sábado, 2 de julho de 2016

Jihad Ahmad Deyab, que cumpriu pena em Guantánamo por supostos vínculos com a Al Qaeda, tentou entrar no país em maio. Seu paradeiro é desconhecido

Jihad Ahmad Deyab, que cumpriu pena em Guantánamo por supostos vínculos com a Al Qaeda, tentou entrar no país em maio. Seu paradeiro é desconhecido



O sírio Diyab em entrevista a um canal argentino no ano passado.
O São Paulo írio Diyab em entrevista a um canal argentino no ano passado.  AP

A pedido das autoridades antiterroristas brasileiras, a companhia aérea Avianca lançou um comunicado interno em que pede aos funcionários que "informem imediatamente" se detectarem a presença no Brasil de Jihad Ahmad Deyab, sírio que cumpriu pena em Guantánamo por seus supostos vínculos com a Al Qaeda e foi acolhido no Uruguai em 2014. A informação é do jornal Estado de S. Paulo e foi confirmada pelo EL PAÍS.


Deyab, que esteve preso durante 12 anos na prisão americana, foi um dos seis ex-detentos que o Governo uruguaio aceitou receber há dois anos. Seu paradeiro é desconhecido há várias semanas. Na época em que chegaram a Montevidéu, os ex-prisioneiros foram considerados de baixa periculosidade. Segundo o boletim distribuído pela Avianca, que se baseia em informações recebidas pela divisão Antiterrorismo (DAT/DIP/PF), o sírio não fala português e tem dificuldades de locomoção, fazendo uso de muletas. É provável também que ele, que possui documentos uruguaios, esteja utilizando um passaporte falso, passando-se por marroquino, jordaniano ou sírio, diz o informe.
REPRODUÇÃO
Ao EL PAÍS, a companhia aérea confirmou a veracidade do documento interno e explicou que se trata de um procedimento habitual e que a Avianca está colaborando com as autoridades. O comunicado da empresa aos funcionários exibe ainda telefones da PF aos quais se deve recorrer para repassar informações sobre o ex-prisioneiro. Em um desses números, um agente da PF não confirmou, no entanto, que exista um alerta a respeito de Deyab. O jornal não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da polícia.
O Ministério do Interior do Uruguai informou que o sírio é livre para deixar o país. Em maio, foi reportado que ele havia tentado entrar no Brasil, mas havia sido rejeitado pelas autoridades locais no âmbito da legislação antiterrorismo.Tecnicamente ele não é um fugitivo, porque está livre e nunca foi processado nem acusado. Extraoficialmente, no entanto, se sabe que ele é vigiado pelo serviço secreto uruguaio. Os Estados Unidos também estaria cooperando para descobrir o seu paradeiro.
Diyab, de 44 anos, nasceu no Líbano, mas é cidadão sírio. Em um dos documentos do Departamento de Estado dos EUA filtrados por Wikileaks figura que ele pertenceu a a organizações terroristas, como a Al Qaeda, e que ele fugiu da Síria para o Afeganistão. No início do ano passado, Deyab viajou a Argentina para pedir o Governo que recebesses alguns dos presos que ainda permaneciam em Guantánamo."Nunca vou esquecer dos meus companheiros que estão lá e, por isso, que vim aqui lutar", afirmou em uma entrevista coletiva a quatro veículos de comunicação alternativos da Argentina, Barricada TVResumen Latinoamericano, Radio Gráfica y Radio Madre, da organização Madres de Plaza de Mayo.

Centro Administrativo: Como nasce um elefante branco da cor do pecado


Kacio Pacheco/Metrópoles






A ideia de construção do Centro Administrativo do Distrito Federal (CADF) foi concebida durante a conturbada gestão de José Roberto Arruda, que acabou banido do governo depois de se tornar protagonista da Operação Caixa de Pandora, já no ocaso de 2009. Antes, porém, de ser afastado da chefia do Executivo, Arruda colocou em prática o que era um de seus grandes projetos, a transposição da burocracia do centro da capital federal para um endereço entre Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.


Com o governo bem avaliado antes de vir a público o escândalo de corrupção da Pandora, Arruda conseguiu, à época, emplacar o seu projeto sem grandes contestações públicas, mesmo diante de argumentos frágeis. A economia de gastos com locação é um deles. O governo deixará de pagar parte dos aluguéis atualmente devidos, mas assumirá um boleto mensal a partir de R$ 17 milhões e por longos 22 anos, a titulo de contraprestação do serviço da Odebrecht e da Via Engenharia. A primeira, está no epicentro da Lava Jato. E a construtora candanga tangencia o escândalo que já tragou dezenas de empresas nos últimos dois anos.
Embora o governo tenha tentado evangelizar a população de que a troca é vantajosa, fica difícil botar fé no discurso oficial. Não dá para falar em diminuição de gastos, já que itens essenciais do projeto ainda não foram contabilizados. É o caso do mobiliário para atender o CADF. Estima-se, por baixo, um valor de R$ 200 milhões na compra dos móveis. Sem falar nos acessórios tratados fora dos holofotes da opinião pública. Em 2013, durante a administração de Agnelo Queiroz (PT), o governo tentou viabilizar junto ao consórcio do Centro Administrativo um aditivo do contrato no valor de R$ 34 milhões. A intenção, à época, era acrescentar à obra a colocação de vidros blindados, grades, novas paredes, salas mais espaçosas para os secretários de Estado e até uma suíte privativa para o governador e a primeira-dama.
Outro ponto do discurso oficial difícil de parar em pé é a tese da melhoria do trânsito com a mudança da burocracia para Taguatinga. Quando o governo quis convencer a população sobre a importância do projeto, disse que a alteração diminuiria os congestionamentos no Plano Piloto, pois inverteria o fluxo de carros. A comunidade chegou a experimentar o que seria um protótipo do novo centro administrativo, com a inauguração do Buritinga nas dependências de um quartel desativado bem na entrada de Taguatinga. A inversão na época não aliviou para o cidadão comum e criou transtornos para secretários de governo e seus assessores que não escondiam a insatisfação com o endereço afastado do centro de Brasília.
Nesta sexta-feira (1º/7), o Metrópoles revelou que integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato avançaram nas investigações sobre a contratação de uma suposta consultoria de fachada para amparar as obras do Centro Administrativo do DF. A parceria foi firmada em 2008 entre a Via Engenharia e a CSA Project Finance, empresa do doleiro Alberto Youssef. A reportagem aponta que os promotores de Justiça encontraram fortes indícios de que o trabalho foi fajuto e teria servido para justificar pagamento de propina. Um ano depois da consultoria, em abril de 2009, a Via, em parceria com a Odebrecht, acabou vencendo a licitação para construir o Centro Administrativo do DF.
A suspeita de pagamento de propina nas origens do projeto do Centro Administrativo do DF pode ajudar a explicar o porquê um dia um governante tentou convencer a população da necessidade de se construir um centro administrativo custoso e afastado de Brasília. Pode ajudar a explicar também por que o governo subsequente insistiu no projeto. E ainda dar sinais de qual a razão encorajou a administração de Rodrigo Rollemberg (PSB) a contratar consultoria milionária para apontar o rumo do elefante branco que caminha para assumir a cor do pecado capital da corrupção.

Temer desencadeia operação para 'ganhar' Renan e evitar surpresas no impeachment

Renan, que teria condições de mudar quatro ou cinco votos contra Dilma Rousseff no Senado, dá sinais de uma tendência a se render à pressão política do presidente provisório

por Eduardo Maretti, da RBA publicado 01/07/2016 19:46, última modificação 01/07/2016 23:30
ANTÔNIO CRUZ/ AGÊNCIA BRASIL
Temer e Renan
Temer prestigiou Renan quando Rodrigo Janot pediu prisão de senadores, entre os quais o presidente do Senado
São Paulo – O presidente interino, Michel Temer, desencadeou nas últimas semanas uma “operação” para neutralizar uma possível atuação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cuja postura ambígua indicava que ele seria capaz de reverter alguns votos de senadores que se manifestaram a favor da admissibilidade do impeachment no dia 12 de maio.
Renan, que teria condições de mudar quatro ou cinco votos proferidos contra Dilma Rousseff no Senado, porém, dá sinais claros de uma tendência a se render à pressão política de Michel Temer. O presidente interino está trabalhando com determinação para evitar que a reconhecida influência de Renan provoque surpresas na votação final do impeachment, que o próprio Renan afirmou que deve ser realizada entre 25 e 27 de agosto, portanto depois dos Jogos Olímpicos.
A atuação de Renan contra o impeachment era considerada possível até o início de junho. As relações de Temer e Renan nunca foram as melhores, inclusive porque ambos sempre disputaram posições de liderança dentro do PMDB.
Mas as articulações de Temer para apaziguar os ânimos de Renan teriam começado a surtir efeito a partir do momento em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do próprio Renan, além do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início de junho.
Furioso, Renan se transformou numa bomba em potencial para Temer e sua atuação passou a ser imprevisível. Ele ameaçou pedir o impeachment de Janot. Temer o dissuadiu da ideia e, em seguida, Renan desconversou. “Imagina, quem me conhece sabe que eu não sou de ameaçar”, disse, no dia 21 de junho.
A partir desse momento, já estava desencadeada a operação política pelo presidente provisório, cujo ponto principal foi o de “ganhar” o presidente do Senado. Exemplo disso foi o grande protagonismo dado por Temer ao correligionário na reunião de governadores no dia 20 de junho (um dia antes de Renan desconversar sobre o impeachment de Janot), sob o pretexto de renegociação da dívida dos estados.
A avaliação é do cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB). “Temer prestigiou Renan naquele momento. Ele prestou solidariedade a Renan, na reunião com os governadores colocou Renan na mesa, deu protagonismo a ele, para que Renan enfrentasse politicamente o pedido de Janot”, diz Barreto.
Temer está tentando reconstruir e consolidar as relações entre o Congresso e o Executivo e Renan é fundamental para isso. Um dos sinais de que o presidente do Senado teria se “sensibilizado” com a atuação de Temer foi sua entrevista coletiva de ontem (30), quando o presidente do Congresso apontou para a necessidade de andamento normal das votações no Senado, o que visivelmente interessa a Temer.
Outro sinal foi dado dois dias antes, na última terça-feira (28), quando Renan recebeu em um jantar 45 senadores e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para discutir as medidas econômicas do governo.

Grupo cobra que Kroton preserve preço e metodologia da Estácio

- Atualizado em 

Fusão anunciada dia 1° resultará em uma empresa com quase 1,6 milhões de universitários. Negócio só será fechado após aprovação do Cade.

Por Mariana Nogueira*Do G1, em São Paulo
A entidade estudantil que representa alunos e ex-alunos da Estácio de Sá cobra a manutenção da atual política de reajuste das mensalidades e da metodologias de ensino da universidade caso seja efetivada a fusão anunciada entre Kroton e Estácio , líder e vice-líder no mercado de ensino superior no país.

Segundo ele, a Kroton ouviu e aceitou a série de reivindicações feitas por alunos e ex-alunos em carta. O grupo teria sinalizado, segundo ele, em aceitar os pedidos feitos pela Fenede para o período de transição, preservando direitos dos atuais alunos.
Victor Travancas, advogado constitucionalista e presidente da Federação Nacional de alunos e ex-alunos da Estácio Participações (Fenede), aponta que a associação de alunos deu parecer favorável à fusão e avalia um cenário positivo com a mudança. 
O negócio divulgado nesta sexta-feira (1º) depende, entre outros pontos, da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além da liderança no mercado interno, a fusão ainda vai consolidar a Kroton como a maior empresa educacional do mundo .
Modelos de gestão 
Travancas afirma que os alunos da Estácio não devem se preocupar com futuras mudanças que a fusão pode causar, como por exemplo, no modelo de gestão, pois ambos os padrões são “extremamente” parecidos.
Segundo o presidente da entidade, ambas trabalham com capital pulverizado e têm como “finalidade o lucro”. Já os sistemas de educação são próprios.
“Caso haja alguma alteração no sistema educacional, reivindicamos que esse sistema só possa ser novo com os novos alunos. A Kroton falou que irá manter o sistema da Estácio”, diz Travancas.
Mensalidades 
Quanto à política de reajuste de mensalidade, o grupo Kroton concordou, segundo ele, que a manutenção do reajuste semestral das atuais mensalidades não seja superior ao maior índice usado pela Estácio nos últimos dois semestres anteriores à fusão.
De acordo com ele, o novo presidente da Estácio, Chaim Zaher, empossado no mês de junho, não aceitou conversar com a Federação, única entidade legalizada estabelecida na Estácio. “Ele está mais preocupado em vender a universidade do que em criar contato com os alunos. Ficamos muito chateados. Já a Kroton tem dialogado com os estudantes e eles estão tentando fazer uma proposta de acordo com o que os alunos querem”, afirma Victor.
Segundo ele, a Estácio não travou diálogo com os alunos, apenas com o mercado, e isso está gerando desconforto nos estudantes.
Em relatório de posicionamento dos alunos e ex-alunos, a associação entidade exige que o nome da Universidade Estácio de Sá seja mantido. Porém, Travancas afirma que muitos alunos estão sendo manipulados por grupos envolvidos na disputa para acreditar que o nome possa ser mudado e que a fusão seja insatisfatória aos alunos.
“Do ponto de vista legal, a mudança de nome é praticamente impossível. São apenas boatos. A Kroton é uma multimarca e todas as universidades que eles já compraram mantiveram o nome”, diz.
Marca e posicionamento 
A Kroton tem operações de ensino presencial mais concentradas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, e é a responsável pelas marcas Anhanguera, Fama, LFG, Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e Unopar. Já a Estácio possui campi em todos os Estados do Nordeste e em alguns da região Norte, e opera no mercado basicamente com a marca Universidade Estácio de Sá.
A Kroton, que já era a maior empresa de educação superior privada do país, encerrou março com 1,01 milhão de alunos, enquanto a Estácio, segunda maior do setor, tinha base total de 588 mil estudantes. A Unip tinha cerca de 350 mil alunos.
Travancas é enfático ao colocar que se qualquer reivindicação for descumprida, a entidade estará preparada para defender os alunos. “Nós temos como nos defender. Sabemos das dificuldades de estudar em uma faculdade particular”, afirma.
O presidente avalia que o “verdadeiro motivo” para a Kroton fechar o acordo com a Estácio é se estabelecer no Rio de Janeiro. “Eles não vêm para destruir e, sim, para investir. Claro que eles querem lucro. Mas eles podem gerar lucro com bons produtos.”
Segundo ele, o atual Centro Acadêmico da Estácio do Rio de Janeiro não tem um espaço de convivência e que o grupo Kroton se comprometeu a criá-lo. “Temos que parar de tratar empresário com pessimismo”, diz.
Travancas reconhece que a racionalização de recursos deve ser uma preocupação da sociedade como um todo. “A abertura do capital permitiu e fez crescer o investimento educacional e cabe a sociedade controlar isso”, afirma.
(*Sob supervisão de Ardilhes Moreira) 

Carro autônomo: veja 10 questões para entender a tecnologia

02/07/2016 07h00 - Atualizado em 02/07/2016 07h00

Acidente com morte em veículo da Tesla levantou debate sobre segurança.

Veja em que pé está a 'corrida' pelos carros que andem sozinhos.

Do G1, em São Paulo
Carro autônomo do Google dirige pelas ruas da Califórnia (EUA). (Foto: Divulgação/Google)Carro autônomo do Google dirige pelas ruas da Califórnia (EUA). (Foto: Divulgação/Google)
acidente fatal com um automóvel da Tesla equipado com uma espécie de "piloto automático" limitado, nos Estados Unidos, levantou questões sobre a tecnologia dos carros autônomos. Existe uma "corrida" entre as empresas para ser a primeira a lançar um veículo que ande sozinho, mas, além dos desafios científicos, há diversos entraves para isso virar realidade. OG1 reuniu 10 questões para entender a tecnologia e em que pé ela está.
1) O que é um carro autônomo?
2) O carro acidentado da Tesla era autônomo?
3) Já tem carro autônomo à venda?
4) Quando eles serão comuns?
5) Carro autônomo é mais seguro?
6) O carro autônomo é permitido por lei?
7) Quem vai ser o primeiro a lançar?
8) O Brasil vai ter carro autônomo?
9) Existe caminhão, ônibus e moto com essa tecnologia?
10) A indústria acha que, no futuro, ninguém vai dirigir?


1) O que é um carro autônomo?
É o carro que dirige sozinho, usando computadores que interpretam dados enviados por radares e sensores para detectar o trânsito ao redor, obstáculos na via e determinar o caminho a ser seguido, a velocidade, etc.
A ideia é que, quando essa tecnologia puder ser aplicada de forma completa, o motorista seja um ocupante do carro, podendo aproveitar o tempo do trajeto para fazer outras coisas, como trabalhar ou relaxar, sem se preocupar com a estrada.
2) O carro acidentado da Tesla era autônomo?
Não totalmente. O Tesla Model S tem um sistema que é semiautônomo, ou seja, é um "piloto automático" limitado. Quando está acionado, o carro dirige sozinho dentro de certos limites e sob determinadas regras, como o motorista ter de manter as mãos no volante, para mostrar que poderá reassumir o controle do carro a qualquer momento.
Além da Tesla, outras montadoras possuem esse sistema. No Brasil é vendido o Volvo XC90, que tem o modo semiautônomo, limitado à velocidade de 50 km/h. Veja como ele funciona no vídeo abaixo:
3) Já tem carro autônomo à venda?
Ainda não existe um carro totalmente autônomo, mas diversas montadoras estão testando essa tecnologia. Ela tem sido aplicada parcialmente nos carros à venda, em sistemas como assistente de estacionamento (que manobra o carro), frenagem automática, entre outras (veja lista ao fim da reportagem).
4) Quando os carros autônomos serão comuns?
Diversas montadoras dizem que poderão lançar veículos totalmente autônomos já na próxima década. A BMW, por exemplo, afirmou que terá produção em série daqui a 5 anos, em 2021. Porém, a venda desses veículos não depende só da tecnologia, mas de leis que autorizem e determinem regras para o sistema, além de preparação de infraestrutura para as cidades conviverem com os carros autônomos.
5) Carro autônomo é mais seguro?
As montadoras e empresas de tecnologia dizem que o objetivo do carro autônomo é este. Elas defendem que o sistema evitará acidentes.
Volvo, por exemplo, conta com esse tipo de veículo para alcançar uma meta de zero mortes em seus veículos até 2020.
Porém, os testes apontam que ainda há falhas no sistema. O carro usado pelo Google, por exemplo, se envolveu em acidentes nos EUA que a empresa diz terem sido provocados por motoristas distraídos de outros veículos. Mas, em fevereiro passado, o veículo autônomo teria causado uma batida pela primeira vez, em um ônibus.
Segundo os registros do acidente, o computador não julgou corretamente o que o ônibus faria e atingiu a lateral do veículo que contornava obstáculos na pista. Ninguém se machucou.
acidente do Tesla Model S, que não é um carro totalmente autônomo, é considerado o primeiro em um veículo com esse tipo de tecnologia, ainda que limitada. O caso ainda é investigado, mas a fabricante acredita que os sensores não detectaram o caminhão que cruzou subitamente a pista à frente do carro, que se chocou com o veículo. Não há conclusão, no entanto, sobre o acidente poderia ter sido evitado.
6) O carro autônomo é permitido por lei?
Alguns países, como os EUA, o Japão e a Suécia permitem testes com carros autônomos em ruas e estradas, desde que haja uma pessoa dentro do carro que possa assumir o controle se necessário. O Google tem pressionado o governo americano para que libere testes sem a presença de pessoas no carro.
Como a tecnologia ainda está em testes, não há definições sobre a venda desses carros e quais seriam as regras para eles rodarem.
7) Quem vai ser o primeiro a lançar?
Algumas companhias falam em lançar o primeiro carro totalmente autônomo na próxima década, mas não é possível prever quem será a primeira.

Praticamente todas as grandes montadoras têm projetos sobre carros autônomos. Empresas de tecnologia, como o Google, também entraram nessa "corrida".
Em certos casos, os dois setores estão trabalhando juntas, como na parceria da BMW com a Intel e a Mobileye, especialista em sistemas que ajudam o motorista.
8) O Brasil vai ter carro autônomo?
Os projetos das fabricantes de carros estão concentrados nos EUA, na Europa e no Japão, mas algumas universidades testam esse tipo de sistema de forma independente, sem ligação com montadoras. No ano passado, o G1 levou uma dona de casa e um estudante para dar uma voltinha no carro autônomo da Universidade de São Paulo. Veja como foi no vídeo abaixo:
Por ora, nenhuma empresa revelou quais são seus planos de venda. Além da questão legal, o custo da tecnologia logo após o lançamento pode ser um entrave para a chegada desses carros ao país: pelo menos no começo, um carro autônomo deve ser caro.
9) Existe caminhão, ônibus e moto com essa tecnologia?
A Mercedes-Benz testa um caminhão autônomo: em outubro passado, ele rodou em uma estrada pública pela primeira vez, na Alemanha, atingindo até 80 km/h.
A Yamaha também testa uma "moto-robô", que deverá "desafiar", no ano que vem, o piloto Valentino Rossi, para ver quem é mais rápido na pista. Mas a fabricante diz que pretende aproveitar a tecnologia não só para motos. O G1 mostrou a moto no Salão de Tóquio, no ano passado; veja abaixo.
10) A indústria acha que, no futuro, ninguém vai dirigir?
Não. As empresas acreditam que a tecnologia será uma alternativa para os motoristas num caso de trânsito pesado, por exemplo.
Para o brasileiro Carlos Ghosn, que comanda a Renault/Nissan, há diferença entre carro sem motorista e o autônomo: o primeiro será de uso comercial, pelo Google e o Uber, por exemplo. O objetivo da montadora japonesa com autonomia, explica ele, é dar opção ao motorista de deixar o volante quando quiser: "É fazer a vida dele mais fácil. Ele escolhe se dirige (naquele momento) ou não."
Veja o que o carro já faz (Foto: G1)

sexta-feira, 1 de julho de 2016

2015 Kawasaki Versys 1000 LT - Official Video