sábado, 23 de julho de 2016

Alemanha enfrenta seus piores temores


Ao contrário de França, Bélgica e EUA, Alemanha não tinha sofrido ataque de envergadura nos últimos meses
L. Doncel


Fazia tempo que estava no ar. A Alemanha — ao contrário de FrançaBélgicaEstados Unidose muitos outros países — não tinha sofrido um ataque terrorista de envergadura nos últimos meses. E na mesma semana, duas cidades do Estado da Baviera, coincidência ou não, sofreram atentados que despertaram os piores receios da população. As autoridades não descartam nenhuma hipótese, nem a do islamismo nem a da extrema direita.

O McDonalds atacado em Munique  AP
Nesta sexta-feira, ataques a tiros feitos por um homem não identificado — a princípio se imaginou que fossem três os atiradores — levaram à morte de dez pessoas (o atirador teria se matado) e feriram ao menos 21. Os responsáveis governamentais, policiais e dos serviços secretos se moviam na esquizofrenia de não querer alarmar a população e reconhecer ao mesmo tempo que o perigo estava presente, e que a questão não era tanto se a Alemanha sofreria um ataque terrorista, mas quando e como. E nesta semana explodiu.
Primeiro na segunda-feira, quando um refugiado que parecia um modelo de integração –fazia estágio numa padaria e acabara de desembarcar numa família de acolhida– agrediu a machadadas uma família chinesa num trem e uma mulher na rua. Dois deles estão entre a vida e a morte. A tragédia também teve repercussões políticas: o jovem tinha chegado na onda migratória que a chanceler Angela Merkel não conseguiu, ou não quis, recusar. E agora unique. Na confusão da sexta-feira era muito cedo para procurar certezas ou autorias. A polícia da cidade disse na sexta-feira não ter, no momento, nenhum indício islamista.


“Não descartamos nenhuma hipótese por enquanto, nem a do islamismo. Mas não há nada claro e peço respeito à confidencialidade das investigações para não prejudicar suas possibilidades de sucesso”, disse pouco antes das 23h (hora alemana) Peter Altmeier, ministro das Relações Exteriores e um dos colaboradores mais próximos de Merkel.

‘PORTAS ABERTAS’ NAS REDES

L. D., BERLÍN
As redes sociais irrompem com força nos acontecimentos trágicos e o tiroteio de Munique não foi exceção. Para se comunicar com os cidadãos e informá-los ao vivo, a polícia federal usou sua conta no Twitter. Por meio dela pediu que a população permanecesse em suas casas, não postasse nenhuma imagem dos acontecimentos e não usasse as estradas que conduzem à capital bávara. Uma das tendências no Twitter nessa noite foi a hashtag#offenetuer, portas abertas, que encabeçava os tuítes daqueles que, em Munique, ofereceram ajuda para quem não tinha onde se abrigar. Entre os que a usaram estavam as mesquitas da cidade.
A polícia investiga a autenticidade de um vídeo no qual aquele que parece ser o autor grita “sou alemão”. Os especialistas antiterroristas indagavam se isso pode ser a prova de que o atentado foi obra de ultradireitistas. Num país onde os ataques a centros de refugiados dispararam no último ano e no qual o próprio ministro do Interior, Thomas de Maizière, alertou para a possibilidade do surgimento de um novo terrorismo de ultradireita, a hipótese não parece descartável. Na cidade de Munique acontece há anos o julgamento de um membro do NSU, um grupo neonazista que durante anos atacou estrangeiros. Mas o modus operandi lembra mais o dos jihadistas do Estado islâmico.

Simbolismo político

Os dois ataques da semana aconteceram na Baviera. Pode ser apenas coincidência, porque o que os últimos meses mostraram é que os atos de terrorismo podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento. Mas os ataques nesse lugar também têm um forte simbolismo político. Porque o rico e conservador Estado Livre da Baviera serviu como porta de entrada para a grande maioria do milhão de refugiados que chegaram à Alemanha no ano passado. E também porque o chefe de Governo da Baviera, Horst Seehofer, é o maior crítico da política de imigração de Merkel. E apesar de ambos dirigirem paridos teoricamente irmãos, ele também se tornou o maior inimigo da chanceler, que não hesitou em humilhar quando teve ocasião.
É muito cedo para buscar consequências políticas do que aconteceu em Munique, mas se for confirmada a motivação islâmica, a pressão política na Alemanha crescerá consideravelmente. Nas eleições do próximo ano, a ultradireita não terá o sucesso que se prevê para a Frente Nacional francesa. Mas os populistas anti-imigração da Alternativa para a Alemanha têm todas as chances de se tornar, de acordo com as pesquisas dos últimos meses, o terceiro ou o quarto partido do país.
A mobilização da polícia foi colossal. A força antiterrorista foi acionada. A ideia de que no meio de Munique perambulassem três pessoas dispostas a matar quem encontrassem pela frente era arrepiante.

Prejuízo do Metrô-DF com a greve já ultrapassa os R$ 5 milhões

Circulação de trens apenas em horários de pico nos dias úteis prejudica as contas da empresa. Liberação de catracas por falta de funcionários também contribui para déficit



Dênio Simões/Agência Brasília


Nesta sexta-feira (22/7), a greve dos metroviários, a maior da história do empresa no Distrito Federal, completa 38 dias. Além de prejudicar os passageiros, a paralisação dos serviços tem puxado as contas do Metrô-DF para o vermelho. De acordo com a empresa, o prejuízo já ultrapassa os R$ 5 milhões, uma vez que os trens circulam apenas em horário de pico desde o início da greve.



Entre 14 e 30 de junho, a companhia deixou de arrecadar R$ 3,5 milhões. Entre os dias 1º e 10 de julho, segundo a empresa, o prejuízo superou R$ 2 milhões.
“O metrô transporta, em dias úteis, até 160 mil usuários. Nos fins de semana, a média é de cerca de 66 mil passageiros. Com a greve, o metrô está fechado aos domingos, o que fez com que a média caísse para 27 mil usuários aos fins de semana”, contabilizou, em nota, a companhia. Além do déficit nos fins de semana, de segunda a sexta-feira a circulação dos trens está restrita aos horários de pico.
E as baixas no orçamento do Metrô-DF não são de hoje. Em junho, o Metrópoles noticiou que a empresa liberou as catracas 434.477 vezes nos quatro primeiros meses deste ano por falta de funcionários. A média chegou a 3.590 registros por dia, com perda de receita de R$ 1.737.908.
Segundo o Metrô, seriam necessários mais 300 funcionários no quadro para suprir totalmente a demanda. Ainda de acordo com a empresa, a última nomeação de servidores selecionados em concurso ocorreu em 2014, quando 30 aprovados no certame do ano anterior passaram a integrar a equipe. O Sindicato dos Metroviários do DF (SindMetrô) estima que o déficit seja de até 800 servidores. A recomposição dos quadros funcionais foi um dos motivos doprotesto feito na Estação Central na noite desta sexta-feira (22).
No início do ano, o Metrô-DF pediu ao Governo do Distrito Federal a convocação de mais 320 servidores. No entanto, informou que “não foi possível chamar os aprovados porque o governo encontra-se impedido de fazer contratações em razão do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal“.
PassagemQuestionada sobre a influência do déficit de caixa da empresa no preço da passagem, a empresa informou que os reajustes são regulamentados por meio de decreto editado pelo GDF. E completou que não há, no momento, “nenhum estudo de compensação ou previsão de reajustes de tarifas diante da perda de receitas em consequência da greve”.
  

Ainda há células terroristas ativas no Brasil, diz ONG

Global Intelligence Insight afirmou que terroristas estão preparando ataques durante os Jogos Olímpicos



BRASIL TERRORHÁ 2 HORAsPOR NOTÍCIAS AO MINUTO

Ao contrário do que afirmou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que o Brasil estava sem foco terrorista após a prisão do grupo ligado ao Estado Islâmico, a ONG Global Intelligence Insight, especializada em monitorar terroristas no mundo, disse que brasileiros continuam em contato com extremistas.


De acordo com o jornal O Globo, que conversou com o fundador da ONG, Vasco da Cruz Amador, ainda há pelo menos quatro brasileiros em contato com extremistas, através de um canal no Telegram, que preparam ataques no país durante os Jogos Olímpicos.
"Posso garantir que é um grupo que transmite informações sobre o Estado Islâmico em geral, produz a disseminação da Jihad e ainda fornece notícias atualizadas do dia a dia deles. Também disponibilizaram salas de bate-papo reservados aos integrantes. Não há dúvidas de que se trata de uma outra célula, pois, mesmo com as prisões ocorridas, eles não se desconectaram", afirma Vasco ao Globo.
Além do grupo do Telegram chamado Nashir Português, identificado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Vasco da Cruz mencionou outro canal detectado pela ONG Global Intelligence Insight. O segundo grupo se chama Ansar al Khilafah Brazil.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Moro diz que grampos poderiam justificar prisão de Lula

O juiz citou como exemplo diálogo interceptado em 27 de fevereiro, entre Lula e o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão



POLÍTICA INVESTIGAÇÃOHÁ 1 HORAPOR


Em despacho de quinze páginas, o juiz federal Sérgio Moro rebateu, um a um, os argumentos da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pedia sua suspeição para continuar na condução das investigações sobre o petista. Moro decidiu, taxativamente, não abrir mão do caso e disse que "falta seriedade" à argumentação da defesa.


O magistrado afirmou ainda que os grampos que pegaram o ex-presidente em março deste ano, na Operação Aletheia, poderiam justificar a prisão temporária de Lula, mas que na ocasião, acabou-se optando por "medida menos gravosa", no caso, a condução coercitiva do petista.
As interceptações telefônicas mostraram um Lula irado com a Lava Jato.
"Não há nenhum fato objetivo que justifique a presente exceção, tratando-se apenas de veículo impróprio para a irresignação da defesa do excipiente (Lula) contra as decisões do presente julgador e, em alguns tópicos, é até mesmo bem menos do que isso. Rigorosamente, apesar do direito à ampla defesa, não se justifica o emprego da exceção de suspeição sem que haja mínimos fatos objetivos que a justifiquem."
Lula é alvo da Operação Lava Jato. Os investigadores atribuem a ele a propriedade do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e do tríplex 164/A do Condomínio Solaris, no Guarujá - o petista nega ser dono dos imóveis.
Por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a investigação sobre Lula voltou para as mãos de Moro, titular da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, base da Lava Jato.
Aliados de Lula temem que Moro poderá decretar a prisão do ex-presidente. Em março, dia 4, Lula foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento. Seus defensores querem tirar as investigações das mãos do juiz símbolo da Lava Jato.
Por meio de exceção de suspeição criminal, os advogados de Lula alegaram que Moro seria "suspeito pois teria ordenado buscas e apreensões, condução coercitiva e interceptação telefônica ilegais, demonstrando parcialidade". Ainda, que o juiz seria suspeito pois teria levantado ilegalmente o sigilo sobre diálogos interceptados telefonicamente - no caso, relativos à conversa de Lula com a presidente afastada Dilma Rousseff.
Ainda segundo os advogados de Lula, o juiz "teria prejulgado a causa ao prestar informações ao Supremo Tribunal Federal na Reclamação 23.457" e seria suspeito porque estaria se dedicando exclusivamente aos casos criminais da Lava Jato.
Os advogados de Lula alegam, ainda, que Moro teria relacionamento com a imprensa, porque teriam sido publicado livros a seu respeito ou porque teria participado de eventos ou, também, porque teria figurado em pesquisa eleitoral, concorrendo com o próprio Lula.
"Várias medidas requeridas pelo Ministério Público Federal foram indeferidas, como o indeferimento dos pedidos de prisão temporária de associados do ex-presidente e o indeferimento da condução coercitiva da esposa do ex-presidente", anotou Moro. "Não vislumbro como se pode extrair dessas decisões ou de qualquer outra decisão interlocutória dos processos, motivada a apreciação judicial pelo requerimento das partes, causa para suspeição. O fato da parte afetada, ainda que um ex-presidente, discordar dessas decisões em nada altera o quadro. Confunde a defesa sua inconformidade com as decisões judiciais com causas de suspeição."
Sérgio Moro prossegue. "Não é apropriado nesta exceção discutir a validade ou não das decisões referidas, pois não é a exceção de suspeição o local próprio para esse debate ou para impugná-las. Portanto, de se concluir que a exceção de suspeição foi incorretamente utilizado para veicular a irresignação da defesa do ex-presidente contra as referidas decisões, não havendo, porém, o apontamento de uma causa legal de suspeição. Inviável reconhecer suspeição."
O juiz da Lava Jato aponta "afirmações incorretas" dos defensores de Lula. "No que se refere à condução coercitiva, foi ela requerida pelo Ministério Público Federal e a autorização foi concedida por decisão em 29 de fevereiro de 2016, amplamente fundamentada. É evidentemente inapropriado, como pretende o excipiente, equiparar a medida à qualquer prisão, ainda que provisória, uma vez que o investigado é apenas levado para prestar depoimento, resguardado inclusive o direito ao silêncio, sendo liberado em seguida. Assim, o ex-presidente não se transformou em um preso político por ter sido conduzido coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal por pouca horas."
Moro citou os grampos que pegaram Lula. "Alguns diálogos sugeriam que o ex-presidente e associados tomariam providência para turbar a diligência, o que poderia colocar em risco os agentes policiais e mesmo terceiros."
O juiz citou como exemplo diálogo interceptado em 27 de fevereiro, entre Lula e o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, "no qual o primeiro afirma ter ciência prévia de que a busca e apreensão seria realizada e revela cogitar 'convocar alguns deputados para surpreendê-los', medida que, ao final, não ultimou-se, mas que poderia colocar em risco a diligência".
"Rigorosamente, a interceptação revelou uma série de diálogos do ex-presidente nos quais há indicação de sua intenção de obstruir as investigações, o que por si só poderia justificar, por ocasião da busca e apreensão, a prisão temporária dele, tendo sido optado, porém, pela medida menos gravosa da condução coercitiva. A medida de condução coercitiva, além de não ser equiparável a prisão nem mesmo temporária, era justificada, foi autorizada por decisão fundamentada diante de requerimento do Ministério Público Federal e ainda haveria razões adicionais que não puderam ser ali consignadas pois atinentes a fatos sobre os quais havia sigilo decretado."
O juiz é categórico. "Se houve exploração política do episódio, isso não ocorreu da parte deste julgador, que, aliás, proibiu rigorosamente a utilização de algemas, a filmagem ou registro fotográfico do episódio. Nem aparenta ter havido exploração política do episódio pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal. Veja-se, aliás, que as próprias fotos tiradas na data da condução coercitiva e apresentadas pelo excipiente (Lula) como indicativos da exploração política do episódio ocorreram após a diligência." Moro cita foto de Lula deixando o diretório do PT em São Paulo na sexta-feira, 4 de março, após se pronunciar sobre a operação de que foi alvo.
O juiz aborda o grampo que pegou o telefone do escritório do advogado Roberto Teixeira, defensor de Lula. "Foi autorizada, por decisão de 26 de fevereiro de 2016, a interceptação telefônica somente do terminal de titularidade do advogado Roberto Teixeira, mas na condição de investigado, ele mesmo, e não de advogado. Na ocasião da autorização de interceptação, consignei, sucintamente, que, embora ele fosse advogado, teria representado Jonas Suassuna e Fernando Bittar na aquisição do sítio de Atibaia, inclusive minutando as escrituras e recolhendo as assinaturas no escritório de advocacia dele."
"Considerando a suspeita do MPF de que o sítio em Atibaia represente vantagem indevida colocada em nome de pessoas interpostas, o envolvimento de Roberto Teixeira na transação o coloca na posição de possível partícipe do crime de lavagem."
"Se o advogado, no caso Roberto Teixeira, se envolve em condutas criminais, no caso suposta lavagem de dinheiro por auxiliar o ex-presidente na aquisição com pessoas interpostas do sítio em Atibaia, não há imunidade à investigação a ser preservada, nem quanto à comunicação dele com seu cliente também investigado. Também constatado, pelo resultado da interceptação, que o advogado cedia o seu telefone para utilização do ex-presidente, como se verifica no diálogo interceptado em 28 de fevereiro de 2016, às 12:37, no referido terminal entre o ex-presidente e terceiro, mais ainda se justificando a medida de interceptação."
"Rigorosamente, nos poucos diálogos interceptados no referido terminal e que foram selecionados como relevantes pela autoridade policial, não há nenhum que possa ser considerado como atinente à discussão da defesa do ex-presidente."
"Apenas da argumentação dramática da defesa do excipiente, no sentido de que teriam sido interceptados vinte e cinco advogados pela implantação da medida no terminal (do escritório de Teixeira) não há concretamente o apontamento de diálogos interceptados no referido terminal de outros advogados que não do próprio Roberto Teixeira e nem de diálogos cujo conteúdo dizem respeito ao direito de defesa. Não corresponde à realidade dos fatos a afirmação de que se buscou ou foram interceptados todos os advogados do escritório de advocacia Teixeira Martins. Somente foi interceptado Roberto Teixeira, com resultados parcos, mas isso diante de indícios de seu envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro e não como advogado."
Moro fulmina a versão da defesa segundo a qual ele teria prejulgado a causa ao prestar informações ao Supremo Tribunal Federal na Reclamação 23.457. "Aqui mais uma vez a Defesa confunde regular exercício da jurisdição com causa de suspeição. A fiar-se na tese da defesa, bastaria ao investigado ou acusado, em qualquer processo, representar o juiz por imaginário abuso de poder, para lograr o seu afastamento do caso penal. Não há como acolher tal tese por motivos óbvios. Em parte da exceção afirma o excipiente que o julgador seria suspeito por terem sido lançados livros por terceiros a seu respeito ou a respeito da assim denominada Operação Lava Jato. Faltou ao excipiente esclarecer como atos de terceiros podem justificar a suspeição do julgador. Falta seriedade à argumentação da defesa no tópico, o que dispensa maiores comentários."
O juiz também rebateu a informação dos advogados de Lula de que "já participou de diversos eventos políticos".
"Trata-se aqui de afirmação falsa. Este julgador jamais participou de evento político. Nenhum dos eventos citados, organizados principalmente por órgãos da imprensa, constitui evento político."
"Inviável acolher o pedido do Excipiente de suspensão dos inquéritos e processos conexos, pois manifestamente contrário à regra legal do artigo 111 do Código de Processo Penal e especialmente quando ausente fato objetivo que dê causa à suspeição ou mesmo que justifique a interposição da exceção", concluiu Sérgio Moro.
Defesa
Com relação ao posicionamento de Moro, a defesa do ex-presidente divulgou a seguinte nota:
"Na data de hoje (22/07/2016), o juiz Sergio Moro recusou-se a reconhecer que perdeu a imparcialidade para julgar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apresentou sua defesa para futuro julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª. Região.
A defesa apresentada por Moro, todavia, apenas deixou ainda mais evidente a sua parcialidade em relação a Lula, pois a peça: (a) acusa; (b) nega, de forma inconsistente, as arbitrariedades praticadas; (c) faz indevidos juízos de valor; e, ainda, (d) distorce e ignora fatos relevantes.
Juiz acusador.
Em documento remetido ao STF no dia 29/03/2016, o juiz Moro fez 12 acusações contra Lula imputando-lhe práticas criminosas e antecipou, indevidamente, juízo de valor sobre a propriedade do sítio de Atibaia (SP), sobre o qual arvorou jurisdição. A figura do juiz acusador é incompatível com a do juiz imparcial.
Na manifestação de hoje, Moro tenta amenizar sua indevida atuação acusatória contra o ex-Presidente sob o fundamento de que teria feito uso frequente das expressões ‘cognição sumária’, ’em princípio’ ou ‘aparentemente’. Essa situação, todavia, não retrata a realidade, tanto é que Moro transcreveu em sua defesa apenas 3 das 12 acusações lançadas no documento dirigido ao STF, escondendo a maioria de conteúdo flagrantemente acusatório. O escopo da manifestação de Moro é inequivocamente de um acusador, quaisquer que sejam as expressões que ele tenha utilizado para edulcorar aquele documento.
Arbitrariedades.
Ao contrário do que foi sustentado, o juiz Moro praticou diversas arbitrariedades contra o ex-Presidente Lula, principalmente após ser deflagrada a 24ª. Fase da Operação Lava Jato. Lula foi indevidamente privado da sua liberdade em situação não prevista em lei, pois foi conduzido coercitivamente sem que tenha deixado de cumprir qualquer intimação previamente. Já o levantamento do sigilo das conversas interceptadas nos ramais telefônicos utilizados pelo ex-Presidente, seus familiares, colaboradores e advogados é expressamente vedado em lei e pode configurar crime. Quanto a este ponto, as próprias decisões proferidas pelo STF indicam que não houve um mero erro do julgador, até porque a lei não comporta qualquer interpretação que não seja a preservação do sigilo. Houve inequívoca intenção do juiz de produzir efeitos estranhos ao processo, para criar empecilhos jurídicos e políticos a Lula.
Essas arbitrariedades foram encaminhadas ao Procurador Geral da República em 16/06/2016 para análise sobre o eventual cometimento de abuso de autoridade pelo Juiz Moro, estando pendentes de análise.
Juízos indevidos de valor.
O excesso de medidas cautelares injustificadas já autorizadas pelo juiz Sergio Moro contra Lula é outro fator que não deixa dúvida de que ele aderiu precocemente a uma tese acusatória e, com isso, tornou-se parcial no caso. No documento emitido hoje, Moro volta a fazer indevidos juízos de valor na tentativa - inalcançável - de justificar tais medidas.
Distorções.
Na defesa hoje apresentada, Moro ignora o fato de ter participado e prestigiado o lançamento do livro do jornalista Vladimir Neto sobre a Operação Lava Jato - que coloca Lula, indevidamente, em papel central. Os direitos da obra já foram vendidos para a produção de uma série pela empresa norte-americana Netflix. O juiz ainda tergiversa em relação à sua participação em eventos envolvendo políticos que fazem oposição a Lula, chegando até mesmo a negar a ligação de João Dória Júnior, pré-candidato à prefeitura de São Paulo e autor de diversos atos difamatórios contra Lula, nos eventos organizados pela empresa Lide da qual é notório proprietário. Falta sinceridade na manifestação de Sergio Moro quando alega que não pode influir na linha editorial contraria a Lula dos veículos de comunicação, como se desconhecesse esse fato ao aceitar convites para atos que envolvem atores políticos e de propaganda opressiva.
Ao deixar de reconhecer que perdeu a imparcialidade para julgar Lula, diante de tão relevantes fatos, o juiz Moro comete inequívoco atentado contra a Constituição Federal e, ainda, contra os Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir, que asseguram a figura de um juiz imparcial e de um julgamento justo.
Os advogados de Lula tomarão todas as providências necessárias para que seu cliente não seja submetido a novas arbitrariedades.
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira". Com informações do Estadão Conteúdo. 

Paulo Bernardo agiu como 'operador' de Gleisi, diz Procuradoria

A acusação é que a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras



POLÍTICA LAVA JATOHÁ 3 HORAS
POR FOLHAPRESS


A Procuradoria-Geral da República afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-ministro Paulo Bernardo agiu como o "verdadeiro operador" da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), sua mulher, na Lava Jato.


A afirmação consta no pedido da Procuradoria para que o tribunal receba denúncia contra o casal e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, abrindo uma ação penal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
A acusação é que a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras.
O parecer assinado pela procuradora-geral da República em exercício, Ela Wiecko, afirma que Paulo Bernardo foi responsável por solicitar a propina para a campanha.
"O desempenho dessa função por Paulo Bernardo, como um verdadeiro operador de sua esposa -inclusive valendo-se da importância do ministério então por ele ocupado-, exatamente como dito por Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras] e Alberto Youssef [doleiro], que o apontaram como solicitante da vantagem indevida em favor da codenunciada Gleisi", diz o texto.
Segundo Wiecko, "a denúncia aponta elementos concretos em relação à lavagem de dinheiro da propina repassada à Gleisi, com atuação de Paulo Bernardo e Ernesto Kugler".
Na manifestação, a Procuradoria reafirma que, entre julho de 2010 e outubro de 2010, "terminais vinculados a Paulo Bernardo realizaram 163 ligações para o telefone de Ronaldo Baltazar responsável pela administração financeira da campanha de Gleisi ao Senado em 2010, e 82 ligações para o PT no Paraná".
A acusação da Procuradoria leva em consideração a delação premiada do advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin, que confirmou repasses de dinheiro para a campanha da petista.
Segundo Pieruccini, em 2010, ele foi orientado por Youssef a fazer quatro viagens de São Paulo a Curitiba para entregar dinheiro à campanha de Gleisi, ex-ministra da Casa Civil (2011-2014).
Ele contou ter ouvido de Youssef que os valores "tinham sido acertados com Paulo Bernardo", ex-ministro do Planejamento (2005-2011) e das Comunicações (2011-2015), e se destinavam à campanha eleitoral da candidata ao Senado.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, analisará a denúncia e levará o caso para a segunda turma do tribunal, composta por cinco integrantes.Se os ministros aceitarem a denúncia, os dois serão transformados em réus. Não há data prevista para essa análise acontecer.
Além desse inquérito sobre a Lava Jato, Gleisi e Paulo Bernardo são investigados por suspeita de participação em um esquema de corrupção no Ministério do Planejamento. Paulo Bernardo chegou a ser preso, a pedido da Justiça de São Paulo, na chamada Operação Custo Brasil.
OUTRO LADO
Em depoimentos prestados à Polícia Federal, Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo negaram quaisquer irregularidades na campanha de Gleisi em 2010 ao Senado.
A defesa do casal tem afirmando que não há elementos que justifiquem a abertura de ação penal.
"Todas as provas que constam no inquérito comprovam que não houve solicitação, entrega ou recebimento de nenhum valor por parte da Senadora. A denúncia sequer aponta qualquer ato concreto cometido. Baseia-se apenas em especulações que não são compatíveis com o que se espera de uma acusação penal", diz o texto assinado pelos advogados Rodrigo Mudrovitsch e Veronica Abdala Sterman.
"São inúmeras as contradições nos depoimentos dos delatores que embasam a denúncia, as quais tiram toda a credibilidade das supostas delações. Um deles apresentou, nada mais, nada menos, do que seis versões diferentes para esses fatos, o que comprova ainda mais que eles não existiram."
Segundo os advogados, a delação de Pieruccini demonstra a fragilidade das acusações.
"Ao apagar das luzes, depois de um ano e meio da abertura do inquérito, uma terceira pessoa aparece disposta a dizer que teria realizado a suposta entrega de valores, numa nova versão que foge de qualquer raciocínio lógico. Vale lembrar que esta pessoa é amigo/sócio/ funcionário de Alberto Youssef, o que comprova ainda mais a fragilidade das provas e se vale do mesmo advogado de Alberto Youssef para fazer sua delação."
Sobre o ex-ministro, os advogados afirmam que "as referências ao ex-ministro Paulo Bernardo na denúncia baseiam-se em declarações contraditórias e inverossímeis. Não houve qualquer envolvimento dele com os fatos narrados na denúncia. Demonstraremos isso com veemência e acreditamos que a denúncia não pode ser recebida". Com informações da Folhapress. 

Michel Temer tem receio de ter sido gravado por Cunha

A suspeita surgiu quando Cunha resolveu lembrar a Temer sobre certas parcerias deles no passado


POLÍTICA DECISÃOHÁ 13 MINS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


Às vésperas da decisão do Senado sobre o impeachment de Dilma Rousseff, o presidente interino Michel Temer desconfia que pode ter sido gravado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu por corrupção na Justiça.


A suspeita surgiu quando Cunha resolveu lembrar a Temer sobre certas parcerias deles no passado, segundo informações da Carta Capital.
De acordo com a revista, Temer reagiu aos gritos ao conteúdo da conversa com Cunha.
As relações entre os são antigas, como sempre faz questão de lembrar o presidenciável Ciro Gomes (PDT). Ciro afirma que quando foi deputado na mesma legislatura que os peemedebistas, de 2007 a 2010, a dupla atuava em conjunto. Cunha comercializaria leis sob os auspícios de Temer, presidente da Casa de 2009 a 2010.
A parceria, ao que parece, continuou mesmo depois de Temer deixar a Câmara e tornar-se vice-presidente da República, em 2011.
Muitos casos podem ter o envolvimento de Cunha e Temer, juntos.
No segundo semestre de 2013, por exemplo, houve uma reunião no Jaburu entre Cunha, Temer e um empresário do grupo Libra, terminal portuário até hoje com pendências financeiras perante órgãos públicos e doador de recursos eleitorais para o interino, para discutir a situação da empresa. Temer parecia empenhado em ajudar, com condições criadas pelo próprio Cunha.
O então presidente da Câmara, durante a votação da Lei de Portos na Câmara no primeiro semestre de 2013, impediu o avanço do projeto até o governo Dilma Rousseff aceitar uma mudança no texto que favoreceria Libra.
Originalmente, a lei proibia a renovação de contratos de arrendamento por terminais inadimplentes com o poder público, que era o caso da Libra. 
Cunha, então, inseriu um dispositivo na Lei que retirava o veto à renovação de contratos por inadimplentes. E fez mais: incluiu a possibilidade de litígios contratuais serem resolvidos em longe dos tribunais, com membros indicados pelas partes.
Para a ideia de Temer se consumar, era necessário a interferência do governo federal, que aconteceu no segundo mandato de Dilma, enquanto Temer tinha o controle da Secretaria Especial dos Portos.
Na eleição de 2014, então, Temer recebeu doação de um milhão de reais de dois sócios de Libra, os irmãos Rodrigo Borges Torrealba e Ana Carolina Borges Torrealba. O dinheiro foi recebido em uma empresa aberta pelo presidente interino para gerenciar recursos que repassaria a candidatos amigos, segundo informa a Carta Capital.

Brasileiros descrevem caos e medo durante tiroteio em Munique; vídeos

22/07/2016 18h27 - Atualizado em 22/07/2016 19h12

Atiradores abriram fogo em shopping da cidade alemã. 

Comércio e trens estão fechados; ainda não há confirmação terrorista.

Do G1, em São Paulo

Atiradores abriram fogo em um shopping em Munique, na Alemanha. Brasileiros em diferentes pontos da cidade descreveram o clima e dão detalhes de como é a ação das autoridades e da polícia do país. (assista aos vídeos abaixo)
A estudante Tatiana Novaes acabou se protegendo dos tiros com mais 13 pessoas e se escondeu no porão de uma loja na cidade. "Foi uma situação muito rápida de pânico e a gente encontrou um abrigo dentro de uma loja. A gente ainda tá dentro do porão dessa loja e parece que agora as coisas estão começando a se acalmar", disse.
 
O engenheiro Alfredo Prada estava em uma estação de trem próxima ao shopping onde ocorreram os disparos. Segundo ele, os trens começaram a passar reto nas estações e uma forte correria aconteceu. "De uma hora pra outra, eles deram uma notícia no alto-falante e os trens começaram a passar rápido e as pessoas ficaram incomodadas e ninguém sabia o que fazia, ficou uma situação chata (...) o que aconteceu foi uma correria bem intensa e quando a gente saiu no térreo estava todo mundo deitado no chão".
 A estudante Natasha Egger estava a caminho do shopping quando ocorreu o tiroteio.
"Aquilo que eu vi, nunca vi na minha vida antes, muito carro de polícia, helicóptero, muita gente chorando. Na verdade a gente não sabia o que estava acontecendo".
A também estudante Beatrice Pedrine disse que a cidade está tomada por helicópteros e policiais. "Falaram para todo mundo ficar em casa porque eles não conseguiram capturar o atirador ainda".
 A tradutora brasileira Andrea Sipolo contou que passeava com amigos no bairro de Moosach no momento dos disparos. Ela disse que se abrigou dentro do prédio do Teatro Nacional.
"Vimos algumas pessoas correndo e a gente começou a correr para o mesmo lado que elas. Estávamos perto da ópera, e havia muitas pessoas falando: 'Entrem aqui'. Nós entramos e ficamos aqui numa sala. Num dado momento, a gente ouviu uns gritos lá de fora. Ficamos nervosos, mas, segundo eles, era apenas uma pessoa que entrou em pânico", diz Andrea, que mora na cidade