segunda-feira, 14 de março de 2016

Manifestações, atos de repúdio e debates vão movimentar a UnB As discussões também chamarão a atenção para a insegurança dentro do câmpus

 postado em 14/03/2016 07:41
Carlos Vieira/CB/D.A Press


Em menos de 48 horas, entre quinta-feira e sábado, dois crimes bárbaros chocaram os brasilienses. Os homicídios de Louise Maria da Silva Ribeiro, 20 anos, na Universidade de Brasília (UnB), e de Jane Carla Fernandes Cunha, também de 20, em Samambaia, trouxeram à tona a importância das discussões sobre a violência contra a mulher e o crescimento de casos de feminicídio na capital, além da questão sobre a segurança no câmpus. O ex-namorado de Louise Vinícius Neres, 19, assassino confesso, foi levado ontem para o Complexo Penitenciário da Papuda. No caso de Jane, morta por Jonathan Pereira Alves, 23, o assassino cometeu suicídio depois de matar a ex-namorada.

Facebook/Reprodução


Para reacender a discussão do desrespeito ao gênero e prestar homenagens à jovem estudante morta no Laboratório de Anatomia do Instituto de Ciências Biológicas (IB), pelo menos quatro manifestações e rodas de conversa estão previstas para a semana (leia Programe-se). Um protesto oficial de repúdio à violência foi convocado para hoje, às 15h30. O evento deve ocupar o Teatro de Arena do Câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte — a UnB é responsável pela convocação. A ideia é de que toda a comunidade acadêmica se una em uma homenagem a Louise, assassinada na noite de quinta-feira. Também devem participar do evento representantes da ONU Mulheres Brasil.

A diretora do IB, Andréa Maranhão, disse que o objetivo do ato de repúdio é reunir as pessoas que gostavam da Louise para celebrar a vida dela. “Vamos reiterar a indignação e o pesar pela morte violenta da nossa aluna. Queremos estar juntos das pessoas que tanto gostavam dela. Como o pai da jovem mesmo disse, ela amava a UnB e merece essa homenagem. É claro que queremos segurança sempre, mas o que aconteceu independe da questão de insegurança. É um ato violento praticado por uma pessoa que estava insana”, explicou.

Facebook/Reprodução


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Pesquisadora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero da UnB, Débora Diniz ponderou a necessidade de a instituição abrir a discussão sobre a segurança no câmpus e evidenciou a urgência de se discutir crimes ligados a questões de gênero. Ela definiu a morte da jovem como uma tragédia. “Não temos nenhuma dúvida de que o crime é classificado como feminicídio. Não importa agora saber se a vítima tinha ou não um relacionamento com o assassino. Em vez de pensarmos em uma discussão sobre histórias amorosas, sabemos que se trata de um homem que matou uma mulher, apenas por uma desilusão”, disse.

Para ela, é preciso tomar iniciativas efetivas de segurança. “O que me interessa neste momento é saber qual é o papel que a universidade pública pode assumir a partir de agora. Temos de pensar como poderemos encontrar, urgentemente, medidas de esclarecimento e de prevenção para que outros casos trágicos não ocorram. Sem esquecer o que aconteceu, precisamos olhar para a frente e agir. Estudantes, professores e servidores necessitam de segurança”, defendeu.

Programe-se

Homenagem à Louise, pela paz e
contra a violência dirigida a mulheres


Onde: Instituto de Ciências
Biológicas da UnB
Quando: hoje
Horário: às 10h

Roda de Conversa: Louise,
feminicídio e segurança na UnB


Onde: Instituto Central de
Ciências Norte (ICC Norte)
Quando: hoje
Horário: às 12h30

Ato contra a violência em
homenagem à estudante Louise Maria


Onde: Teatro de Arena, no
Câmpus Darcy Ribeiro (Asa Norte)
Quando: hoje
Horário: às 15h30

Segurança na UnB
violência nunca mais


Onde: Instituto Central de
Ciências Norte UnB (ICC Norte)
Quando: amanhã
Horário: às 12h

Federais e distritais não relaxaram nos gastos, mesmo em mês de férias Os principais destinos da verba indenizatória foram combustível, locação de carro e material de divulgação. Na Casa local, a cifra chegou a R$ 155 mil

 postado em 14/03/2016 08:05 / atualizado em 14/03/2016 08:13
Carlos Moura/CB/D.A Press - 30/6/15


Mesmo de férias, os deputados não pouparam o dinheiro público: usaram e abusaram da verba indenizatória em janeiro. Tanto os federais quanto os distritais apresentaram notas fiscais de gastos no período de recesso e foram reembolsados. Além de despesas fixas, como aluguel de gabinete fora das casas legislativas, eles pagaram combustível, locação de carro, desenvolvimento de software e material para divulgação de mandato, entre outros.

Gasolina e etanol são os produtos com os quais os parlamentares mais gastaram. O federal Rogério Rosso (PSD), por exemplo, usou R$ 1,8 mil com esse fim; Alberto Fraga (DEM), R$ 718; e Laerte Bessa (PR), R$ 2,7 mil. Os distritais também torraram fortunas com postos de combustível. A maioria dos parlamentares apresentou nota da Rede Cascol para justificar os gastos. A empresa doou dinheiro para a campanha de muitos deles em 2014 e, recentemente, foi apontada pela PF, pelo Ministério Público do DF e Territórios pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, como a líder do cartel. Apesar de os órgãos terem afirmado que a empresa deu prejuízo anual de R$ 1 bilhão aos brasilienses nas últimas décadas, os parlamentares não levaram em consideração as denúncias e seguiram a parceria com a companhia.

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O aluguel de carro de deputados também pesa no bolso do contribuinte. Ronaldo Fonseca (PROS), além de ter desembolsado R$ 1,7 mil com combustível durante o recesso, ainda locou um veículo executivo por R$ 6,5 mil, valor acima do praticado no mercado. Segundo a assessoria dele, os gastos, na verdade, são de dezembro, mas os comprovantes foram apresentados só em janeiro, e o preço da locação está dentro da média do mercado.


Moro: Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas


"não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem-estar econômico e nossa dignidade", avaliou o magistrado


"Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lava Jato", disse Moro
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
CURITIBA - O juiz federal Sérgio Moro divulgou nota neste domingo, 13, em que afirmou considerar "importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas" e que "não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem-estar econômico e nossa dignidade".
Segundo Moro, autoridades eleitas e partidos devem "igualmente se comprometer com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne".
Nas manifestações que aconteceram em todo Brasil, neste dia 13, o juiz da Lava Jato recebeu amplo apoio, bem como as investigações contra as autoridades envolvidas nos processos da Lava Jato. Em Curitiba, sede das investigações, manifestantes colocaram nas ruas 10 mil máscaras em homenagem ao juiz federal.
"Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lava Jato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário", afirmou Moro.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO
"Neste dia 13, o Povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte de nossas instituições e do mercado. Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do Povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário. Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle. Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como País. - 13/03/2016, Sergio Fernando Moro"
Estadão Conteúdo

Nova denúncia de Rodrigo Janot questiona os gastos de Eduardo Cunha com viagens ao exterior

Antonio Cruz/Agência Brasil

Segundo o “Fantástico”, Janot afirma que o deputado utilizou cartões de créditos pagos com recursos de contas secretas mantidas na Suíça para bancar gastos luxuosos nos destinos mais caros do mundo. A denúncia contabiliza que, em pouco mais de dois anos, o deputado desembolsou cerca de R$ 880 mil em viagens


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou nova denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na última sexta-feira (11/3). As informações são do “Fantástico”.
Segundo a reportagem, Janot afirma que o deputado federal utilizou cartões de créditos pagos com recursos de contas secretas mantidas na Suíça para bancar gastos luxuosos nos destinos mais caros do mundo.

Hotéis 7 estrelas e restaurantes caríssimos fazem parte da rotina de consumo de Eduardo Cunha e família. A denúncia contabiliza que em pouco mais de dois anos, o deputado desembolsou cerca de R$ 880 mil em viagens internacionais. Destinos como Paris e Nova York fizeram parte do caríssimo roteiro.
Um exemplo do gasto estratosférico de Cunha foi apontado no Réveillon de 2012/ 2013, quando ele pagou mais 152 mil reais em Miami. Na cidade norte-americana, Cunha e família se hospedaram em um dos hotéis mais luxuosos dos Estados Unidos. A conta final dos nove dias de hospedagem beirou 23 mil dólares, mais de quatro vezes o salário do deputado federal na época, calculado em R$ 18 mil.
A denúncia aponta ainda que os maiores gastos nas viagens de Cunha eram com roupas e acessórios comprados em lojas de grife. Esse valor equivale a meio milhão de reais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia denunciado o presidente da Câmara por recebimento de propina em contas na Suíça em valor superior a R$ 5 milhões. O parlamentar é acusado da prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

FERNANDO LIMONGI | CIENTISTA POLÍTICO “Estamos no meio de um terremoto sem saber ainda quando ele termina”

Limongi diz que Lava Jato mudou história do país e que Moro, se for até o fim, chegará aos tucanos.

Fernando Limongi, cientista políticoO professor Fernando Limongi ficou surpreso com a velocidade “espantosa” que a crise política ganhou nos últimos dias. “O Governo está sem capacidade de reagir. Abúlico, acho que este é o termo correto”, disse ele em conversa por telefone na tarde deste domingo dia 13. Cientista político da Universidade de São Paulo, Limongi ainda digere as novas variáveis que os protestos estão trazendo para o debate político.
Pergunta. Há três caminhos para Dilma sair hoje. Via processo do TSE, impeachment, ou se ela renunciar. Dilma diz que não renuncia. Como casar a ansiedade de quem espera que ela caia e a realidade dos rituais legais para que isso aconteça?
Resposta. Ela está no direito dela de dizer que não renuncia. As pessoas que estão protestando precisam estar com esse timing da saída legal na sua conta. As ruas cantando não vão resolver o que existe, que precisa passar por um processo legal. Será um jogo longo. Teremos uma crise arrastada ainda. Não se resolve de amanhã para depois. Não tem solução que não seja institucional nos dias de hoje no Brasil. Golpe não tem. Maioria quer que ela saia? Via TSE ou impeachment. Processo legal que tem seus ritos.
P. As pessoas tem o processo do Collor na cabeça.
"Depende do que os delatores falarem. Se a delação deles será partidária ou não é a grande questão"
R. Em 1992 ninguém defendeu o Collor [e ele renunciou antes do processo de impeachment seguir para o Senado]. Abreviar o mandato da Dilma é uma posição que a oposição esta tomando desde ano passado. Contribuíram para inviabilizar Joaquim Levy, por exemplo. Oposição sempre soube o que está criando. Eles sabem que não se resolve este quadro da noite para o dia. É responsabilidade deles. O PSDB em vários momentos acenou com radicalismo, jogou com a crise. Eles sabem a consequência. Mas decisivo mesmo é o que vai fazer o PMDB. É o fiel da balança, aliás como sempre foi. Os sinais são claros, o desembarque do partido começou. As ruas hoje sinalizam que o PMDB pode apoiar o impeachment sem medo, que não perderá votos por isto. Em havendo uma maioria na Câmara pró-impeachment que pode andar sem o contorcionismos e as artimanhas regimentais de Cunha, o jogo começa a se resolver. Parece-me que agora é a vez do Governo jogar, de mostrar que é capaz de reter o PMDB, acenando com alguma política ou coisa que o valha que justifique ao partido ficar com o Governo. Algo que nas atuais circunstâncias, parece improvável. E o círculo vicioso continua. Não sai da crise política, não sai da crise econômica. Não sai da econômica, não sai da política. E isso vai se estender, pois o Moro não vai pegar a Dilma.
P. Mesmo com novas delações de empreiteiros que podem chegar à campanha de 2014?
R. Isso demora. Mas é fato que está mais próximo. Aí também depende do que falarem. Se forem seletivos ou não. Que essas empreiteiras podem ter tido negócios escusos com PSDB e se a delação deles será partidária, ou não, é a grande questão. O Léo Pinheiro, da construtora OAS, pelas transcrições que já apareceram, parece ser panpartidário. Ele negocia com quem aparecer na frente. As conversas dele com o [Eduardo] Cunha, no WhatsApp, mostram isso. Difícil que não tenha feito cambalacho com outros governantes, e Governos estaduais. Isso não alivia muito. A salvação do PT é que os outros vão junto. Mas se chegar à campanha dela, aí vai pela via eleitoral. Vai pelo TSE. E vai o Temer junto. O PMDB é até mais atingido que PT. O cenário é trágico.
P. O PT deixou as coisas chegarem a esse ponto, certo?
"O que não se sabe até hoje é se o Moro é anticorrupção ou anti-PT.  Acho que ele vai até o final. E aí não tem como o PSDB ficar  fora"
R. O PT tem culpa no cartório. O partido entrou num delírio depois do pré-sal. Fez um mundo em torno da Petrobras, e perdeu os limites, de maneira desnecessária. Não precisava cair na (jogada) da OAS ou Odebrechtdessa forma. E agora está pagando a conta, não tem por onde. Para o país, o ponto é que o PT, um partido que nasceu defendendo a ética, que teve a história que teve, se o PT pode cair nesta cilada, se o PT pode ser capturado por estas empresas, o que nos garante que a oposição não será? O PSDB por acaso pode reivindicar uma superioridade moral? Não creio.
P. Pessoas que participaram dos atos disseram confiar no PSDB e PMDB. E aí?
R. Eles têm condições de assumir. Mas o que vão fazer são outros quinhentos. Se pegar a votação na Câmara da comissão do impeachment, que foi anulada, ali já havia uma fragilidade imensa. Havia pouco voto [a favor da Dilma]. Agora é diferente. Independe de pouco voto, do método. O Governo Dilma está muito fragilizado e sem iniciativa. Quem está dando a iniciativa é o Moro, que está dando a pauta. Delcídio do Amaral é outro. Primeiro político que tem trânsito dos três lados no PSDB, PMDB além do PT. Então, ele pode atirar em outro mundo.
P. As investigações podem chegar à oposição a partir de agora?
R. Não sei, depende do que vamos saber. O que não se sabe até hoje é se o Moro é anticorrupção ou anti-PT. Não se sabe se ele tem lado partidário ou se vai até onde tem que ir. Acho que ele vai até o final. E aí não tem como o PSDB ficar de fora. Muito difícil que o PSDB seja composto por vestais e o PT por gente que frequenta os piores lugares do mundo. Essas empreiteiras é que são o problema. Estão tocando um jogo, tem relação com todo mundo, em todos os setores. Já apareceu dinheiro para Sergio Guerra [ex-presidente do PSDB que faleceu em 2014] para não abrir uma CPI. Então, está todo mundo. Resta nos dizer como vão tocar o barco daqui para a frente caso aprovem o impeachment de Dilma. Não tanto na economia, mas sim na questão da corrupção. Quero dizer: como eles pretendem governar o país sem cair na esparrela que o PT caiu, isto é, sem fazer esta aliança espúria com as empreiteiras e grandes firmas. As doações de campanha para o PSDB mostram que estas empresas não têm ideologia ou filiação partidária. Financiaram a campanha de Dilma e de Aécio. Ganhariam qualquer fosse o resultado. Qual a proposta efetiva da oposição para redefinir estas relações? Não creio que apenas o PT tenha mantido estas relações promíscuas com o setor privado. O que será feito para impedir que esta rede seja remontada em outras bases? Não há propostas na mesa.
P. Mas neste momento em que estamos conversando, Aécio, Aloysio e etc. estão na avenida Paulista [ainda não havia informações de que eles haviam sido hostilizados].
R. Nos primeiros protestos eles foram expulsos. MBL fracassou. E agora há um movimento político, com PSDB e PMDB. MBL e Vem pra Rua juntos ficaram em posição mais subordinada desta vez. Para o PT, do outro lado, fica mais perigoso. Seja como for, Aécio e Alckmin foram à manifestação. Governador se encontrou antes com organizadores. Há um congraçamento. Sem o Cunha. Não precisam mais do Cunha. A coisa ganhou força. O MBL, com todo seu radicalismo e oposição ao PSDB, a quem tachava de 'covardes', pôs a viola no saco e está jogando de forma mais moderada.  Está agora a reboque.
P. E esse assunto que está ganhando força sobre o semiparlamentarismo?
R. Pode ser saída. Mas é uma alternativa na mesa para não fazer o mais doloroso que seria o impeachment. De todos os lados seria um equívoco. Político, porque se é para tirar o PT, tira o PT. Não vem com meia medida. Se querem tirar mandato da Dilma, parem com isso. Fingir que não estão tirando? Parece impeachment envergonhado. Isso é uma opção muito complicada do ponto de vista institucional. Isso é um bicho híbrido com mil detalhes na definição dos poderes e do primeiro ministro que nunca funciona muito bem. A não ser que se reduza o poder do presidente. Rejeição ao parlamentarismo foi absoluta. Reinserir é um equivoco de todo o lado.
R. Vai depender de onde ele vai se contentar, se PT, PMDB. Quando o Delcídio foi preso, todos entraram em pânico. Até o Temer low profile. Agora, quando vem com o assunto da delação entraram em pânico de novo...
P. Enquanto falo com você, leio nas redes sociais que Aécio e Alckmin foram vaiados na avenida Paulista.
R. Os políticos da oposição devem estar com medo, não de ser vaiados, mas de algo pegá-los. Ou então eles são realmente limpíssimos.
P. Delcídio e Marcelo Odebrecht fazendo delações têm potencial para mudar a história do Brasil?
R. Já mudou a história politicamente. O PT (chega) muito fraco nesta eleição, muda inacreditavelmente. É como tirar o PSOE [partido socialista espanhol] do jogo numa eleição na Espanha. É o principal partido. O que vai dar do ponto de vista eleitoral não sabemos. Se o PSDB vai conseguir se apresentar como partido alternativa ao PT ainda temos de saber. Se sai incólume ou não. Isso depende das delações que ainda vão sair. É uma completa incógnita. Toda vez que está no sistema político. Num processo como o atual se fecha um círculo. Quem fica dentro, fica, que não, se protege. Foi assim no impeachment do Collor, na CPI do Orçamento, que inclusive desmontou todo o esquema de financiamento da época. E facilitou a emergência de Fernando Henrique Cardoso e das reformas necessárias na época. Então, pode ser que, sendo Polyana, seja limpeza para algo melhor. Para constituir novas lideranças. Mas também pode ser como foi na Itália...
P. Mas o que temos mais perto no Brasil de hoje, um FHC ou um Berlusconi?
R. Pode não estar a vista agora. FHC na época não queria nem mais concorrer. Hoje Marina Silva não está na vista, nem Ciro Gomes. Lideranças. Há, também o Aécio ou Alckmin, Serra. Depende de quem vai conseguir construir uma candidatura ou projeto. Um outsider não tem chance.
R. Risco zero. Ele engasga na própria fala. Incapaz de manter discursos convincentes. Isso está fora de cogitação. Alguém tem de ter projeto para maioria do povo, para a classe baixa. Alguém que apresente um projeto convincente da carência da maior parte da população. (Uma voz) Messiânico-reformista,  não raivosa, vingativa e de divisão. Ele não tem esse poder. Esse risco a gente não corre. Corre outros. A Marina ninguém sabe o que será se for eleita, se seu discurso renovador vão se tornar políticas efetivas, ou vai só discurso. Nem sei se PSDB vai correr. Foi além na última eleição porque a Marina se esborrachou. Ele foi por default. Ele não representava a oposição. Aécio não foi um galvanizador. Ou uma pessoa que se mostrasse como uma alternativa.
P. E Marta Suplicy expulsa do protesto?
R. Tenho dúvidas sobre como ela vai se acertar para as eleições. Eleição para prefeito será hilária e trágica.
P. E no plano federal, estamos vacinados de um novo Collor?
R. Não vacinados, mas não é simples acontecer um candidato como ele de novo. Precisa de muitos fatores juntos para isso. Haverá menos dinheiro para campanhas eleitorais a partir de agora. Com esse baita tempo de televisão, o que você vai fazer de programa eleitoral? Quais questões vão estruturar o debate político? Ainda estamos no meio de um furacão. Difícil fazer previsão no meio do furacão. É um terremoto e não sabemos quando vai parar.


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

Lollapalooza: Veja resumo do 2º dia em textos, vídeo, fotos e gifs Alabama Shakes, Noel Gallagher e Jack Ü foram destaque no domingo (13). Edição de 2016 do festival reuniu total de 160 mil pessoas em dois dias.

Do G1, em São Paulo
Foi o famoso "tudo junto e misturado" o segundo e último dia do Lollapalooza 2016. Teve a alma soul do Alabama Shakes, os produtores de Justin Bieber unidos sob a alcunha de Jack Ü, a diva performática Florence Welch, além de Noel Gallagher e Albert Hammond Jr para viúvas roqueiras matarem a saudade de Oasis e Strokes. 75 mil pessoas estiveram no domingo (13) no Autódromo de Interlagos, uma multidão visivelmente mais volumosa que a do ano passado, somando um público total de 160 mil nos dias de evento.
Confira abaixo os pontos altos do Lollapalooza no domingo:
selo lollapalooza header resumo - a parceria (Foto: G1)
MC Bin Laden oficialmente caiu nas graças de dois dos produtores mais badalados do pop mundial. Skrillex e Diplo, que se apresentaram no Palco Onix sob a alcunha de Jack Ü, convidaram o funkeiro para os momentos finais de sua apresentação para "Tá tranquilo, tá favorável" coroar a loucura que foi a apresentação dos norte-americanos. Leia mais sobre a apresentação.
Lollapalooza resumo header - hit (Foto: G1)
Florence + The Machine se apresenta no palco Skol do Lollapalooza 2016 (Foto: Caio Kenji/G1)Florence + The Machine se apresenta no palco Skol do Lollapalooza 2016 (Foto: Caio Kenji/G1)
O público de 75 mil pessoas, neste domingo, aguentou a chuva fraca e as versões ao vivo ainda mais fracas de Florence + the Machine, com devoção. Mas em "Dog days are over", hit já "antigo" (2009) da cantora inglesa, foi o momento de se jogar copos para o alto e comemorar mais um fim de Lollapalooza. Uma catarse que compensou o som baixo e a falta de vigor do disco recente de Florence. Leia mais sobre o show.
Lollapalooza resumo header - Mais cantada (Foto: G1)
Noel Gallagher and the High Flying Birds tocam no palco Skol do Lollapalooza 2016 (Foto: Caio Kenji/G1)Noel Gallagher and the High Flying Birds tocam no palco Skol do Lollapalooza 2016 (Foto: Caio Kenji/G1)
Noel Gallagher arrebatou uma multidão em show emocionante, com os fãs cantando sozinhos "Don't look back in anger", em coro gigante sob chuva fina no final. O show de pouco mais de uma hora foi menor do que o set habitual do ex-Oasis com a banda de apoio High Flying Byrds. Foram dez músicas solo, dos discos "Noel Gallagher's High Flying Birds" e "Chasing Yesterday" (2015), e cinco do Oasis. Leia mais sobre o show.
selo lollapalooza header resumo - replay (Foto: G1)
Brittany Howard comanda o show do Alabama Shakes no palco Onix do Lollapalooza 2016 (Foto: Fábio Tito/G1)Brittany Howard comanda o show do Alabama Shakes no palco Onix do Lollapalooza 2016 (Foto: Fábio Tito/G1)
O Alabama Shakes retornou ao Lolla, após show em 2013, promovido ao segundo maior palco. A quantidade de pessoas no morro do palco Onix justificava no mínimo um horário de maior prestígio. A vocalista Brittany Howard é uma ótima guitarrista, mas é quando deixa seu instrumento de lado e se movimenta e dança pelo palco que mostra ser uma força da natureza. Leia mais sobre o show do Alabama Shakes no Lollapalooza.
selo lollapalooza header resumo - revelação (Foto: G1)
Twenty One Pilots se apresentam no palco Skol do Lollapalooza 2016 (Foto: Flavio Moraes/G1)Twenty One Pilots se apresentam no palco Skol do Lollapalooza 2016 (Foto: Flavio Moraes/G1)
O Twenty One Pilots parece formada por dois youtubers, daqueles mascarados e tal. Só que talentosos. Representou bem a geração "todos estilos musicais têm algo em comum". "Tear in my heart" foi a que melhor resumiu a proposta do duo americano. Ela começa indie pop fino e termina poperô descarado. Obviamente, é boa demais. Leia mais sobre o show do Twenty One Pilots no Lollapalooza.
selo lollapalooza header resumo - surpresa (Foto: G1)
Nicholas Petricca, do Walk the Moon, dança durante show no palco Onix do Lollapalooza 2016 (Foto: Fábio Tito/G1)Nicholas Petricca, do Walk the Moon, dança durante show no palco Onix do Lollapalooza (Foto: Fábio Tito/G1)
Sucesso na rádio Disney, o Walk the Moon usa todas as artimanhas de levanta-público: melodias fáceis, ritmo para cima e pedido de mãozinhas para o alto e palminhas. É um pop com teclados e inspiração dançante, um Killers diluído. Em "Shut up and dance", fazem tudo certinho para menores de 18 discos clássicos do pop em sua discoteca básica. Para uma tarde gostosa no gramado com amigos em seu primeiro festival com certeza cai bem. Como recriminar? Leia mais sobre o show do Walk the Moon.
selo lollapalooza header resumo - fã-clube (Foto: G1)
Albert Hammond Jr. toca no Lollapalooza 2016 (Foto: Caio Kenji/G1)Albert Hammond Jr. toca no Lollapalooza 2016 (Foto: Caio Kenji/G1)
Mesmo sem a banda que o revelou, Albert Hammond Jr. fez um show "strokeano". Sem música do Strokes no repertório desta sua carreira solo, o guitarrista (e agora cantor) agradou tanto "viúvas" do grupo (as faixas próprias lembram Strokes) quanto desavisados que passavam por ali. O fã-clube da banda não pediu Strokes (até porque já se sabe que não rola). E ninguém pareceu sentir falta. Leia mais sobre o show.
selo lollapalooza header resumo - o discurso (Foto: G1)
Marcelo D2 no show do Planet Hemp, que encerra o Lollapalooza 2016 no palco Axe (Foto: Fábio Tito/G1)Marcelo D2 no show do Planet Hemp, que encerra o Lollapalooza 2016 no palco Axe (Foto: Fábio Tito/G1)
"Que dia para o nosso país hoje", disse o vocalista Marcelo D2 durante show do Planet Hemp, no dia em que aconteceram vários protestos no Brasil. "Esquerda e direita, quem vai roubar mais? Quem vai enganar mais a gente?", continuou D2, antes de a banda tocar a música "Futuro do país". A banda, que retorna mais uma vez ao cenário, fez um show animado e com comentários políticos no final do Lollapalooza 2016. Leia mais sobre o show.

Governo 'acabou', mas oposição terá dificuldade em aprovar impeachment

14/03/2016 - 05h00

Pressão nas ruas cresce e pesa em cenário traçado por sete especialistas em relação ao futuro do processo de impeachment da presidente Dilma, a ser retomado com definição de regras pelo STF

Em Brasília, estimativa da PM é que atos de ontem reuniram 100 mil pessoas, maior público até agora
Em Brasília, estimativa da PM é que atos de ontem reuniram 100 mil pessoas, maior público até agora
Foto: Agência Brasil
São Paulo e Brasília - O número recorde de pessoas nas manifestações de ontem elevou ao máximo a pressão contra a presidente Dilma Rousseff e seu governo virtualmente está "acabado", mas a oposição terá barreiras para aprovar o processo de impeachmen...









Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira “A sempre um safado maior que todos os safados.”.
Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.