quarta-feira, 9 de março de 2016

Delcídio cita Aécio Neves e Renan Calheiros em delação premiada

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9 de março de 2016

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) citou os nomes de ao menos cinco senadores em sua delação premiada à Polícia Federal. Entre eles estão Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.
Além dos dois, Delcídio citou membros da cúpula do PMDB no governo. Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA) e Valdir Raupp (RO). Os três já são investigados em processos da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O nome de Aécio já foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará. Entretanto, os dois procedimentos com menções ao tucano foram arquivados. 
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Os investigadores apuram agora se os fatos atribuídos aos senadores têm indícios para justificar um pedido de abertura de inquérito. Segundo a Folha de S. Paulo, a citação a Renan Calheiros teria sido lateral. Ele já é alvo de seis inquéritos que apuram sua ligação com o desvio de dinheiro na Petrobras. 
A delação premiada de Delcídio, acordada com a Procuradoria Geral da República, ainda precisa ser homologada pelo ministro-relator da Lava Jato, Teori Zavascki. Os depoimentos foram dados enquanto o senador estava detido em Brasília.

Ministério Público vai pedir pena maior para Luiz Estevão

Senador cassado passou o dia no Departamento de Polícia Especializada, antes de seguir para a Papuda. Enquanto isso, o Ministério Público Federal vai entrar com recurso contra a prescrição de dois crimes para ele cumprir 31 anos na cadeia, e não 25


Exemplo que não deve ser seguido. "Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia".

O empresário Luiz Estevão não esperou a expedição de um mandado de prisão nem aguardou que policiais batessem à sua porta. O senador cassado negociou com a Polícia Civil e se entregou na madrugada de ontem, quando foi levado à carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). Na noite de segunda-feira, a Justiça Federal determinou a detenção imediata de Estevão, condenado por desvios bilionários de recursos da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. O tempo do empresário atrás das grades pode ser maior do que o estimado pela defesa. O Ministério Público Federal vai recorrer à Justiça contra a prescrição das penas por dois crimes, para que o senador cassado cumpra 31 anos de cadeia, e não 25.

Depois de se entregar à Polícia Civil do DF, Luiz Estevão seria transferido ontem para a Papuda, onde ficará detido na ala de vulneráveis. No DPE, ele fez exame de corpo de delito por volta das 9h e, depois, foi levado para uma cela. A expedição do mandado atrasou e o empresário passou a noite na carceragem do departamento. A transferência para a penitenciária do DF está prevista para hoje. Estevão ficará no Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória (CDP), destinado a idosos, presos com problemas de saúde ou pessoas com risco de morte no sistema penitenciário. Ele terá que dividir a cela com outros condenados.


Ontem, o advogado do empresário, Marcelo Bessa, afirmou que Luiz Estevão já se preparava para a prisão iminente e sabia que poderia ter a detenção decretada a qualquer momento. “Ele está muito tranquilo. O que precisava ser feito, como cumprir a decisão judicial, fez hoje pela manhã.” Perguntado se contestaria a determinação judicial, Bessa disse que a defesa não tomou uma decisão. “Essa é uma avaliação que ainda vai ser feita.”

O senador cassado ficará pelo menos quatro anos atrás das grades. A Lei de Execuções Penais só permite a progressão para o regime semiaberto após o cumprimento mínimo de um sexto da pena. Além disso, a legislação prevê que o detento comprove proposta de trabalho externo e tenha atestados de bom comportamento. Nesse regime, o preso pode deixar a cadeia durante o dia para trabalhar, mas voltar ao presídio à noite. Só depois de cumprir mais um sexto da pena no semiaberto é que o detento segue para o aberto.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

No BBB do Rollemberg, 18 secretários foram eliminados no paredão em um ano e dois meses de governo


DÊNIO SIMÕES/AGÊNCIA BRASÍLIA


No reality show do governador, nenhum participante tem imunidade. A última mudança ocorreu na Saúde, há uma semana. Resta saber quem entrará na casa do GDF para sentar na cadeira de líder da futura pasta das Cidades





“Se pudesse escolher
Entre o bem e o mal, ser ou não ser?
Se querer é poder
Tem que ir até o final
Se quiser vencer”
A música “Vida Real”, do RPM, embala a abertura do “Big Brother Brasil” e também poderia ser tocada nos corredores do Palácio do Buriti. Tanto na trama televisiva quanto na realidade da burocracia brasiliense, o caminho para “ir até o final” passa por sucessivos paredões. Na tevê, as eliminações são reservadas às terças-feiras, como a deste 8 de março, quando o voto popular definiu a eliminação de Adélia. No reality do governador, qualquer dia é dia de baixa, e as escolhas ficam reservadas à caneta de Rollemberg (PSB). Desde que o socialista entrou no ar, 18 participantes do primeiro escalão disseram adeus ao programa. Alguns secretários tiveram direito a discurso (à la Pedro Bial). Outros saíram pela porta dos fundos.

O último a enfrentar o paredão de Rollemberg foi Fábio Gondim, que não resistiu à pressão e deixou a Secretaria de Saúde na quarta-feira passada (2/3). No lugar dele, entrou o médico e advogado Humberto Lucena — o quarto a ocupar o posto desde o início da atual gestão.
Uma das marcas deste governo é justamente a velocidade com que se redesenha a configuração das secretarias. Nunca antes na história de Brasília houve tantas trocas no primeiro escalão em tão pouco tempo de governo. Em janeiro de 2015, Rollemberg assumiu o mandato com 24 pastas. Em outubro, cortou sete delas, reduzindo para 17 a quantidade de órgãos do primeiro escalão. Na época, a justificativa para a reforma administrativa foi enfrentar a crise financeira herdada pelo governo Agnelo Queiroz (PT).
Cinco meses após a tesourada, o governador decidiu desmembrar um dos órgãos e criou a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer. Leila Barros “ganhou imunidade” ao ser nomeada titular da 18ª pasta do GDF. Nos próximos capítulos, a espera é pela “prova do anjo”, que tanto pode salvar um participante da eliminação precoce quanto dar a chance de um novo protagonista entrar no programa. A pergunta é: quem vai ganhar o colar da Secretaria das Cidades, que Rollemberg vai criar nos próximos dias? Os protagonistas da disputa são Marcos Pacco e Igor Tokarski, sendo Tokarski o nome com mais afinidade na casa.
Para o professor emérito de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer, as mudanças constantes demonstram a dificuldade que Rollemberg tem de governar. “É muito inseguro, não consegue acertar a equipe. Há ainda o problema da descontinuidade. Toda vez que troca um secretário, é difícil continuar as políticas públicas anteriores”, afirmou.
Veja quem não sobreviveu ao paredão de Rollemberg
Meses turbulentosAntes mesmo de Rollemberg receber as chaves do Palácio do Buriti, o secretariado sofreu a primeira baixa. O primeiro nome escolhido para gerir a Saúde foi Ivan Castelli, mas ele desistiu por motivos pessoais. A equipe de transição escolheu, então, João Batista de Sousa, ex-vice-reitor Universidade de Brasília (UnB). Mas nem o vasto currículo de Sousa o segurou no cargo. Em 22 de julho, ele pediu exoneração após ter declarado que nenhum hospital da rede pública estava livre da bactéria KPC.
Coube a Fábio Gondim assumir a vaga de João Batista. Mas, com o sucateamento da rede pública, a resistência de integrantes do Ministério Público ao nome dele e, principalmente, devido à falta de resultados, Gondim só conseguiu se manter no cargo por sete meses.
DesistênciaA Saúde não foi o único setor combalido. Em junho, a gestão Rollemberg se mostrou estremecida com a saída do então homem-forte do GDF, o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, que não resistiu aos embates com a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS). O ex-diretor-geral da Câmara dos Deputados Sérgio Sampaio ficou com a cadeira de Doyle.
Paulo Vogel também deixou a casa de Rollemberg e deixou o cargo de secretário de Gestão Administrativa para assumir um posto no governo federal. O secretário adjunto, Alexandre Lopes, ficou como titular até outubro, quando a pasta foi absorvida pela Secretaria de Planejamento e passou para o comando de Leany Lemos. Aliás, Leany é um dos nomes mais resistentes da atual gestão.
TesteO caso de Marcos Dantas foi diferente. Ele bem que tentou, mas não obteve sucesso em uma prova de resistência. Dantas começou o governo como secretário de Relações Institucionais. Depois das greves de 32 categorias no segundo semestre do ano passado, deixou de ser o articulador do governo.
Dantas foi transferido para a Secretaria de Mobilidade no lugar de Carlos Henrique Tomé, que voltou para o Senado, onde é servidor de carreira. A antiga pasta foi transformada em secretaria adjunta e passou a ser vinculada à Casa Civil. O cargo de articulador ficou com o ex-administrador do Plano Piloto Igor Tokarski.
Na Ciência e Tecnologia, Paulo Salles deixou a pasta em agosto. A secretaria foi extinta durante a reforma administrativa, e Oskar Klingl assumiu a coordenação da área no GDF.
Espaço para o PSDMarcos Pacco, que era secretário de Desenvolvimento Humano e Social atendeu o “big fone” e recebeu uma notícia que mexeria na estrutura do primeiro escalão: deixaria o cargo para ficar na Administração do Plano Piloto. Pacco é correligionário de Rollemberg e ficou chateado com a mudança à época. Mas o governador precisava de espaço para o PSD do vice Renato Santana e do deputado federal Rogério Rosso. Dessa forma, nomeou Arthur Bernardes para a então recém-criada Secretaria de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo.
A movimentação magoou outro participante do programa: Jaime Recena, que perdeu a Secretaria de Turismo, englobada pela pasta de Bernardes, e passou à condição de secretário adjunto do setor.
PDTNa pasta do Trabalho e Empreendedorismo, o primeiro secretário de Rollemberg foi Georges Michel, presidente do PDT no DF. Ele pediu demissão do cargo em agosto de 2015, após polêmicas com a construção do Memorial João Goulart, no Eixo Monumental, que não saiu do papel. No lugar dele, assumiu o então subsecretário de Empreendedorismo, Thiago Jarjour, também do PDT.
Jarjour chefiou a pasta até o fim de outubro, quando Rollemberg criou a supersecretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Com um secretariado majoritariamente técnico, Rollemberg foi forçado a fazer política sob pena de desgastar ainda mais a relação com aliados, e nomeou o deputado distrital Joe Valle para o cargo. Jarjour se tornou adjunto de Trabalho e Empreendedorismo; Marlene de Fátima Azevedo assumiu como adjunta de Desenvolvimento Social; e Carlos Alberto Santos de Paulo, como adjunto de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Mudanças na FazendaA secretaria de Fazenda começou sob a gestão de Leonardo Colombini, que pediu exoneração em agosto e voltou para Minas Gerais. O então secretário adjunto, Pedro Meneguetti, assumiu o cargo. Ficou cinco meses na pasta e passou o posto para o adjunto, João Antônio Fleury. Meneguetti foi para Belo Horizonte, onde também se tornou secretário de Fazenda.
Insegurança na Segurança PúblicaUma da pastas mais problemáticas para Rollemberg é a da Segurança Pública e da Paz Social. Em novembro, após um confronto entre professores e policiais militares, Arthur Trindade pediu exoneração. Isabel Seixas ficou como interina até janeiro, quando assumiu Márcia de Alencar — ela ocupava o cargo de subsecretária de Segurança Cidadã da pasta.
No início do governo, Rollemberg desvinculou da pasta da Segurança todo o sistema penitenciário, que passou ao escopo da Secretaria de Justiça e Cidadania, sob comando de João Carlos Souto. Mas depois da maior fuga da história da Papuda, Souto foi exonerado. O chefe de gabinete da Casa Civil, Guilherme Rocha Abreu, assumiu a Secretaria de Justiça interinamente.
Do time montado por Rollemberg para compor a administração do Executivo, só restou Leany Lemos. Ele perdeu ainda Rômulo Neves, seu braço direito na chefia de gabinete. Além de pedir para sair do cargo, Neves deixou o PSB e migrou para a Rede Sustentabilidade.
Crianças e Adolescentes 
Poucos dias antes da reforma administrativa, a secretária Jane Klébia, delegada da Polícia Civil, deixa o cargo na pasta de Políticas para Crianças Adolescentes e Juventude. No lugar dela, entrou Aurélio de Paula Guedes Araújo, indicação do deputado Professor Israel Batista (PV).
Os sobreviventesEntre o grupo de 24 secretários que posaram na foto de 1° de janeiro de 2015, sobraram apenas Leany Lemos, na Secretaria de Planejamento Orçamento e Gestão; Júlio Gregório, na Educação; Cláudio Ribas, na Casa Militar; José Guilherme Leal, na Agricultura; Guilherme Reis, na Cultura; Thiago de Andrade, na Secretaria de Gestão do Território e Habitação; Júlio Peres, na pasta de Infraestrutura e Serviços Públicos; e André Lima, no Meio Ambiente. Eles são os sobreviventes na prova de resistência que se tornou o BBB do Rollemberg.

Por Aguiasemrumo Romulo Sanches de Oliveira
O que é inércia: Falta de ação ou falta de atividade!

1º Lei de Newton: Inércia
“Todo corpo permanece em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele”.

Significado de Inércia
S.f. Sem ação nem atividade: a inércia dos mecanismos públicos.
Figurado. Ausência de reação; falta de mobilidade; estagnação: a inércia da polícia pode prejudicar o desenvolvimento do município.
Física. Diz-se da matéria que oferece resistência à aceleração.
Química. Particularidade das substâncias que não reagem quando estão em contato com outras.
Uso Antigo. Que não possui nem demonstra habilidade; falta de aptidão.
(Etm. do latim: inertia. ae).
Sinônimos de Inércia
Inércia é sinônimo de: apatia, frieza, impassibilidade, inação, inatividade, indiferença e insensibilidade.

Produtor George Martin, conhecido como 'o quinto Beatle', morre aos 90 Há 5 horas

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Image captionMartin era considerado "O Quinto Beatle"
O produtor musical dos Beatles, George Martin, morreu aos 90 anos, anunciou nesta quarta-feira o ex-beatle Ringo Starr em seu Twitter.
As causas de sua morte ainda não foram divulgadas.
Conhecido como "o quinto Beatle", Martin não só descobriu o grupo - apesar de, na época, dizer que o grupo "não era muito bom" - como teve papel fundamental no acabamento das músicas do grupo.
Ele produziu mais de 700 álbuns ao longo de sua carreira de cinco décadas. Seu conhecimento técnico e gosto pela experimentação permitiram que produzisse sons inovadores com equipamentos que músicos modernos considerariam primitivos.
Ele também trabalhou com artistas como Dire Straits, Celine Dion, Sting e os Rolling Stones.
O baterista dos Beatles disse no Twitter que "George fará falta". "Obrigado por todo seu amor e gentileza, George. Paz e amor", escreveu Ringo.
Sean Ono Lennon, filho de John Lennon, tuitou: "R.I.P. George Martin. Estou tão desapontado que não tenho muitas palavras."
Liam Gallagher, do Oasis, banda que tinha os Beatles como modelo, também lamentou a morte na rede social.

Beatles

George Henry Martin nasceu em 1926, filho de um carpinteiro e uma faxineira, no norte de Londres
Sua paixão por música despertou quando assistiu a uma apresentação da London Symphony Orchestra no salão da escola.
No final da Segunda Guerra, ele treinou para ser piloto. Em 1947, ele tocava oboé profissionalmente, apesar de não saber, ainda, ler ou escrever notas musicais.
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Image captionMartin em foto com os Beatles em 1963
Depois de se formar na Guildhall School of Music, trabalhou no departamento de música clássica da BBC, antes de ser contratado pela EMI como produtor musical, onde, rapidamente, se familiarizou com a mesa de som e outros recursos do estúdio de gravação de Abbey Road.
Cinco anos depois, aos 29 anos de idade, como chefe do selo Parlophone, trabalhou com artistas como Shirley Bassey, Matt Monro e grupos de jazz de Johnny Dankworth e Humphrey Lyttelton.
Martin também produziu gravações de comediantes como Bernard Cribbins e Peter Sellers.
Foi nessa época, em 1962, que recebeu a visita de Brian Epstein, querendo mostrar a fita demo de uma banda que empresariava.
Àquela altura, The Beatles haviam sido rejeitados por todas as grandes gravadoras do país. O próprio Martin ficou mais impressionado com a personalidade dos músicos e sua sagacidade do que por sua música.
"Eles eram estridentes", disse depois. "Não muito afinados. Eles não eram muito bons", contou.
Mesmo assim, ele assinou com os quatro, e Love Me Do se tornou o primeiro sucesso deles, em 1962. A partir daí, teve início a parceria de gravadora mais bem-sucedida de todos os tempos.
Pelos oito anos seguintes, Martin conduziu os "Fab Four" (os "Quatro Fabulosos", como ficaram conhecidos na Grã-Bretanha) do rock'n'roll básico de I Want to Hold Your Hand à experimentação ambiciosa de Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band e Abbey Road.
A parceria Martin-Beatles representou uma mudança radical tanto para o produtor quanto para os músicos. Martin, que era músico de formação clássica, tinha pouca experiência com música pop e a banda não tinha ideia das possibilidades oferecidas por um estúdio.
Martin tinha o dom de conseguir traduzir as arriscadas ideia de Lennon e McCartney em termos práticos de gravação.
Enquanto McCartney conseguia expressar seus pedidos, Lennon era um pouco mais vago. Se ele procurava pelo que descrevia como "um som laranja", Martin assumia a tarefa de encontrá-lo.
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Image captionRingo Starr e sir George Martin no Grammy, em 2008
Em uma entrevista em 1975, John Lennon disse que a relação com Martin era uma "verdadeira parceria".
"Algumas pessoas dizem que George Martin fez tudo, outras dizem que os Beatles fizeram tudo. Não foi nenhuma das duas opções. Nós aprendemos muito juntos", afirmou.
O treinamento erudito de Martin se tornou ainda mais importante à medida que os Beatles forçavam os limites da música. Ele compôs e conduziu o arranjo de cordas de Eleanor Rigby e o eclético pano de fundo de I Am The Walrus.
E tudo isso com o que, hoje em dia, seria considerado um equipamento de gravação bem básico, que ele levou ao limite para a gravação do álbum Sgt. Pepper.
Na época, a EMI só tinha gravadores de quatro pistas, então Martin e seus técnicos desenvolveram uma técnica de acoplar dois gravadores de rolo de quatro pistas a uma mesa de mixagem, conseguindo, na prática, usar 8 canais de gravação.
Ele também conseguiu efeitos inusitados alterando a velocidade do gravador, para mudar a textura do som final, uma técnica usada em Lucy in the Sky with Diamonds.

Furacão

Após o fim dos Beatles, Martin trabalhou com diversos artistas.
No final dos anos 1970, ele construiu um estúdio na ilha caribenha de Montserrat, onde gravaram grupos como Dire Straits e The Rolling Stones.
Quando o furacão Hugo destruiu a ilha e o estúdio em 1989, Martin produziu um álbum para arrecadar fundos para as vítimas.
Em 1997, Elton John pediu sua ajuda para produzir a regravação da músicaCandle in the Wind em versão feita para o funeral da princesa Diana.
Ele convenceu o cantor a sentar no estúdio e gravar exatamente como havia tocado na Abadia de Westminster. O resultado foi o 30º hit número 1 nas paradas produzido por Martin - mais do que qualquer outro produtor.

'Meu filho tá errado, mas a gente respeita': como ação contra Lula esquentou polarização dentro de famílias Felipe Souza Da BBC Brasil em São Paulo

Fora do tocador de mídia. Pressione enter para voltar ou tab para continuar.Vitor Ricciardi Chiarello, 26, assiste ao lado de sua família a uma reportagem na TV que exibe o ex-presidente Lula sendo levado para depor. Mas, enquanto seus pais e irmão comemoram a investida da Polícia Federal, Vitor afirma que a ação foi abusiva. Esse é o estopim para o início de mais uma acalorada discussão política.
As discussões entre os quatro membros da família Chiarello, de São Paulo, dão uma ideia da polarização que o Brasil enfrenta desde as últimas eleições - e que esquentou com a investigação do ex-presidente Lula pela Operação Lava Jato.
Na casa de Vitor, ele é o único defensor de políticas de esquerda. O jovem, bolsista do ProUni, cita programas sociais implantados no governo Lula como parte dos argumentos para defender o ex-presidente. Mas recebe contra-ataques de todos os lados.
"É muito claro que o Lula é uma pessoa egocêntrica, narcisista, que trabalha apenas por ele mesmo", diz a mãe dele Marly Alzira, 58. "O ProUni que o Vitor recebeu é apenas o retorno de parte dos impostos que nós mesmos pagamos", completa o pai Oswaldo Gabriel, 58.
O professor e pesquisador do núcleo de pesquisas em políticas públicas da USP (Universidade de São Paulo) Leandro Piquet Carneiro afirma que o cenário vivido pela família Chiarello é reflexo de uma intensa e inédita polarização da política brasileira.
"É a primeira vez que um governo de esquerda, que ainda não tinha alcançado o poder e contava com um apoio muito forte de setores escolarizados e populares, se vê numa situação de desconforto no país. Agora, vemos o apoio público e manifestações favoráveis a esses governos sob ataque, até mesmo em debates em família", afirmou.
Para Carneiro, porém, a discussão política ainda é moderada no Brasil, quando comparado a seus vizinhos. "Por mais animado que esteja o debate, estamos muito moderados se comparado à Argentina, Venezuela e Chile, por exemplo", afirmou.
O pesquisador compara a situação de divisão ideológica no país com a dos EUA e avalia que a internet e o amplo acesso à informação ajudaram a acirrar esses debates. Por outro lado, ele vê as redes sociais como uma ferramenta prejudicial à discussão política no país porque as pessoas se isolam, se afastam do mundo real e evitam o acesso a opiniões divergentes.
"As redes sociais não correspondem à sua expectativa inicial porque elas criam um processo de encapsulamento. Você se liga ao seu circuito e rede de contatos e isso vai definindo o que você recebe de informação. Junte a isso o fato de as pessoas lerem cada vez menos jornal e dependerem cada vez menos de jornalistas profissionais que moderam esses assuntos de forma equilibrada", afirma.
Lula governou o país de 2002 a 2010, sendo sucedido por Dilma Rousseff na Presidência. A última pesquisa de opinião do Instituto Datafolha, feita em fevereiro, aponta que Lula teria 20% dos votos dos eleitores brasileiros caso fosse candidato à Presidência, atrás apenas do senador Aécio Neves (PSDB), que tem a preferência de 24% da população.

Cercado

O ator Guilherme Carrasco Neto, 27, também vive um quadro explosivo quando discute os rumos políticos do país com sua família. O jovem, que vê as ações contra o ex-presidente Lula como uma "encenação para criar a imagem de um bandido", é bombardeado por argumentos contrários de seus parentes.
A mãe dele faz duras críticas contra o governo, enquanto o pai tenta fazer o meio de campo nos debates ao mesmo tempo em que tenta acalmar os ânimos de ambos os lados.
Mas Neto se sente ainda mais encurralado quando seu irmão e a cunhada visitam sua casa no fim de semana. "Meu irmão é filiado a um partido neoliberal e é contra as políticas do PT. Eu não sou petista, mas considero os avanços sociais trazidos por esse governo", afirma.
E quando o assunto é Dilma ou Lula, o tom de voz aumenta e os debates terminam de forma parecida: todos com a cara fechada. "São posições que não batem com a minha. Eu não consigo aceitar a deles e eles não me compreendem", conta Neto.
Image copyrightFabio Tanaka
Image captionMãe e filho se divertem após discussão política
Neto diz que acha incoerente sua cunhada ter sido "beneficiada pelo governo Lula" e rejeitar o ex-presidente. "Ela é formada em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) com bolsa do ProUni, é negra e morava na periferia da cidade", afirmou.
Neto disse que nunca usou isso como um argumento durante as discussões para evitar um possível "climão" familiar, mas tem vontade.
O debate mais acalorado, porém, ocorreu em janeiro deste ano, quando Neto defendeu as manifestações promovidas pelo MPL (Movimento Passe Livre), que pede a isenção das tarifas de ônibus, metrô e trem.
"Eu queria mostrar como esses jovens se organizam e que eles não são baderneiros aliados aos black blocs, como mostra a imprensa. Nesse dia, ainda estavam alguns tios meus que também ajudaram a criticar o Passe Livre com opiniões acaloradas", contou Neto.
O irmão dele, Daniel Carrasco Neto, 35, afirmou que Guilherme tem uma "visão romântica da política" porque ainda é muito novo.
"Ele acha que o mercado e o capitalismo são uma coisa ruim e pensa que os empresários devem ser controlados. A gente tenta ensinar que, se você não consegue ganhar dinheiro, não produz. Dar dinheiro para as pessoas não vai estimular ninguém a evoluir", afirma.
Para Daniel, a saída para a atual crise político-financeira passa pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Esse governo é um fracasso total. Já esperávamos que seria ruim, mas nem tanto. Os escândalos de corrupção aliados à incapacidade dela de fazer política está afundando o país", afirma.
Na visão dele, o sucesso do presidente Lula se deve à estabilidade financeira e à alta do preço das commodities quando ele assumiu o país. "Ele só distribuiu o dinheiro extra que estava entrando. Ele é um safado porque formou a imagem dele em cima desse marketing e quis comprar o apoio de todos os partidos, o que deu origem ao Mensalão e Petrolão", diz.
Daniel afirmou que vai participar dos protesto marcado para o próximo domingo (13) na avenida Paulista para pedir o impeachment de Dilma Rousseff.

O PT e o PMDB podem ser atingidos por delação de Marcelo Odebrecht

Apesar dos partidos negarem ter recebido contribuições não contabilizadas, o empreiteiro poderia detalhar contas no exterior e até caixa eleitoral das duas legendas

POLÍTICA LAVA JATOHÁ 54 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
De acordo com fontes sondadas pela Folha de S. Paulo, dois partidos poderiam ser diretamente atingidos caso Marcelo Odebrecht assine acordo de delação com a Lava Jato: o PT e o PMDB de Michel Temer. Apesar dos partidos negarem ter recebido contribuições não contabilizadas, o empreiteiro poderia detalhar contas no exterior e até caixa eleitoral das duas legendas.
De acordo com as informações divulgadas pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, eventuais contribuições para o PSDB podem entrar na delação de Odebrecht, segundo interlocutor familiarizado com as investigações. Mas a empresa relutaria em comprometer qualquer figura do partido, já que considera que, com o possível desgaste do PT, a legenda tem forte perspectiva de chegar ao poder em 2018.
Na opinião de um advogado que atua na Lava Jato, a delação premiada acabou funcionando como "válvula de escape" para empresários corruptores que concordam em revelar os nomes daqueles que corromperam.