segunda-feira, 28 de maio de 2018

Governo Investiga Infiltração De Três Movimentos Políticos Na Paralisação Dos Caminhoneiros






O governo apura se três movimentos políticos – “Intervenção militar já”, “Fora Temer” e “Lula livre” – se infiltraram na paralisação dos caminhoneiros. Eles estariam alimentando os focos que ainda querem manter os bloqueios, mesmo após ter boa parte de suas reivindicações atendidas ou ao menos encaminhadas. Essa é uma leitura feita nas reuniões do gabinete de crise montado pelo Palácio do Planalto na semana passada. Os caminhoneiros falam abertamente do problema. O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) – uma das últimas entidades a aceitar as propostas do governo -, José da Fonseca Lopes, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 28, que há um forte grupo de intervencionistas infiltrado na paralisação dos caminhoneiros. “Quem quer derrubar o governo que monte um movimento, não use a Abcam”, disse, ressaltando que as reivindicações do movimento de caminhoneiros autônomos já foram atendidas. “Os caras querem dar um golpe nesse País e eu não vou fazer parte disso”, afirmou.



Ele acredita que, a partir de amanhã, o País estará ‘bem encaminhado para a normalidade’. Segundo Lopes, ainda resta desmobilizar em torno de 250 mil caminhões. “Para esses que têm posição extremista, esse ou qualquer outro acordo não iria funcionar porque a intenção não é resolver problemas, mas criar o caos, a instabilidade”, disse o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Ijuí, no Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Litti. Para o líder gaúcho, o grupo mais resistente ao acordo é movido “por um tema político e não econômico”.




Nesta segunda-feira, 28, o próprio ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu “Fodão” Padilha, admitiu a possibilidade de haver infiltração política e informou que a Polícia Rodoviária Federal trabalha para apartá-los do movimento. “A Polícia Rodoviária Federal conhece as estradas onde trabalha, conhece quem é líder do movimento caminhoneiros e sabe das infiltrações políticas. Ela está mapeando e não quer cometer nenhuma injustiça. Com muita cautela, vai começar a separar os infiltrados”. O governo avalia já ter feito tudo o que estava a seu alcance para atender à pauta dos caminhoneiros: redução da Cide e do PIS/Cofins, a promessa de congelamento por 60 dias – e depois reajustes a cada 30 dias -, a liberação da cobrança de pedágio sobre eixo suspenso (quando o caminhão trafega vazio e por isso suspende o terceiro eixo) em São Paulo e a reserva de 30% das cargas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os caminhoneiros autônomos, ao lado de outras medidas administrativas que ajudarão a manter a renda desses trabalhadores.

O Planalto deixou claro na negociação que agora a conversa deve ser com o Congresso, que precisa aprovar as Medidas Provisórias (MPs) assinadas por Temer, inclusive a que cria o frete mínimo, uma espécie de salário mínimo para os autônomos.




Mas, ao lado da pauta dos caminhoneiros, ganhou força a pauta política. E sobre essa ainda é impossível avaliar a intensidade e extensão do movimento. Os mais pessimistas não descartam o risco de, havendo crescimento dessa vertente, o protesto resvalar para algo semelhante às manifestações de 2013, quando atos que, inicialmente tinham como questão central a reclamação contra o aumento das passagens de ônibus ganhou dimensão muito maior e cunhou a expressão “Não é pelos 20 centavos”. Agora, a pauta adicional dos caminhoneiros fica ainda mais difusa e extensa quando outros grupos tentam pegar carona na paralisação, como os movimentos, ainda incipientes, de motoboys e transportadores escolares em algumas cidades. Os ecos de 2013 aparecem, por exemplo, quando um pequeno grupo de manifestantes favoráveis à intervenção militar, que se reuniu no início da tarde em frente ao Ministério da Justiça, recebe buzinadas de apoio da maioria dos veículos que para no semáforo próximo ao protesto. Caminhões e vans escolares também participavam do protesto. Os desdobramentos da crise têm sido avaliados em duas reuniões diárias do gabinete de crise. A leitura é que, provavelmente na quarta-feira, será possível ter uma visão mais clara sobre os focos de resistência do movimento. A prioridade do governo é manter o abastecimento e a expectativa é que nos próximos dias haja alguma normalização.

Força Tarefa Da Lava Jato Investiga Ligação Do Ex-Bilionário De Papel Eike Batista Com O Megadoleiro Dario Messer






A Lava Jato tem informação de encontros privados entre o ex-bilionário piramista de papel Eike Batista e o megadoleiro Dario Messer, chefe de uma rede de doleiros que teria movimentado US$ 1,6 bilhão. Segundo os investigadores, Messer também manteve contatos com Ary Bergher, antigo advogado de Eike Batista. Bergher é acusado de ter orientado operadores do ladrão peemedebista Sérgio Cabral a mentir sobre um contrato forjado para pagamento de R$ 16,5 milhões em propina ao ex-governador. Uma fonte da investigação disse que Messer cogitou pagar a propina de Sérgio Cabral por meio do banco EVG, mas seu ex-sócio Enrico Machado foi contra. Além dessa operação, Messer teria apoiado Eike Batista em operações com offshores em vários paraísos fiscais. No ano passado, a Corte de Justiça das Ilhas Cayman bloqueou mais de US$ 60 milhões em contas do empresário. Há suspeita de dissipação de recursos. Uma planilha obtida mostra que as offshores do ex-bilionário piramista de papel Eike Batista receberam mais de US$ 10 bilhões entre 2007 e 2015. (O Antagonista)


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A Petrobrás Agora Virou BNDES? – Presidente Da Petrobras Tem Outro Sócio Com Contrato No Valor De 11 Milhões De Reais Sem Licitação






A revista Crusoé descobriu mais uma sociedade esquisita de Pedro Parente, presidente da Petrobras: com um sujeito que tem um contrato com a estatal no valor de 11 milhões de reais, firmado sem licitação, depois que Parente assumiu a presidência da empresa.
Na semana passada, a revista revelou que o presidente da Petrobras também é sócio de José Berenguer, presidente do banco JP Morgan no Brasil, que em maio deste ano recebeu da Petrobras, antecipadamente, o pagamento de cerca de 2 bilhões de reais (600 milhões de dólares) de um financiamento que venceria em 2022.

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Greve Dos Caminhoneiros Faz Moro Tomar Atitude Fora Do Corriqueiro.






O juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Criminal de Curitiba e condutor da Lava Jato (maior operação contra a corrupção no país), resolveu rapidamente suspender nesta última sexta-feira (25/5) a audiência referente à ação penal que abordará as reformas ocorridas no Sítio de Atibaia, em São Paulo, em decorrência da greve dos caminhoneiros. Entre os réus está o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva , que responderá como suposto proprietário do imóvel.
Marcada para a próxima segunda-feira (28/5), a ação penal deveria contar com a presença de várias pessoas do alto escalão para prestarem depoimento pessoal, inclusive o próprio ex-presidente Lula deveria comparecer em juízo.

No entanto, em decorrência das grandes manifestações, com fechamentos de estradas e rodovias pelo movimento, o juiz Moro achou por bem suspender a primeira audiência do Sítio em Santa Bárbara, para evitar possíveis embaraços.
O magistrado foi categórico em ressaltou que realmente havia depoimentos marcados para a manhã e à tarde da segunda-feira, porém a Justiça Federal da capital paranaense decretou o cancelamento do expediente em decorrência do movimento grevista. Moro destacou em despacho a importância das reivindicações da categoria, expressou respeitando, todavia, deixou a legitimidade da paralisação para ser apreciada pelas autoridades competentes.
Entretanto, em contrapartida, o juiz argumentou  sobre a dificuldade da continuidade dos trabalhos com a greve e se, por ventura, ocorrer um prolongamento exagerado da paralisação associado aos bloqueios de estradas e rodovias, consequentemente acarretará sérios problemas aos brasileiros, com prejuízos talvez irreparáveis, como por exemplo, o bloqueio de serviços essenciais: polícia ostensiva, corpo de bombeiros ou ambulâncias.
Também há preocupação com os desabastecimentos de medicamentos, alimentos, combustíveis dentre outras produtos prioritários como a prestação de Justiça.
No entanto, ao suspender a audiência o juiz presumiu que todos os envolvidos sejam coerentes e usem o bom-senso para enfrentar situações momentâneas, pois até que se estabeleça a ordem por completo, uma vez que, o movimento grevista [VIDEO]influenciou praticamente na vida dos cidadãos nos últimos dias, inclusive na escala do expediente da Justiça Federal de Curitiba, as atitudes seguintes devem ser cautelosas para que não haja episódios vinculados à violência.
Moro comunicou que um novo despacho deverá ser proferido após os ânimos acalmarem e naturalmente, as novas datas das audiências suspensas serão publicadas e os envolvidos, fará jus à citação.
Por fim, esclareceu ainda que o caso relacionado ao sítio foi responsável pela terceira ação contra o ex-presidente Lula na Lava Jato. Segundo as alegações, as construtoras OAS, Odebrecht e Schahin, por intermédio do pecuarista amigo de Lula, José Carlos Bumlai, aplicaram cerca de R$ 1,02 milhão em obras na propriedade em troca de contratos ilícitos junto a Petrobras.
O bem foi adquirido em 2010, pelos amigos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, logo quando o petista deixava o cargo de Presidente da República. O ex-presidente afirmou que jamais recebeu vantagens indevidas (propina) das empreiteiras.


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Crise Com Caminhoneiros Expõe Fragilidade De Temer





A crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros, que chegou ao oitavo dia nesta segunda-feira, expôs a fragilidade e a desarticulação do governo do presidente Michel Temer e complicou ainda mais a já difícil situação de uma eventual candidatura governista na eleição presidencial de outubro, respingando também nas chamadas candidaturas de centro.
A resposta do governo à paralisação da categoria, que provocou desabastecimento em todo o país, foi alvo de críticas em reservado até mesmo de parlamentares de partidos que já foram da base aliada de Temer e gerou o que analistas ouvidos pela Reuters chamaram de tentativas de capitalizar eleitoralmente com o episódio.
“Um processo que expôs a desarticulação da base governista em continuidade ao fenômeno que a gente já observava, um governo com baixo poder de agenda e refém de temas negativos”, disse à Reuters o analista político da Tendências Consultoria Rafael Cortez.
Para o cientista político Carlos Melo, do Insper, a resposta do governo à crise “foi um desastre”, pois o Palácio do Planalto fracassou ao não se antecipar aos problemas e, quando a crise estourou, ter entrado em pânico.
“Ele não protegeu o acionista da Petrobras, ele não protegeu o cidadão comum, ele não protegeu o caminhoneiro também, que continua insatisfeito”, disse Melo, que vê no atual episódio um precedente preocupante.
“O governo se mostrou fraco e ruim de negociação e eu acho que ele abriu um flanco muito perigoso para todas as outras corporações. Não à toa os petroleiros estão falando em greve e você pode esperar outras corporações também falando em greve.”
O desempenho do governo também foi alvo de críticas duras de parlamentares que já foram alinhados ao Palácio do Planalto na gestão Temer.
Para o líder de um partido da base, que falou na condição de anonimato, trata-se de um “desgoverno”.
“O governo já estava assim (fraco). Nessa questão, entregou tudo sem garantia de que os caras vão responder”, disse esse líder. “O Congresso vai ter que fazer o que já vem fazendo, vamos tocar nossa vida, cuidar das pautas que temos. Não há necessidade de negociação com esse governo.”
Um outro líder parlamentar adotou posição similar e fez ainda avaliação de que a fragilidade do Planalto permitiu que grupos tirassem vantagem dessa vulnerabilidade.
Apesar de parlamentares criticarem a postura de Temer – que no auge da greve em evento com entrega de veículos para o Conselho Tutelar no Rio chegou a dizer que aquilo era a coisa mais importante que faria no dia -, analistas também viram falhas no papel desempenhado pelo Legislativo neste processo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), patrocinou, contra a vontade do Planalto, a inclusão no texto da reoneração da folha de pagamento da isenção do PIS/Cofins para o diesel, cometendo um erro de cálculo no impacto que a medida teria nas contas públicas.
Já o presidente do Senado, na quinta-feira, conforme os episódios de desabastecimento se acumulavam, deixou Brasília em direção a seu Estado natal, o Ceará. No entanto, diante da exposição sofrida pela ausência, acabou retornando à capital.
Melo, do Insper, classificou como “um horror” a atitude de Eunício, enquanto Cortez, da Tendências, avaliou que a atitude de Maia pode ter sido motivada por “um certo oportunismo de tentar transformar essa crise em algum ganho eleitoral”. Maia é pré-candidato à Presidência pelo DEM.

Improbabilidade Governista

O cenário de fragilidade do governo, que agrava a impopularidade de Temer e de sua administração – batuques de panelas puderam ser ouvidos durante o pronunciamento do presidente no domingo – tem ainda o efeito de tornar ainda mais improvável a empreitada de uma candidatura governista ao Planalto, atualmente encampada pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB).
“A greve dos caminhoneiros derrubou o único pilar que o governo tinha para defender um projeto eleitoral em 2018, que seria a reconstrução da política econômica… Dificilmente essa ideia de continuidade vai prevalecer no comportamento eleitoral, o que significa que o eleitor vai olhar para alguém distante do governo”, disse Cortez.
“Me parece que tal cenário sinaliza a improbabilidade de um projeto presidencial do MDB e, mais do que isso, há o risco de ‘sarneyzação’ crescente do processo de 2018, quando candidatos e nomes ligados ao status quo tiveram muita dificuldade em convencer o eleitorado”, acrescentou, referindo-se à sucessão de José Sarney em 1989.
Nesse cenário, candidatos não identificados com o governo podem se beneficiar. Incluem-se neste grupo o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e nomes mais à esquerda, como Ciro Gomes (PDT).
“Esse clima, essa radicalização, não chama por moderação. Ela atende aos extremos… Isso joga água no moinho do Bolsonaro. Agora, também a esquerda, por conta da radicalização, do mau momento, também é favorecida”, disse Melo.
“Eu sei é que o centro moderado e sobretudo o centro identificado com o governo é o que mais perde. O desastre foi no centro.”


sábado, 26 de maio de 2018

O 6º dia de protestos dos caminhoneiros no país em mapas


Veja estados onde há pontos interditados e os impacto da greve dos caminhoneiros nos postos, Ceasas, no transporte público e nos aeroportos neste sábado (26).


Por G1
 

13h10 - Mapa de estados onde há relatos de postos sem combustível (Foto: Juliane Souza/G1)13h10 - Mapa de estados onde há relatos de postos sem combustível (Foto: Juliane Souza/G1)13h10 - Mapa de estados onde há relatos de postos sem combustível (Foto: Juliane Souza/G1)
14h - Mapa dos estados que registraram voos cancelados (Foto: Juliane Souza/G1)14h - Mapa dos estados que registraram voos cancelados (Foto: Juliane Souza/G1)14h - Mapa dos estados que registraram voos cancelados (Foto: Juliane Souza/G1)
13h10 - Mapa com os estados onde há cidades que reduziram as frotas de ônibus por impacto da greve dos caminhoneiros (Foto: Juliane Souza/G1)13h10 - Mapa com os estados onde há cidades que reduziram as frotas de ônibus por impacto da greve dos caminhoneiros (Foto: Juliane Souza/G1)13h10 - Mapa com os estados onde há cidades que reduziram as frotas de ônibus por impacto da greve dos caminhoneiros (Foto: Juliane Souza/G1)
13h10 - Mapa dos estados onde houve impacto no abastecimentos dos Ceasa (Foto: Juliane Souza/G1)13h10 - Mapa dos estados onde houve impacto no abastecimentos dos Ceasa (Foto: Juliane Souza/G1)13h10 - Mapa dos estados onde houve impacto no abastecimentos dos Ceasa (Foto: Juliane Souza/G1)


13h10 - Mapa das interdições das rodovias federais (Foto: Juliane Souza/G1)


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Revelações De Palocci, Feitas Em Sua Delação, Explodem Uma Nova Bomba No PT E Aniquila Lula, Dilma E Gleisi







Na primeira vez em que ficou frente a frente com o juiz Sergio Moro, em abril de 2017, o ex-ministro e ex-todo-poderoso do PT Antônio Palocci já completava sete meses na cadeia. Foi quando resolveu dar o primeiro passo em busca de um acordo de delação premiada. Ao final de seu interrogatório como réu da Lava Jato, Palocci mandou um recado: “Eu tenho informações para mais de um ano de Lava Jato e entrego tudo: operações realizadas, nomes, endereços”. Desde então, Palocci foi condenado a 12 anos de prisão, denunciado mais três vezes pelo Ministério Público Federal e teve sucessivos pedidos de habeas corpus negados pela Justiça. Agora, Palocci já está preso há 20 meses. A perspectiva de não sair tão cedo da cadeia levou-o ao desespero: emagreceu dez quilos e mergulhou em depressão profunda. Por isso, resolveu escancarar seu explosivo baú de confidências à Polícia Federal. ISTOÉ apurou que a delação contém elementos suficientes para dinamitar o PT, partido que ele ajudou a fundar. Suas revelações, feitas em longos depoimentos à PF em abril, envolvem principalmente os ex-presidentes Lula e Dilma, a quem acusa de práticas de corrupção estratosféricas. “A delação de Palocci destrói o PT”, diz um delegado da PF que participou das oitivas do ex-ministro. O roteiro está concluído e deve servir de base, nas próximas semanas, para novas condenações dos protagonistas do esquema. Como coordenador das campanhas que elegeram Lula e Dilma, Palocci detalhou à PF como eles usaram e abusaram de recursos das empreiteiras, desviados da Petrobras, para financiar as milionárias campanhas eleitorais e também utilizar o dinheiro sujo para o enriquecimento pessoal. E tudo armado dentro do gabinete presidencial no Palácio do Planalto.


A rota da propina
No depoimento, Palocci indicou a rota da propina, não se limitando a revelar como funcionava o esquema de corrupção. Ele citou valores, as empresas que pagavam as propinas e explicou como o dinheiro chegava às mãos dos petistas. Detalhadamente. Forneceu até o nome do motorista que fazia o transporte do dinheiro e as senhas que Lula usava na hora de se referir ao pagamento da propina. Como não dirigia seu próprio carro, Palocci mandava seu motorista particular levar os valores. Na delação, o ex-ministro apresentou datas, horários e locais onde o dinheiro era entregue. Um pacote chegou a ser deixado na sede do Instituto Lula em São Paulo por “Brani” ou Branislav Kontic, assessor direto do ex-ministro, num final de semana, fora do horário do expediente. No total, o ex-presidente, segundo Palocci, recebeu mais de R$ 10 milhões em dinheiro vivo das mãos de Brani. No apagar das luzes de 2010, quando Lula estava na iminência de deixar o Palácio do Planalto, o assessor transportou várias remessas de dinheiro vivo ao petista, em quantias que somavam R$ 50 mil cada pacote. Lula demonstrava discrição. Às vezes, mandava deixar o malote num local previamente combinado. Em outras ocasiões, escalava Paulo Okamotto para o serviço sujo.
As necessidades de lula
Esse dinheiro, de acordo com o depoimento de Palocci, servia para o ex-presidente custear suas próprias despesas. Todos os valores milionários estavam “depositados” na conta “Amigo”, mantida no departamento de propinas da Odebrecht. A conta chegou a ter R$ 40 milhões para atender as necessidades do ex-presidente. Os valores só podiam ser movimentados com autorização de Palocci, o “italiano”. O dinheiro era uma contrapartida à facilitação das operações da Odebrecht no governo Dilma, com quem Marcelo não tinha boa relação. Na delação, Palocci conta que, entre o final de 2013 e início de 2014, sacou da conta “Amigo” R$ 4 milhões para cobrir um rombo nas contas do Instituto Lula. Dessa vez, o ex-presidente designou Okamotto para cumprir a tarefa. Não teria sido a primeira nem a última. As expressões “resolve com o Okamotto” ou “o Okamotto vai lhe procurar” eram a senha para o recebimento da propina.“O Paulo Okamotto (presidente do instituto) me disse que tinha um buraco nas contas e me pediu ajuda para resolver”, explicou Palocci. Okamotto falava em nome de Lula. Autorizado por ele. Sempre.
Além desses valores, o ex-ministro revelou que Lula fechou com o patriarca da empreiteira, Emílio Odebrecht, um “pacote de propinas” no valor de R$ 300 milhões para que o ex-presidente e Dilma utilizassem sempre que fosse preciso. O dinheiro foi usado nas campanhas petistas, sobretudo na de 2014. Os recursos eram usados ainda para pagar palestras fictícias de Lula. Sua empresa de palestras, a LILS, recebeu pelo menos R$ 30 milhões de empreiteiras a título de conferências não realizadas.
Somente durante a criação da Sete Brasil, em 2010, foram desviados R$ 153 milhões, dos quais 50% foram para atender Lula. O esquema foi discutido dentro do Palácio do Planalto, no gabinete presidencial, de acordo com a delação de Palocci. A Sete Brasil foi constituída para produzir sondas de exploração de petróleo para a Petrobras, com a participação da Odebrecht, OAS e UTC. Somente seis sondas da Sete Brasil custariam US$ 4,8 bilhões, com o pagamento de 1% dos contratos em propinas, inclusive para o bolso de Lula, identificado nessa operação como “sapo barbudo” por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e dirigente da Sete Brasil. Já tornada pública, a chamada operação Kadafi foi confirmada por Palocci, segundo apurou ISTOÉ. O ex-ministro ratificou que o líder líbio Muamar Kadafi, morto em 2011, enviou ilegalmente R$ 1 milhão para a campanha de Lula em 2002.


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