fé dos crentes do Islão, degradando a imagem do seu profeta ou a liberdade de expressão prima sobre todas a outras considerações? Manifestei, na altura [da publicação das caricaturas de Maomé], o meu sentimento de uma contradição intransponível, ainda para mais sendo eu dos que se opõem à profanação de lugares e objetos sagrados ". A preocupação do sociólogo e filósofo Edgar Morin, expressa no Le Monde, seria também partilhada por Dominique Moisi (professor e autor do livro A geopolítica da emoção), que considerou, no Project Syndicate, que alguns cartoons eram uma "perigosa e desnecessária - e politicamente irresponsável - provocação".
Mais à frente, falaremos da liberdade de expressão e da liberdade de se sentir ofendido. Para já, fiquemo-nos com as palavras do imã da mesquita de Lisboa, sheik Munir, que faz notar que "Moisés foi alvo de provocação e blasfémia; Jesus também" para lembrar que o profeta reagiu pacificamente, muitas das vezes até ignorou. "Temos de adotar essa atitude", apela. À blasfémia (que "é denegrir propositadamente") e à provocação ("algo que não tem tanta intensidade"), insiste o imã, há que "responder racionalmente ou ignorar." "Facilmente se passa da crítica, salutar em qualquer situação, para a afronta fácil e gratuita", reflete Paulo Mendes Pinto, diretor da área de Ciência das Religiões na Universidade Lusófona. Mas "tal como temos de dar o direito à liberdade de expressão, também temos de dar o direito à liberdade a se sentir ofendido." Questiona-se: "A blasfémia será um direito? De consciência, sim, plenamente. E de prática pública? Também, mas tal como o cidadão tem direito ao seu bom nome, também os coletivos o devem ter." E conclui: "A afirmação da liberdade de blasfemar implica uma assunção da superioridade do não religioso face ao religioso. É uma herança neopositivista que em nada fomenta o diálogo e a paz social. A Europa terá de enfrentar esta questão, encontrando um equilíbrio construtivo."
2 - OS EUROPEUS VÃO TORNAR-SE MAIS INTOLERANTES?
Três granadas e pelo menos um tiro foram lançados contra uma mesquita de Le Mans, no Sudoeste de França, e vários disparos de arma de fogo atingiram uma sala de oração muçulmana em Port-La-Nouvelle, a menos de 80 quilómetros da fronteira espanhola. O jornal alemão Hamburger Morgenpost, que reproduziu caricaturas do profeta Maomé do Charlie Hebdo, foi alvo de um ataque incendiário. E a Al Qaeda já avisou que a França "irá pagar o custo da violência nos países muçulmanos". Os ataques cibernéticos, esses, são incontáveis.
Três dias antes da Marcha pela República, a mesquita Central de Lisboa acordava "manchada" por um ato de vandalismo. Numa parede, havia sido pintado "1143", o ano que marca a independência de Portugal, muitas vezes usado por grupos neonazis e xenófobos.
"Portugal mantém-se nesse limbo, entre imagem de são convívio, 'povo de brandos costumes', e algumas boas práticas", garante Paulo Mendes Pinto. Mas não deixa de sinalizar que "se estivermos atentos ao que se diz nas conversas de café, no metro, veremos que há um olhar muito preconceituoso que precisa de ser trabalhado e educado." Em suma, refere, "É difícil dizer que os europeus são tolerantes. Os europeus sempre bateram todos os recordes nesse campo. Das crueldades da luta contra as revoltas escravas, ao modus operandi do regime de Hitler, passando pelas Cruzadas e terminando na forma como nos séculos XVI ao XX se aniquilaram populações indígenas um pouco por todo o mundo... Não podemos dizer que somos tolerantes no nosso ADN."
3 - HÁ FORMA DE EVITAR ESTE TIPO DE ATENTADOS?
"Tal como se apresentam as ameaças atuais do terrorismo, o risco zero não existe. O objetivo é sempre minimizar o risco, pelo que, sendo constante, implica forte investimento na prevenção", isto é, na tentativa de o identificar atempadamente para evitar os atos terroristas.
A cartilha é partilhada pelos serviços e forças de segurança de Portugal e da Europa. E dias depois do ataque ao Charlie Hebdo, já os ministros da Justiça e do Interior da União Europeia combinavam uma reunião "de emergência" (que deverá ter lugar no início de fevereiro) para discutir o reforço das medidas de proteção dos cidadãos e do território europeu. Será debatido o Tratado de Schengen (sendo certo, segundo fonte diplomática, que há a "tentação de reforçar ou modificar Schengen por razões nacionalistas e populistas") e o controlo das fronteiras, a forma de melhorar a coordenação de políticas, a colaboração conjunta, a troca de informações (três áreas unanimemente consideradas vulneráveis, garante fonte diplomática), a afetação de meios, o controlo da imigração e dos movimentos dos combatentes estrangeiros. E ainda, mas não menos importante, será abordado o reforço da luta contra os vetores de radicalização as tecnologias de informação e comunicação "que permitem consolidar, à escala global, não só os objetivos e ideologia como também a eficácia operativa do terrorismo jihadista global", segundo escreveu Hermínio Matos, investigador do Centro de Investigação do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ICPOL), no anuário Janus de 2014.
Farah Pandith, ex-representante especial da comunidade islâmica no "ministério dos Negócios Estrangeiros" americano, questionou e respondeu, na CNN: "Como é que o EI e a Al Qaeda estão a construir os seus exércitos? Estão a construí-los com recrutas. Temos de parar o recrutamento". Esse, que passa, em grande medida, pelas novas tecnologias.
4 - PORTUGAL CORRE RISCOS?
"Nenhum país da União Europeia está imune a situações idênticas às que ocorreram em França, na passada semana", disse à VISÃO fonte da área da segurança interna, que garante: "Para lhe fazer face, existe trabalho integrado e coordenado, a nível europeu e interno, destinado a minimizar, ao máximo, a possibilidade deste tipo de ocorrências." O problema é que como escreveu Hermínio Matos, que além de investigador do ICPOL é doutorando em História, Defesa e Relações Internacionais o fenómeno terrorista internacional, pela sua "natureza polimórfica e imprevisível", constitui "um desafio ao desenho e implementação de estratégias de prevenção e resposta contraterrorista ". Perante a janela de oportunidade (quatro ou cinco anos) que existe entre a captação de potenciais membros e a implicação direta em atividades terroristas, devem ser gizadas, refere o investigador, "estratégias de prevenção da radicalização que contemplem, também, o envolvimento ativo da comunidade muçulmana, em particular através dos seus líderes", visando "erigir narrativas de contrarradicalização que anulem o ímpeto, a profundidade e o alcance de discursos extremistas violentos".
Só que, como expôs Olivier Roy (filósofo e politólogo especialista em Islão) no Le Monde, na sequência dos acontecimentos de dia 7 em Paris, e ao interrogar-se sobre a ligação entre o Islão e a violência, foi despertada a questão "qual o lugar dos muçulmanos, em França?" É um problema existencial, prosseguiu, porque recai "sobre a coesão da sociedade francesa, quer a vejamos como ameaçada por uma presença muçulmana que vai além do simples fenómeno demográfico (e é, agora, a opinião dominante) ou ameaçada por uma islamofobia exacerbada pelo terrorismo de alguns". Em Portugal, a comunidade islâmica não tem mais do que 50 mil pessoas. 
5 - A CAMINHO DA ISLAMOFOBIA?
Entre quarta-feira, 7, dia do atentado contra o Charlie Hebdo, e segunda, 12, foram registados 54 atos (21 "ações" e "33 ameaças ") antimuçulmanos em França, anunciou à agência AFP Abdallah Zekri, presidente do Observatório contra a Islamofobia do Conselho Francês do Culto Muçulmano, com base em dados do Ministério do Interior francês. Nos primeiros nove meses de 2014, as autoridades francesas haviam recebido 110 queixas relativas a ações e ameaças (menos 48 que o mesmo período de 2013). Mas 2015, com mais de 50 atos em apenas cinco dias, vem complicar as estatísticas.
Por toda a Europa nascem focos anti-islâmicos. O mais conhecido é o Pegida (um movimento que se autoproclamou Patriotas Europeus contra a Islamização da Europa), que desde setembro reúne, todas as segundas-feiras, milhares de pessoas que desfilam em Dresden com o objetivo de sensibilizar para a crescente influência da religião muçulmana na Europa. Na segunda-feira, 12, reuniu 25 mil manifestantes. Também no Facebook se multiplicam as páginas seguidoras do Pegida por pouco não chegam às 100 e a maior comunidade tem mais de 140 mil seguidores. Áustria, Holanda e Noruega, por exemplo, já têm as suas manifestações agendadas para breve. A página de Portugal, que proclama "o povo contra a islamização da Europa" já tem 74 "likes" e o Pegida Hispânia (Portugal&Espanha), conta 141 membros.
6 - MAIS SEGURANÇA IMPLICA MENOS LIBERDADE?
Em França, o plano Vigipirate (instrumento central do dispositivo de luta contra o terrorismo) foi elevado ao seu nível mais alto (alerta atentado) depois do ataque ao Charlie Hebdo. Na segunda-feira, dia 12, as autoridades francesas mandaram mais de 10 mil homens (militares e das forças de segurança) para as ruas, com a missão de vigiar e proteger pontos considerados sensíveis. Foram ativadas as células de crise, as Forças Armadas saíram em reforço das ações (civis) de vigilância, os serviços de socorro postos em alerta, foi decretada a interdição de estacionar junto a escolas, a deteção de explosivos juntou-se às técnicas de controlo de pessoas e bens. Mas estas foras algumas das medidas adotadas, que se vieram juntar a muitas outras.
Em Portugal, as autoridades estão "mais vigilantes, mais atentas", e apesar nenhum país estar imune, "não há factos nem indícios que as levem a um aumento imediato dos níveis de segurança", disse à VISÃO fonte estatal.
Mas a evolução constante das ameaças do terrorismo implica ajustamentos legislativos. E tendo em conta os contornos globais do fenómeno, muitos desses ajustamentos decorrem de compromissos internacionais. Serão estas as questões que serão abordadas no próximo Conselho de Ministros da Justiça e Assuntos Internos da UE (que deverá ocorrer no início do próximo mês) e no encontro de alto nível que Barack Obama está a promover, em Washington (a 18 de fevereiro), com o intuito de coordenar um combate global contra o terrorismo que cresce a nível doméstico.


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Corte de luz: veja o que disseram o ONS e o Ministério de Minas e Energia

20/01/2015 22h42 - Atualizado em 20/01/2015 23h10

Corte de luz: veja o que disseram o ONS e o Ministério de Minas e Energia

Hermes Chipp e Eduardo Braga deram entrevistas coletivas nesta terça. 
Corte deixou 11 estados mais o DF sem energia na segunda-feira.

Do G1, em São Paulo
Onze estados mais o Distrito Federal registraram falta de energia elétrica por volta das 15h de segunda-feira (19). Distribuidoras em estados das regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste disseram que reduziram o fornecimento de luz após uma orientação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o órgão responsável pela gestão de energia no país. Uma das distribuidoras, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), afirmou em nota que o corte foi programado, por determinação do ONS.
apagão (Foto: Editoria de Arte/G1)
No mesmo dia, às 18h40, o ONS divulgou posicionamento oficial, dizendo que houve "restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste" que "aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica". A situação foi normalizada a partir das 15h45, informou o ONS.
Ainda na segunda, à noite, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, negou que o corte de energia tenha sido consequência do pico de consumo de eletricidade no país registrado no início da tarde. Segundo ele, um problema técnico em uma linha de transmissão entre as regiões Norte e Sudeste do país foi a causa do corte.
Nesta terça, Braga e o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, voltaram a se pronunciar, em entrevistas coletivas realizadas à tarde em Brasília e no Rio de Janeiro, respectivamente. Braga anunciou medidas que segundo ele, devem elevar a oferta de eletricidade na região Sudeste em cerca de 1,5 mil megawatts (leia a reportagem). No Rio, Chipp negou que tenha havido "apagão" e descartou risco de novo corte de energia (leia a reportagem).

Veja abaixo os principais pontos do que eles disseram.
Sistema de proteção
Selo energia (Foto: G1)
Durante a coletiva de imprensa em Brasília nesta terça-feira (20), Braga informou que usinas geradoras de energia foram desligadas de maneira “indevida” por seus sistemas de proteção. De acordo com o ministro, a falha não deveria ter acionado esses mecanismos. No Rio de Janeiro, após reunião realizada na mesma tarde com agentes envolvidos para analisar o corte de energia, Hermes Chipp afirmou que "houve um desligamento preventivo de carga para não causar um mal maior". "Eu considero atuação incorreta da proteção em função do desvio de frequência", disse.

Entre as usinas que registraram o problema estão a Governador Ney Braga, administrada pela Copel, do Paraná, e que tem capacidade para 1.260 MW. Para evitar que o problema volte a ocorrer, o sistema de proteção dessa hidrelétrica foi desabilitado até que seja feita uma avaliação. Outra usina que sofreu desligamento foi Angra I, no Rio de Janeiro, “pela atuação de proteção de subfrequência.” Segundo o ministro, “a possibilidade de alteração desse ajuste está sendo investigado pela Eletronuclear”, que administra Angra I.
Falhas humana e técnica
Selo energia (Foto: G1)
Em entrevista coletiva nesta terça, Braga disse: “a essa altura eu não tenho como lhe dizer com o senso de justiça e de responsabilidade que devemos ter se foi falha técnica ou se foi falha humana”. Na mesma tarde, Chipp comentou a declaração do ministro e negou a possibilidade de falha humana. “Não houve falha humana. A ideia que está se referindo provavelmente [o ministro], a falha do sistema de proteção dessas usinas, desses ajustes que hoje nós identificamos e vão ser investigados, isso eu não considero falha. Eu considero atuação incorreta da proteção em função do desvio de frequência.”

Cenário para 2015
Selo energia (Foto: G1)
Braga afirma que não faltará energia em 2015, e aponta como solução o uso das térmicas. “Pode assegurar ao povo e aos trabalhadores brasileiros que nós temos energia para atendê-los”, disse nesta terça. “Nosso sistema é robusto, mas custa caro porque queima óleo e gás. O consumidor, a partir do momento que tem essa informação, tem a condição pessoal de regular o seu gasto com energia”, disse em entrevista na terça. Braga disse nesta terça que "não há previsão de racionamento" de energia no país. O ministro também afirmou: “Deus é brasileiro, temos também que contar que ele vai trazer um pouco de umidade, um pouco de chuva, para que a gente possa ter mais tranquilidade ainda”. Na mesma tarde, Chipp enfatizou: “Não há problema no sistema, não vai se repetir esse problema.”

Governo publica decreto que aumenta IOF sobre crédito

21/01/2015 07h23 - Atualizado em 21/01/2015 07h40

Governo publica decreto que aumenta IOF sobre crédito

Alteração entrará em vigor nesta quinta-feira (22), segundo Diário Oficial.
Alíquota passará de 1,5% para 3% ao ano.

Do G1, em São Paulo
Crédito (Foto: Rede Globo)Crédito ficará mais caro (Foto: Rede Globo)
O governo publicou nesta quarta-feira (21) o decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide nas operações de crédito para o consumidor.
O crédito fica mais caro a partir de quinta-feira, quando a nova regra entra em vigor, segundo o "Diário Oficial da União".
A alíquota passará de 1,5% para 3% ao ano (o equivalente à alta de 0,0041% para 0,0082% por dia). Esse valor será cobrado além dos 0,38% que incidem na abertura das operações de crédito. Com essa medida, o governo espera arrecadar R$ 7,38 bilhões neste ano.
Essa e outras medidas já haviam sido anunciadas no início da semana pelo o ministro da Fazenda,Joaquim Levy.  Além da alteração do IOF, também foi comunicado o aumento de tributos sobre combustíveis e sobre produtos importados. A expectativa da equipe econômica é arrecadar R$ 20,6 bilhões neste ano com as alterações.
Essas medidas tendem a tornar o crédito ao consumidor mais caro e, caso a Petrobras não reduza o preço que cobra das distribuidoras, a gasolina e o diesel vão subir.
Segundo disse Levy na ocasião, as medidas fazem parte do esforço do governo para ajustar as contas públicas "com o menor sacrifício possível". "As medidas têm por objetivo aumentar a confiança da economia, a disposição das pessoas e dos investidores em tomarem risco, e dos empresários em começarem a tentar novas coisas", explicou o ministro, acrescentando que elas tendem a baixar a curva de juros de longo prazo.
Desde que foi anunciada a nova equipe econômica, no fim de novembro, o governo vem anunciando medidas para ajustar as contas públicas, que tiveram forte deterioração em 2014 – ano em que a arrecadação registrou comportamento fraco, devido às desonerações e ao baixo ritmo de crescimento da economia, e no qual os gastos públicos continuaram a avançar.
Veja as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda:
 
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combustiveis (Foto: G1)
De acordo com o ministro da Fazenda, estão sendo elevados o PIS, a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis.
Segundo ele, o impacto será de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. O PIS e a Cofins terão alta imediata, mas o aumento da Cide só terá validade daqui a 90 dias. A expectativa do governo é arrecadar R$ 12,18 bilhões com esta medida em 2015.
"Daqui a três meses [quando começar a valer o aumento da Cide], temos intenção de reduzir o PIS e a Cofins", declarou ele. Questionado sobre qual será o impacto no preço dos produtos para o consumidor, o ministro informou que "isso vai depender da evolução do mercado e da politica de preços da Petrobras".

importações (Foto: G1)
Nas importações, o ministro informou que está elevando o PIS e a Cofins. As alíquotas avançarão de 9,25% para 11,75%. O objetivo, segundo Levy, é compensar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que excluiu o ICMS das importações. "A gente ajusta a alíquota para que não se prejudique a produção doméstica. Correção da própria economia", declarou. A expectativa é arrecadar R$ 694 milhões neste ano. A incidência começa em maio e a arrecadação em junho.

cosmeticos (Foto: G1)
Um decreto presidencial vai equiparar o setor atacadista e o industrial no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cosméticos. A medida, informou Levy, não implica em aumento da alíquota e apenas "equaliza" a tributação ao longo da cadeia de produção e distribuição desse setor. Mesmo assim, o governo espera arrecadar R$ 381 milhões com a medida neste ano e R$ 653 milhões em 2016. As alterações entram em vigor em maio e a arrecadação passa a acontecer a partir de junho.

Meta para 2015
Para este ano, o governo estabeleceu uma meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 66,3 bilhões para todo o setor público – que inclui também os estados, municípios e empresas estatais.
Desse montante, R$ 55,3 bilhões correspondem à meta para o governo e R$ 11 bilhões são uma estimativa para estados e municípios.
De janeiro a novembro do ano passado (último dado disponível), as contas do setor público registraram um déficit primário – receitas ficaram abaixo das despesas, mesmo sem contar juros da dívida – de R$ 19,64 bilhões, segundo números divulgados pelo BC.
Foi a primeira vez, desde o início da série histórica do BC (em 2002 para anos fechados), que as contas do setor público registraram um déficit nos 11 primeiros meses de um ano. É o primeiro déficit e o pior resultado para este período. Até o momento, o pior resultado havia sido registrado em 2002 (superávit de R$ 53,73 bilhões).
Medidas anunciadas anteriormente
Nos últimos meses, a nova equipe econômica já tinha anunciado medidas. São elas: mudanças nos benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, que ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional. Além disso, também subiram os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor produtivo, como forma de diminuir o pagamento de subsídios pelo governo.
Outra medida foi a alta do IPI para automóveis no início deste ano. O Ministério do Planejamento, por sua vez, anunciou a redução dos limites temporários de empenho para gastos no orçamento de 2015. Na semana passada, o novo secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, confirmou que não haverá mais repasses do governo ao setor elétrico, antes estimados em R$ 9 bilhões para este ano, o que deverá elevar ainda mais a conta de luz.

BC deve subir juro para 12,25% ao ano, maior nível em três anos e meio

21/01/2015 05h00 - Atualizado em 21/01/2015 05h00

BC deve subir juro para 12,25% ao ano, maior nível em três anos e meio

Essa é a previsão da maior parte dos economistas do mercado financeiro.
Decisão sobre a taxa de juros será anunciada na noite desta quarta-feira.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Evolução Selic taxa de juros (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, formado pelo presidente e diretoria da autoridade monetária, se reúne nesta quarta-feira (21) e deve subir novamente a taxa básica de juros da economia brasileira, segundo a expectativa dos economistas do mercado financeiro. A decisão sobre a taxa Selic sairá na noite desta quarta.
A previsão da maior parte dos analistas dos bancos é de um aumento de 0,5 ponto percentual, a mesma intensidade da alta promovida em dezembro do ano passado, o que elevaria os juros de 11,75% para 12,25% ao ano. Se confirmada, será a maior taxa básica desde meados de 2011, ou seja, em três anos e meio.
O Banco Central vem subindo os juros, de forma ininterrupta, desde outubro do ano passado, quando a taxa Selic estava em 11% ao ano. Desde então, já foram promovidas duas altas na Selic. Se um novo aumento acontecer nesta quarta-feira, será o terceiro consecutivo.
Metas de inflação
Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Nos últimos cinco anos, porém, a inflação ficou bem distante da meta central de 4,5%, e mais próxima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro. Em 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, respectivamente, a inflação somou 5,91%, 6,50%, 5,84%, 5,91% e 6,41%.
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, informou, no fim do ano passado, que a inflação deve retomar a trajetória de convergência para a meta central "ao longo de 2015". Segundo ele, o "horizonte de convergência" com o qual o BC trabalha "se estende até o final de 2016". O objetivo do BC, portanto, é entregar a inflação na meta central de 4,5% somente no ano que vem. Antes de retomar a trajetória de convergência para a meta durante 2015, a inflação acumulada em doze meses tende a "permanecer elevada", informou ele em dezembro.
O mercado financeiro, porém, segue incrédulo. De acordo com estimativas coletadas pelo próprio Banco Central na semana passada com mais de 100 instituições financeiras, a inflação deve somar 6,67% neste ano (acima do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro), 5,7% em 2016, 5,5% em 2017 e 5,2% em 2018 - não atingindo, portanto, a meta central de 4,5% até o fim do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Ajuste fiscal, inflação e recessão
Para o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito, há sinais claros de que há uma "desaceleração muito forte" na economia brasileira, o que pode jogar o país, novamente, em uma recessão neste ano (dois trimestres seguidos de queda do PIB) – conforme já foi registrado em 2014. Ele avaliou que uma recessão, em 2015, é "bem provável".
"Por isso, estou achando que vai vir uma alta menor nos juros, de 0,25 ponto percentual [para 12% ao ano]. A gente teve no final do na passado produção industrial caindo 0,7%, e o IBC-Br [prévia do PIB do BC] zero. E o Caged [Cadastro de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho] mostrando destruição de vagas em termos líquidos. A desaceleração da economia já aponta para o efeito desejado da alta da taxa de juros, que é bater nos preços livres", avaliou Perfeito.
Ele disse ainda que o ajuste nas contas públicas promovido pela nova equipe econômica, com alta de tributos sobre combustíveis, automóveis, operações de crédito e importados, além da contenção de gastos por meio da limitação de benefícios previdencários e trabalhistas, contribui para diminuir a demanda agregada no futuro - mas também repercutem na inflação no curto prazo.
"A política fiscalista que eles estão fazendo, eu não sou a favor deste ponto. Vai afundar de vez a economia brasileira. Estou prevendo contração de 0,3% para o PIB de 2015. E vai bater na inflação. Estou trabalhando com 6,40% para este ano. Não acho que passa o teto [de 6,5%] porque a atividade está afundando. Não adianta nada ter contas fiscais em ordem e demanda no lugar errado. Os empresários investem porque tem demanda na economia", concluiu ele.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (19) que o ajuste das contas públicas "têm por objetivo aumentar a confiança da economia, a disposição das pessoas e dos investidores em tomarem risco, e dos empresários em começarem a tentar novas coisas". Ele acrescentou ainda, na ocasião, que as medidas tendem a baixar a curva de juros de longo prazo - que serve de base para captação dos bancos.