segunda-feira, 5 de junho de 2017

LÚCIO FUNARO JÁ ESTÁ ‘NA SALA DE ESPERA’ DA DELAÇÃO



DELAÇÃO PREMIADA


'OPERADOR' LIGADO A EDUARDO CUNHA DECIDIU NEGOCIAR DELAÇÃO
Publicado: 05 de junho de 2017 às 00:01 - Atualizado às 00:15


Lúcio Funaro está preso desde julho, acusado por envolvimento em esquema de cobrança de propinas na liberação de empréstimos do FI-FGTS (Alexandre Schneider/VEJA)


Dono de uma das línguas mais temidas do País, o doleiro Lúcio Funaro “está na sala de espera da delação”, de acordo com definição de um criminalista que participa do caso, tentando livrar seu cliente da vida dura do cárcere no presídio da Papuda, em Brasília. A força-tarefa da Operação Lava Jato em princípio tem interesse em negociar acordo de colaboração por reconhecer o poder de fogo devastador de Funaro. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Preso na Lava-Jato, Funaro aparece nos grampos de Joesley Batista como recebedor de mesada para não fazer delação premiada. 
Há a expectativa de que Lúcio Bolonha Funaro delate o ex-deputado Eduardo Cunha, de quem seria “operador”.
Eduardo Cunha, que ainda não cogita delação, já declarou não ter “relações comerciais” com ele.
A dificuldade inicial para delação era que Funaro deseja colocar no mesmo pacote as operações Sépsis e Lava Jato.





Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Realmente é tudo diferente agora fica muito claro: Na vida Militar se errar borra o livro cadeia ou reserva automática!

Esses corruptos são genocidas, são eles que matam as pessoas que estão morrendo nas filas dos hospitais em todo Brasil. Verdadeiramente os maiores traidores da pátria e seu povo!


A Suprema Corte de nosso país tem bandido de toga “Michel Temer diz ter 2 Ministros no Supremo; Joesley Batista diz ter 2 Juízes e 1 procurador. Notícias de vendas de sentenças? ” contra a justiça e o povo de uma nação, imagine nos estados que compõem está nação, ou seja, os bandidos de toga estão em todas as instâncias e departamento da administração pública. Com suas raras exceções!

Organização criminosa
PGR cita depoimento de Joesley sobre pagamento de “mensalidade” de R$ 400 mil a Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, e afirmação do empresário de que Temer deu sinais claros de que seria importante manter financeiramente ambos  e as famílias.

Prevaricação

Joesley relatou em conversa com Temer o plano para interferir em uma investigação em Brasília. É ilegal  um servidor público tomar conhecimento de conduta irregular de outra pessoa  e não comunicar às autoridades

Corrupção

Procuradoria-Geral menciona, entre outros elementos, depoimento de Joesley, que afirma que Temer intercedeu pessoalmente a favor dele no BNDES. Cita ainda depoimento que afirma que Temer fazia parte do  “esquema do PMDB da Câmara”.

Obstrução de Justiça


Ao citar suspeitas sobre Aécio, a PGR vê indicativos de Temer também em articulações que buscam ‘impedir que as investigações da Lava Jato avancem’, por meio de controle de medidas legislativas ou controle de indicação de Delegados para inquéritos.


Janot volta a criticar Aécio: “ele ludibriou os cidadãos”



BRASIL

Ao requisitar novas diligências contra o tucano, o procurador disse que o político enganou sobretudo os que confiaram 51 mi de votos nas eleições de 2014




Brasília – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) “ludibriou os cidadãos brasileiros”.
“Sobretudo seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais (2014)”, afirmou o procurador, ao requisitar novas diligências contra o tucano.
Essas novas investigações foram requeridas na cota da denúncia – expediente por meio do qual, paralelamente ao oferecimento de acusação formal, a Procuradoria pede outras providências.
Entre as novas medidas, a Procuradoria quer um inquérito específico para investigar Aécio por suposto crime de lavagem de dinheiro.
Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça. A Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio, pegou o senador, segundo a Procuradoria, extorquindo.R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, acionista da JBS.
Além de Aécio, a Procuradoria acusa sua irmã, Andréa Neves, um primo dele, Frederico Pacheco, o Fred, e um ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
“Os fatos perpetrados pelos denunciados, devidamente descritos na peça acusatória, possuem significância que transportam os limites da tolerabilidade, causando frustração à comunidade”, aponta Janot.
“Os crimes praticados na sorrelfa, valendo-se do mandato eletivo, possuem alto grau de reprovabilidade, causam comoção social, descrédito, além de serem capazes de produzir intranquilidade social e descrença da população, vítima mediata da prática criminosa de tal espécie.”
Sobre Aécio, o procurador é taxativo. “Tinha grande projeção política. Foi presidenciável e, até os fatos serem desvelados, presidente do PSDB. Ludibriou os cidadãos brasileiros e, sobretudo, seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais. Não há dúvida, portanto, que o delito perpetrado causou abalo moral à coletividade, interesse este que não pode ficar sem reparação.”

Defesa

Nota da defesa do senador Aécio Neves:
“A Defesa do Senador Aécio Neves recebe com surpresa a notícia de que, na data de hoje, foi oferecida denúncia contra ele em relação aos fatos envolvendo o Sr. Joesley Batista. Diversas diligências de fundamental importância não foram realizadas, como a oitiva do Senador e a perícia nas gravações. Assim, a Defesa lamenta o açodamento no oferecimento da denúncia e aguarda ter acesso ao seu teor para que possa demonstrar a correção da conduta do Senador Aécio Neves.
Alberto Zacharias Toron”

STF avalia como 'guerra aberta' ataque de Temer a Fachin




Aliados de Michel Temer protocolam pedido de explicação sobre relação do ministro Edson Fachin com o delator Ricardo Saud






POLÍTICA SUPREMOHÁ 2 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO


A base aliada do presidente Michel Temer adotou a estratégia de atacar o ministro Edson Fachin, do SupremoTribunal Federal, sugerindo uma possível ligação dele com a JBS quando ainda não estava no quadro da STF. Os aliados de Temer protocolaram na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara um pedido de explicações do ministro sobre sua relação com Ricardo Saud, lobista e delator da JBS.


No entanto, como destaca a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o pedido foi recebido no Supremo como sinal de 'guerra aberta'. Membros da Corte avaliam que a iniciativa é uma tentativa de intimidação e alguns sugerem que o STF analise a ofensiva dos deputados da base do presidente como forma de 'coação'.
Fachin não tem o apoio de todo o colegiado, pois uma ala do STF considera que o ministro tem excesso de individualismo e inexperiência. Segundo a publicação, o clima no Supremo está pesado e os ministros andam trocando 'farpas' nos bastidores.






Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Realmente é tudo diferente agora fica muito claro: Na vida Militar se errar borra o livro cadeia ou reserva automática!

Esses corruptos são genocidas, são eles que matam as pessoas que estão morrendo nas filas dos hospitais em todo Brasil. Verdadeiramente os maiores traidores da pátria e seu povo!


A Suprema Corte de nosso país tem bandido de toga “Michel Temer diz ter 2 Ministros no Supremo; Joesley Batista diz ter 2 Juízes e 1 procurador. Notícias de vendas de sentenças? ” contra a justiça e o povo de uma nação, imagine nos estados que compõem está nação, ou seja, os bandidos de toga estão em todas as instâncias e departamento da administração pública. Com suas raras exceções!

Organização criminosa
PGR cita depoimento de Joesley sobre pagamento de “mensalidade” de R$ 400 mil a Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, e afirmação do empresário de que Temer deu sinais claros de que seria importante manter financeiramente ambos  e as famílias.

Prevaricação

Joesley relatou em conversa com Temer o plano para interferir em uma investigação em Brasília. É ilegal  um servidor público tomar conhecimento de conduta irregular de outra pessoa  e não comunicar às autoridades

Corrupção

Procuradoria-Geral menciona, entre outros elementos, depoimento de Joesley, que afirma que Temer intercedeu pessoalmente a favor dele no BNDES. Cita ainda depoimento que afirma que Temer fazia parte do  “esquema do PMDB da Câmara”.

Obstrução de Justiça


Ao citar suspeitas sobre Aécio, a PGR vê indicativos de Temer também em articulações que buscam ‘impedir que as investigações da Lava Jato avancem’, por meio de controle de medidas legislativas ou controle de indicação de Delegados para inquéritos.

O que esperar do julgamento de Temer no TSE nesta semana



BRASIL

Cinco analistas políticos ouvidos por EXAME.com apostam que o julgamento sobre a cassação da chapa Dilma-Temer deve ser adiado




Justiça, julgamento
Julgamento (Thinkstock/Thinkstock)



São Paulo – O destino do presidente Michel Temer pode ser decidido a partir desta terça-feira (6) durante o julgamento da chapa que venceu a eleição presidencial de 2014. Se Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir que houve irregularidades no financiamento de campanha, Temer e Dilma Rousseff podem ser cassados.
A única certeza que os analistas políticos e consultorias ouvidos por EXAME.com têm é que, dada a complexidade do debate, o caso não será resolvido nesta semana. Entenda:

Eurasia

A expectativa da Eurasia é de que os ritos do julgamento no TSE sejam cumpridos, mas que os debates tomem muito tempo e a decisão final seja remarcada para o fim do mês.
Em relação ao resultado, a consultoria ainda aposta em 70% de chance de Temer não terminar o mandato, mas admite que a pressão para que ele saia via julgamento no TSE diminuiu.
A Eurasia avalia que há grandes chances de três dos sete ministros do TSE votarem pela cassação (Herman Benjamin, Carmen Lucia e Luiz Fux), e um ser contra (Gilmar Mendes).
Os fiéis da balança, portanto, seriam Napoleão Nunes (que está tendendo a votar contra), Admar Gonzaga e Tarcísio de Carvalho.

Pulso Público

A Pulso Público tem pesado mais, nos últimos dias, a hipótese de o TSE tomar uma decisão favorável a Temer, provavelmente na forma de uma aceitação da denúncia contra a chapa, mas absolvição dos candidatos.
“Qualquer resultado que venha a ocorrer vai ser apertado, seja para cassar a chapa ou absolvê-la. A diferença deve ser de um voto para qualquer um dos lados”, segundo Marcelo Issa, sócio da consultoria.

Prospectiva

A Prospectiva aposta em um pedido de vista ou no prolongamento das discussões nas sessões do TSE nesta semana. De acordo com o  analista Thiago Vidal, se isso de fato acontecer, a chance de o Temer permanecer no governo aumenta.
Nesse caso, mesmo que o TSE decida pela cassação futuramente, Temer ainda pode recorrer no STF e alongar sua permanência no governo, o que lhe daria tempo de retomar a governabilidade.

Tendências

Para a Tendências, o processo está complicado por vários fatores: os advogados de defesa das partes estão tentando anular a inclusão da delação da Odebrecht; há o fator político na delação da JBS; e a defesa de Temer tenta separar a chapa no julgamento.
“É muito provável que haja um pedido de vista, porque houve uma mudança na composição da corte desde a última sessão de julgamento, e essa interpretação ganhou força depois das declarações de Gilmar Mendes de que o TSE não tem preocupação política“, afirma Rafael Cortez.

Ricardo Caldas

Para o professor e Diretor do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB, Ricardo Caldas, o julgamento não é segredo para ninguém.
“A expectativa é de que vão pedir vistas, e daí não tem prazo para se resolver. A tentativa do governo é de empurrar essa decisão para o segundo semestre [depois do recesso de julho]. Nesse caso o tempo conta a favor de Temer”, afirmou.

Cracolândia, o perene flagelo político





Política

São Paulo


por Débora Melo e Rodrigo Martins — publicado 05/06/2017 00h30, última modificação 04/06/2017 14h07
A despeito das evidências científicas e experiências internacionais, Doria reedita a malfadada política de impor "dor e sofrimento" aos usuários

Cracolândia
O governo estadual e a prefeitura montaram uma verdadeira operação de guerra na região


máquina de propaganda de João Doriaresistiu mais que os cem dias do último governo de Napoleão Bonaparte. Não muito além, contudo. Vencida a quarentena que parte da mídia concede aos estreantes no poder, não havia mais como disfarçar a incompetência do alcaide que se vendeu ao eleitorado como atilado gestor. Com o fiasco da intervenção da prefeitura de São Paulo na Cracolândia, até mesmo os veículos de comunicação mais simpáticos à administração municipal começaram a se distanciar do tucano, inofensivo quando fantasiado de trabalhador, mas perigosamente delirante ao impor soluções simplistas à maior e mais populosa cidade da América do Sul.
As forças policiais ainda não haviam concluído a remoção forçada de centenas de usuários de drogas do quadrilátero compreendido entre a Rua Helvétia e as alamedas Dino Bueno e Cleveland, quando Doria sacramentou: “A Cracolândia acabou, não vai voltar mais”. A declaração seria cômica, não fosse o trágico contexto no qual está inserida. A megaoperação realizada pelo governo estadual e pela prefeitura dispersou os dependentes pelas ruas do Centro. O “fluxo”, como é conhecida a cena de comércio e uso de drogas, apenas mudou de endereço. Hoje encontra-se na Praça Princesa Isabel, a menos de 500 metros do antigo território, “extinto” segundo Doria. Outras aglomerações podem ser vistas nas ruas Guaianases, do Triunfo e nos arredores das estações Júlio Prestes e da Luz.
Apresentado ao crack ainda criança e morador da Cracolândia desde 1992, Marcos Antonio de Moura está habituado à vida itinerante imposta pelas abordagens repressivas. “A operação deles dura três, quatro dias, depois desaparecem. Chegam batendo, espancando as pessoas, mandam todo mundo ir embora. Então a gente fica vagando pelo Centro. Um pouquinho aqui, um pouquinho ali. Se não tem droga, tem que correr atrás de outro fluxo.”
Marcos Antonio de Moura
'A polícia não diferencia morador, noia ou traficante', lamenta Marcos, na Cracolândia desde 1992
Dos lábios inflamados pelo uso constante de cachimbos improvisados, ressoa uma fala pausada, tranquila, contrastante com a agitação das mãos. Com 35 anos de idade e distanciado da família pelo vício, Marcos faz questão de mostrar a carteirinha do programa De Braços Abertos, no qual presta serviços de varrição de rua em troca de moradia, comida e 15 reais por dia trabalhado. Orgulha-se de ter reduzido o próprio consumo diário de 20 pedras de crack para 8, e ressente-se ao ser igualado a traficantes ou a criminosos que atuam na região. “A polícia não quer saber se tem criança, se há algum morador, se todo mundo é noia (viciado), se tem algum trabalhador, não estão nem aí pra nada.”
Há cinco anos, o então prefeito Gilberto Kassab, hoje ministro da Ciência e Tecnologia de Michel Temer, também solicitou apoio do governo estadual para uma intervenção na Cracolândia. A exemplo do ocorrido agora, a “Operação Sufoco”, baseada na política de "dor e sofrimento", como as próprias autoridades admitiram à época, promoveu uma macabra procissão pelas ruas de São Paulo, com hordas de usuários envoltos em cobertores à procura de droga e a correr dos homens fardados. Durante dez dias, a Polícia Militar prendeu 60 indivíduos e apreendeu apenas meio quilo de crack nas ruas do Centro, o que um único usuário pode consumir em um mês. A Defensoria Pública colecionou dezenas de denúncias de abuso, entre elas a de um usuário que teve o braço quebrado.
Na recente operação, o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico da Polícia Civil (Denarc) apresentou 12,3 quilos de crack, 6,5 quilos de maconha, 655 gramas de cocaína, além de uma quantidade residual de haxixe, LSD e ecstasy. Dos 53 detidos, 48 foram presos por tráfico, três adolescentes foram apreendidos pelo mesmo motivo e dois responderão por roubo a uma padaria. Os números parecem superlativos quando comparados aos de 2012, mas são irrisórios diante do contingente de 976 policiais, sendo 480 agentes civis e 496 militares, mobilizados para a intervenção.
Praça Princesa Isabel
Agora, a 'extinta' Cracolândia tem novo endereço: a Praça Princesa Isabel (Juarez Santos/F. Públicas)
Não bastasse, a prefeitura valeu-se de um controverso decreto para demolir imóveis na região, lacrou bares e restaurantes sem prestar qualquer esclarecimento aos comerciantes, e nem sequer publicou em Diário Oficial as diretrizes do seu novo programa, Redenção. Na atabalhoada intervenção, uma retroescavadeira atingiu a parede de uma pensão ainda ocupada, ferindo moradores. Nenhum serviço para acolher os removidos da região estava pronto. Irritada com a ação “desastrosa”, como ela própria definiu, a secretária de Direitos Humanos, Patrícia Bezerra (PSDB), entregou a sua carta de demissão. Segundo ela, o plano original não previa repressão policial, o que levou à dispersão dos usuários e dificultou a aproximação de agentes de saúde e assistentes sociais.
As demolições foram propiciadas um decreto assinado por Doria em 19 de maio, declarando a área “de utilidade pública”. Ou seja, os imóveis poderão ser “desapropriados judicialmente ou adquiridos mediante acordo” para “implantação de equipamento público”. Na avaliação de João Sette Whitaker, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o objetivo por trás da iniciativa é promover uma “limpeza social” para uma grande intervenção urbanística no local. “Vale observar que, para retirar as pessoas à força, o prefeito teria que ter a imissão na posse expedida por algum juiz, dentro de um processo desapropriatório, o que é impossível ter ocorrido em menos de uma semana. Por sorte, a valente Defensoria Pública de São Paulo conseguiu que a Justiça suspendesse as demolições”, diz o urbanista, ex-secretário da Habitação de Fernando Haddad (PT).
Na segunda-feira 29, integrantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos realizaram uma vistoria na região da Cracolândia. O grupo pretende elaborar um relatório sobre a situação e apresentá-lo aos organismos nacionais e internacionais. “Coletamos dezenas de relatos de abusos. Os moradores e comerciantes desalojados foram tratados como traficantes. Os usuários nos mostraram hematomas, escoriações e marcas de bala de borracha pelo corpo. Todos estão receosos de procurar os programas sociais e de saúde, com medo de serem internados à força. Após a dispersão, eles já começam a se reagrupar, como vemos na Praça Princesa Isabel, um misto de feira livre de drogas e de campo de refugiados”, lamenta o advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe).
Ativista da Craco Resiste, movimento que luta por um tratamento mais humanitário aos usuários e dependentes químicos, Marcos Vinícius Maia, de 35 anos, acompanhou de perto a megaoperação policial, iniciada na madrugada do dia 21. “Montaram um verdadeiro aparato de guerra. Embora os traficantes sejam minoria na Cracolândia, os policiais lançaram bombas de efeito moral e efetuaram disparos de bala de borracha contra todos que estavam no ‘fluxo’ naquele momento. Até hoje temos pessoas desaparecidas. Montamos até uma comissão para investigar o paradeiro delas”, relata Maia, formado em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo. “Agora, eles estão muito mais desconfiados da aproximação de qualquer pessoa disposta a ajudar”.
Marcos Maia (Craco Resiste)
Marcos Maia, ativista da Craco Resiste, relata o desaparecimento de usuários (Foto: Alice Vergueiro)
Apenas em janeiro de 2014, na gestão do petista Haddad, a prefeitura paulistana buscou enfrentar o problema com uma abordagem não repressiva, inspirada no conceito do Housing First, implementado desde os anos 1980 em diversas metrópoles da América do Norte. A administração municipal passou a oferecer moradia, três refeições diárias, trabalho e cursos profissionalizantes aos usuários de drogas em situação de rua, sem exigir deles abstinência. Decrépitos hotéis e pensões da região da Luz foram reformados para acolher os beneficiários, com liberdade de entrar e sair quando bem entendessem.
De acordo com uma pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde, divulgada em 2016, 88% dos atendidos pelo programa afirmam ter reduzido o consumo de crack. O número médio de pedras usadas caiu de 42 por semana para 17, redução de 60%. Além disso, 84% garantiam estar em tratamento de saúde contra a dependência, embora a adesão não fosse uma exigência. Um estudo anterior, da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, financiada pela Open Society, já havia apontado o êxito da iniciativa: dois terços dos beneficiários conseguiram reduzir o consumo no primeiro ano do De Braços Abertos.
Um dos idealizadores do programa, o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, professor da Escola Paulista de Medicina e diretor do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, da Unifesp, avalia que a prefeitura poderia ter investido mais na atenção à saúde, com o reforço dos consultórios de rua e abertura de um Centro de Atenção Psicossocial mais próximo dos dependentes. Muitos usuários precisavam caminhar até 40 minutos para serem atendidos na unidade da Sé, distante cerca de 3 quilômetros do “fluxo”. Apesar das críticas à gestão petista, Xavier vê um gigantesco retrocesso na abordagem de Doria, a apostar nas internações, tanto as voluntárias como as solicitadas pela família ou as compulsórias, como linha mestra de atuação.
“A internação compulsória tem eficácia baixíssima, a taxa de sucesso é inferior a 10%. O Estado não tem leitos suficientes, então firma convênios com clínicas particulares ou comunidades terapêuticas. Essas internações custam até 50 vezes mais do que o tratamento ambulatorial, mais eficaz”, diz. Segundo Xavier, modelos ambulatoriais possuem uma eficácia entre 30% e 35% quando visam a abstinência completa. No caso de abordagem da redução de danos, a prever diminuição do consumo e retomada do convívio social, a taxa de sucesso chega a 70%.
João Doria na Cracolândia
Doria pretende conduzir os usuários de drogas a tratamentos forçados (Danilo Verpa/FolhaPress)
Não é tudo. Há tempos os Conselhos Regionais de Psicologia têm alertado para as degradantes condições impostas aos pacientes por boa parte das comunidades terapêuticas, a funcionar como manicômios disfarçados. Um dossiê apontou uma extensa lista de irregularidades em 43 clínicas fiscalizadas em São Paulo entre 2013 e 2015, incluindo denúncias de trabalhos forçados, participação compulsória em cultos religiosos, medicalização excessiva, homofobia, agressões físicas e estupros. Dois internos chegaram a cometer suicídio durante o “tratamento”.
A despeito das recomendações de especialistas, Doria insiste na estratégia de conduzir os usuários de drogas a tratamentos forçados. Na sexta-feira 26, o juiz Emílio Migliano, da 7ª Vara da Fazenda Pública, deu aval para o recolhimento de dependentes para avaliação médica durante 30 dias na Cracolândia. No domingo 28, o desembargador Reinaldo Miluzzi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, acatou um recurso do Ministério Público e da Defensoria Pública e suspendeu a liminar. Segundo o despacho de Miluzzi, o pedido da prefeitura era "impreciso, vago e amplo, e, portanto, contrasta com os princípios basilares do Estado Democrático de Direito, porque concede à municipalidade carta branca para eleger quem é a pessoa em estado de drogadição vagando pelas ruas da cidade".
O problema é bem mais complexo do que o tucano pinta. A Pesquisa Nacional sobre o Uso de Crack, publicada em 2013 pela Fundação Oswaldo Cruz, revela que 77% dos usuários desejam voluntariamente se tratar, mas observa que as estratégias baseadas no acesso à saúde e outras necessidades, como trabalho, moradia e direitos sociais, têm tido muito mais eficácia na diminuição do uso das drogas. A prefeitura cogita, porém, exigir testes antidoping para manter os dependentes inscritos nos programas assistenciais do município. Francisco Inácio Bastos, um dos coordenadores do estudo da Fiocruz, é categórico: "Exigir abstinência de todo mundo é, por definição, uma meta não realista, não existe em parte alguma no mundo".
Mais preocupado com a imagem no Facebook do que em traçar políticas públicas consistentes e eficazes, Doria não para de colecionar fracassos. Nos dois primeiros meses depois do aumento das velocidades nas marginais Pinheiros e Tietê, uma das promessas de campanha do tucano, houve alta de 51% nos acidentes com vítimas em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Polícia Militar. O congestionamento nas vias expressas cresceu em até 75% nos horários de pico, mas o prefeito, afeito a galhofas, atribuiu a piora na fluidez do trânsito ao otimismo da população na economia do Brasil.
Mural de Grafite na Avenida 23 de Maio
Entre as prioridades do 'gestor', uma invencível guerra contra artistas de rua (Oswaldo Corneti)
Após comprar uma invencível guerra contra os pichadores e grafiteiros, o alcaide paulistano agora posa de spray na mão para traçar rabiscos nos muros da capital. Diz ser preciso diferenciar vandalismo de arte, como se não tivesse apagado os murais da Avenida 23 de Maio e dos Arcos de Jânio, sacrificando obras de consagrados artistas de rua, como Eduardo Kobra, autor de murais expostos na Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia e Polônia. Ao centrar as ações de zeladoria nas regiões mais abastadas da cidade, inclusive fantasiando-se de gari e jardineiro, deixou bairros periféricos abandonados. Sem falar na incrível capacidade de afugentar o público da Virada Cultural, completamente desfigurada por sua gestão.
Nada disso se assemelha ao poder de destruição demonstrado por Doria na operação anticrack. Se ao menos tivesse a capacidade de escutar os atingidos e os seus próprios secretários, iria se poupar do vexame. “O que resolveria nossa situação é um diálogo, um local onde nós pudéssemos ficar, onde nós não atrapalhássemos, como eles dizem, a população”, diz Marcos, o veterano sobrevivente da Cracolândia. “Um local para receber tratamento adequado, com ambulância 24 horas, um enfermeiro 24 horas. Não tem isso no Primeiro Mundo?”
* Esta é uma versão estendida da reportagem “Truculência e Despreparo”, publicada na edição 955 da revista CartaCapital, que começou a circular na sexta-feira 2.


Aécio Neves tentava limpar imagem antes de delação da JBS






Tucano tentava defender seu nome no mês anterior à divulgação da delação da JBS







POLÍTICA GRAMPOSHÁ 1 HORAPOR NOTÍCIAS AO MINUTO


O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) possivelmente sabia o que estava por vir, mesmo antes da delação da JBS. O tucano já havia sido atacado em delações da Odebrecht e tentava se defender publicamente. Em uma conversa gravada, Aécio fala com a irmã, Andrea Neves, e sugere que "o tempo é o senhor da verdade" seria o título de um artigo que assinaria para o jornal de Minas. "Não, isso é a marca do Collor, pelo amor de Deus", disse a irmã.


Segundo indica a Folha de S. Paulo, os grampos no celular de Aécio, feitos pela Polícia Federal e autorizados pela Justiça, mostram que o tucano tentava defender seu nome no mês anterior à divulgação da delação da JBS.
Aécio aparece nas conversas discutindo o trâmite de seus casos na Justiça e debatendo tentativas de "enquadrar" aliados, como o senador Zezé Perrella (PMDB-MG). O tucano chega até a buscar uma ponte com o PT de Minas Gerais.
Nos diálogos interceptados, Aécio também aparece conversando com a irmã, que é jornalista, sobre as notícias que saíam sobre ele na imprensa a respeito da delação da Odebrecht. Andrea era a responsável pela imagem do tucano desde sua época de governador de Minas.
Aécio Neves é acusado de corrupção passiva e obstrução à Justiça.
A assessoria do tucano disse que não há nas gravações nenhum "fato indevido". "Com autoridades e colegas de partido foram tratados temas referentes à atividade parlamentar e partidária", argumentou.






Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Realmente é tudo diferente agora fica muito claro: Na vida Militar se errar borra o livro cadeia ou reserva automática!

Esses corruptos são genocidas, são eles que matam as pessoas que estão morrendo nas filas dos hospitais em todo Brasil. Verdadeiramente os maiores traidores da pátria e seu povo!


A Suprema Corte de nosso país tem bandido de toga “Michel Temer diz ter 2 Ministros no Supremo; Joesley Batista diz ter 2 Juízes e 1 procurador. Notícias de vendas de sentenças? ” contra a justiça e o povo de uma nação, imagine nos estados que compõem está nação, ou seja, os bandidos de toga estão em todas as instâncias e departamento da administração pública. Com suas raras exceções!

Organização criminosa
PGR cita depoimento de Joesley sobre pagamento de “mensalidade” de R$ 400 mil a Lúcio Funaro, operador de Eduardo Cunha, e afirmação do empresário de que Temer deu sinais claros de que seria importante manter financeiramente ambos  e as famílias.

Prevaricação

Joesley relatou em conversa com Temer o plano para interferir em uma investigação em Brasília. É ilegal  um servidor público tomar conhecimento de conduta irregular de outra pessoa  e não comunicar às autoridades

Corrupção

Procuradoria-Geral menciona, entre outros elementos, depoimento de Joesley, que afirma que Temer intercedeu pessoalmente a favor dele no BNDES. Cita ainda depoimento que afirma que Temer fazia parte do  “esquema do PMDB da Câmara”.

Obstrução de Justiça


Ao citar suspeitas sobre Aécio, a PGR vê indicativos de Temer também em articulações que buscam ‘impedir que as investigações da Lava Jato avancem’, por meio de controle de medidas legislativas ou controle de indicação de Delegados para inquéritos.

domingo, 4 de junho de 2017

Diretas Já chega a São Paulo sob a liderança dos artistas




Política

Democracia musical




por Victória Damasceno — publicado 04/06/2017 00h30, última modificação 02/06/2017 16h03
Organizador do ato na capital paulista, o produtor Daniel Ganjaman afirma que a manifestação pode ajudar a politizar a população


Daniel Ganjaman
Produtor de Criolo e BaianaSystem é uma das personalidades que endossa o grito pelas Diretas Já


Após mobilizar milhares de cariocas, a classe artística volta a encampar, agora em São Paulo, um ato político em defesa das Diretas Já neste domingo 4. A manifestação, inspirada na campanha por eleições diretas que reuniu multidões na capital paulista e no Rio de Janeiro no fim da ditadura, carrega a mesma receita: grandes mobilizações com forte presença de artistas e expoentes da cultura brasileira. 
O ponto de encontro dos manifestantes será no Largo da Batata, onde a partir das 11h diversos artistas de porte como Mano Brown, Péricles, Criolo, Maria Gadú e Paulo Miklos farão parte do ato. No Rio, nomes como Caetano Veloso e Milton Nascimento marcaram presença na manifestação por Diretas Já que ocorreu no último domingo 28 na praia de Copacabana, onde 50 mil manifestantes pediram a antecipação de eleições diretas.
Um dos organizadores do ato, Daniel Ganjaman, produtor musical de grande prestígio, foi o responsável por fazer o contato com os artistas. A construção dos atos se deu a partir da reunião da classe artística, que refletida na insatisfação popular, começou a se mobilizar. Produtores, ativistas e mídia ativistas dividem o trabalho da organização de maneira coletiva. “Alguns já tinham organizado manifestações similares, mas o principal é que não existe nenhuma organização política ou social por trás disso, não existe nenhum protagonista”, conta o produtor.
No Rio de Janeiro, manifestação tomou conta da praia de CopacabanaA organização afirma que, embora não exista nenhum movimento político, partidário ou sindical por trás da organização da manifestação, não há a intenção de excluir grupos ou “tirar aspectos das lutas tradicionais” na mobilização.
Os responsáveis pelo ato rebateram reportagens da mídia que indicavam a exclusão de grupos políticos tradicionais na manifestação. "Em nenhum momento falamos em barrar ou excluir qualquer movimento do nosso ato, como foi publicado com sensacionalismo em matérias da grande imprensa", afirmam os organizadores em nota. "Pelo contrário: achamos fundamental para a relevância da nossa manifestação a participação de todas e todos que estejam alinhados à causa das Diretas."   
Também idealizador do ato no Rio de Janeiro, Ganjaman explica que o motivo da convocação são as eleições diretas, que hoje teriam o “consenso da população”.
A instabilidade do governo de Michel Temer, que para Ganjaman é ilegítimo, trouxe para rua o grito pelo impeachment e inflou a chamada pelas eleições diretas. Um levantamento do DataFolha revela que o presidente tem apenas 9% de aprovação, enquanto 61% da população considera seu governo ruim ou péssimo. A mesma pesquisa afirma que 85% da população pedem eleições diretas.
Criolo
O rapper paulista participou do ato no Rio de Janeiro e agora é presença confirmada em São Paulo (Caroline Bittencourt)
“Você tem um Congresso com centenas de deputados acusados, alguns que já foram condenados. Não podemos deixar pra esse Congresso definir quem vai ser esse presidente tapa buraco”, argumenta o produtor, ao explicar que um ato suprapartidário como este pode unir a insatisfação geral, na maioria das vezes segmentada por preferências partidárias. 
A escolha de artistas renomados para compor o quadro de atrações levanta dúvidas sobre os motivos que levarão o público para o Largo da Batata neste domingo. A decisão, no entanto, foi estratégica. A organização do ato busca atrair a população que está descrente na política, a fim de trazer diversas camadas sociais “para o debate”.
Ganjaman endossa ainda que “toda manifestação artística é uma possibilidade de politização”, ao afirmar que agora a função da classe cultural é buscar no “papel transformador do artista” a possibilidade de discussão sobre a política que hoje é explicada por meios que “provocam a desinformação”.
“As pessoas vão trocar informações. Precisamos insistir no diálogo que perdemos nos últimos anos, pois neste momento é fundamental. Se não insistirmos nisso a consequência será brutal, desastrosa”, alerta.
Baixo Augusta
Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta organizam o ato e dão o tom político a manifestação (Fora do Eixo)
A presença dos blocos de carnaval também é um carro chefe na mobilização. Alexandre Youssef, produtor cultural e presidente do bloco Acadêmicos do Baixo da Augusta, acredita que esta é uma forma de mostrar o caráter ativista dos blocos que, depois das dificuldades enfrentadas para ocupar as ruas de São Paulo no Carnaval, se articulam em torno das lutas democráticas. “Temos uma temática política envolvida nisso, uma articulação com as pautas da cidade em torno de lutas democráticas”, explica Youssef.
O desmonte do carnaval de São Paulo acendeu ainda um forte debate sobre o papel do Estado na construção da cultura e do fomento à classe artística. O produtor musical Daniel Ganjaman acredita que este é o momento para não apenas de usar a classe artística para a construção de um movimento legítimo e popular, mas também para própria classe se articular em torno de suas causas.
“Em âmbito nacional nós estamos sem um representante, o que quer dizer que a cultura está sendo deixada de lado no que diz respeito aos subsídios”, diz o produtor, que crê ser necessário “aproveitar o incêndio” para unir a classe artística.
Para ele, a piora se deu no momento em que foi consumado o impeachment. “Era uma tragédia anunciada. Hoje, vivemos num estado de exceção. Eu olho para o Temer e não consigo chamá-lo de presidente.”