quinta-feira, 13 de novembro de 2014

BRASIL

Brasil registra um assassinato a cada 10 minutos, diz estudo

Mais de 50 mil pessoas foram vítimas de homicídio doloso no ano passado, aponta Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Quantidade de estupros pode chegar a 143 mil, quase o triplo do registrado pelas delegacias do país.
Uma pessoa é assassinada a cada dez minutos no Brasil, de acordo com estudo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta terça-feira (11/11). Em 2013, 50.806 pessoas foram vítimas de homicídio doloso, o que corresponde a 5,8 assassinatos a cada hora. Os dados fazem parte da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Apesar de ter ocorrido uma redução de 2,6% na incidência de homicídios – passou de 25,9 para 25,2 mortes em cada grupo de 100 mil pessoas –, o número de vítimas aumentou 1,1%.
No Rio Grande do Norte, o número de homicídios mais que dobrou – passou de 369, em 2012, para 747, em 2013. De acordo com a pesquisa, os dados podem ser ainda piores, já que o estado apresenta problemas com a subnotificação de dados.
O estado que registrou o maior número de homicídios foi a Bahia, com 5.440 casos, onde, porém, houve uma queda de 7,47% em relação a 2012. Na sequência, aparecem São Paulo (4.739) e Rio de Janeiro (4.745). Em último lugar na lista está o Acre, com 195 vítimas.
Segundo os pesquisadores, as estatísticas mostram, porém, que pela primeira vez o Brasil caminha para uma estabilização no número de homicídios. “Isso tem que ser comemorado”, afirmou Samira Bueno, diretora-executiva do fórum.
Analistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública acreditam que seja possível reduzir as taxas em 65,5% até 2030. Para que a meta seja alcançada, será necessário que as instituições de segurança se aproximem da população, façam "uso intensivo de informações" e aperfeiçoem a inteligência e a investigação.
"O maior problema é articular os diversos agentes da cadeia de segurança pública", afirma o documento.
Sistema penitenciário brasileiro tem déficit de 220 mil vagas
Estupros e sistema penitenciário
Apesar de boletins de ocorrência apontarem para 50.320 casos de estupro em 2013, o fórum estima que 143 mil mulheres possam ter sido vítimas do abuso.
"A projeção se baseia no fato de haver uma grande subnotificação desse tipo de crime no país e no mundo. Apenas 35% das vítimas costumam prestar queixa", diz a pesquisa.
Na análise sobre o sistema penitenciário, o estudo contabiliza um déficit de 220 mil vagas nos presídios brasileiros, um aumento de 9,77% na comparação com 2012.
São Paulo tem o pior cenário, com déficit de 97,3 mil vagas, seguido de Pernambuco e Minas Gerais. A maior parte dos detentos é do sexo masculino (93,8%), negra (61,7%) e com idade entre 18 e 29 anos (54,8%).
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública também mostra que a polícia brasileira matou em cinco anos mais pessoas do que a polícia dos Estados Unidos em três décadas. O estudo aponta ainda que o governo federal gasta mais com efeitos da criminalidade do que com políticas de prevenção.

Falha no Windows permite que hackers controlem PC remotamente; corrija

TRIBUNAHOJE13 de Novembro de 2014 | 06h00
A Microsoft publicou uma atualização para o Windows que corrige uma falha enorme de segurança no sistema: com ela, outro usuário pode comandar seu computador de forma remota e sem sua autorização. Corrija-a o quanto antes.
A vulnerabilidade afeta o Windows Vista/7/8/8.1/RT/RT 8.1, mais as versões Server 2003/2008/2008 R2/2012/2012 R2. Ela “permite execução remota de código se um invasor enviar pacotes especialmente criados para um servidor Windows”.
Ou seja, se alguém envia código malicioso para um computador vulnerável com Windows, ele consegue driblar os filtros de segurança no sistema e controlá-lo à distância. Trata-se de uma falha na biblioteca Schannel, que lida com criptografia e autenticação no sistema.
A Microsoft diz que a correção é crítica para todas as versões acima do Windows, mesmo as que não são usadas em servidor. Segundo o Ars Technica, isso sugere que o bug pode afetar usuários de laptops e desktops também: “a falha deixa máquinas desprotegidas se o usuário rodar software que monitora as portas de Internet e aceitar conexões criptografadas”.
A Microsoft diz que não detectou ninguém usando essa vulnerabilidade, mas diz ser “muito provável” que ela seja usada para ataques nos próximos 30 dias.
Por isso, é melhor se prevenir. Abra o menu (ou a tela) Iniciar, digite “update” e clique em Windows Update. Clique em “Procurar atualizações”, veja se a atualização KB2992611 está na lista, e instale-a.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014


Quarta-feira, 12 de novembro de 2014

País

Mais de dez ministros já colocaram cargos à disposição de Dilma

Jornal do Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, informou nesta quarta-feira (12) que mais de dez ministros já entregaram cartas colocando seus cargos à disposição da presidente Dilma Rousseff. Ele lembrou que a atitude é apenas uma formalidade, e não se trata de uma obrigação.
Mercadante não soube informar o número total nem detalhar os nomes dos ministros que já entregaram os cargos, pois algumas cartas foram enviadas diretamente para o gabinete da presidente. Para o ministro, esta é uma forma de externar publicamente o espírito demonstrado na campanha eleitoral, que tinha o lema "Equipe nova, governo novo". 
O chefe da Casa Civil reafirmou que a entrega dos cargos é um gesto de gentileza, sem prazo para ocorrer. "O governo vai até 31 de dezembro. É um gesto de reconhecimento e agradecimento”, disse.
O ministro garantiu que ainda não conversou sobre o assunto com Dilma, pois a intenção era fazer uma surpresa à presidente na próxima terça-feira (18), quando ela retorna de viagem internacional. "A ideia era quando ela chegasse da viagem [as cartas fossem entregues]. Como vazou, perdeu o impacto. Porque ela também não sabia”. 
Mercadante também já colocou o seu cargo à disposição. Além dele, estão Mauro Borges (Desenvolvimento e Comércio Exterior), Manoel Dias (Trabalho), Marcelo Néri (Assuntos Estratégicos), Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia), Moreira Franco (Aviação Civil), Francisco Teixeira (Integração Nacional), Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e José Henrique Paim (Educação). 
Já Marta Suplicy (Cultura) entregou nesta terça a carta de demissão e deixou o cargo – o ministério passou a ser conduzido interinamente pela secretária-executiva Ana Cristina Wanzeler. 
POLÍTICA / CRISE?
12.11.2014 | 17h26
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Além de Marta e Mauro, mais dois ministros entregam cargos à Dilma

As cartas entregues ao Palácio do Planalto seguem o estilo protocolar, colocando os cargos à disposição

Reprodução
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Presidente DIlma ROusseff, que está em viagem ao exterior
DA FOLHA DE S. PAULO 
Além da ministra Marta Suplicy (Cultura), outros três ministros entregaram sua carta de demissão ao Palácio do Planalto até esta quarta (12): Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Thomas Traummann (Secretaria de Comunicação) e Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia).

A diferença entre eles é que Marta Suplicy já até fez um almoço de despedida de sua equipe nesta quarta e disse a assessores que não pretende mais despachar do seu ministério. Os outros continuam trabalhando aguardando uma decisão da presidente Dilma, que está em viagem ao exterior.

Ela pode tanto trocar alguns de seus nomes ainda neste primeiro mandato, como deixar que todos terminem o ano no cargo, promovendo as trocas apenas quando tomar posse para os próximos quatro anos.

As cartas entregues ao Palácio do Planalto, à exceção da encaminhada por Marta Suplicy, seguem o estilo protocolar, colocando os cargos à disposição.

O presidente interino da República, Michel Temer, assinou nesta quarta a exoneração de Marta do cargo. Sua substituta imediata na pasta é a secretária executiva Ana Cristina Wanzeler.

A ministra da Cultura optou por fazer uma carta num tom diferente, com críticas indiretas à presidente Dilma, principalmente na condução da política econômica. A petista paulista desejou que a presidente seja "iluminada" ao escolher sua próxima equipe econômica e que opte por um ministro independente, capaz de resgatar a credibilidade e confiança do país.

Borges

Mauro Borges disse nesta quarta que a entrega do cargo é um "procedimento natural em um governo de transição".

Segundo ele, "é natural que os ministros deixem a presidenta à vontade para ela montar o seu ministério no segundo mandato".

"Isso é absolutamente salutar. É parte da democracia. Considero isso um fato absolutamente positivo", afirmou o ministro após participar de um evento de comemoração dos dez anos da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

A Casa Civil sugeriu à equipe da presidente Dilma que encaminhasse cartas colocando os cargos à disposição. Até o momento, nem todos estariam dispostos a acatar a sugestão do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que está auxiliando a presidente a montar seu próximo governo.

Portos


O ministro da Secretaria de Portos, César Borges, afirmou que sua carta de demissão será apresentada nos próximos dias.

"Não houve pedido. Em fim de governo, é uma postura natural e mais do que lógica colocar o cargo à disposição, até como gentileza à presidente da República. Ninguém é dono do cargo", afirmou, após evento do setor portuário, em Brasília.

Questionado por jornalistas, ele desconversou sobre rumores de uma filiação ao PMDB, que o cacifaria para o Ministério dos Transportes. "Não há pressa. Não temos nenhuma eleição pela frente".

César Borges, que se desfiliou recentemente do PR, está sem partido. Ele deixou a legenda depois que líderes partidários exigiram sua saída do Ministério dos Transportes, em meados do ano, por causa da suposta resistência dele em atender a pedidos da legenda.

A presidente Dilma Rousseff, que estava satisfeita com o trabalho dele na pasta, o abrigou na Secretaria de Portos. Agora, cogita-se sua volta ao posto anterior, mas ele precisaria de um partido disposto a bancá-lo.

Com "Valor"

Janot emite parecer contra regime aberto de João Paulo Cunha 

Portal Terra
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal um parecer contrário à concessão de regime aberto para João Paulo Cunha. De acordo com o texto, disponibilizado no site do STF, o ex-deputado, para ter direito à mudança de regime, deve devolver R$ 536.440,55 aos cofres públicos. 
Cunha solicitou a mudança para o regime aberto por ter completado um sexto do tempo de condenação e por ter apresentado bom comportamento na prisão. O pedido ainda deve ser julgado pelo tribunal. 
O ex-deputado foi condenado e preso, em fevereiro deste ano, por corrupção passiva e peculato no processo do mensalão. Em abril, a Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal o autorizou a deixar o presídio durante o dia para trabalhar. 
De acordo com decisão do juiz Vinicius Santos Silva, a proposta cumpriu as exigências legais. "Não é muito lembrar que a concessão do beneplácito neste momento constitui uma possibilidade de se avaliar a disciplina, autodeterminação e responsabilidade do(a) reeducando(a) antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado", afirmou.
De acordo com a Lei de Execução Penal, condenados em regime semiaberto (abaixo de oito anos) podem trabalhar dentro do presídio, em oficinas de marcenaria e serigrafia, por exemplo, ou externamente, em uma empresa que contrate detentos.

Foto Charles Platiau/REUTERS
Avançado sueco do Paris St Germain, Zlatan Ibrahimovic, pode vencer o prémio em dois anos consecutivos
12.11.2014  19:19
FIFA anuncia os 10 melhores golos do ano
Vencedor do Prémio Puskas será anunciado a 12 de janeiro, na gala da Bola de Ouro da FIFA.
A FIFA revelou esta quarta-feira os dez nomeados para vencer o Prémio Puskas de futebol, que laureia o melhor golo do ano, entre os quais estão três tentos apontados no último Campeonato do Mundo, no Brasil.
Na corrida ao melhor golo estão os tentos do colombiano James Rodriguez, do holandês Robin Van Persie e do australiano Tim Cahill, todos marcados no Mundial do Brasil. Também estão na lista o sueco Zlatan Ibrahimovic, vencedor no ano passado e o hispano-brasileiro Diego Costa. Além destes estão nomeados os golos do mexicano Marco Fabian, do brasileiro Camilo Sanvezzo, do japonês Hisato Sato, do suíço Pajtim Kasami e da irlandesa Stephanie Roche.
O internacional português Cristiano Ronaldo foi o primeiro jogador a vencer o troféu, com o golo apontado ao FC Porto nos quartos de final da Liga dos Campeões de 2008/09.
Cibernautas escolhem o melhor golo
A lista incluiu golos marcados entre 3 de outubro de 2013 e 26 de setembro de 2014, que serão votados pelos cibernautas, no sítio oficial do organismo e no da revista France Football.

Os usuários das páginas oficiais da FIFA e da France Football podem escolher o seu golo preferido até 1 de dezembro, altura em que os três mais votados serão anunciados, que posteriormente voltarão a ser votados até ao dia 12 de janeiro.

Até então alvo de críticas, Justiça indígena impõe penas duras a combatentes das Farc por assassinatos e passa a ser elogiada

BBC
O auditório tem capacidade para mil pessoas, mas parecia conter muito mais gente. E no voto direto, levantando as mãos, todas essas pessoas tomavam decisões sobre a sentença a ser aplicada aos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) acusados de matar dois guardas indígenas da tribo nasa na região de Cauca, no sudoeste do país, na semana passada.
Reuters
Suspeitos da morte dois guardas indígenas, guerrilheiros das Farc vão à julgamento num tribunal indígena na Colômbia
A primeira decisão foi a de sentenciar a 60 anos de prisão Carlos Silva Yatacué, suspeito de liderar o assassinato dos dois guardas, atingidos quando tentavam remover um pôster das Farc celebrando o terceiro aniversário da morte de seu ex-comandante, Alfonso Cano.
Outros quatro suspeitos - Arcenio Vitonas, Robert Pequi, Emilio Ilyo e Freiman Dagua - receberam penas de 40 anos por atirar nos guardas.
Leia mais: Colômbia dá voto de confiança a presidente e processo de paz
Já os dois últimos acusados, dois menores de 14 e 17 anos de idade, foram sentenciados a 20 chibatadas. Um punição ministrada ali mesmo, diante das câmeras.
Os menores também foram enviados a um centro de reabilitação, administrado pelos indígenas, e avisados de que receberão novas sentenças quando atingirem a maioridade.
Já os suspeitos maiores de idade cumprirão pena numa prisão comum, mas estarão sob tutela da Guarda Indígena da Associação dos Povos Indígenas ra região de Cauca.
Julgamento indígena também teve destruição de armas apreendidas com guerrilheiros das FarcO julgamento teve uma surpreendente aceitação por parte da população colombiana, que normalmente adota um posicionamento bastante crítico em relação à justiça indígena. Desde 1991, os povos indígenas têm ampla jurisdição sobre o que ocorre em seus territórios, direito garantido pela Constituição promulgada naquele ano.
"Nunca imaginei que a justiça indígena me deixaria tão admirada", escreveu no Twitter a ex-candidata presidencial do Partido Conservador, Marta Lucía Ramirez.
Justiça polêmica
O ex-diretor de Comunicações do governo colombiano, Juan Felipe Muñoz, foi além: "Foi graças aos indígenas que os colombianos voltaram a acreditar em justiça".
Opiniões semelhantes foram veiculadas por cidadãos comuns e representantes de todo os setores políticos colombianos. Mas não foi sempre assim.
AFP
Membros da comunidade indígena montam guarda no julgamento do último domingo: procedimento teve raro impacto positivo na sociedade colombiana
Membros da comunidade indígena montam guarda no julgamento do último domingo: procedimento teve raro impacto positivo na sociedade colombianaO fato de as comunidades indígenas julgarem e punirem crimes diversos - que também têm punições previstas pela legislação ordinária do país - de acordo com seus próprios valores e costumes crimes, causam polêmica na Colômbia. O mesmo se pode dizer do uso de castigos corporais, como as chibatadas.
Este "poder paralelo" indígena tampouco agrada algumas partes do establishment colombiano. Especialmente no que diz respeito ao posicionamento diante das Farc.
Em julho de 2012, por exemplo, a decisão de punir com chibatadas um grupo de guerrilheiros capturados na mesma região de semana passada rendeu críticas aos índios, que na mesma época tinham expulso soldados de sua terras.
Dentro da lei
A direita colombiana acusou os indígenas de simpatizar com as Farc. No entanto, os nasa sempre se declararam neutros e exigiram a saída de grupos armados de seu território, sob a alegação de não querer ficar no fogo cruzado.
Sua visão de justiça está mais voltada para a reabilitação do que a punição. Por isso, preferem os castigos corporais ao encarceiramento. E as chicotadas muitas vezes são combinadas com poções para ajudar na reabilitação. Trabalhos comunitários também são outra medida de reabilitação utilizada. No pior dos casos, a pena é a expulsão, algo que para os índios é um castigo inimaginável.
A única ressalva feita na Constituição de 1991 sobre o "poder paralelo indígena" é que ele não pode prevalecer sobre a lei colombiana.
O julgamento de domingo se encaixou perfeitamente na exigência: os acusados eram todos indígenas (da tribo nasa) e seus delitos foram cometidos em território indígenas.
Os territórios também contam com instituições tradicionais e claramente estabelecidas para exercer a autoridade, a mesma que os guardas tentavam exercer quando foram assassinados.
Sendo assim, a autoridade indígena parece estar sendo respeitada por ambos os lados do conflito na Colômbia: as Farc, além de lamentar a morte dos guardas, desautorizaram um comunicado emitido em seu nome e que ameaçava transformar os indígenas em "alvos militares".
Mas o julgamento de domingo também expõe os problemas vividos pelos povos indígenas colombianos. Principalmente a cooptação de jovens pelas Farc por falta de oportunidades.
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