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Após polêmica, ministra evita 'latifúndios' e recebe críticas de movimentos
Ministra Kátia Abreu fez declarações polêmicas em entrevista e provocou indignação de ativistas
Segundo Kátia Abreu, a reforma agrária tem que ser pontual, para os vocacionados. E ainda acrescentou que se o governo tiver dinheiro, não é para dar terras, mas para garantir a qualidade dos assentamentos. "Há projetos de colonização maravilhosos que podem ser implementados. Agora, usar discurso velho, antigo, irreal, para justificar reforma agrária?", afirmou a ministra.
O MST declara em uma das suas postagens no Facebook que "acompanhou a posse de Patrus Ananias [novo ministro do Desenvolvimento Agrário]". "O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), defendeu a necessidade de fazer a reforma agrária no país e disse que não basta derrubar a cerca do latifúndio no Brasil", destaca a postagem do movimento.
O Conselho Missionário Indigenista (Cimi) também repudiou nesta terça (6) a afirmação da ministra de que são os índios que invadem as terras produtivas, considerando como “ridícula”, “esdrúxula” e “tão descabida e desconectada da realidade do nosso país só pode ser fruto de uma total ignorância e de uma profunda má fé”.
“Quem realmente conhece a história de nosso país sabe que não são os povos indígenas que saíram ou saem das florestas. São os agentes do latifúndio, do ruralismo, do agronegócio que invadem e derrubam as florestas, expulsam e assassinam as populações que nela vivem”, diz a nota emitida pelo Conselho.
O Jornal do Brasil entrou em contato com o ministério da Agricultura na manhã desta terça-feira (6), mas a equipe de reportagem foi informada de que a ministra Kátia Abreu não iria trabalhar.
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