sábado, 3 de janeiro de 2015

Palestinos entregam documentos à ONU para aderir a corte de crimes de guerra

Palestinos entregam documentos à ONU para aderir a corte de crimes de guerra

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015 17:07 BRST
 
Por Louis Charbonneau
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Em um movimento que deve irritar Israel e Estados Unidos, os palestinos entregaram nesta sexta-feira documentos na sede da Organização das Nações Unidas para aderir ao Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e a mais de uma dezena de outros tratados internacionais.
O observador-chefe palestino, Riyad Mansour, e o porta-voz da ONU, Farhan Haq, confirmaram a entrega. A medida é um passo que deverá exacerbar ainda mais as tensões entre Israel e os palestinos e deve levar a reduções da ajuda dos EUA ou ainda a sanções norte-americanas.
"Esse é um passo muito significativo", disse Mansour a jornalistas. "É uma opção que estamos seguindo para buscar justiça para todas as vítimas que foram mortas por Israel, o poder ocupante."
A assessoria de imprensa da ONU divulgou um comunicado no qual dizia que os palestinos entregaram a documentação para aderir a 16 tratados internacionais. "Os documentos estão sendo revisados para se determinar quais serão os próximos passos apropriados", disse.
De acordo com o Estatuto de Roma, os palestinos vão se tornar uma das partes do tribunal no primeiro dia do mês após um período de 60 dias de espera depois da entrega dos documentos assinados e ratificados de adesão à ONU em Nova York.
O movimento abre caminho para o tribunal obter jurisdição sobre os crimes cometidos em territórios palestinos e investigar a conduta de líderes israelenses e palestinos ao longo de mais de uma década de conflito sangrento. Nem Israel nem os EUA fazem parte do TPI.
Segundo Mansour, os palestinos também entraram com um pedido formal de jurisdição retroativa do TPI "com relação aos crimes cometidos durante a última guerra em Gaza". Ele se referia à guerra de 50 dias de Israel contra militantes do Hamas na Faixa de Gaza.
Mais de 2.100 palestinos, 67 soldados israelenses e seis civis em Israel foram mortos na guerra de julho-agosto.

'Não somos ladrões', diz Gilberto Carvalho ao deixar ministério

02/01/2015 15h51 - Atualizado em 02/01/2015 22h33

'Não somos ladrões', diz Gilberto Carvalho ao deixar ministério

Ex-ministro disse que oposição considera pobres uma 'quadrilha'.
Ele discursou em cerimônia de transmissão do cargo para Miguel Rossetto.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta sexta-feira (2) durante discurso de transmissão do cargo para o novo chefe da pasta, Miguel Rossetto, que ele e os que a oposição chama de "quadrilha" não são "ladrões". "Não somos ladrões, não somos ladrões", declarou com ênfase.
Sem citar diretamente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que disse ter perdido a eleição para uma "organização criminosa", Gilberto Carvalho afirmou, sob aplausos da plateia, que, para "eles" [a oposiçáo], os pobres são uma "quadrilha". "Com muito orgulho, eu quero dizer: eu pertenço a essa quadrilha", afirmou.
No pronunciamento, Carvalho afirmou que os governistas têm "dignidade" e não devem lever "desaforo para casa".
"Não vamos levar desaforo para casa. Nós temos dignidade, e é por isso que temos que levantar a cabeça", disse, afirmando também que tem orgulho de pagar seu apartamento ao Banco do Brasil por mais de 19 anos.

Ao longo do discurso de despedida, Gilberto Carvalho afirmou que não se pode ter medo em dizer que os governos do PT "mudaram a cara do país" e "inverteram prioridades". Ele costumava fazer essa declaração ao afirmar que nos últimos 12 anos o governo federal passou a dar prioridades às populações mais pobres.
Carvalho disse que será fiel à presidente Dilma "onde estiver". A jornalistas, o ministro disse no fim do ano passado que passará a presidir o Conselho de Administração do Sesi a partir de fevereiro. 
Ele foi bastante aplaudido ao dizer que ao assumir o cargo fez oração para que o governo olhasse pelos mais pobres e não fosse "seduzido" pelo poder.
Gilberto Carvalho encerrou sua fala ao dizer que sai da Secretaria-Geral com "esperança". Ele pediu para "quebrar o protocolo" e começou a cantar a música "O que é, o que é?", de Gonzaguinha. A plateia o acompanhou e o ovacionou após a música.
Resposta a Aécio
Após a cerimônia, Gilberto Carvalho conversou com jornalistas e disse que o fala sobre "ladrões" foi endereçada ao senador Aécio Neves, em razão de o candidato do PSDB derrotado à Presidência ter afirmado que havia perdido a eleição para uma "organização criminosa".
"Foi uma resposta ao Aécio Neves, que disse que perdeu a eleição para uma quadrilha. Eu tinha que dar uma resposta à altura. Nós não vamos, nunca, ficar levando desaforo para casa. Quando a gente tem dignidade, a gente tem liberdade para dar essa resposta. A quadrilha para a qual ele perdeu é essa quadrilha do povo brasileiro que soube escolher por um projeto", disse.
O ex-ministro da Secretaria-Geral afirmou ainda que a diferença entre o projeto do PT e o do "resto" é que "o resto faz lantejoula e se mantém na superficialidade". Carvalho completou ao dizer que sua resposta a Aécio foi "bem clara" e "bem definida".

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA), divulgou nota por meio de sua assessoria de imprensa em que afirma que as declarações de Carvalho fazem dele "réu confesso" no que o tucano chama de "quadrilha do PT". "A frase do ex-ministro deve ser guardada para posteridade até porque será muito útil ao MP e às autoridades nas investigações que vem ocorrendo. Lamento e me preocupo com essa expressão 'quadrilha'", diz Imbassahy na nota.
O ministro Miguel Rossetto (esq.) abraça Gilberto Carvalho na cerimônia de transmissão de cargo da Secertaria-Geral da Presidência (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)O ministro Miguel Rossetto (esq.) abraça Gilberto
Carvalho na cerimônia de transmissão de cargo da
Secertaria-Geral da Presidência (Foto: Wilson Dias /
Agência Brasil)
Miguel Rossetto
O novo ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, iniciou seu pronunciamento dizendo que o ex-chefe da pasta é "um grande brasileiro", e o cumprimentou pelo "extraordinário trabalho" realizado.

Ele afirmou que o povo passou a acreditar mais no Brasil depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência, em 2003, e disse que o PT foi sua "escola política". Rossetto ressaltou ainda que o projeto político do PT foi iniciado nos últimos 12 anos, a partir das "conquistas históricas que interromperam séculos de perversão elitista no Brasil".
Rosseto repetiu em seu pronunciamento um trecho do discurso de Dilma na cerimônia de posse desta quinta-feira na qual ela afirmou que a orientação de seu novo mandato seria "nenhum direito a menos, nenhum passo atrás”. O ministro afirmou ainda que o Brasil precisa "caminhar pra frente" e disse que a transformação do país de "república elitista" para "radicalmente democrática" foi causada pelos governos do PT.
Nomeado para a pasta responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais, Rossetto defendeu o que chamou de "processo permanente de democracia participativa". O ministro da Secretaria-Geral afirmou que os movimentos sociais precisam ser ouvidos pelo governo.

"Não há o que temer quando escutamos o nosso povo", ressaltou. Ele disse ainda que a pasta estimulará o diálogo "forte, verdadeiro, respeitoso e capaz de construir consensos" com a sociedade.
Na parte final de seu discurso, Rossetto destacou que o governo terá quatro anos para executar o programa elaborado ainda em 2013. O ministro disse que as metas serão buscadas "a cada dia" e destacou que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social terá papel "fundamental" para garantir que as propostas sejam executadas.
VERSÃO FINAL - Ministério Dilma (Foto: Editoria de Arte G1)

Marcelinho Carioca e mais seis suplentes tomam posse na Câmara

02/01/2015 20h03 - Atualizado em 02/01/2015 21h33

Marcelinho Carioca e mais seis suplentes tomam posse na Câmara

Eles não trabalharão; legislatura acaba dia 31 e Congresso está no recesso.
Mesmo assim, receberão salário e 13º proporcionais e verbas de gabinete.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
O ex-jogador Marcelinho Carioca se filiou ao PT (Foto: Nathalia Passarinho/G1)Marcelinho Carioca quando se filiou ao PT, em
outubro de 2013 (Foto: Nathalia Passarinho/G1)
Com a saída dos titulares, sete suplentes tomaram posse nesta sexta-feira (2) naCâmara dos Deputados, entre eles o ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca (PT-SP), efetivado no lugar de Márcio França (PSB-SP), novo vice-governador de São Paulo.
Os outros seis novos deputados são Humberto Michiles (PR-AM), Pinto de Luna (PT-AL), Léo Oliveira (PMDB-SP), Osvaldo Coelho (DEM-PE), Dr. Sinval Malheiros (PV-SP) e Wadson Ribeiro (PC do B-MG), ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Embora seja filiado ao PT, Marcelinho entrará na vaga de um deputado do PSB porque em 2010 disputou a eleição pelo partido – e se tornou suplente –, mas em 2013 mudou de legenda. Na eleição deste ano, ele concorreu a uma vaga de deputado estadual em São Paulo pelo PT, obteve 43.694 votos e não se elegeu.
QUEM SAIU E QUEM ENTROU
Titular que saiu
Motivo
Assumiu o suplente:
Márcio França (PSB)
Eleito vice-governador de São Paulo
Marcelinho Carioca (PT-SP)
Henrique Oliveira (SD-AM)
Eleito vice-governador do Amazonas
Humberto Michiles (PR-AM)
Renan Filho (PMDB-AL)
Eleito governador de Alagoas
Pinto de Luna (PT-AL)
Edinho Araújo (PMDB-SP)
Nomeado ministro de Portos
Léo Oliveira (PMDB-SP)
Raul Henry (PMDB-PE)
Eleito vice-governador de Pernambuco
Osvaldo Coelho (DEM-PE)
Odair Cunha (PT-MG)
Nomeado secretário de Governo de MG
Wadson Ribeiro (PCdoB-MG)
Roberto de Lucena (PV-SP)
Nomeado secretário de Turismo em SP
Dr. Sinval Malheiros (PV-SP)
Fonte: Câmara dos Deputados
Dos sete suplentes, somente Malheiros se elegeu para a próxima legislatura na Câmara dos Deputados (2015-2018). Os demais, não. Mesmo assim, serão deputados somente neste mês, mas não terão um dia sequer de trabalho porque o Congresso está em recesso até dia 31 – em 1º de fevereiro, os deputados eleitos tomam posse.
Mesmo assim, terão direito a receber o salário quase total de janeiro, no valor de R$ 26,7 mil, e 13º salário proporcional. Poderão ainda usar a verba mensal de R$ 78 mil para pagar funcionários de gabinete e auxílio-moradia no valor de R$ 3,8 mil, além da cota parlamentar.
O valor da cota, usada para custear itens como passagens aéreas e gasolina, varia conforme o estado. Parlamentares do Distrito Federal recebem R$ 27,9 mil, o menor valor. Já os deputados do Acre têm direito a R$ 40,7 mil, o maior valor.
Pela Constituição, a legislatura na Câmara é composta por 513 parlamentares no período de quatro anos. Por isso, toda vez que uma vaga na Câmara é aberta, o suplente necessariamente tem que ser convocado, não importa o tempo restante para a legislatura terminar.
Durante o recesso parlamentar, não há sessões no plenário. Por isso, as posses acontecem, geralmente, no gabinete do presidente da Câmara.
Nesta sexta (2), com a ausência do presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), as posses ocorreram no gabinete do vice-presidente, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Dois suplentes também reassumiram o cargo nesta sexta, mas devido à licença do titular – Zé Carlos da Pesca (PRB-BA) e Severino Ninho (PSB-PE). Como ambos já tinham tomado posse em outras ocasiões, quando os titulares se afastaram, não precisaram agora ser empossados novamente.

ENFOQUE-Fracasso em estancar escândalo da Petrobras assombra Dilma

ENFOQUE-Fracasso em estancar escândalo da Petrobras assombra Dilma

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015 19:28 BRST
 
Por Jeb Blount e Anthony Boadle
RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA (Reuters) - Quando investigadores federais identificaram pela primeira vez sinais de possível corrupção na Petrobras, em 2009, Dilma Rousseff insistiu que a estatal de petróleo não tinha nada a esconder.
"A Petrobras hoje é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento", disse Dilma, que na época era presidente do Conselho de Administração da companhia.
Hoje, está claro que sua confiança era equivocada.
A Petrobras agora reconhece que pagou, por anos, sobrepreço em contratos.
O Ministério Público afirma que empreiteiras pagaram propina para vencer contratos da Petrobras, cobraram bilhões de dólares a mais e canalizaram uma parte do dinheiro para executivos corruptos, fornecedores e partidos políticos, incluindo o PT da presidente Dilma.
Uma análise da Reuters de uma investigação federal de 2009 sobre a Petrobras, e entrevistas com aqueles que a realizaram, indicou que Dilma perdeu oportunidades para estancar a sangria antes que gerasse uma crise tão grande que agora ameaça colocar a vagarosa economia do Brasil de volta à recessão.
Dilma, que tomou posse de seu segundo mandato na quinta-feira, diz que não tinha conhecimento sobre a corrupção na estatal, e que tampouco participou dela, quando era presidente do Conselho da Petrobras de 2003 a 2010.
Líderes da oposição dizem acreditar na presidente e que é improvável que ela enfrente um processo de impeachment. E pesquisas de opinião revelam que a populariedade da presidente caiu apenas ligeiramente.

Barbosa diz que ajustes levarão a superávit primário e retomada do crescimento

Barbosa diz que ajustes levarão a superávit primário e retomada do crescimento

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015 13:57 BRST
 
"As medidas que estão sendo adotadas darão resultados rapidamente... isso vai levar algum tempo, não vamos definir prazos agora, nós vamos trabalhando com expectativas de mercado, mas o próprio mercado já prevê um crescimento maior em 2016", disse Barbosa.
"À medida que a economia brasileira absorver o impacto das correções e ajustes que estão sendo feitos, isso vai restaurar a confiança e o nível de atividade vai responder", acrescentou.
SALÁRIO MÍNIMO
Também na entrevista, o ministro disse que o governo irá enviar ao Congresso, "no momento oportuno", uma nova regra para o cálculo do salário mínimo para o período de 2016 a 2019.
"A regra atual ainda vale para 2015", disse, lembrando que Dilma editou um decreto fixando o novo valor do mínimo em 788 reais, e garantiu que "continuará a haver aumento real do salário mínimo".
Pela regra atual, o salário mínimo é corrigido a cada ano com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e na alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano imediatamente anterior.

Líderes mundiais terão grandes desafios durante o ano de 2015

Edição do dia 02/01/2015
02/01/2015 23h44 - Atualizado em 02/01/2015 23h58

Líderes mundiais terão grandes desafios durante o ano de 2015

Análise de Renato Machado aponta problemas que deverão ser resolvidos.
Entre eles, economia imprevisível, queda do preço do petróleo e crise russa.

Renato MachadoLondres, Inglaterra
O euro sofreu forte depreciação contra o dólar, na sexta-feira (2), depois de comentários do presidente do banco central europeu, o italiano mario draghi, sugerindo a adoção de estímulos monetários ao estilo do que já foi feito pelos bancos centrais dos Estados Unidos e do Japão.
A estagnação econômica e a deflação são considerados pelo Banco Central Europeu o principal perigo para a economia do bloco no momento e os desafios da economia mundial em 2015 para os principais líderes internacionais é o tema de Renato Machado, de Londres.
Uma série de crises complexas ocupa os líderes mundiais no ano que começa. A primeira tem a ver com a economia imprevisível. No caso do petróleo, o cartel do Golfo, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), já deixou claro que não vai baixar a produção.
Portanto, o petróleo pode cair ainda mais de preço. O gás de xisto em outros países vai sair caro. Algumas empresas americanas de energia estão diminuindo as previsões.
A outra crise econômica que se arrasta é a situação precária dos países da Europa, agora com a Grécia como estopim de uma outra bomba financeira. Nisso tudo, o dinheiro dos investidores, a parte rica do mundo, corre para o dólar e os EUA estão crescendo a 4%. Alguns países emergentes estão com crescimento próximo de zero.
O risco político que permanece é a Rússia, que vai passar dois anos de dureza.
A violência no Oriente Médio é o terceiro problema que parece sem solução. Um general americano disse nesta semana que não entende o que é o Exército do Estado Islâmico. Enquanto não achar uma resposta, o Pentágono não terá uma estratégia.
Assim como as autoridades de saúde não tiveram uma estratégia eficaz contra o vírus ebola, o mundo entra em desordem em 2015.