segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Blogueira vegana sugere 3 pratos saudáveis por dia durante uma semana usando apenas R$ 47,75

Todos alimentos funcionais e parte deles orgânicos.


Fabio Chaves 
Do Vista-se

Durante a última semana, entre os dias 7 e 14 de agosto, a influenciadora vegana Alana Rox, do Instagram The Veggie Voice (@theveggievoice), usou apenas R$ 47,75 para fazer 3 pratos por dia (café da manhã, almoço e jantar). E sobrou ingredientes ainda para fazer algumas receitas extras.
A primeira vez que Alana fez o desafio de passar uma semana toda fazendo pratos com R$ 50,00 ou menos foi em abril de 2015. Um ano depois, mesmo com o agravamento da crise econômica no país e todos os preços subindo, ela conseguiu repetir e melhorar o reality showem seu Instagram.
Tudo que ela publica no Instagram vem acompanhado de receita e dicas. Foram mais de 20 sugestões de pratos saborosos, saudáveis e funcionais. Tudo sem nada de origem animal. Parte das 102 mil pessoas que acompanham Alana no Instagram fez o desafio que foi batizado de “Programa R$ 50”.
Mas você deve estar se perguntando como ela conseguiu fazer isso se em muitos lugares apenas um almoço já custa algo em torno de R$ 50,00. Para toda a semana do projeto, foram usados os ingredientes adquiridos especialmente para isso. A lista completa, com preços e locais onde os alimentos foram comprados, está também no Instagram (confira aqui).
Tudo é muito otimizado e o aproveitamento total dos alimentos é levado à risca. Das bananas, por exemplo, até a casca é aproveitada em alguma receita. E outra dica valiosa é conseguir alguns alimentos de graça.
Alana observou que as pessoas bebem água de coco na feira e dispensam o coco em si. Ela pediu para o feirante abrir alguns cocos que seriam jogados fora e ele não cobrou nada. Ela disse no Instagram que conseguiu carregar 5, mas poderia ter levado dezenas, se precisasse. Com a polpa bastante nutritiva dos cocos que iriam para o lixo, até uma apetitosa mousse de chocolate foi feita.
Serviço
Para acompanhar todas as publicações relacionadas ao reality “Programa R$ 50”, basta seguir a hashtag #programa50reais.

Para brasilienses, Renato Santana “falou o que não devia” em grampos


Michael Melo/Metrópoles

Pesquisa do Instituto Paraná feita a pedido do Metrópoles revela que a maioria da população local acredita no pagamento de propina envolvendo contratos da saúde pública no DF. Para os entrevistados, o governador estava ciente das irregularidades e o vice tem “jogado contra” o chefe do Executivo



Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito a pedido doMetrópoles revela que o vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana (PSD), terá um trabalho extra na acareação desta segunda-feira (15/8), na CPI da Saúde da Câmara Legislativa. Além de explicar aos distritais as denúncias de corrupção no GDF — flagradas em conversas gravadas pela sindicalista Marli Rodrigues, do SindSaúde —, Santana vai ter que se esforçar para reverter o estrago que o episódio fez na própria imagem. Para 28,8% da população, o vice-governador “falou o que não devia”.



Outros 15% acreditam que o pessedista tem agido contra o governador Rodrigo Rollemberg. Os dados constam de levantamento do instituto Paraná Pesquisas. Em contrapartida, a sondagem aponta que, para 18,3% dos entrevistados, Renato Santana tentava apenas denunciar o esquema.
Outro dado interessante é que 31% da população do DF sequer tinha conhecimento do escândalo comentado pelo vice-governador com Marli Rodrigues. Em áudios divulgados em 15 de julho, os dois falam em um esquema de propinasem contratos da Secretaria de Saúde que giraria em torno de 10% e 30%.
A expectativa é de que os dois falem juntos na manhã desta segunda (15), esclareçam as denúncias e comentem contradições em depoimentos prestados separadamente à comissão. Santana, por exemplo, disse que só havia se encontrado com Marli uma vez. Mas a sindicalista apresentououtro grampo, de uma segunda reunião com o vice-governador.
RollembergA crise que se abateu no Palácio do Buriti desde que o episódio veio a público também afetou a credibilidade no governador. A mesma pesquisa do instituto Paraná revela que, para 60,4% dos brasilienses, Rollembergtinha conhecimento das denúncias de corrupção. Outros  31,5% acreditam que o governador não sabia do caso. Não souberam ou não responderam 8,1%.
A proporção é maior ainda quando a pergunta é se o esquema de corrupção na Secretaria de Saúde de fato existe. Do total de entrevistados, 71,6% acreditam que há pagamento de propina, tal qual comentado por Santana e Marli. Mas 22,8% acham que a denúncia é infundada.
Comentários de RollembergRollemberg disse ao Metrópoles que a percepção dos brasilienses tem relação com a quantidade de notícias negativas veiculadas nos últimos meses. Esse cenário, diz o socialista, contribui para “afetar o humor da população”.
Há mais de dois anos, estamos vivendo um ambiente em que o cidadão é bombardeado com denúncias de corrupção a todo momento. Há um senso comum de que a corrupção nos governos é uma epidemia. O que posso dizer é que, em nossa gestão, temos mudado as práticas, buscando garantir lisura e fazer licitações em muitas áreas em que os serviços são prestados sem contratos"
Rodrigo Rollemberg, governador do DF
Ainda segundo o governador, “na medida em que descobrimos irregularidades, tomamos medidas para corrigi-las”.
Ao ser procurado, o vice-governador do DF estava com o celular desligado e a assessoria dele não atendeu os telefonemas para comentar o assunto.
O Paraná Pesquisas ouviu 1.302 pessoas no DF entre os dias 6 e 8 de agosto. O índice de confiança do levantamento é de 95%, e a margem de erro, de 3%. Os entrevistados foram selecionados aleatoriamente para responder aos questionários, de acordo com cotas de sexo, idade e escolaridade.

Saudado como um gladiador no Engenhão, Bolt é tricampeão nos 100m

O domingo olímpico também teve medalhas para os brasileiros Diego Hypolito e Arthur Nory
Usain Bolt celebra vitória.

Usain Bolt celebra vitória.  AFP
A Olimpíada do Rio de Janeiro já tinha saudado Michael Phelps, o maior ganhador de medalhas da história, em suas últimas provas, e acompanhado o surgimento do fenômeno Simone Biles na ginástica artística. Na noite deste domingo, foi a vez de Usain Bolt brilhar. O jamaicano venceu pela terceira vez seguida a prova de 100m rasos, com o tempo de 9.81 — sem recorde mundial e com uma largada ruim, mas veloz o bastante para saciar seus fãs.
O dia também foi de notícias boas para o Brasil. Na ginástica masculina de solo, o país conseguiu um feito inédito: levou ao pódio dois atletas de uma vez, Diego Hypolito, que ganhou a prata, e Arthur Nory, que ganhou o bronze. No início da tarde, o brasileiro Robson Conceição bateu seu adversário cubano e avançou para final do boxe na categoria peso ligeiro. Conceição, que já garantiu ao menos a prata, tentará o ouro na terça à noite.
Mais cedo, a seleção feminina de handebol venceu Montenegro, o que classificou a equipe brasileira em primeiro lugar para as quartas de final. Para fechar o dia, a seleção brasileira feminina de vôlei venceu a Rússia por três sets a zero. Agora, as adversárias são as chinesas, na semifinal. As brasileiras Ágatha e Bárbara também passaram pelas russas no vôlei de praia e, como Larissa e Talita também estão classificadas para a semifinal, o Brasil já garantiu ao menos um bronze na modalidade.

Irmão de terrorista do Estado Islâmico está na Vila dos Atletas, no Rio

Mourad Laachraoui é sparring dos lutadores de taewondo da Bélgica



ESPORTE MOURAD LAACHRAOUIHÁ 3 MINS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


Medalha de ouro no taekwondo no campeonato europeu de 2015, Mourad Laachraoui está no Rio de Janeiro, hospedado na Vila dos Atletas, integrando a delegação da Bélgica, na condição de sparring de seus colegas.


Até aí, nada de novo.
O que chama a atenção é o fato de o jovem de 21 anos ser imrão de Najim Laachraoui, homem bomba que se explodiu no atentado ao aeroporto de Bruxelas, em março.
Com o objetivo de blindá-lo, a delegação belga não o liberou para entrevistas e, segundo o Uol, não aceita perguntas sobre ele nos eventos.
Mourad e Najim nasceram no Marrocos e foram levados ainda pequenos para a Bélgica. Ambos ingressaram no esporte, mas Najim acabou fugindo para a Síria há três anos para atuar como "soldado" do Estados Islâmico.

Carta de Dilma a senadores deve cutucar Temer e reconhecer erros

Dilma adiou a divulgação e o texto deve ser entregue nesta semana aos senadores




POLÍTICA AFASTADAHÁ 3 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) prepara uma carta para ser entregue aos senadores. No documento, a petista pretende fazer críticas indiretas ao presidente interino Michel Temer e se comprometer com o Senado a assesurar a independência das investigações da Polícia Federal.


Além disso, Dilma deve confirmar que, caso retorne ao cargo, não indicará para sua equipe de governo condenados por corrupção. Os argumentos de Dilma cutucam o fato de que dois ministros de Temer deixaram os cargos por críticas à Lava Jato.
A reportagem da Folha de S. Paulo ouviu petistas e aliados, com os quais Dilma conversou sobre a carta que enviará nesta semana aos senadores. A presidente afastada também pretende defender o amplo direito de defesa e irá chamar de "golpe" o seu afastamento.
Dilma adiou a divulgação do documento e passou o final de semana revisando a carta. A petista ainda pretende fazer ajustes de última hora nesta segunda (15).
O texto da presidente afastada também expõe o reconhecimento de que a crise atual é grave, no entanto, poderá ser superada apenas com alguém que tenha a legitimidade do voto popular.
Enquanto isso, o governo interino tem contado com recuos na área econômica e dificuldades no Congresso. A equipe de Temer tem promovido uma ofensiva junto ao setor empresarial com receio de perda de apoio na fase final do processo de impeachment.
Ainda de acordo com a publicação, petistas e aliados revelaram que a presidente afastada pretende reconhecer que cometeu erros à frente do Planalto. Porém, Dilma deve frisar que não praticou nenhuma ilegalidade, e prometerá medidas para a retomada imediata do crescimento e a recuperação do emprego. Dilma deve também se comprometer a ouvir previamente a sociedade.
A petista também vai defender a convocação de um plebiscito para consultar a população sobre uma nova eleição presidencial e sobre uma reforma política. Dilma quer esclarecer que a prerrogativa é do Congresso, mas que endossará a iniciativa.
O texto da presidente afastada estava previsto para a semana passada, quando foi votada a pronúncia no Senado. No entanto, Dilma adiou a divulgação e a carta deve ser entregue nesta semana aos senadores. O processo final do impeachment está marcado para o dia 25 de agosto, no Plenário.


Juízes ignoram fase de conciliação e descumprem novo código

15/08/2016 09h01 - Atualizado em 15/08/2016 09h04

Novo Código de Processo Civil obriga juiz a marcar audiência de acordo.
Magistrados alegam falta de estrutura e até morosidade para pular etapa.

Rosanne D'AgostinoDo G1, em São Paulo

Audiência de conciliação do novo CPC termina em acordo no Fórum João Mendes, centro de SP; fase passou a ser obrigatória e pode evitar espera de meses ou anos pela sentença do juiz (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)Audiência de conciliação do novo CPC termina em acordo no Fórum João Mendes, centro de SP; fase passou a ser obrigatória e pode evitar espera de meses ou anos pela sentença do juiz (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)
Decisões obtidas pelo G1 mostram que alguns juízes do país têm pulado a audiência prévia de conciliação nos processos. A etapa passou a ser obrigatória pelo novo Código de Processo Civil com o objetivo de desafogar o Judiciário, criando uma fase em que as próprias partes podem tentar um acordo antes que a demanda vire um processo.

Em um deles, uma juíza afirma que a audiência pode ser dispensada, pois compete ao juiz “velar pela duração razoável do processo, o que certamente não ocorreria se os autos fossem encaminhados ao Cejusc para agendamento de audiência”.
Nas decisões, os juízes alegam que a conciliação obrigatória atrasa ainda mais o Judiciário e que não há conciliadores e mediadores suficientes para realizar as audiências. O G1 teve acesso a despachos de vários estados, entre eles São Paulo, Paraná,Espírito Santo e Santa Catarina, e do Distrito Federal.
Decisão de junho da 4ª Vara Cível Central do Fórum João Mendes, na capital paulista, nega a audiência de conciliação alegando possível demora (Foto: Reprodução)Decisão de junho da 4ª Vara Cível Central do Fórum João Mendes, na capital paulista, nega a audiência de conciliação alegando possível demora (Foto: Reprodução)
Os Cejuscs (Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania) foram criados antes do CPC e passaram a ser uma incumbência dos tribunais estaduais, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2010. Com o novo código, que entrou em vigor em março (entenda no vídeo abaixo), a conciliação passa a ser feita preferencialmente nesses locais e é obrigatória em todos os processos em que é possível.
Em outra decisão que dispensou a audiência, um juiz paulista argumenta que a aplicação do novo CPC pode trazer “resultados inconstitucionais”, por isso, “a audiência de conciliação ou mediação deve ser designada apenas nas hipóteses em que, segundo a legislação, não seja possível o julgamento do mérito [final]”. Não existe essa previsão no novo código.
Em outro processo, de Itaquaquecetuba, interior paulista, o juiz deixou de designar a audiência “diante da falta de estrutura do Cejusc”, argumentando que o autor da ação não manifestou vontade expressa de conciliar.
Pelo novo CPC, a audiência acontece mesmo se o autor não manifestar vontade. Ela não se realiza só se as duas partes disserem ser contra.
Decisão da Comarca de Itaquaquecetuba, interior de SP, alega falta de centros de conciliação para realizar audiências obrigatórias pela nova lei (Foto: Reprodução)Decisão de maio da Comarca de Itaquaquecetuba, interior de SP, alega falta de centros de conciliação para realizar audiências obrigatórias pela nova lei (Foto: Reprodução)

Em decisão da 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto, juíza afirma que o número de acordos nas audiências é "insignificante". (Foto: Reprodução)Em decisão da 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto, interior de SP, juíza afirma que o número de acordos nas audiências é "insignificante". (Foto: Reprodução)
G1 também teve acesso a duas decisões de Curitiba, em que juízes alegaram “ausência de conciliador ou de mediador” na Vara e falta de estrutura do Cejusc e também não designaram a audiência de conciliação ou mediação.
Levantamento feito pela Associação de Advogados de São Paulo (AASP) traz relatos de advogados que incluíram nos pedidos a designação da audiência de conciliação, que acabou não realizada. Há também o caso em que o próprio juiz conduziu a audiência, que deveria ser feita sem intervenção do Judiciário.
Decisão argumenta ausência de estrutura para conciliação na 18ª Vara Cível de Curitiba (Foto: Reprodução)
Decisão argumenta ausência de conciliador ou de mediador na 18ª Vara Cível de Curitiba. procurado, TJ-PR diz que estado possui mais Cejuscs por habitante do que São Paulo (Foto: Reprodução)Decisões argumentam ausência de conciliador ou de mediador na 18ª Vara Cível de Curitiba. Procurado, TJ-PR diz que estado possui mais Cejuscs por habitante do que São Paulo (Foto: Reprodução)
“Essa é uma grande frustração da nova lei”, afirma o advogado Ricardo Aprigliano, conselheiro da AASP. “As audiências não estão sendo marcadas. O autor entra com ação, o juiz diz que, em virtude da falta de conciliadores, do excesso de processos, da falta de estrutura física, a audiência de conciliação não vai ser marcada. Está pulando uma etapa”, diz.
Mas a questão ainda gera polêmica entre especialistas. Para o advogado Luiz Antonio Ferrari Neto, ainda “é cedo para falar se essa alteração já vai trazer bons frutos”. “Para todas as demandas, não sei se vai trazer resultados esperados. Veio a lei e não veio o aparato para dar suporte à lei e acredito que não virá tão cedo, ainda mais com a crise”, considera.
Ele defende que o juiz não marque a audiência caso o autor não tenha interesse e o réu não se manifestar. “A probabilidade de acordo nesse caso é pequena. Aquele tempo de demora da audiência beneficiou o réu. É complicado. Criar a obrigatoriedade não sei se vai mudar a cultura. Vai acabar custando mais caro esse processo”, conclui.
Conciliação x mediação
As duas são tentativas de acordo entre as partes. Enquanto o conciliador participa e oferece soluções, o mediador é neutro e só acompanha as próprias partes resolverem o conflito. Nos dois casos, não há a presença do juiz, mas o acordo final deve ser cumprido.
'Facilitador'
Rubens Cusnir, diretor de uma clínica de diagnóstico por imagem, esperava a audiência de conciliação em um processo por responsabilidade civil, mas o juiz não designou a data.
No processo, a pessoa alegou ter uma doença que não apareceu em um exame feito pela clínica. Em um segundo exame, descobriu-se que se tratava de uma doença congênita (que ocorre no nascimento ou ao nascer).
Para ele, a conciliação “seria um facilitador”, já que o acordo podia evitar que o caso demorasse de dois até oito anos no Judiciário, que é o tempo médio de uma causa como essa. “A chance de fazer acordo é relativamente pequena, mas, dependendo da situação, existe a chance. Eu vejo uma vantagem nisso”, afirma. Segundo seu advogado, se houvesse a mediação diante de uma pessoa habilitada, a questão podia ter sido resolvida sem ir ao tribunal.
Acordo na hora
G1 acompanhou uma audiência de conciliação baseada no novo código no Fórum João Mendes, no centro da capital paulista, que terminou em acordo. A audiência ocorreu na própria sala do juiz, que aguardou as partes conversarem, com ajuda dos conciliadores, sem intervir. Em três horas, os pais de uma criança de um ano e sete meses resolveram uma briga judicial que poderia se estender por anos e já durava pelo menos um sem que o pai pudesse ver a filha. Agora, as visitas estão agendadas.
Walter Furlanete, 69, é um dos mediadores voluntários que atua em casos de família no Fórum João Mendes. 'Tem juiz que não acredita muito, mas estão mudando de ideia', afirma (Foto: Rosanne D'Agostino/G1)Walter Furlanete, 69, um dos mediadores
voluntários dos casos de família no Fórum João
Mendes. 'Tem juiz que não acredita muito, mas
estão mudando de ideia', afirma
(Foto: Rosanne D'Agostino/G1)
Walter Furlanete, de 69 anos, é um dos mediadores que atuam no fórum e diz ser "gratificante" o trabalho voluntário. "Nosso objetivo é fazer as partes se pacificarem, para que elas cumpram o acordo por vontade própria, e não por imposição do magistrado", afirma. "Teve o caso de um casal que, em três horas, resolvemos 5 processos. Eles até voltaram a tomar café juntos, que era um hábito do casal", conta.
Segundo ele, ainda há preconceito por parte de alguns juízes, mas isso vem mudando a partir do conhecimento de como funciona uma audiência. "No primeiro momento, eles resistem. Já ouvi um: 'Não quero saber desta porcaria'. Acham que vão perder o tempo deles, porque é uma cultura que se ensina desde a faculdade. Mas nós vamos com jeito e, quando eles veem as partes se conciliando, acabam concluindo que é uma ótima saída", diz.
Posição do CNJ
André Gomma de Azevedo, juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e membro do Comitê Gestor da Conciliação, afirma que ficou surpreso por decisões ocorrerem em São Paulo e no Paraná. “São os estados com mais Cejuscs”, diz. Segundo ele, o que ocorre é exatamente o contrário: muitos conciliadores e mediadores têm reclamado da falta de encaminhamento dos casos pelos magistrados.
Para o juiz, implementar o novo CPC depende de uma cultura de solução de conflitos diferente. “Existe um cadastro nacional que os magistrados podem buscar, tem centenas de mediadores. Inclusive, São Paulo é o que mais tem”, afirma. “Se o juiz está com dúvida, ele deve procurar o Nupemec, que é o núcleo de conciliação do tribunal do seu estado”, orienta.
Já sobre se os magistrados estão descumprindo o código, Azevedo afirma que essa é uma questão que deve ser enfrentada pelo CNJ nos próximos meses. “Na minha opinião, é possível [não marcar a audiência] excepcionalmente, mas só se não cabe o acordo no caso concreto. Quando nada impede, por que jogar fora essa primeira oportunidade de conciliar?”
  •  
O que diz o novo CPC
Segundo o art.334, a audiência de conciliação ou mediação é a regra e deve ser marcada pelo juiz.

Só não haverá audiência se:

- as duas partes forem expressamente contra;

- se o pedido do autor pode ser negado de início;

- o tipo de demanda não admite acordo, cabendo apenas ao Judiciário decidir sobre ela
Para Azevedo, “pode haver uma preocupação com o andamento correto do procedimento por parte do juiz”. “Como tem um terceiro que é um auxiliar da Justiça, alguns têm desconforto de quem vai ser o ‘rosto’ do Judiciário no seu processo. Mas acaba sendo um zelo um pouco mais que excessivo”, completa.
O que dizem os tribunais
Ricardo Pereira Júnior, juiz coordenador do Cejusc Central e membro do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça de São Paulo, reconhece que alguns centros não dispõem de estrutura física para atendimento da demanda, mas diz que essa “não é a regra”. Segundo ele, atualmente há 173 centros no estado e mais 25 postos avançados. O central possui mais de 600 conciliadores e mediadores cadastrados. Em todo o estado, são quase 4 mil.

Em Itaquaquecetuba, cidade onde uma das decisões foi publicada, Rosângela Garcia do Nascimento, responsável pelo Cejusc, afirma que desconhece o despacho, mas que o centro vem recebendo entre 45 a 50 processos por semana e atende totalmente a demanda. “Estamos atendendo, sim. Os juízes estão mandando. Temos 25 conciliadores há três anos e meio aqui. E podemos aumentar conforme a demanda”, afirma. Segundo ela, em breve o Cejusc será transferido, inclusive, para um prédio maior.
Pereira diz também que foram cadastradas 20 câmaras privadas que podem atender os juízes e que muitos deles estão cedendo o próprio espaço na Vara para a realização das audiências prévias. Afirma ainda que o Fórum João Mendes, o maior da capital, deve destinar quase um andar para a atividade e que a instalação está em andamento.
O Tribunal de Justiça do Parana afirma, no que se refere às sentenças dos juízes, que não cabe ao tribunal influenciar as decisões. Diz, no entanto, que existe uma recomendação de se realizar uma tentativa de acordo pré-processual.
Segundo o juiz Fábio Ribeiro Brandão, auxiliar da 2ª Vice-Presidência do TJ-PR, as decisões "desde que devidamente fundamentadas, encontram-se na seara da independência funcional de cada juiz (princípio do livre convencimento motivado)". "Portanto, não há falar em correção ou incorreção, até o presente momento, na interpretação pela obrigatoriedade ou não da realização das citadas audiências, vez que quem sedimentará o entendimento será o próprio Poder Judiciário, no âmbito de sua jurisdição, por seus órgãos julgadores superiores."
Quem pode ser mediador?
Qualquer pessoa formada há 2 anos no ensino superior, capacitada em curso especializado em instituições reconhecidas pela Escola Nacional de Mediação e Conciliação do Ministério da Justiça ou pelo CNJ e cadastrada no tribunal onde vai atuar
Segundo o juiz, o Paraná conta com 33 Cejuscs instalados e mais 19 extensões em universidades/faculdades (total de 52 unidades de atendimento) e prevê instalar nas 45 comarcas de entrância intermediária e nas 87 de entrância inicial até o final de 2016.
Enquanto isso, o TJ lançou a campanha "Aqui tem Cejusc" e há recomendação aos magistrados que "utilizem força de trabalho de seus próprios gabinetes ou secretarias, que podem se submeter às capacitações ofertadas pelo TJ-PR (já foram capacitados mais de 500 servidores no estado) para a realização das audiências/sessões"
.

Bispo afirma que Igreja Universal mantinha esquema ilegal no exterior





Ao dar detalhes, o ex-bispo relata que participou do esquema e afirma que os milhões de dólares chegavam à Europa em um jato particular

BRASIL MILHÕES DE DÓLARESHÁ 2 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO



Um ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus afirma que a entidade mantinha um esquema ilegal para operar milhões de dólares no exterior por pelo menos sete anos.

Alfredo Paulo Filho, 49, afirma ter sido responsável pela Universal em Portugal entre 2002 e 2009 e um dos principais auxiliares do bispo Edir Macedo, fundador da igreja, por mais de dez anos. Antes disso, diz que coordenou trabalhos da igreja em Estados como São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul.
Segundo conta o ex-bispo, o esquema ilegal teria sido utilizado para financiar a instituição e sua emissora de TV, a Rede Record, na Europa. A cúpula da Universal teria criado uma rota para fazer remessas ilegais de dinheiro, ao menos duas vezes por ano, da África para a Europa.
Os dólares, diz, vinham da 'Fogueira Santa', uma campanha da igreja em Angola, e cerca de US$ 5 milhões eram despachados por viagem.
Ao dar detalhes, o ex-bispo relata que participou do esquema e afirma que os milhões de dólares chegavam à Europa em um jato particular, depois de terem sido levados, de carro, de Angola até a África do Sul.
Já na Europa, em Portugal, conta ele, os dólares eram trocados por euros e depositados em uma conta no banco BCP como dízimos da igreja. A partir daí, afirma, eram transferidos para outros países europeus.
"A igreja em Portugal sustentava outras igrejas na Europa", diz Paulo Filho, sobre o motivo da operação.
O dinheiro proveniente de Angola, diz, ficava em sua própria casa em Portugal até ser depositado na conta da igreja, segundo informações da Folha de S.Paulo.
"Eu que ia pegar o dinheiro. Sabia que era ilegal", diz. O ex-bispo garante que Edir Macedo sabia de tudo.
Há pouco mais de um mês, Paulo Filho passou a postar vídeos na internet com as acusações e o caso foi divulgado pela mídia angolana.
O ex-bispo recebeu a Folha de S.Paulo em sua casa no Rio e mostrou, além de fotos com o Macedo, papéis a respeito de sua relação com a Universal, mas diz não ter provas do que relata.
"Minha prova sou eu. Participei e vi", diz. "O bispo Edir Macedo já falou em reunião de pastores que, para a obra de Deus, vale até gol de mão."
Paulo Filho deixou em 2013 a igreja, conta, depois de trair sua mulher. A informação chegou à cúpula da igreja e ele foi rebaixado para funções administrativas.
A Igreja Universal do Reino de Deus afirmou, por sua vez, por meio da assessoria, que "prepara um processo judicial contra o ex-bispo" Alfredo Paulo Filho por calúnia e difamação.
"Portanto, não se pronunciará sobre o assunto fora dos tribunais", afirmou.