quarta-feira, 8 de novembro de 2017

CAMPANHA DE CONVOCAÇÃO PARA O DIA 15 DE NOVEMBRO REVELA NÚMERO SURPREENDENTE





  • 08/11/2017


Há diversas opiniões e críticas e até mesmo acusações de radicalismo sobre a #Intervenção militar. Mas o que está acontecendo na verdade é que na mesma proporção que as pessoas vão tomando conhecimento dos escândalos em que aparece sempre um político envolvido em corrupção, elas vão ficando também cada vez mais desacreditadas e acaba crescendo o número de pessoas que creem que a única solução realmente é uma intervenção militar.
Há cerca de dois meses, um instituto de pesquisas chamado Paraná Pesquisas constatou que cerca de quarenta por cento dos brasileiros, ou seja, aproximadamente oitenta milhões de pessoas querem uma intervenção militar.
Infelizmente, a situação política do Brasil está muito conturbada, chegando ao ponto de um fato que nunca havia acontecido na história do Brasil, com comandantes e generais fazendo convocações e incentivando o povo a ir para as ruas pedir uma intervenção militar e tirar o país do poder político
O General Pujol, Comandante Militar do SUL, disse que uma intervenção não seria necessariamente a solução para os problemas que vem sendo enfrentados pelo país, mas que o povo deve ir para as ruas fazer manifestações de forma ativa.
O comandante disse também que existem várias maneiras de fazer uma mudança no país, e citou como exemplo o povo da Venezuela, que não tem saído das ruas fazendo manifestos.
Segundo o General Pujol, não adianta quase nada ficar usando as redes sociais para se manifestarem; tem que sair para as ruas e mostrar que não estão satisfeitos com a situação, mas de forma passiva.
Hashtag foi usada 5 milhões de vezes no twitter
Mesmo com tantos generais e comandantes dizendo que uma intervenção não é a solução, tem uma grande massa de juristas e especialistas de diversas áreas convencidos de que a saída da crise que o país vivencia é a tomada do poder.
O apoiadores usam suas redes sociais para fazer divulgações de vídeos e investindo recursos para poder alcançar o máximo de pessoas no intuito de convencê-las da ideia de intervenção e tem gerado bons resultados, pois cada dia que se passa, os grupos de apoiadores vão crescendo.
Segundo uma pesquisa feita através de ferramentas especificas que fazem análises em redes sociais , a Revista Sociedade Militar constatou que nos últimos seis meses, o número de pessoas que usaram o termo “intervenção militar” continuou crescendo no país.
Esta análise foi baseada apenas na hashtag “#Dia15PeloBrasil”, que foi usada para fazer uma convocação de um manifesto que acontecerá no dia 15 deste mês. Esta tag conseguiu cerca de cinco milhões de impressões nesta última segunda-feira (06). #Manifestação

Temer anuncia troca do comando da PF; Fernando Segóvia assumirá posto



Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

Carro com empresário Joesley Batista chega à sede da Polícia Federal em BrasíliaCarro com empresário Joesley Batista chega à sede da Polícia Federal em Brasília 11/9/2017 REUTERS/Adriano Machado
Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer oficializou nesta quarta-feira a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, pelo delegado Fernando Segóvia, ex-superintendente da PF no Maranhão.
O Ministério da Justiça confirmou em nota a troca do diretor-geral, como informou a Reuters mais cedo com base em duas fontes com conhecimento do assunto.
"O Ministério da Justiça comunica que o senhor presidente da República escolheu nomear o delegado Fernando Segóvia como novo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal", diz o texto, em que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, ainda agradece o trabalho de Daiello.
Segóvia, que era adido da PF na África do Sul até poucos meses atrás, é delegado da corporação desde 1996, mas estava sem cargo no momento. O delegado, que tem um bom relacionamento pessoal com Daiello mas não era do grupo mais próximo ao atual diretor-geral, dedicou os meses de sua volta ao Brasil para trabalhar pela indicação, inclusive com relações políticas.
Ex-superintendente no Maranhão, Segóvia desenvolveu um bom relacionamento com o grupo peemedebista do ex-presidente José Sarney, contou à Reuters uma fonte que acompanhou a movimentação do delegado.
A troca de comando na PF estava sendo negociada desde o início do governo Temer, mas se intensificou quando Torquato assumiu o ministério. Já de início, o ministro deu a entender que a mudança seria feita.
O nome preferido de Daiello --e também de Torquato-- era do número 2 do atual diretor-geral, Rogério Galloro. Segóvia, no entanto, também era um dos nomes que corriam nos corredores da PF.
Há cerca de dois meses, o ministro chegou a anunciar que Daiello ficaria no cargo. No entanto, a pressão pela troca cresceu nas últimas semanas.
De acordo com uma fonte, Daiello --que não está em Brasília-- foi pego de surpresa pelo anúncio. Na carreira, segundo fontes ouvidas pela Reuters, delegados e agentes da PF também foram surpreendidos pela escolha neste momento. Entre os delegados, não era visto como o nome de maior preferência da categoria.
Ainda assim, os agentes viram um lado bom na escolha: por ser um nome que não estava na lista tríplice da Associação dos Delegados da PF, delegados não poderiam reivindicar a ideia de respeito à chamada lista tríplice da categoria, nos moldes do que ocorre na escolha para procurador-geral da República.
Mais longevo diretor-geral da PF, Daiello foi beneficiado pelo temor dos governos, tanto de Dilma quanto, inicialmente, de Temer, de parecer que estariam tentando interferir nas investigações tocadas pela corporação, especialmente a operação Lava Jato.
Daiello era visto externamente como um fiador da operação, apesar de, dentro da própria PF, não ser tratado desta maneira e ter sua liderança bastante questionada.
Segóvia foi apresentado formalmente nesta quarta-feira a Temer, acompanhado de Torquato. Logo após o rápido encontro, o Ministério da Justiça divulgou a nota oficializando a mudança.

O que a Revolução Russa de 1905 ensina à de 1917?




Revolução Russa de 1905 relaciona-se com a Revolução vitoriosa de 1917 na medida em que esse processo representou um ganho de consciência política para os trabalhadores e também deixou como legado os sovietes

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      Luiz Enrique Vieira de Souza*, Opera Mundi


O marco inicial da Revolução Russa de 1905 foi o episódio conhecido como “Domingo Sangrento”. Nesse dia, uma multidão de trabalhadores de São Petersburgo participava de um protesto pacífico que se encaminhava até o Palácio de Inverno para apresentar suas reivindicações ao czar. Essas reivindicações diziam respeito à melhoria das suas condições de trabalho, incluindo redução da jornada e melhores salários.
O protesto era pacífico, mas mesmo assim o czar reagiu com violência e ordenou que as tropas atirassem nos manifestantes. Houve centenas de mortos e feridos, e a consequência disso foi a radicalização dos protestos. Os trabalhadores organizaram greves massivas nos principais centros urbanos da Rússia, e agora suas reivindicações já não eram de natureza apenas econômica, mas também política. Os trabalhadores perderam a confiança no governo e passaram a exigir uma série de liberdades democráticas, como o direito de organização nos locais de trabalho, a liberdade de imprensa e a convocação do parlamento.
Apesar de essas demandas serem similares às demandas das revoluções burguesas do Ocidente, os empresários industriais sentiram-se acuados em face do protagonismo político dos trabalhadores e preferiram uma aliança com o governo czarista enquanto uma estratégia de preservação dos seus interesses econômicos.
É verdade que esses protestos foram derrotados. Os trabalhadores não tiveram suas reivindicações atendidas e o governo conseguiu recompor suas forças e manter-se no poder por mais de uma década. Mas a Revolução Russa de 1905 relaciona-se com a Revolução vitoriosa de 1917 na medida em que esse processo representou um ganho de consciência política para os trabalhadores e também deixou como legado os sovietes, organismos de democracia direta nos quais os trabalhadores se reuniam para discutir os seus problemas, encontrar as soluções que julgavam mais adequadas e implementar essas decisões enquanto um esforço coletivo.
Tanto Max Weber como os teóricos da social democracia interessaram-se pela Revolução Russa de 1905, não somente pelo que ela representava no contexto do império czarista, mas também porque eles tomaram esse processo revolucionário como base para refletir sobre as condições específicas das questões políticas e sociais na Alemanha.
Em meu livro, fruto de minha tese de doutorado defendida na USP e de um período de investigação na Alemanha, discuto autores que desenvolveram análises originais sobre o assunto. A maneira pela qual cada um deles refletiu sobre a Revolução Russa para pensar as especificidades do desenvolvimento alemão foi orientada por seus próprios valores e concepções políticas.
Max Weber empolgou-se com a Revolução de 1905 porque acreditava que ela poderia representar um sopro de liberdade e se contrapor ao enrijecimento da vida social e à crescente burocratização das instituições políticas na Europa Ocidental. Ele procurou analisar as chances de sucesso da democracia na Rússia, mas constatou com certa amargura que os defensores da liberdade não contavam com o apoio das classes economicamente emergentes.
Ao mesmo tempo, Weber analisou a Revolução Russa sob um ângulo nacionalista, tentando apreender em que medida os conflitos em curso poderiam acirrar as tensões políticas e até mesmo militares entre a Rússia e a Alemanha.
Já no interior do Partido Social Democrata Alemão, as discussões foram marcadas pela seguinte pergunta: em que medida a greve de massas, instrumento de luta dos trabalhadores russos contra o czarismo, poderia ser incorporada com sucesso pelos organismos políticos e sindicais da classe trabalhadora alemã?
Rosa Luxemburgo celebrou os acontecimentos revolucionários na Rússia e interpretou a greve de massas como um fenômeno espontâneo que revelava os descontentamentos dos trabalhadores com suas condições materiais e os cerceamentos políticos que lhes eram impostos. Dessa forma, ela defendia que o Partido Social Democrata Alemão se aproveitasse desse fenômeno para estimular a consciência de classe dos operários alemães e ao mesmo tempo enxergasse na greve de massas uma estratégia que viabilizaria a transição revolucionária para o socialismo.

O olhar de Karl Kautsky variou conforme as circunstâncias. Durante a ascensão revolucionária, ele julgava que as condições para o socialismo na Rússia eram precárias, mas que o movimento dos trabalhadores russos poderia funcionar como um estopim para a radicalização dos trabalhadores na Europa Ocidental. Nesse caso, a revolução social poderia tornar-se uma realidade na Alemanha e assim retroagir sobre o cenário russo. Se a revolução alemã fosse bem-sucedida, as condições para uma transição socialista na Rússia também seriam favorecidas.
Mas, com a derrota da revolução de 1905 e o crescimento eleitoral do Partido Social Democrata Alemão, Kautsky adota uma estratégia defensiva e passa a considerar a greve de massas como uma arma contraproducente para a estratégia eleitoral e institucionalista desse partido.
Por fim, Eduard Bernstein, que ganhou notoriedade como teórico do reformismo no interior do movimento operário alemão, julgava que a greve de massas era um recurso que deveria ser utilizado com parcimônia, apenas em circunstâncias muito excepcionais. Ele era um defensor ferrenho da estratégia parlamentar e a seu ver a greve de massas teria alguma validade apenas para reagir às tentativas das camadas dominantes de colocar obstáculos à democratização da Alemanha. Bernstein enfatizava as diferenças entre os contextos desses dois países e criticava aqueles discursos que no seu entender buscavam romantizar a greve de massas.
Durante a Revolução de Outubro de 1917, esses autores mais uma vez escreveram sobre a Rússia com a preocupação de analisar as consequências daquele processo para a situação da Alemanha.
Neste momento, os dois países estavam num conflito militar e Weber esforçou-se para evitar que os acontecimentos na Rússia interferissem nos esforços de guerra da Alemanha. Ele temia que o setor hegemônico do movimento operário alemão quebrasse o pacto de união nacional, suspendesse a trégua dos conflitos de classe e enveredasse pelo exemplo dado pelos bolcheviques.
No campo da social-democracia alemã, o debate girou em torno das relações tensas entre a revolução de outubro e os pressupostos da democracia. Tanto Kautsky como Bernstein caracterizaram o governo bolchevique como uma ditadura militar que não deveria se confundir com os esforços da classe trabalhadora alemã na consolidação de uma república democrática.
Embora Rosa Luxemburgo tenha polemizado contra o que lhe parecia uma excessiva concentração do poder nas instâncias superiores do governo bolchevique, ela defendeu a Revolução de Outubro, suas conquistas, e principalmente a ousadia dos trabalhadores russos em se contrapor à guerra entre as potências imperialistas por meio da revolução social.
*Luiz Enrique Vieira de Souza é doutor em sociologia pela USP e professor da UFBA. Especialista em processos de modernização e teoria sociológica clássica, foi bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) na Universidade Técnica de Berlim. Em seu novo livro, Espelho Convexo (Alameda) realizou um estágio de pesquisas em Berlim, onde consultou os originais em alemão dos textos dedicados por Max Weber, Rosa Luxemburgo, Karl Kautsky e Eduard Bernstein, à Revolução Russa de 1905 – alguns deles jamais traduzidos integralmente para o português.

PROCURADORIA APONTA 20 ANOS DE ‘OMISSÕES E DESÍDIAS’ DO MINISTÉRIO DA CULTURA








  • 08/11/2017

Na denúncia que levou à Justiça Federal contra 32 investigados da Operação Boca Livre – investigação sobre fraudes e desvios de R$ 21 milhões via Lei Rouanet – a Procuradoria aponta vinte anos de “omissões e desídias” do Ministério da Cultura.
“Foram quase duas décadas repletas de aprovações, pelo MinC, de projetos culturais irregulares, marcadas pela ausência de análise da correspondente prestação de contas e da devida e aprofundada fiscalização, em especial, no que toca aos projetos do Grupo Bellini Cultural, cujas prestações de contas, na sua quase totalidade, não restaram concluídas”, assinala a procuradora Karen Louise Kahn, do Ministério Público Federal de São Paulo.

Segundo a Procuradoria, uma organização criminosa se formou no Grupo Bellini para a prática de estelionatos contra a União e falsidade ideológica. Empresas tradicionais se valeram, na condição de patrocinadoras, de parcerias com o Grupo Bellini para alcançar generosos incentivos fiscais.
A Procuradoria dedica um capítulo inteiro ao Ministério da Cultura. “Da omissão na fiscalização pelo Ministério da Cultura e da continuidade delitiva na execução de projetos fraudulentos.”
A denúncia de Karen insere-se em “um contexto de desvirtuamento dos objetivos da Lei Rouanet, os quais, inobstante a regular captação de recursos instituída para a promoção de projetos culturais em nível nacional, deixaram de ser atingidos por conta dos desvios de recursos públicos promovidos por parte dos denunciados, especialmente, a partir dos falsos registros de pagamentos e da pactuação, entre eles, de contrapartidas ilícitas, dentre outras fraudes detectadas”.
A Lei Rouanet, ao instituir o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) teve como escopo a criação de mecanismos para facilitar a arrecadação de recursos, visando a promoção de projetos culturais que difundissem a cultura brasileira, facilitando à toda a sociedade o livre acesso às fontes de cultura e o pleno exercício dos direitos culturais.
Na dinâmica do processo de aprovação do projeto cultural, a proposta é submetida à Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic), braço do Ministério da Cultura, que avalia a capacidade técnica do proponente – com atuação há pelo menos dois anos na área cultural -, a viabilidade de execução do projeto, seus custos e, por fim, o atendimento à finalidade da Lei Rouanet.
“Incumbe ao Ministério da Cultura, dentre outras atribuições, a aprovação e fiscalização de projetos culturais, dispensando às empresas patrocinadoras o chamado ‘Incentivo Fiscal’, previsto na Lei Rouanet”, destaca a denúncia de 167 páginas. “No presente caso, porém, foi verificada grave omissão do Ministério da Cultura na efetiva fiscalização dos projetos culturais (Pronacs, Programa Nacional de Apoio à Cultura), no bojo dos quais foram detectadas as fraudes denunciadas.”
A Procuradoria assinala que já em 2011, o Ministério da Cultura “fora fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União, que identificou um passivo de 87,94% de Pronacs propostos desde 1992, sem a conclusão da correspondente prestação de contas, e que demandaria cerca de 19 anos para ser efetivada”.
Karen Kahn ressalta que, em 2013, foi constituída uma força-tarefa para a análise das prestações de contas pendentes.
Dentro deste escopo, o Ministério da Cultura fiscalizou 24 projetos do Grupo Bellini Cultural, apresentados no período de 1990 a abril de 2011, “havendo detectado indícios de falsificações nos documentos de comprovação de despesas”.
Tal fato resultou na elaboração da Nota Técnica 01/2013. “Após criar diversos parâmetros para fiscalização, entre 2014 e início 2016, pelos quais somente projetos com captação superior ao valor de R$ 2 milhões seriam submetidos a uma análise financeira completa, o MinC, em 20 de abril de 2016, buscou uma uniformização na análise desse ‘Passivo’, compreendendo as prestações de contas recebidas de 1991 a dezembro de 2011”, segue a acusação formal da Procuradoria.
Nesta linha, aprovou o Manual de Análise de Prestação de Contas Força-Tarefa Passivo, em cumprimento ao Acórdão TCU n.º 1385/2011, “em cujo roteiro o próprio MinC admite que não houve a fiscalização in loco da execução dos projetos”.
“Tal fato revelou a falta de capacidade do Ministério da Cultura em fiscalizá-los, fato este que, facilmente, propiciou o surgimento de associações e organizações criminosas, como a ora denunciada, com desvio de recursos públicos por mais de uma década e em valores que superam a casa dos R$ 21 milhões”, aponta a Procuradoria.
“Somente a partir de tais constatações, que o MinC decidiu por comunicar as diversas irregularidades à Controladoria-Geral da União, solicitando apuração.”
Estas irregularidades, segundo a Procuradoria, consistiram nos seguintes indícios. a) fotos adulteradas, b) comprovantes de bibliotecas adulterados (as quais teriam sido contempladas com livros de acesso ao público, objeto de diversos Pronacs), c) fraudes de documentos e declarações falsas, d) de emissão de notas fiscais inidôneas; f) apresentação de documentos para comprovação que pertenciam a outros Pronacs; g) utilização das mesmas prestadoras de serviços para dispêndios mais substanciais com recursos do Pronac; h) alternância entre as empresas Amazon Books e Solução Cultural na qualidade de proponentes dos projetos e prestadoras de serviços.
Segundo a denúncia, um dos acusados, Felipe Vaz Amorim, do Grupo Bellini, indicou a ausência de fiscalização do Ministério da Cultura, em seu depoimento prestado à Polícia Federal.
“A clara inércia do Ministério da Cultura em apurar devidamente as irregularidades apontadas na denúncia anônima, encaminhada pelo Ministério Público Federal, evidenciou-se, a partir da continuidade na atuação fraudulenta das empresas do grupo (Bellini), não impedindo a perpetuação de suas fraudes, inobstante diversos indícios das fraudes já tivessem vindo à tona, durante o trâmite do procedimento administrativo interno instaurado. que a estrutura administrativa voltada para tal apenas foi criada após o acórdão do Tribunal de Contas da União em que foi determinada a adoção de providências quanto ao estoque de prestações de contas existente”, segue a Procuradoria.
Felipe Amorim declarou que o MinC “não realizava a análise na prestação de contas dos projetos culturais, esclarecendo que no período de 2001 a 2011 acredita que houve a análise de prestação de contas de somente 5 projetos, dentre dezenas, os quais foram aprovados”.
“Somente depois que o MinC recebeu uma denúncia envolvendo o Grupo Bellini é que começaram a ocorrer análise nas prestações de contas”, disse Amorim. “Até 2012, não havia regulamentação específica na forma como as prestações de contas deveriam ser realizadas.”
A procuradora Karen Kahn é enfática. “Foram quase duas décadas repletas de aprovações, pelo MinC, de projetos culturais irregulares, marcadas pela ausência de análise da correspondente prestação de contas e da devida e aprofundada fiscalização, em especial, no que toca aos projetos do Grupo Bellini Cultural, cujas prestações de contas, na sua quase totalidade, não restaram concluídas.”
Segundo a denúncia, a Operação Boca Livre apurou o descumprimento de diversos procedimentos legais que visavam evitar a utilização indevida de recursos públicos, como: a) o princípio da não-concentração por segmento e por beneficiário, previsto no artigo 19, parágrafo 8º da Lei 8313/91; b) a não fiscalização dos projetos durante sua execução, em descumprimento ao artigo 20, caput, da Lei 8313/9113; c) a avaliação final totalmente extemporânea, em dissonância ao disposto no artigo 20, parágrafo 1º da Lei 8313/91.
“Diante da manifesta desídia e omissão do Ministério da Cultura em empreender a devida fiscalização quanto à aprovação dos projetos culturais que lhe foram, à época, apresentados, persistem fortes indícios da prática de prevaricação e possível corrupção por servidores da Secretaria de Fomento e Incentivo a Cultura, muito embora ainda não identificados, circunstâncias essas que permitiram que o Grupo Bellini Cultural continuasse desviando recursos públicos ao longo de quase vinte anos”, acusa a Procuradoria.
“Estes e outros desvios de recursos públicos, com elevados danos ao erário, vieram corroborados pelo referido Relatório de Auditoria n.º 20160011615 elaborado pela Controladoria Geral da União, indicando a necessidade de melhor apuração de responsabilidades, no âmbito civil e administrativo, em especial, envolvendo a atuação omissão ou ilegal de servidores, inclusive, no tocante à aprovação e fiscalização dos projetos culturais junto à Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic), responsável pela aprovação e fiscalização dos projetos”, argumenta o Ministério Público Federal.
Defesas
O Ministério da Cultura
“Em relação à denúncia realizada nesta segunda-feira (6) pelo Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) de 32 suspeitos de participarem de organização criminosa liderada por Antônio Carlos Bellini, que teria desviado recursos captados via Lei Rouanet para benefício próprio, o Ministério da Cultura esclarece que:
1. O MinC iniciou investigação interna deste caso em 2011, a partir de denúncia recebida pelo Ministério Público. As irregularidades identificadas nos projetos do Grupo Bellini foram informadas ao Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União em 2013, e resultaram na Operação Boca Livre, deflagrada pela Polícia Federal em 2016.
2. O Ministério da Cultura inabilitou as empresas identificadas, que não tiveram mais nenhum projeto admitido.
3. No curso das investigações, os técnicos do MinC descobriram que a organização criminosa desenvolveu novas estratégias: passou a operar com outras empresas, com outro CNPJ. À medida em que o MinC identificava novas empresas, as inabilitava e comunicava ao Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União.
4. O Ministério da Cultura esclarece que não repassa recursos públicos de seu orçamento para realização de projetos culturais via Lei Rouanet. O MinC é responsável por analisar os requisitos objetivos e aprovar os projetos culturais apresentados. Tais projetos são apoiados financeiramente por pessoas físicas ou jurídicas. Em contrapartida, o governo federal abre mão de até 100% do valor desembolsado deduzido do imposto devido (artigo 18 da Lei 8.313/1991), dentro dos percentuais permitidos pela legislação tributária.”
O Grupo Bellini ainda não retornou ao contato da reportagem

MILHÕES ABANDONADOS! DINHEIRO EM BANCO FALIDO PODE SER DE PETISTAS






  • 08/11/2017


Autoridades portuguesas investigam se pertencem a políticos brasileiros ao menos parte dos 40 milhões de euros (R$153 milhões) abandonados no Banco Espírito Santo (BES), que faliu. Os titulares dos investimentos não apareceram. A Comissão de Liquidação os procura desde agosto de 2016. O BES mantinha relações promíscuas com próceres da era Lula, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Presidente do BES por 20 anos, Ricardo Salgado contou ao Ministério Público português que pagava propina mensal de R$100 mil a Dirceu.

A “mesada” ao ex-braço direito de Lula era para ajudar a Portugal Telecom na compra da brasileira Oi, durante o governo do PT.
A suspeita é que o dinheiro “abandonado” tem origem suja. Está em outros bancos, em “contas jumbo”, cujos titulares não são identificados.
O Ministério Público de Portugal investiga as relações de executivos do país com políticos petistas, especialmente Lula, na Operação Marquês.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

OPERAÇÃO GABARITO! ESQUEMA LIDERADO POR ALAGOANOS LUCROU R$ 29 MILHÕES FRAUDANDO CONCURSOS




  • 08/11/2017




Responsável pela ação policial que desbaratou uma quadrilha responsável por lucrar R$ 29 milhões fraudando 98 concursos públicos, em pelo menos 15 estados do Brasil, o delegado de Defraudações e Falsicações de João Pessoa-PB, Lucas Sá, revelou detalhes da organização criminosa caçada pela Operação Gabarito. E disse que Alagoas, Paraíba e Pernambuco são os estados com mais concursos fraudados.
Segundo Lucas Sá, os principais líderes da quadrilha que cobrava até R$ 150 mil por vaga seriam os irmãos alagoanos Flávio Nascimento Borges, de 34 anos, e Vicente Fabrício Borges, de 32 anos, que são policiais militares aprovados em um dos 29 concursos que teriam sido aprovados de maneira fraudulenta.

AL, PB E PE LIDERAM DE MÁFIA, DESSE LUCAS SÁ (REPRODUÇÃO G1)
Em entrevista ao G1, o delegado revelou ainda que um dos líderes da quadrilha era secretário-adjunto de uma cidade alagoana. “Sempre que ele ia para lá se encontrava com os outros criminosos, tanto é que Paraíba, Pernambuco e Alagoas são os estados com mais concursos fraudados”, relatou o delegado.
A investigação identificou ainda que, em Alagoas, a quadrilha conseguiu aprovar candidatos de forma fraudulenta nos seguintes concursos: Em 2012, da UFAL – Fundepes e do IFAL. Em 2013, do TRT 19ª Região, de Alagoas. Em 2016: da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). E, em 2017, do IFAL; do Ministério Público de Alagoas; do Tribunal de Justiça de Alagoas; e da Prefeitura de Maceió.
Deflagrada há seis meses, Operação Gabarito está em sua quarta fase, investiga 82 suspeitos e já prendeu 31 acusados. E o delegado Lucas Sá identificou a organização comandada pelos irmãos alagoanos como uma “empresa sólida”, com 12 anos de mercado, e que movimentou R$ 29 milhões, ao aprovar mais de 500 pessoas em concurso, blindando informações sobre os envolvido, mas obtendo o máximo de dados dos interessados.
“Eles se encontravam em locais públicos, restaurantes, praças. Pegavam os dados das pessoas sem nem sequer dizer seu nome. Eles conversavam um bom tempo com os candidatos antes de aceitá-lo na organização criminosa e só depois de sentir que a pessoa não os denunciaria”, revelou o delegado, na entrevista ao G1.
Os alagoanos apontados como líderes da quadrilha foram presos, em maio, em condomínio de luxo em João Pessoa, na casa com piscina ocupada pela dupla durante dois meses.
Veja a lista completa dos concursos que a quadrilha conseguiu fraudar:
  1. 2005 – CBTU João Pessoa
  2. 2006 – Câmara Municipal de João Pessoa – Funiversa
  3. 2008 – Polícia Militar da Paraíba – Comvest/UEPB
  4. 2008 – Fundac-PB – Cespe
  5. 2009 – Polícia Civil do RN – Cespe
  6. 2010 – Guarda Municipal de Cabedelo – IBFC
  7. 2010 – Detran-RN – Fundação Getúlio Vargas/FGV
  8. 2011 – Concurso da Coperve – IFPB
  9. 2012 – Guarda Municipal de Bayeux – Contemax Consultoria Ltda
  10. 2012 – Guarda Municipal de João Pessoa – IBFC
  11. 2012 – Prefeitura de Santa Rita – Asperhs
  12. 2012 – Concurso da UFAL – Fundepes
  13. 2012 – IFAL
  14. 2013 – CFO Bombeiros Paraíba – CPCon/UEPB
  15. 2013 – Concurso do IFPB – IFPB
  16. 2013 – TRT 19ª Região (Alagoas)
  17. 2013 – Departamento Penitenciário Nacional (Depen) – Cespe
  18. 2013 – ALPB – Assistente Administrativo – Fundação Carlos Chagas/FCC
  19. 2013 – Detran-PB – Funcab
  20. 2013 – Delegado da Polícia Federal
  21. 2014 – CFO PM Paraíba – Funape
  22. 2014 – Agente da Polícia Federal – Cespe
  23. 2014 – Polícia Civil do Distrito Federal
  24. 2014 – CFO Bombeiros Paraíba – IBFC
  25. 2014 – Auditor Fiscal de Olinda (PE)
  26. 2014 – UEPB – CPCon/UEPB
  27. 2014 – TRT 13ª Região – Fundação Carlos Chagas/FCC
  28. 2014 – Concurso da Conab 1
  29. 2014 – Guarda Municipal de Recife
  30. 2014 – Polícia Rodoviária Federal – Cespe
  31. 2014 – Câmara Municipal de Cabo de Santo Agostinho/PE
  32. 2014 – Agência Estadual de Regulação de Pernambuco (ARPE)
  33. 2015 – Ministério Público da Paraíba – Fundação Carlos Chagas/FCC
  34. 2015 – Concurso do IFPB – IFPB
  35. 2015 – UFPB – Coperve
  36. 2015 – Prefeitura Municipal de Campina Grande – CPCon/UEPB
  37. 2015 – TRE-SE – Fundação Carlos Chagas/FCC
  38. 2015 – Guarda Municipal de Vitória de Santo Antão/PE
  39. 2015 – Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe)
  40. 2015 – Prefeitura de Ipojuca/PE
  41. 2016 – Prefeitura de João Pessoa – Agente de Fiscalização – Quadrix
  42. 2016 – Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE
  43. 2016 – UFPE – Covest
  44. 2016 – TRE-PB – Fundação Carlos Chagas/FCC
  45. 2016 – Concurso Contemax – Contemax
  46. 2016 – IBGE – Fundação Getúlio Vargas/FGV
  47. 2016 – Ebserh – Hospitais Universitários – Instituto AOCP
  48. 2016 – Prefeitura Municipal do Conde – Advise
  49. 2016 – Prefeitura de Alhandra – Fiscal Tributário – Educa-PB
  50. 2016 – Polícia Militar de Pernambuco
  51. 2016 – Dataprev
  52. 2016 – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
  53. 2016 – Guarda Municipal do Conde
  54. 2016 – Departamento Penitenciário Nacional (Depen)
  55. 2016 – HUAC
  56. 2016 – Anvisa
  57. 2016 – INSS
  58. 2016 – Enem 2016 – INEP
  59. 2016 – TRE-SP
  60. 2016 – CRM-PB
  61. 2016 – UNB – Professores
  62. 2016 – Auditor Fiscal do Piauí
  63. 2017 – Ebserh – HUAC – Instituto AOCP
  64. 2017 – Técnico Administrativo da UEPB – CPCon/UEPB
  65. 2017 – Ministério Público do Rio Grande do Norte – Comperve
  66. 2017 – Anvisa
  67. 2017 – IFAL
  68. 2017 – IFBA
  69. 2017 – Bombeiro Militar do Rio Grande do Norte
  70. 2017 – TRT-PE
  71. 2017 – Tribunal de Justiça de Pernambuco – IBFC
  72. 2017 – TRE-SP – Fundação Carlos Chagas/FCC
  73. 2017 – Polícia Civil de Pernambuco
  74. 2017 – TRE- PE
  75. 2017 – Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco
  76. 2017 – Ministério Público da Bahia
  77. 2017 – Ministério Público de Alagoas
  78. 2017 – Tribunal de Justiça de Alagoas
  79. 2017 – UFBA
  80. 2017 – TRE 11ª Região (Amazonas) – Fundação Carlos Chagas/FCC
  81. 2017 – Prefeitura de Maceió (Alagoas) – Copeve
  82. 2017 – Concurso do TRF 2ª Região – Consulplan
  83. 2017 – TRF Rio de Janeiro
  84. 2017 – Ministério Público da União
  85. 2017 – INSS
  86. 2017 – Enem 2017 – INEP
  87. (ano não identificado) Polícia Civil do Piauí
  88. (ano não identificado) Polícia Civil de Sergipe
  89. (ano não identificado) Governo do Estado do Piauí
  90. (ano não identificado) Agente Penitenciário do Ceará
  91. (ano não identificado) Bombeiro Militar do Piauí
  92. (ano não identificado) TRE – Roraima
  93. (ano não identificado) Auditor da Sefaz/AM
  94. (ano não identificado) Guarda vigilante de São José da Coroa Grande (PE)
  95. (ano não identificado) TRT 11ª Região – Amazonas
  96. (ano não identificado) TRT São Paulo
  97. (ano não identificado) TRT Mato Grosso do Sul
  98. (ano não identificado) TRF 4ª Região (Rio Grande do Sul)

Senado Coloca Na Pauta Projeto Que Libera Jogos De Azar




Senado deve discutir nos próximos dias projeto que autoriza a exploração de jogos de azar, cuja tributação poderá gerar recursos para a saúde e para um fundo voltado à segurança pública, demanda de governadores que, em peregrinação em Brasília, defenderam a aprovação no Congresso de uma pauta federativa que os ajude a fechar as contas em seus Estados.
Após reunião com governadores e representantes dos Estados em Brasília, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), defendeu a necessidade do tema ser abordado, tendo como condição a vinculação desses recursos para a segurança pública e saúde.

Devemos discutir uma outra realidade…. a questão dos jogos, que estão inclusive sendo feitos pelos aplicativos, para que daí a gente tenha uma remuneração vinculada para que se crie esse fundo (de segurança pública) verdadeiro e não apenas no papel”, disse o senador mais cedo.
Na mesma linha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demonstrou simpatia pelo tema, já defendido por ele em outras ocasiões. Para o deputado, a “ideia é boa”, mas pode não ser totalmente efetiva para as contas públicas se não for feita uma “reforma do estado brasileiro”, emendando na defesa da aprovação de novas regras para a Previdência.
“Acho que a ideia é boa, de você liberar os cassinos no Brasil, porque acho que a receita, mais do que a receita, o emprego vai ser muito grande, principalmente naquelas estruturas onde há complexos de turismo”, disse Maia.
“É louvável que todos estejamos preocupados com como financiaremos a segurança pública no Brasil, mas eu acho que … se nós não resolvermos a questão previdenciária, não teremos recursos, mesmo com a liberação dos jogos”, afirmou.
O projeto a ser discutido pelo Senado permite a exploração dos chamados jogos de azar. A receita obtida por meio da tributação da atividade seria repartida entre Estados e municípios.