05/out/18 - 09h30
A renovação será pequena. Os velhos clãs da política deverão eleger seus herdeiros (Crédito:Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Com uma renovação que deverá ser somente de 25%, o Congresso que será eleito no domingo 7 será uma continuação do atual, vença quem vencer as eleições presidenciais. Mesmo entre os novos deputados e senadores, a maior parte é formada por políticos experimentados em outros cargos. Os velhos clãs que dominam a política há décadas também se farão representar. O senador Fernando Collor (PTC-AL), por exemplo, elegerá seu filho Fernando James Braz Collor de Mello deputado federal. O ex-deputado Eduardo Cunha, preso pela Operação Lava Jato, deverá emplacar sua filha Danielle Cunha. E o ex-governador Sergio Cabral, também no xadrez, deverá reeleger seu filho Marco Antonio Cabral. O novo governo continuará tendo de negociar com o “Centrão”, a reunião de pequenos partidos de viés conservador.
Os Maias
No comando do Centrão, está o DEM do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que poderá ver seu poder cruzar o Salão Verde da Câmara para o Salão Azul, do Senado, com a provável eleição de seu pai, César Maia. O Maia pai deverá chegar com influência no Senado para disputar a presidência ou o comando de alguma comissão importante.
Bancadas
O PT pode eleger a maior bancada na Câmara. No Senado, porém, deve diminuir. Também deverão ter grandes bancadas, entre 40 e 65 deputados, o MDB, o PSDB, o PR e o PSD. Se permanecerem unidos, os partidos do Centrão formarão bloco maior. Assim, tudo indica que o novo Congresso repetirá a polarização que tomou conta do país nas eleições.
Haddad Paz e Amor
No provável segundo turno, a intenção de Fernando Haddad, do PT, é fazer claros acenos ao mercado. Ele já começa a discutir nos bastidores uma proposta de reforma tributária para anunciar na campanha depois do domingo 7. Outra pregação que o petista pretende fazer a partir de agora é mostrar ao empresariado que uma gestão do PT teria previsibilidade e respeito à segurança jurídica.
Rápidas
* Diante das tensões do processo eleitoral, durante esta semana a advogada-geral da União, Grace Mendonça, destacou 300 integrantes da AGU para atuarem de forma exclusiva, em regime de plantão, no processo eleitoral.
* A Câmara abriu procedimento licitatório para a compra de 1,2 mil extintores de incêndio. Os antigos iriam vencer até o final do ano. Valor da compra: R$ 675 mil. Coincidentemente, o certame vai para aos pregões exatamente no meio das altas temperaturas das eleições.
* Não é só Lula que orienta campanha política da prisão. O ex-senador Luís Estevão, preso desde 2016 por corrupção, continua influente na política do Distrito Federal. Ele tem dado conselhos a três candidatos a governador.
* Estevão aposta ao mesmo tempo em Ibaneis Rocha (MDB), Eliana Pedrosa (Pros) e Alberto Fraga (DEM). Joga triplo para evitar a reeleição do atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), que não vai bem nas pesquisas.
Retrato falado
“Prefiro não falar desse assunto, exatamente por causa do período eleitoral”
Em tempos de disputa tensa pelos votos nestas eleições, o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Felix de Paiva, evita bolas divididas. Embora a delação do ex-ministro Antônio Palocci tenha sido feita pela Polícia Federal, ele esquivou-se de comentar a decisão do juiz Sergio Moro de retirar o sigilo de parte dela. À ISTOÉ, ele prometeu tratar da delação em outro momento, longe do período eleitoral.
Toma lá dá cá
DAVID FLEISCHER, CIENTISTA POLÍTICO E BRAZILIANIST
Toma lá dá cá
DAVID FLEISCHER, CIENTISTA POLÍTICO E BRAZILIANIST
O senhor acompanha o processo político brasileiro desde 1962. Já viu situação como a destas eleições?
O quadro de 1989 continua sendo a comparação. E, naquela ocasião, o nível de sacanagem ainda foi maior. Mas precisamos saber agora como será o segundo turno. Se é que vai haver…
É possível não haver segundo turno?
É possível, embora não seja provável. Os grupos mais conservadores estão concentrando seus votos em Bolsonaro.
O senhor vê semelhança com o fenômeno Trump nos Estados Unidos?
Há semelhanças e diferenças. Trump já era conhecido, mas sem atuação política. Bolsonaro é deputado há vários mandatos, embora tenha conseguido associar sua imagem a de um outsider, fora da política tradicional.
Cartas marcadas?
O Tribunal de Justiça de São Paulo está promovendo uma licitação para trocar equipamentos de impressão. O atual parque conta com 12 mil impressoras com as quais se gasta mensalmente R$ 2,1 milhões em manutenção. O processo irá trocá-las por 7 mil novas impressoras. O curioso é que o custo mensal das novas máquinas, em vez de cair, vai subir para R$ 3,4 milhões. Em
48 meses de contrato, o custo adicional será de R$ 60 milhões. O TJ-SP até pode argumentar a necessidade de modernização das máquinas, ainda que seja um argumento complicado de se sustentar em um momento em que todos pregam a necessidade de redução dos gastos públicos.
48 meses de contrato, o custo adicional será de R$ 60 milhões. O TJ-SP até pode argumentar a necessidade de modernização das máquinas, ainda que seja um argumento complicado de se sustentar em um momento em que todos pregam a necessidade de redução dos gastos públicos.
Só um fabricante
O problema maior é que, em função das especificações técnicas determinadas no edital, somente uma das seis fabricantes, a Lexmark, poderá participar da concorrência. As demais — Xerox, Samsung, Ricoh, Brother e Kyocera — ficarão foram da disputa. O edital marcou o pregão eletrônico para o dia 10 de outubro.
Mais Palocci
Há muito mais conteúdo explosivo contido nas delações feitas pelo ex-ministro de Lula e de Dilma Antônio Palocci. De acordo com quem já viu e analisou a maior parte do material, há diversos detalhes de negociações, e a investigação feita pela Polícia Federal encontrou farta quantidade de documentos que comprovam o que Palocci conta.
Preocupação da PF
Como foi a primeira delação homologada pela PF e não pelo Ministério Público, que chegou a negá-la alegando que não tinha novidades, havia grande preocupação na corporação para que seu conteúdo não fosse frustrante, o que poderia inviabilizar outros casos. Antes de fechar o acordo, os policiais que ouviram Palocci garantiram: “Não há esse risco”.
Vídeo baratinho
Para o provável segundo turno, Jair Bolsonaro deve contratar uma produtora de vídeo bem em conta para fazer seus vídeos. A ideia do PSL é gastar, no máximo, R$ 200 mil com esse tipo de serviço. O trabalho será apenas de edição. Bolsonaro seguirá gravando vídeos com celulares, como vem fazendo desde o início da campanha.
Por Aguiasemrumo:
Romulo Sanches de Oliveira
Matéria bem
interessante a meu ver acha que os candidatos deveriam se inteirar melhor dos
problemas do país e da nação antes de prometer mil coisas que eles não são
capazes de resolver, a promessa gera expectativa no povo que já está cansado de
ver os interesses próprios desses candidatos que visam apenas um lado de
melhoria a não ser o deles, acho que o povo deve realmente fazer uma reflexão
inteligente e não eleger quem visa apenas os próprios interesses e o povo que
se dane depois das eleições. O país está afundado, nenhum desses candidatos que
estão se apresentando vão resolver coisa alguma, temos que priorizar primeiro à
mudança do nosso sistema político, respeitar a pátria, e vestir a nossa
bandeira como verdadeiros patriotas, assim teremos uma nova chance de
reconstruir nosso País sem corrupção e extinguíamos esses políticos velhos que
já mamam nas nossas tetas há anos.
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Por Aguiasemrumo:
Romulo Sanches de Oliveira
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