Barcelona exige agora a marcação de um referendo. Socialistas pressionam reforma para criar um Estado federal.
A vitória do ‘Sim' à independência catalã, por 80,7% do votos na consulta simbólica de domingo, está a aumentar a pressão política sobre o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy. "Vamos apresentar uma proposta de reforma constitucional com ou sem Rajoy", avisou o líder do partido socialista espanhol (PSOE). Para Pedro Sánchez, a atitude "imobilista" de Rajoy significa que é altura de acabar com o modelo de "conflito" e enfrentar as exigências catalãs através de uma mudança da Constituição "para uma base federal". "Pare de escudar-se nos tribunais e abra o espaço ao diálogo", apelou Sánchez, antes de sublinhar que o facto de mais de 2,2 milhões de catalães terem optado por votar no domingo, contra todas das sentenças judiciais, significa que é altura "de abrir um novo capítulo na política espanhola".
A participação de cerca de 36% dos eleitores deixou margem para as mais diversas leituras políticas, mas a vitória expressiva do ‘Sim' levou o partido do governo regional, a CiU, a ensaiar um ultimato a Madrid caso não haja margem para uma negociação nos próximos 15 dias. Caso contrário, o cenário de eleições regionais antecipadas, com carácter plebiscitário, será "mais que provável". O presidente do governo catalão, Artur Mas, enviou ontem uma carta a Rajoy na qual pedia a autorização para avançar com um referendo oficial sobre a independência, vetado pelo tribunal constitucional em Setembro. Segundo Josep Rull, coordenador da Convergência Democrática (um dos partidos que formam a CiU), o governo catalão vê como "remotas" as possibilidades de sucesso desta negociação, mas está disposto a tentar. Ainda assim, alerta este responsável, o diálogo não pode "demorar mais do que uma ou duas semanas". Mais radical é a posição do partido separatista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), liderada por Oriol Junqueras, para quem é necessário "celebrar eleições o mais rapidamente possível para obter a independência". Embora afaste a apresentação de uma lista conjunta com a CiU - em que o único ponto comum seria a independência regional - ,o ERC não exclui um pacto pós-eleitoral para formar um "governo de concentração".
Perante o impasse político, a agência Fitch indica que o mais provável é que "tanto o governo central como o da Catalunha acabem por negociar mais poderes para a região" espanhola. "Seria moderadamente positivo para o perfil de crédito da Espanha", já que teria eliminado uma fonte de risco de médio prazo, "desde que o acordo não comprometa a sua estratégia orçamental", comenta ainda a Fitch. Para além do próprio partido (PP), Rajoy contou ontem com mais dois apoios: o da bolsa, que subiu 1,45% devido à fraca participação no voto catalão, e com o do seu homólogo britânico. David Cameron - apontado pelos catalães como um modelo a seguir por ter permitido um referendo independentista na Escócia - disse ontem que o Reino Unido, como "grande amigo" de Espanha, deseja que o país permaneça "unido" e que os referendos sejam realizados apenas através das vias legais.
Já Bruxelas recusou "expressar opiniões sobre questões internas que têm a ver com a ordem constitucional dos Estados-membros".
A participação de cerca de 36% dos eleitores deixou margem para as mais diversas leituras políticas, mas a vitória expressiva do ‘Sim' levou o partido do governo regional, a CiU, a ensaiar um ultimato a Madrid caso não haja margem para uma negociação nos próximos 15 dias. Caso contrário, o cenário de eleições regionais antecipadas, com carácter plebiscitário, será "mais que provável". O presidente do governo catalão, Artur Mas, enviou ontem uma carta a Rajoy na qual pedia a autorização para avançar com um referendo oficial sobre a independência, vetado pelo tribunal constitucional em Setembro. Segundo Josep Rull, coordenador da Convergência Democrática (um dos partidos que formam a CiU), o governo catalão vê como "remotas" as possibilidades de sucesso desta negociação, mas está disposto a tentar. Ainda assim, alerta este responsável, o diálogo não pode "demorar mais do que uma ou duas semanas". Mais radical é a posição do partido separatista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), liderada por Oriol Junqueras, para quem é necessário "celebrar eleições o mais rapidamente possível para obter a independência". Embora afaste a apresentação de uma lista conjunta com a CiU - em que o único ponto comum seria a independência regional - ,o ERC não exclui um pacto pós-eleitoral para formar um "governo de concentração".
Perante o impasse político, a agência Fitch indica que o mais provável é que "tanto o governo central como o da Catalunha acabem por negociar mais poderes para a região" espanhola. "Seria moderadamente positivo para o perfil de crédito da Espanha", já que teria eliminado uma fonte de risco de médio prazo, "desde que o acordo não comprometa a sua estratégia orçamental", comenta ainda a Fitch. Para além do próprio partido (PP), Rajoy contou ontem com mais dois apoios: o da bolsa, que subiu 1,45% devido à fraca participação no voto catalão, e com o do seu homólogo britânico. David Cameron - apontado pelos catalães como um modelo a seguir por ter permitido um referendo independentista na Escócia - disse ontem que o Reino Unido, como "grande amigo" de Espanha, deseja que o país permaneça "unido" e que os referendos sejam realizados apenas através das vias legais.
Já Bruxelas recusou "expressar opiniões sobre questões internas que têm a ver com a ordem constitucional dos Estados-membros".