segunda-feira, 4 de abril de 2016

Protesto em Paris reune 2 mil pessoas pela quarta noite seguida

Movimento chamado 'Noite em Pé' é contra a reforma no código trabalhista





MUNDO TRABALHOHÁ 3 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTo

Centenas de pessoas ocuparam uma praça do centro de Paris, pela quarta noite seguida,  para protestar contra a polêmica reforma do código trabalhista. De acordo com informações do portal G1, o movimento, chamado 'Noite em Pé' (Nuit debout), surgiu convocado por sindicatos e organizações estudantis para pedir a retirada do projeto de lei sobre o trabalho do governo francês.


"Somos otimistas, o mundo que sonhamos está aqui", afirmou uma jovem, enquanto outros participantes do protesto pediam para "reformar a Constituição" e inclusive "a demissão do governo" do presidente socialista François Hollande.

"Somos 2.000!", comemorou um dos ativistas pelo megafone aos participantes da mobilização, alguns dos quais se dispunham a passar a noite na praça.

Panama Papers: vazamento de milhões de documentos revela paraísos fiscais de ricos e poderosos

BBC
Um grande volume de documentos confidenciais vazados revelou a forma que algumas das pessoas mais ricas e poderosas do mundo usam paraísos fiscais para ocultar fortunas.
Os 11 milhões de documentos pertecem ao escritório de advocacia panamenho Mossak Fonseca e mostram como a empresa ajudou clientes a evitar sanções e o pagamento de impostos e a lavar dinheiro.
O escritório afirma que opera há 40 anos legalmente e que nunca foi acusado de nenhum crime.
Os documentos mostram ligações com 72 chefes de Estado atualmente no poder ou que já ocuparam o cargo, incluindo ditadores acusados de saquear seus próprios países.
Os dados envolvem pessoas ligadas às famílias e sócios do ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, o ex-líder líbio Muammar Gaddafi e o presidente da Síria Bashar al-Assad.
Também levantam a suspeita de haver um esquema de lavagem de diheiro comandado por um banco russo e pessoas muito próximas ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson.
Eles foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).
O programa BBC Panorama está entre as 107 organizações de mídia que vêm analizando os documentos. A BBC não conhece a identidade da fonte que os forneceu.
Gerard Ryle, diretor do ICIJ, diz que os documentos tratam do cotidiano de negócios do Mossack Fonseca nas últimas quatro décadas. "Acredito que o vazamento será o maior golpe que o mundo de empresas offshore já sofreu por conta da dimensão dos documentos", afirmou.
Esse nome é dado a empresas abertas por pessoas e empresas em um país diferente do que se reside, normalmente com condições fiscais mais favoráveis.
Os documentos indicam a existência de 107 empresas offshore ligadas a pessoas envolvidas na Operação Lava Jato, segundo o portal UOL, que integra o ICIJJ. No Brasil, essa prática não é ilegal se tiver sido declarada à Receita Federal.

Acordos suspeitos

AlamyImage copyrightAlamy
Image captionRoldugin (esq.) é amigo de infância do presidente Putin (centro) e padrinho de sua filha
Os documentos lançam suspeitas sobre as atividades do Bank Rossiya, ao qual a União Europeia e os Estados impuseram sanções após a anexação da Criméia pela Rússia, em 2014. Eles apontam pela primeira vez como o banco opera.
Dinheiro teria sido movimentado por meio de empresas offshore, duas das quais tem como dono um dos amigos mais próximos de Putin. Eles indicam que as companhias Sonnete Overseas, International Media Overseas, Sunbarn and Sandalwood Continental lucraram com transações falsas, serviços de consultoria inexistentes e a compra de ativos suspeitas.
A International Media Overseas e a Sonnette Overseas são de propriedade de do violoncelista Sergei Roldugin, amigo de infância do presidente russo e padrinho da sua filha, Maria. Segundo os documentos, Roldugin faturou milhões de dólares em acordos suspeitos.
Mas documentos das empresas de Roldugin afirmam: "A companhia é uma barreira corporativa criada principalmente para proteger a identidade e confidencialidade do verdadeiro beneficiário da companhia".

Conexão islandesa

Os dados da Mossack Fonseca também mostram que o premiê da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, tinha um interesse não revelado nos acordos de ajuda financeira fechados com bancos do país.
Gunnlaugsson é acusado de esconder milhões de dólares em investimentos aplicados nestes bancos por meio de empresas offshore. Documentos mostram que ele e sua mulher, Anna Sigurlaug Pálsdóttir, compraram a empresa Wintris em 2007.
Ele não declarou sua participação na empresa quando assumiu como primeiro-ministro em 2009 e vendeu 50% da companhia para sua mulher por US$ 1 (R$ 3,6) oito meses depois.
Uma empresa offshore também foi usada para investir milhões de dólares ganhos com herança, segundo um documento assinado por sua mulher em 2015.
Agora, Gunnlaugsson enfrenta pedidos para que renuncie. O premiê diz que não infringiu nenhuma regra e que ele e Pálsdóttir não se beneficiaram financeiramente das decisões tomadas à frente do cargo.
GettyImage copyrightGetty
Image captionPremiê islandês teria se beneficiado de acordos para salvar bancos do país

Protocolos

A Mossack Fonseca diz ter sempre cumprido os protocolos internacionais e tomado as medidas necessárias para garantir que as empresas que auxilia não sejam usadas para evasão fiscal, lavagem de dinheiro, terrorismo financeiro e outros propósitos ilícitos e lamenta qualquer uso indevido de seus serviços.
"Há 40 anos, a Mossack Fonseca opera acima de qualquer suspeita em nosso país e em outras jurisdições onde temos operações. Nossa empresa nunca foi acusada de cometer ou ter conexão com um crime", afirma a companhia.
"Se detectamos uma atividade suspeita ou ato indevido, o relatamos rapidamente às autoridades. Assim como, quando as autoridades nos trazem evdiências de uma possível conduta errada, cooperamos totalmente."
Mossack Fonseca diz que empresas offshore existem em todo o mundo e são usadas para uma série de fins legítimos.

Menina recupera mais de 1 milhão de inscritos após ter canal hackeado 'Youtubers' se mobilizam para ajudar garota de Jaú que se recupera de câncer. Invasor retirou do ar dois vídeos da Lorena, que tinham milhões de acessos. Renata Marconi e Mariana Bonora Do G1 Bauru e Marília

Lorena conseguiu um mi de inscritos depois de canal ser hackeado (Foto: Reprodução/Youtube/Careca TV)Lorena conseguiu 1 milhão de inscritos depois de canal ser hackeado (Foto: Reprodução/Youtube/Careca TV)
Uma semana após o canal de vídeos Careca TV ser hackeado, a menina Lorena Reginato, de 12 anos, já conseguiu o mesmo número de inscritos que tinha quando perdeu o canal, mais de um milhão. "A gente está feliz. Ela bateu o próprio recorde", comemora a mãe de Lorena, Fiorella Reginato.
Lorena grava os vídeos com o celular da mãe no quarto dela  (Foto: Gabriel Torres/ TV TEM )Lorena grava os vídeos com o celular da mãe
no quarto dela (Foto: Gabriel Torres/ TV TEM )
Um hacker invadiu o perfil da moradora de Jaú (SP) na madrugada do dia 28 de março e deletou os dois vídeos que a menina postou nas últimas semanas e que tiveram, em pouco dias, milhões de acessos. Nas últimas semanas, a menina comoveu a web com o primeiro vídeo publicado no canal.
Na gravação, Lorena explica o motivo da criação do canal, conta um pouco de sua história e sobre o tratamento contra um câncer no cérebro, diagnosticado em 2015, que comprometeu sua fala e seus movimentos. Inúmeros compartilhamentos, comentários e mensagens de carinho do público foram registrados na página do Youtube em apenas sete dias. Esse primeiro vídeo tinha mais de 4 milhões de visualizações antes de ser retirado do ar pelo hacker.
Segundo a mãe da Lorena, a menina ficou muito chateada e assustada com o que aconteceu. “A Lorena ficou mal e chorou muito. Ela até pensou em desistir dos vídeos", conta Fiorella.
Ainda na madrugada, Larissa Reginato, a irmã mais velha da pequena youtuber, criou um novo canal no site com o primeiro vídeo já publicado, para tentar alcançar o mesmo número de inscritos na plataforma anterior, que passava de 1 milhão. E elas conseguiram. Mas agora o canal está mais protegido e Larissa, que cuida do canal, fará um curso para proteger ainda mais o canal. "A gente teve um apoio maior do Google sobre proteção" , diz Fiorella.
Lorena já postou cinco vídeos em seu canal e para a mãe, isto tem feito muito bem à menina. “Antes ela estava cansada e isso tudo deu um up na vida dela, porque desfoca do hospital e foca no sucesso, na fama, nas pessoas que ela está recebendo. Saber tudo que ela passou e chegou onde ela está é uma superação diária. É meu maior orgulho e ela esta motivando muita gente”, conta Fiorella emocionada.
Apoio dos colegas youtubers
Depois de ter seu canal de vídeos na internet apagado, a pequena Lorena tem recebido a ajuda de outros youtubers para recuperar o número de inscritos. Quando o canal foi deletado ele já tinha mais de um milhão de inscritos. Com a ajuda dos outros youtubers, em menos de 24 horas, ela conseguiu recuperar mais de 500 mil inscritos.
"Ela conseguiu bater o próprio recorde dela, 500 mil inscritos em 24 horas. A Lorena está com força total", disse em entrevista ao G1 o youtuber e mágico Pyong Lee, que tem um canal com mais de um milhão de inscritos e vídeos com 40 milhões de visualizações. Na semana passada, ele saiu da capital de São Paulo para conhecer a Lorena pessoalmente no hospital onde ela faz o tratamento contra o câncer no cérebro, em Ribeirão Preto. Na ocasião, ele gravou um vídeo com ela para o seu canal.
Além de Pyong Lee, outros youtubers também tem apoiado a campanha para que a Lorena recupere o sucesso do canal anterior. É o caso Leo Martins, que faz sucesso na internet com umcanal de humor e também viajou para conhecer a Lorena pessoalmente; e um dos youtubers preferidos da menina, Rezende Evil, que tem um canal de games com mais de 6 milhões de inscritos. Os três gravaram vídeos pedindo para o pessoal acessar o novo canal da Lorena. (Confira no vídeo acima).
Sucesso na rede
A Lorena ficou famosa após criar um canal de vídeos, que sempre foi seu sonho, e contar no primeiro vídeo sobre a sua batalha contra o câncer no cérebro.
O vídeo dela alcançou mais de quatro milhões de visualizações em uma semana e canal somava mais de um milhão de inscritos. Em entrevista ao G1, a menina agradeceu toda a repercussão.“Eu passei para agradecer todas as pessoas que curtiram, compartilharam, se inscreveram, comentaram. Muito obrigada. Eu nunca imaginei que ia ter tudo isso.”

Em
 Jaú, ele foi recebido pela mãe da Lorena na rodoviária e como todo youtuber, o Leo não perdeu tempo. Gravou um desafio para postar no canal dele. A Lorena tinha que adivinhar quem eram os personagens de desenhos ilustrados em pedaços de papéis. E a menina foi bem no teste e ganhou um presentão – uma máquina fotográfica.O sucesso da menina na internet rendeu até mensagens de famosos. Além disso, vários youtubers viajaram para conhecer pessoalmente a menina. Foi o caso do Leo Martins, que faz sucesso com vídeos de humor na internet, e viajou para conferir de perto quem é a menina fenômeno da rede. Ele saiu de Goiânia para encontrar a Lorena, uma viagem de 13 horas de ônibus.
Ele explica que o presente é para ajudar nas gravações para que ela não desista do sonho de ter um canal de vídeos de sucesso. “Quase todo mundo começa do zero com os canais de vídeo e com a Lorena não foi diferente, ela começou a gravar com o celular da mãe dela, sem iluminação, sem nada e já alcançou um sucesso e só espero que ela não desista de continuar e de seguir esse sonho dela.”
Aulas de educação física foram adaptadas para que a menina pudesse participar  (Foto: Gabriel Torres/ TV TEM)Aulas de educação física foram adaptadas para que a menina pudesse participar (Foto: Gabriel Torres/ TV TEM)
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Tribunal nega recurso a preso na 27ª fase da Lava Jato

O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, foi preso
na sexta-feira (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press

/Estadão Conteúdo)

O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, preso preventivamente nesta sexta-feira (1º) na 27ª fase da Operação Lava Jato, deixa o IML de Curitiba após passar por exame de corpo delito.  (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)


TRF4 indeferiu pedido da defesa de Silvio Pereira, o Silvinho.
Ex-secretário do PT foi citado em delação premiada de Fernando Moura.


O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, indeferiu neste domingo (3) o pedido de liminar para habeas corpus em favor de Sílvio José Pereira, o Silvinho, ex-secretário do PT citado em delação premiada e preso na 27ª etapa da Operação Lava Jato, apelidada de Carbono 14, e que investiga se o dinheiro desviado da Petrobras teria sido usado para comprar silêncio sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em 2002.
O pedido liminar foi impetrado pelos advogados Luís Alexandre Rassi e Romero Ferraz Filho, em 3 de abril, contra a prisão temporária, de 5 dias, efetivada em 1º de abril. Leia a íntegra do despacho de Moro.
"A prisão temporária justifica-se, portanto, pelo risco de o paciente, posto em liberdade prematuramente, antes da análise dos documentos apreendidos, frustrar a investigação, o que não seria inédito no contexto em que se enquadra o inquérito originário", diz a decisão do desembargador federal Luís Alberto D'Azevedo Aurvalle.
27ª fase da Lava Jato
O Ministério Público Federal diz que o pecuarista José Carlos Bumlai, que já foi preso pela Lava Jato e é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contraiu um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin em outubro de 2004. O objetivo seria quitar dívidas do PT.
O empréstimo foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão. Como foi favorecido para obter o contrato, parte do lucro dele na operação quitou o débito.
As investigações descobriram que, do valor total emprestado de R$ 12 milhões a Bumlai, pelo menos R$ 6 milhões foram pagos ao empresário Ronan Maria Pinto. Os investigados usaram várias estratégias para transferir os recursos, arquitetando um esquema de lavagem de dinheiro que envolveu Ronan, pessoas ligadas ao PT e outras pessoas.
O pagamento feito por Bumlai a Ronan apareceu, pela primeira vez, em um depoimento do publicitário Marcos Valério, condenado por ser operador do esquema do mensalão. Em 2012, ele disse à Procuradoria-Geral da República que Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, o procurou em 2004 para falar sobre as chantagens feitas por Ronan. Em reunião com Pereira e o publicitário, Ronan teria pedido os R$ 6 milhões.
Silvio Pereira, o Silvinho
Se envolveu no mensalão do PT ligado ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O secretário-geral do partido chamou a atenção pela primeira vez, em 2005, com a revelação de que havia recebido de presente uma Land Rover da empresa GDK, fornecedora da Petrobrás.
Em seguida, ele pediu para se desfiliar do PT e anunciou que abandonaria a política. Antes de ser julgado, fez um acordo para prestar serviços comunitários e não ser preso. O nome dele voltou a aparecer agora, na Lava Jato, em delação premiada do empresário Fernando Moura. Ele disse que uma vez pegou R$ 600 mil em dinheiro na casa de Silvinho. Segundo Moura, a quantia tinha sido entregue por uma fornecedora da Petrobrás.
Em outro depoimento, Moura disse que o ex-secretário-geral do PT recebia "um cala boca" de dois empreiteiros para não falar o que sabia sobre o esquema.


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

“Provérbios 12,34. A Justiça faz a grande a Nação, o pecado é a vergonha dos povos.”


domingo, 3 de abril de 2016

Documentos revelam corrupção mundial em paraísos fiscais

Os dados analisados trazem detalhes sobre mais de 200 mil delas, ligadas à pessoas de 200 países e territórios
MUNDO PANAMA PAPERSHÁ 2 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
Documentos revelam corrupção mundial  em paraísos fiscais
Uma investigação feita por jornalistas de 78 países traz detalhes sobre o funcionamento das empresas sediadas em paraísos fiscais. O trabalho de um ano analisou mais de onze milhões de documentos da Mossack Fonseca, um conglomerado panamenho especializado em abrir e operar essas companhias, chamadas offshores. Os dados analisados trazem detalhes sobre mais de 200 mil delas, ligadas à pessoas de 200 países e territórios.
Os documentos foram obtidos de uma fonte pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O caso batizado de Panama Papers foi coordenado entre veículos de mídia pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo. Todos os detalhes do caso serão mostrados em um programa especial, com exclusividade na televisão brasileira, hoje, às 22h30, logo após o Encrenca. No Brasil participam do projeto o portal UOL, a RedeTV! e o jornal O Estado de S. Paulo.
Panama Papers e a Lava Jato
Em janeiro de 2016, o escritório brasileiro da Mossack Fonseca no Brasil foi alvo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e a cúpula da Petrobrás. Agora, os Panama Papers revelam detalhes de como a gigante panamenha ajudou brasileiros a esconder e lavar dinheiro de corrupção. Ao menos 57 pessoas já publicamente relacionadas à investigação da Polícia Federal aparecem nos documentos, ligados a mais de cem offshores criadas em paraísos fiscais.
Duas offshores foram criadas pela Mossack Fonseca para Luiz Eduardo da Rocha Soares e Olívio Rodrigues Dutra, acusados de operar contas secretas da empreiteira Odebrecht. Os documentos mostram que as companhias foram usadas para abrir contas bancárias na Suíça. Procurada pela reportagem, a Odebrecht não quis se pronunciar sobre o assunto. Já o empresário Walter Faria, dono da cervejaria Petrópolis, aparece em arquivos como acionista de uma empresa chamada Stetson Equities. E outros documentos revelam ligações da Stetson, por meio de ações, ou de diretores, a outras duas offshores, citadas na Lava Jato. Por meio de nota, a Cervejaria Petrópolis negou qualquer relação com a Mossack Fonseca.
A investigação Panama Papers revela ainda detalhes sobre uma offshore chamada Penbur Holdings, atribuída em depoimentos da Lava Jato ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Em delação premiada, o empresário Ricardo Pernambuco afirmou que Cunha teria usado a Penbur para receber propina no exterior. Em nota enviada pela assessoria de imprensa, Cunha negou ser proprietário de qualquer empresa em paraísos fiscais. O texto desafia qualquer um a provar que ele tem relação com alguma companhia offshore.
Casos Internacionais
Entre as histórias reveladas pelo caso, estão offshores ligadas à presidentes, primeiros ministros e reis de dez países. O primeiro ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlaugson, manteve uma empresa secreta sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens. Questionado por jornalistas do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, ele se levantou e deixou a entrevista no meio. Dias depois, a esposa do político postou no Facebook uma mensagem afirmando que a companhia era dela, e que foi criada quando o casal pensava em morar no exterior.
O presidente argentino, Maurício Macri, aparece em documentos como diretor de uma offshore nas Bahamas. Os documentos não deixam claro se ele ainda estava na companhia quando foi eleito prefeito de Buenos Aires. Macri afirmou que nunca teve ações da empresa.
Na Rússia, um dos melhores amigos do presidente, Vladimir Putin, aparece no centro de uma rede complexa de empresas ligadas a estatais do país. As empresas foram usadas em transações de até 200 milhões de dólares. O governo do país não respondeu aos questionamentos feitos pelo Consórcio, mas divulgou mensagens públicas afirmando que notícias mentirosas seriam publicadas para afetar a imagem de Putin.
Os documentos revelam ainda muito mais histórias envolvendo o mercado de diamantes na África, a venda de obras de arte milionárias, magnatas que abriram empresas para esconder dinheiro antes de um divórcio, e muito mais. O caso Panama Papers revela que a Mossack Fonseca ajudou pessoas envolvidas em crimes de guerra e tráfico de drogas, e também nomes ligados a regimes ditatoriais.
Mossack Fonseca
A Mossack Fonseca é um conglomerado de escritórios de advocacia com sede nas Bahamas, e outras dezenas de países. Há décadas ela é especializada em abrir e operar companhias em paraísos fiscais, para clientes interessados em ter uma offshore. Essa atividade, em si, não é ilegal. Manter uma dessas companhias é, na maioria das vezes, uma escolha óbvia para multinacionais fazerem investimentos em outros países, e mesmo para pessoas que querem abrir contas bancárias ou comprar algum imóvel no exterior. O problema começa quando essas atividades não são declaras à Receita Federal, e quando as empresas são utilizadas para esconder dinheiro obtido em atividades ilegais.
Em nota enviada ao Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, a Mossack Fonseca destacou que nunca foi acusada de qualquer atividade ilegal, em nenhum dos países em que atua. E ainda afirmou que ela não pode ser responsabilizada, se empresas criadas por ela são utilizadas de forma ilegal pelos seus clientes. O texto compara o escritório a uma fábrica de carros, que não pode ser acusada pelos acidentes causados por motoristas.
Mas os documentos analisados pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo revelam que, em muitos casos, a Mossack Fonseca ajudou clientes a esconderem crimes. Em um deles, o escritório ficou sabendo que uma pessoa acusada de pedofilia mantinha offshores operados por ele. Em vez de ajudar a investigação policial, e-mails internos mostram que a Mossack Fonseca preferiu esconder a história.
Uma outra investigação, nos Estados Unidos, acusava a Mossack Fonseca de criar mais de 100 offshores no estado americano de Nevada para ajudar empresas a fraudar contratos com o governo argentino. Na época, um dos fundadores da Mossack Fonseca negou, sob juramento, que o escritório de mesmo nome nos Estados Unidos tivesse qualquer ligação com a gigante sediada no Panamá. Mas e-mails analisados pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo revelam que a sede panamenha deu ordens aos funcionários em Nevada, e até enviou uma equipe para apagar os registros dos computadores da empresa antes da perícia policial.
A investigação do caso Panama Papers sobre a Mossack Fonseca começa a ser revelada na tarde deste domingo (3), em todo o mundo. Mas o próprio escritório circulou um e-mail entre seus clientes na sexta-feira (1º), alertando para um possível vazamento de informações. A Mossack Fonseca diz que seu servidor foi acessado por pessoas de fora, e que jornalistas têm questionado clientes sobre as atividades em paraísos fiscais. A mensagem ainda afirma que já acionou advogados, para tomar as medidas cabíveis contra os envolvidos em qualquer vazamento de dados do conglomerado.

Investigados na Lava Jato são citados na “Panama Papers”

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em um trabalho conjunto de 109 veículos jornalísticos em 76 países, cerca de 11,5 milhões de arquivos secretos de líderes mundiais, chefes de Estado e figuras públicas foram expostos. É o maior vazamento de informações sobre corrupção do mundo


O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na versão inglesa) publicou neste domingo (3/4) o maior vazamento sobre corrupção da história do mundo, com base em 11,5 milhões de arquivos secretos obtidos a partir de documentos de um escritório de advocacia no Panamá. OPanama Papers, como é chamada a série de reportagens que terá muitos desdobramentos a partir de agora, supera o Wikileaks (em 2010).
Entre os 109 veículos e 376 jornalistas que atuaram nessa reportagem mundial, há vários brasileiros. Repórteres do UOL, de O Estado de São Paulo e da Rede TV ajudaram a apurar e a divulgar as milhares de informações colhidas durante mais de um ano de trabalho.
Segundo o UOL, a apuração da Panama Papers se baseia no arquivo do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. As informações foram obtidas pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e compartilhadas com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Em meio aos citados, há vários nomes de líderes políticos mundiais, empresários e artistas, como os presidentes da Rússia, Vladmir Putin, o da Argentina, Mauricio Macri, o dos Emirados Árabes, Khalifa bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, e o primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Davíð Gunnlaugsson.
Também foram mencionados políticos brasileiros, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-deputado João Lyra (PTB-AL) e o senador Edison Lobão (PMDB-MA).
No Brasil
No fim de janeiro deste ano, a Polícia Federal deflagrou a 22ª fase da Operação Lava Jato, cujo alvo foi justamente o escritório de advocacia e consultoria panamenho Mossack Fonseca. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os investigadores suspeitavam que a empresa teria ajudado a esconder a identidade dos verdadeiros donos do tríplex no Guarujá (SP).
Mossack Fonseca criou ao menos 107 offshores (contas e empresas abertas em paraísos fiscais) para pelo menos 57 pessoas ou empresas relacionadas ao escândalo da Petrobras, segundo o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. O blog de Rodrigues afirma que procurou todos os mencionados na reportagem. Parte preferiu não se manifestar. Outros negaram irregularidades.
De acordo com a investigação de Fernando Rodrigues, “a Mossack operou para pelo menos 6 grandes empresas e famílias citadas na Lava Jato, abrindo 16 empresas offshores. Nove delas são novas para a força-tarefa das autoridades brasileiras. As offshores são ligadas à empreiteira Odebrecht e às famílias Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão, Feffer (controladora do grupo Suzano) e a Walter Faria, do Grupo Petrópolis”.
Ainda de acordo com Rodrigues, “a força-tarefa da Lava Jato só teve acesso, até agora, aos papeis do escritório brasileiro da firma panamenha”. A reportagem, segundo ele, fez a análise do material global, em dezenas de países.
O blog do Fernando Rodrigues ressalta que ter uma empresa offshore não é ilegal, desde que a empresa seja declarada no Imposto de Renda. “Leia aquisobre as condições para um brasileiro abrir uma empresa num paraíso fiscal”.
Escândalo mundial
Um dos principais nomes a emergir no Panama Papers é o do presidente russo, Vladimir Putin. Segundo o Guardian, apesar de Putin não aparecer em nenhum dos registros, as investigações revelam que seus amigos Yuri Kovalchuk e Sergei Roldugin ganharam milhões em negócios, que aparentemente não poderiam ter sido efetuados sem o seu patrocínio.
No futebol, há outros nomes citados na investigação. Um deles é Lionel Messi, eleito por cinco vezes o “Bola de Ouro” da Fifa. A reportagem do jornal El Confidencial, da Espanha, diz que “em 13 de junho de 2013, apenas um dia depois de sabido que tinha evadido 4,1 milhões de euros”, Messi e seu pai, Jorge Horacio Messi, “utilizaram um escritório uruguaio para construir uma sociedade panamenha, com a qual teriam continuado faturando seus direitos de imagem pelas costas da Agência Tributária” espanhola.
De acordo com o jornal espanhol Sport, Messi vai se pronunciar sobre o caso nesta segunda (4/4) pela manhã. O jogador, segundo a publicação, apresentará denúncia contra o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ) e o jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
Outros citados nas investigações são o cineasta espanhol Pedro Almodóvar, o ex-presidente da UEFA, Michel Platini, o ator honconguês, Jackie Chan, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

Bombardeio mata porta-voz da Al-Qaeda e mais 20 jihadistas na Síria Abu Firas al Suri e o filho participavam de reunião em Idleb. ONG síria não sabe precisar autoria do ataque aéreo de domingo (3). Da France Presse

Abu Firas al Suri durante entrevista divulgada pela Al Nusra em 2014 (Foto: Reprodução/SITE)Abu Firas al Suri durante entrevista divulgada pela Al Nusra em 2014 (Foto: Reprodução/SITE)
O porta-voz da Frente Al Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria, seu filho e outros 20 jihadistas morreram neste domingo (3) em ataques aéreos no nordeste do país, informou à AFP o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"Abu Firas al Suri, seu filho e pelo menos 20 jihadistas de Al Nosra, de Jund al Aqsa assim como de jihadistas uzbeques, morreram em ataques sobre posições na província de Idleb", destacou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. Ele afirmou, ainda, que poderiam se tratar de ataques da aviação russa ou síria.
Segundo a organização, que dispõe de uma ampla rede de informantes no terreno, "Abu Firas al Suri estava em uma reunião com outros jihadistas importantes em uma sede da Al Nosra em Kafar Jales, a nordeste da cidade de Idleb, quando foram atingidos pelos bombardeios".
Estes ataques ocorrem dois dias depois de que o grupo jihadista tomasse a localidade de al Eis, na província de Aleppo, fronteiriça com Idleb. Nesta operação morreram pelo menos 12 combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do governo sírio.
A província de Idleb está nas mãos da Frente al Nusra desde 2015.
Tanto este grupo extremista quanto a organização Estado Islâmico (EI) não estão inseridos na trégua que se mantém desde 27 de fevereiro entre outras partes envolvidas no conflito, uma guerra que deixou mais de 270 mil mortos desde março de 2011.