sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Rollemberg aciona o STF contra Laerte Bessa após ser xingado


Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em discurso na Câmara no último dia 17, o deputado federal fez uma série de ofensas ao governador, chamado de “maconheiro” e de “bandido”



Após ser chamado de “maconheiro”, “safado”, “bandido”, “frouxo” e “cagão”, Rodrigo Rollemberg (PSB) entrou com uma queixa-crime contra o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF). Na ação, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governador acusa o parlamentar de ter praticado crimes de injúria e difamação durante discurso no plenário da Câmara em 17 de outubro.
Quem assina a ação é Gabriella Rollemberg, filha do socialista. “Queremos o reconhecimento de que o deputado ultrapassou as prerrogativas parlamentares no momento em que ofendeu o governador Rodrigo Rollemberg. A atitude dele nada tem a ver com o mandato de deputado e, caso seja condenado, pode até perdê-lo”, disse a advogada ao Metrópoles. Gabriela afirmou ainda que, na próxima semana, entrará com ação por danos morais.


No STF, o caso será relatado pelo ministro Luiz Edson Fachin. Caberá à Primeira Turma decidir se Laerte Bessa responderá a ação penal na Corte.
No último dia 20, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, protocolou representação no Conselho de Ética da Câmara contra Bessa. No documento, o partido de Rollemberg acusa o deputado de agir de forma “incompatível com o mandato parlamentar”.
O clima entre Bessa e Rollemberg esquentou depois que o governador impediu a entrada do deputado em uma reunião para discutir o reajuste pedido pelos policiais civis do DF, no Palácio do Buriti, no último dia 20. Em seguida, começaram os xingamentos por parte do parlamentar, que, no mesmo dia, criticou o governador em discurso no plenário da Câmara.
Até a última atualização desta matéria, Laerte Bessa não havia se manifestado sobre a ação.

Um fôlego para Renan

Linha sucessória

Planalto comemora resultado do julgamento do STF, que adia decisão sobre a possibilidade de um réu assumir cargo na linha sucessória da presidência

Por: Carolina Bahia
04/11/2016 - 05h32min | Atualizada em 04/11/2016 - 05h32min

Um fôlego para Renan Jefferson Rudy / Agência Senado/
Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

Alvo de 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ganhou um fôlego. O STF já tem votos necessários para aprovar o óbvio: que um réu não pode ocupar cargo na linha sucessória da Presidência da República. Mas o ministro Dias Toffoli quer mais tempo para estudar o caso. Era exatamente o que o Planalto precisava. Neste momento, o ideal para o governo é que Renan não se considere pressionado ou perseguido, levando adiante o compromisso de agilizar a votação da PEC do teto. Ele ainda não é réu, mas poderá ser julgado em breve. Como no meio do caminho ainda tem o recesso de final de ano, tudo indica que o peemedebista conseguirá encerrar o mandato à frente da presidência. A mudança no comando do Senado ocorre em fevereiro. Acusado de ter as despesas pagas por uma empreiteira, Renan já precisou renunciar à presidência da Casa uma vez, em dezembro de 2007. Na época, com o apoio do então governo Lula, ele escapou de ter o mandato cassado.
Peneira
Mais cedo ou mais tarde, o STF terá que retomar o julgamento e deve mesmo proibir que réus assumam cargo na linha sucessória da presidência da República. Isso servirá de peneira para futuros presidentes da Câmara e do Senado. Não são poucos os parlamentares pendurados com a Justiça.
Pé na jaca
Foto: Reprodução
A caminho do Uruguai, onde participará de atos ¿pela democracia e contra o neoliberalismo¿, a ex-presidente Dilma Rousseff fez uma parada estratégica em Pelotas para almoçar na tradicional churrascaria Lobão. Fugindo da dieta, ela saboreou assado de tira e costelão 12 horas. Antes de sair, passou pela cozinha e tirou selfies com funcionários. 
Amadureceu
Foto: Reprodução
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, desembarca em Porto Alegre ainda neste mês com a confiança de que fechará o acordo para que o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, deixe o PT e migre para o PDT.
- A nossa conversa está bastante madura. Ele deverá ser nosso candidato ao governo do Estado em 2018 – afirma Lupi.

Exército amplia operações em ruas de Porto Alegre

Treinamento até então restrito aos bairros Ipanema, Guarujá e Serraria foi estendido ao Santa Tereza nesta quinta-feira

Por: Renato Dornelles
03/11/2016 - 20h50min | Atualizada em 03/11/2016 - 20h54min

O treinamento realizado pelo Exército, com patrulhamento de ruas e avenidas de Porto Alegre, em ação conjunta com a Brigada Militar, pela primeira vez foi realizado na região do bairro Santa Tereza, ao longo do dia, nesta quinta-feira. Nas três últimas semanas, a ação havia sido realizada nos bairros Ipanema, Guarujá e Serraria, na Zona Sul. 
Patrulhamento em ruas do bairro Santa TerezaFoto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Um posto de bloqueio e controle foi montado durante a manhã e a tarde no início da Rua Correia Lima, nas proximidades do quartel do 3º Batalhão de Polícia do Exército (3º BPE), cujo efetivo participa da operação. 
Posto de bloqueio e controle na Rua Correia LimaFoto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Com o auxílio de cães farejadores, os militares abordam motoristas que trafegam pela via, identificando-os e revistando os veículos. Policiais militares do Pelotão de Operações Especiais do 1º BPM acompanham o trabalho, garantindo poder de polícia à ação. 
Paralelamente, é realizado patrulhamento em algumas vilas do bairro, próximas ao quartel da 1ª Divisão de Levantamento, com o uso de viaturas do Exército e da BM.
— Estamos com um grupo de combate diretamente ligado ao Comando Militar do Sul. Há homens experientes, que participaram de ações no Haiti e nos Complexos do Alemão e da Maré, no Rio de Janeiro — explicou o tenente-coronel Raymundo Pires Monteiro, que comanda a operação.
Cães de faro participaram da operação Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Até as 19h, não haviam sido efetuadas prisões.
Ações anteriores
O primeiro treinamento realizado nesses moldes ocorreu no dia 11 de outubro, com a participação do 19º Batalhão de Infantaria Motorizada, que tem sede em São Leopoldo, nos bairros Ipanema, Guarujá e Serraria, incluindo a Vila dos Sargentos, região conflagrada pela guerra entre facções que controlam o tráfico de drogas. A ação foi repetida nas duas semanas seguintes, na mesma região. 
De acordo com o comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada (8ª Bda Inf Mtz) do Exército, general Carlos Alberto Dahmer, "o trabalho é um exercício de preparação, que faz parte "da missão constitucional do Exército de garantia da lei e da ordem".

PREFEITOS DE BH, BETIM E CONTAGEM PODEM DEIXAR PARTIDOS QUE OS ELEGERAM


DANÇA DE PARTIDOS


KALIL, MEDIOLLI E ALEX DE FREITAS, DE CONTAGEM DEVEM MUDAR DE RUMO
Publicado: 03 de novembro de 2016 às 23:58 - Atualizado às 01:09

Redação

OS PREFEITOS ELEITOS DE BELO HORIZONTE, BETIM E CONTAGEM ESTÃO DESCONFORTÁVEIS NOS RESPECTIVOS PARTIDOS.


Os futuros prefeitos Alexandre Kalil, em Belo Horizonte, e Vitório Mediolli, em Betim, foram eleitos pelo PHS de Minas Gerais, mas os dois têm horror ao presidente estadual da legenda, deputado Marcelo Aro (MG), um dos mais fiéis aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, atualmente preso em Curitiba. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder. Essa dupla dificuldade leva a classe política mineira à conclusão de que ambos vão trocar de partido sem demora.
Outro prefeito eleito que poderá tomar outro rumo é Alex de Freitas, fenômeno de votos que se elegeu pelo PSDB em Contagem, segundo maior colégio eleitoral de Minas, mas não tem nenhuma tradição com o tucanato. Ao contrário. Freitas teve dificuldades de apoio efetivo do próprio partido, inclusive no financiamento da campanha. Sua eleição decorre de brilho próprio. Ele era do PSB e, assim como prefeito eleito de BH, Alexandre Kalil, saiu da legenda por desentendimento com o atual prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda.



INDÚSTRIA E SEGUROS GANHAM COM FURTO DE CARROS

INTERESSE "Por isso não existi interesse em equacionar  problema."

MONTADORAS E SEGURADORAS LUCRAM COM A 'INDÚSTRIA' DO FURTO
Publicado: 04 de novembro de 2016 às 00:01 - Atualizado às 01:35

O descumprimento da Lei Complementar 121/2007 gerou a explosão do crime de furto de carros, apontada no Anuário Brasileiro de Segurança Pública: em 2015, um veículo foi furtado a cada minuto no Brasil. O lobby da indústria atuou fortemente contra a lei alegando que o carro ficaria “mais caro”. Lorota. É que o “mercado” não abre mão da fabricação e venda de meio milhão de carros que são furtados anualmente. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Segundo o Anuário de Segurança Pública, em 2014 foram roubados um carro a cada 3 minutos. Em 2015, um carro por minuto. 
Ganham com o furto de veículos, além dos ladrões, quem vende carro (repondo no mercado) e vendedores de seguros, cada vez mais caros.
A VW chegou a incluir chip como item de série do Golf, o mais furtado, derrubando o valor do seguro, o mais caro. Desistiu um ano depois.
Lobistas da indústria alegam, inclusive a esta coluna, que o “dispositivo eletrônico de segurança”, previsto na lei 121, para eles, é “chave de ignição”.







Acordo do Clima de Paris entra oficialmente em vigor nesta sexta-feira

04/11/2016 03h00 - Atualizado em 04/11/2016 06h35

Nova cúpula da ONU deve avançar em detalhes do tratado.
COP 22 começa na segunda-feira (7), em Marrakesh.

Do G1, em São Paulo

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Nova Delhi, na Índia, amanheceu nesta segunda-feira (31) com espessa camada de poluição (Foto: Money Sharma / AFP)Nova Delhi, na Índia, com espessa camada de poluição (Foto: Money Sharma / AFP)
Quase um ano depois da sua aprovação, em Paris, o primeiro acordo vinculante contra as mudanças climáticas que envolve todo o planeta entra oficialmente em vigor nesta sexta-feira (3), mas resta um longo caminho a percorrer para que ele realmente produza efeitos.
O Acordo de Paris, que é destinado a substituir o Protocolo de Kioto em 2020, é o primeiro pacto universal para tentar combater a mudança climática. Ele tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial "muito abaixo de 2°C", mas "reúne esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C", em relação dos níveis pré-industriais.
A entrada em vigor ocorre às vésperas da 22ª Conferência da ONU sobre o Clima, que começará na segunda-feira (7)  na cidade marroquina de Marrakesh. Um total de 92 países já ratificaram (aprovaram internamente) o Acordo de Paris.
O limite mínimo de 55 países que representam 55% das emissões mundiais de gases do efeito estufa -- necessário para que o acordo entrasse em vigor -- foi atingido antes do que os especialistas esperavam.
No entanto, a ONU advertiu nesta quinta-feira, como informa a agência AFP, que o planeta deve reduzir "de maneira urgente e radical" suas emissões de gases do efeito estufa para evitar uma "tragédia humana".
"Se não começamos a adotar medidas adicionais a partir de agora, a partir da conferência de Marrakesh, terminaremos chorando ante uma tragédia humana evitável", declarou Erik Solheim, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que publicou seu relatório anual sobre a ação climática global.
Entre os principais países emissores, a Rússia ainda não indicou quando ratificará o acordo. Na Austrália e no Japão, o processo já está em andamento, e na Europa, Polônia, Bélgica, Itália e Espanha ainda devem ratificá-lo em nível nacional.
 Laurent Fabius (centro), presidente da COP 21, comemora a aprovação do acordo do clima neste sábado  (Foto: Reuters/Stephane Mahe)Laurent Fabius (centro), presidente da COP 21, comemora a aprovação do acordo do clima,em Paris, em 2015  (Foto: Reuters/Stephane Mahe)
Na América Latina, Argentina, Brasil, México, Peru, Costa Rica, Bolívia, Honduras e Uruguai também ratificaram o acordo, entre outros.
"É importante manter a dinâmica de Paris e não se limitar a se parabenizar pela sua mera entrada em vigor", alertou Alden Meyer, especialista da organização americana Union of Concerned Scientists.
Imprecisões
Os negociadores ainda têm trabalho pela frente, porque o texto acordado por consenso em Paris tem muitas imprecisões que devem ficar claras.
"A COP22 deve ser uma conferência de ação e implementação", afirma Tosi Mpanu-Mpanu, porta-voz do grupo de países menos desenvolvidos.
Entre os temas que devem avançar estão a definição das regras de transparência (verificação dos compromissos nacionais), o aumento da ajuda financeira aos países em desenvolvimento, a assistência técnica para a criação de políticas de desenvolvimento "limpo" (energias renováveis, transportes e residências que consomem menos energia, novas práticas agrícolas, etc), e a apresentação de metas nacionais para 2050.
"O mais importante que estará em jogo em Marrakesh é chegar a um acordo sobre uma data limite para decidir as regras de aplicação do Acordo, especialmente as regras de transparência", afirma Laurence Tubiana, a negociadora francesa, acrescentando que "2017 não seria realista, mas 2018 é possível".
As regras de transparência se referem às informações que os países deverão fornecer sobre as medidas adotadas para limitar suas emissões, assim como o avanço das ajudas financeiras públicas.
Paralelamente a uma maior transparência, o acordo se baseia no reforço dos planos de ação de cada país, que vão até 2025 ou 2030.
Ajuda aos mais pobres
O conjunto dos compromissos atuais coloca o planeta em uma trajetória de +3°C, um limiar que implica consequências mais graves que o aumento de 2ºC (meta prevista no acordo), já em si causador de uma agudização dos fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, inundações e elevação do nível do mar.
"Cada país deve fazer mais, não se pode esperar até 2025 ou 2030", adverte Laurence Tubiana que, como outros especialistas, defende que haja objetivos nacionais mais ambiciosos até 2020.
A questão da ajuda aos países em desenvolvimento continuará sendo um assunto delicado. Dos US$ 100 bilhões prometidos anualmente até 2020, US$ 67 bilhões de fundos públicos já foram anunciados, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Espera-se novos anúncios destinados aos países mais pobres, "que carecem de recursos e conhecimentos para se protegerem de maneira adequada dos efeitos devastadores", destaca Tosi Mpanu-Mpanu.
Por outro lado, em Marrakesh serão medidos os avanços realizados por algumas das 70 coalizões lançadas na COP21 (aliança solar, inovação, práticas agrícolas, sistemas de alerta etc).
Os países africanos esperam muito da Iniciativa para as energias renováveis e dos 10 bilhões prometidos para promover energias verdes no continente.

VEJA PRINCIPAIS PONTOS DO ACORDO DO CLIMA
- Países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC
- Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano
- Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária
- Texto não determina quando emissões precisam parar de subir
- Acordo deve ser revisto a cada 5 anos

Acordo inédito
O acordo de Paris foi a primeira vez que se atingiu um consenso global, em um acordo em que todos os países reconhecem que as emissões de gases do efeito estufa precisam ser desaceleradas e, em algum momento, comecem a cair.
Cientistas criticaram a ausência de metas específicas de cortes de emissão para períodos de longo prazo – de 2050 --, mas o acordo deixa em aberto a possibilidade de que essas sejam estabelecidas posteriormente, com "a melhor ciência possível".
O tratado não determina com precisão até quando as emissões precisam parar de subir e começar a cair, mas reconhece o pico tem de ocorrer logo. "As partes do acordo visam atingir um pico global nas emissões de gases de efeito estufa assim que possível, reconhecendo que o pico levará mais tempo para países em desenvolvimento", diz o texto.
O documento ainda conclama os países a "adotarem reduções rápidas a partir de então, de acordo com a melhor ciência disponível, de modo a atingir um equilíbrio entre as emissões antropogênicas por fontes [queima de combustíveis fósseis] e pela remoção por sorvedouros de gases de efeito estufa na segunda metade deste século".
Também está incluído o compromisso de países ricos de garantirem um financiamento de ao menos US$ 100 bilhões por ano para combater a mudança climática em nações desenvolvidas a partir de 2020, até ao menos 2025, quando o valor deve ser rediscutido.
Revisão periódica
O acordo também inclui um mecanismo para revisão periódica das promessas nacionais dos países para rever suas metas de desacelerar as emissões do efeito estufa, que não atingem hoje nem metade da ambição necessária para evitar o aquecimento de 2°C.
Tanto o financiamento quanto a ambição terão de ser revistos de cinco em cinco anos. A primeira reunião para reavaliar o grau de ambição dos cortes é prevista para 2023, mas em 2018 deve ocorrer um encontro que vai debate-las antecipadamente.
A medida é importante, porque as atuais promessas de redução de emissões, conhecidas como INDCs (Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas), ainda não são suficientes para barrar o aquecimento em 2°C. No novo acordo, as INDCs perderam o “I” (de “intended”, ou pretendidas), porque agora não devem mais ser uma intenção, e sim um compromisso.
Compensações
Outro ponto crucial do acordo foi o estabelecimento de um mecanismo de compensação por perdas e danos causados por consequências da mudança climática que já são evitáveis. Muitos países pobres e nações-ilhas cobravam um artigo especial no tratado para isso, e foram atendidos.
Países emergentes lutaram muito durante as negociações contra que fossem obrigados a dar contribuições junto com países ricos. No final, a obrigação ficou apenas com países ricos. "Países desenvolvidos parte do acordo devem fornecer recursos financeiros para auxiliar países em desenvolvimento com relação a mitigação e adaptação", diz texto do acordo. "Outras partes são encorajadas a prover e continuar a prover tal suporte voluntariamente."
 Público presente na COP 21 comemora decisão de aprovação do acordo do clima (Foto:  François Guillot/AFP Photo)

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Moro aceita denúncia e ex-ministro Antônio Palocci vira réu na Lava Jato

03/11/2016 17h27 - Atualizado em 03/11/2016 18h12

Esta é a primeira vez que Palocci vira réu em um processo da Lava Jato.
Outras 14 pessoas também foram denunciadas por corrupção e lavagem.

Samuel Nunes e José ViannaDo G1 PR e da RPC

Antonio Palocci é escoltado por policiais federais enquanto deixa o Instituto de Ciência Forense em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)Antonio Palocci é escoltado por policiais federais enquanto deixa o Instituto de Ciência Forense em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)
O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta quinta-feira (3) a denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro Antônio Palocci e outras 14 pessoas. Com isso, todos eles se tornam réus na Operação Lava Jato. As denúncias tratam de crimes como corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Antonio Palocci foi preso no dia 26 de setembro pela 35º fase da Operação Lava Jato. Ele foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda de Lula – ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). Desde a prisão, Antonio Palocci está detido na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
Entre os réus no processo, há várias pessoas que já respondem a outras ações penais na Operação Lava Jato, como o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht e o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque.
Veja a lista completa dos denunciados e dos crimes:
-Antonio Palocci - corrupção passiva e lavagem de dinheiro
-Branislav Kontic - corrupção passiva e lavagem de dinheiro
-Marcelo Odebrecht - corrupção ativa e lavagem de dinheiro
-Fernando Migliaccio da Silva - lavagem de dinheiro
-Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho - lavagem de dinheiro
-Luiz Eduardo da Rocha - lavagem de dinheiro
-Olivio Rodrigues Junior - lavagem de dinheiro
-Marcelo Rodrigues - lavagem de dinheiro
-Rogério Santos de Araújo - corrupção ativa
-Monica Moura - lavagem de dinheiro e corrupção passiva
-João Santana - lavagem de dinheiro e corrupção passiva
-João Vaccari Neto - corrupção passiva
-João Ferraz - corrupção passiva
-Eduardo Musa - corrupção passiva
-Renato Duque - corrupção passiva
O MPF pediu que a Justiça Federal bloqueie R$ 284.696.735,92 de todos os acusados. O valor é correspondente a 0,9% dos contratos firmados entre a Sete Brasil e a Petrobrasx e também ao valor correspondente à lavagem de dinheiro.
Como ressarcimento total, os procuradores solicitaram ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, que seja determinado o pagamento total de R$ 505.172.933,10, caso eles sejam condenados. Segundo o MPF, esse valor corresponde ao dobro das propinas pagas aos agentes públicos envolvidos no caso.
Suspeitas de propina
A 35ª fase apura a relação entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro Antonio Palocci. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que o Palocci e Branislav receberam propina para atuar em favor da empreiteira, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. O ex-ministro também teria participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, que foi feita pela Odebrecht.
"Conforme planilha apreendida durante a operação, identificou-se que entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci. Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões, valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse no interesse do Partido dos Trabalhadores", diz o MPF.
As suspeitas sobre Palocci na Lava Jato surgiram na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele disse que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff. O pedido teria sido feito por encomenda de Palocci. Youssef está preso na PF em Curitiba e já foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
No caso específico da denúncia, a denúncia trata de pagamentos feitos para beneficiar a empresa SeteBrasil, que fechou contratos com a Petrobras para a construção de 21 sondas de perfuração no pré-sal. O caso foi delatado pelo ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco.
O MPF acredita que o valor pago pela Odebrecht a título de propina pela intermediação do negócio chegou a R$ 252.586.466,55. Esse valor foi dividido entre as pessoas que aparecem na denúncia. Em troca disso, a Odebrecht firmou contratos que, somados, chegaram a R$ 28 bilhões
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