No reality show do governador, nenhum participante tem imunidade. A última mudança ocorreu na Saúde, há uma semana. Resta saber quem entrará na casa do GDF para sentar na cadeira de líder da futura pasta das Cidades
08/03 20:47 , ATUALIZADO EM 09/03 8:36
“Se pudesse escolher
Entre o bem e o mal, ser ou não ser?
Se querer é poder
Tem que ir até o final
Se quiser vencer”
A música “Vida Real”, do RPM, embala a abertura do “Big Brother Brasil” e também poderia ser tocada nos corredores do Palácio do Buriti. Tanto na trama televisiva quanto na realidade da burocracia brasiliense, o caminho para “ir até o final” passa por sucessivos paredões. Na tevê, as eliminações são reservadas às terças-feiras, como a deste 8 de março, quando o voto popular definiu a eliminação de Adélia. No reality do governador, qualquer dia é dia de baixa, e as escolhas ficam reservadas à caneta de Rollemberg (PSB). Desde que o socialista entrou no ar, 18 participantes do primeiro escalão disseram adeus ao programa. Alguns secretários tiveram direito a discurso (à la Pedro Bial). Outros saíram pela porta dos fundos.
O último a enfrentar o paredão de Rollemberg foi Fábio Gondim, que não resistiu à pressão e deixou a Secretaria de Saúde na quarta-feira passada (2/3). No lugar dele, entrou o médico e advogado Humberto Lucena — o quarto a ocupar o posto desde o início da atual gestão.
Uma das marcas deste governo é justamente a velocidade com que se redesenha a configuração das secretarias. Nunca antes na história de Brasília houve tantas trocas no primeiro escalão em tão pouco tempo de governo. Em janeiro de 2015, Rollemberg assumiu o mandato com 24 pastas. Em outubro, cortou sete delas, reduzindo para 17 a quantidade de órgãos do primeiro escalão. Na época, a
justificativa para a reforma administrativa foi enfrentar a crise financeira herdada pelo governo Agnelo Queiroz (PT).
Cinco meses após a tesourada, o governador decidiu desmembrar um dos órgãos e criou a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer. Leila Barros “ganhou imunidade” ao ser nomeada titular da
18ª pasta do GDF. Nos próximos capítulos, a espera é pela “prova do anjo”, que tanto pode salvar um participante da eliminação precoce quanto dar a chance de um novo protagonista entrar no programa. A pergunta é: quem vai ganhar o colar da Secretaria das Cidades, que Rollemberg vai criar nos próximos dias? Os protagonistas da disputa são Marcos Pacco e Igor Tokarski, sendo Tokarski o nome com mais afinidade na casa.
Para o professor emérito de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer, as mudanças constantes demonstram a dificuldade que Rollemberg tem de governar. “É muito inseguro, não consegue acertar a equipe. Há ainda o problema da descontinuidade. Toda vez que troca um secretário, é difícil continuar as políticas públicas anteriores”, afirmou.
Veja quem não sobreviveu ao paredão de Rollemberg
Meses turbulentosAntes mesmo de Rollemberg receber as chaves do Palácio do Buriti, o secretariado sofreu a primeira baixa. O primeiro nome escolhido para gerir a Saúde foi Ivan Castelli, mas ele desistiu por motivos pessoais. A equipe de transição escolheu, então, João Batista de Sousa, ex-vice-reitor Universidade de Brasília (UnB). Mas nem o vasto currículo de Sousa o segurou no cargo. Em 22 de julho, ele pediu exoneração após ter declarado que nenhum hospital da rede pública estava livre da bactéria KPC.
Coube a Fábio Gondim assumir a vaga de João Batista. Mas, com o sucateamento da rede pública, a resistência de integrantes do Ministério Público ao nome dele e, principalmente, devido à falta de resultados, Gondim só conseguiu se manter no cargo por sete meses.
DesistênciaA Saúde não foi o único setor combalido. Em junho, a gestão Rollemberg se mostrou estremecida com a saída do então homem-forte do GDF, o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, que não resistiu aos embates com a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS). O ex-diretor-geral da Câmara dos Deputados Sérgio Sampaio ficou com a cadeira de Doyle.
Paulo Vogel também deixou a casa de Rollemberg e deixou o cargo de secretário de Gestão Administrativa para assumir um posto no governo federal. O secretário adjunto, Alexandre Lopes, ficou como titular até outubro, quando a pasta foi absorvida pela Secretaria de Planejamento e passou para o comando de Leany Lemos. Aliás, Leany é um dos nomes mais resistentes da atual gestão.
TesteO caso de Marcos Dantas foi diferente. Ele bem que tentou, mas não obteve sucesso em uma prova de resistência. Dantas começou o governo como secretário de Relações Institucionais. Depois das greves de 32 categorias no segundo semestre do ano passado, deixou de ser o articulador do governo.
Dantas foi transferido para a Secretaria de Mobilidade no lugar de Carlos Henrique Tomé, que voltou para o Senado, onde é servidor de carreira. A antiga pasta foi transformada em secretaria adjunta e passou a ser vinculada à Casa Civil. O cargo de articulador ficou com o ex-administrador do Plano Piloto Igor Tokarski.
Na Ciência e Tecnologia, Paulo Salles deixou a pasta em agosto. A secretaria foi extinta durante a reforma administrativa, e Oskar Klingl assumiu a coordenação da área no GDF.
Espaço para o PSDMarcos Pacco, que era secretário de Desenvolvimento Humano e Social atendeu o “big fone” e recebeu uma notícia que mexeria na estrutura do primeiro escalão: deixaria o cargo para ficar na Administração do Plano Piloto. Pacco é correligionário de Rollemberg e ficou chateado com a mudança à época. Mas o governador precisava de espaço para o PSD do vice Renato Santana e do deputado federal Rogério Rosso. Dessa forma, nomeou Arthur Bernardes para a então recém-criada Secretaria de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo.
A movimentação magoou outro participante do programa: Jaime Recena, que perdeu a Secretaria de Turismo, englobada pela pasta de Bernardes, e passou à condição de secretário adjunto do setor.
PDTNa pasta do Trabalho e Empreendedorismo, o primeiro secretário de Rollemberg foi Georges Michel, presidente do PDT no DF. Ele pediu demissão do cargo em agosto de 2015, após polêmicas com a construção do Memorial João Goulart, no Eixo Monumental, que não saiu do papel. No lugar dele, assumiu o então subsecretário de Empreendedorismo, Thiago Jarjour, também do PDT.
Jarjour chefiou a pasta até o fim de outubro, quando Rollemberg criou a supersecretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Com um secretariado majoritariamente técnico, Rollemberg foi forçado a fazer política sob pena de desgastar ainda mais a relação com aliados, e nomeou o deputado distrital Joe Valle para o cargo. Jarjour se tornou adjunto de Trabalho e Empreendedorismo; Marlene de Fátima Azevedo assumiu como adjunta de Desenvolvimento Social; e Carlos Alberto Santos de Paulo, como adjunto de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Mudanças na FazendaA secretaria de Fazenda começou sob a gestão de Leonardo Colombini, que pediu exoneração em agosto e voltou para Minas Gerais. O então secretário adjunto, Pedro Meneguetti, assumiu o cargo. Ficou cinco meses na pasta e passou o posto para o adjunto, João Antônio Fleury. Meneguetti foi para Belo Horizonte, onde também se tornou secretário de Fazenda.
Insegurança na Segurança PúblicaUma da pastas mais problemáticas para Rollemberg é a da Segurança Pública e da Paz Social. Em novembro, após um confronto entre professores e policiais militares, Arthur Trindade pediu exoneração. Isabel Seixas ficou como interina até janeiro, quando assumiu Márcia de Alencar — ela ocupava o cargo de subsecretária de Segurança Cidadã da pasta.
No início do governo, Rollemberg desvinculou da pasta da Segurança todo o sistema penitenciário, que passou ao escopo da Secretaria de Justiça e Cidadania, sob comando de João Carlos Souto. Mas depois da maior
fuga da história da Papuda, Souto foi exonerado. O chefe de gabinete da Casa Civil, Guilherme Rocha Abreu, assumiu a Secretaria de Justiça interinamente.
Do time montado por Rollemberg para compor a administração do Executivo, só restou Leany Lemos. Ele perdeu ainda Rômulo Neves, seu braço direito na chefia de gabinete. Além de pedir para sair do cargo, Neves deixou o PSB e migrou para a Rede Sustentabilidade.
Crianças e Adolescentes
Poucos dias antes da reforma administrativa, a secretária Jane Klébia, delegada da Polícia Civil, deixa o cargo na pasta de Políticas para Crianças Adolescentes e Juventude. No lugar dela, entrou Aurélio de Paula Guedes Araújo, indicação do deputado Professor Israel Batista (PV).
Os sobreviventesEntre o grupo de 24 secretários que posaram na foto de 1° de janeiro de 2015, sobraram apenas Leany Lemos, na Secretaria de Planejamento Orçamento e Gestão; Júlio Gregório, na Educação; Cláudio Ribas, na Casa Militar; José Guilherme Leal, na Agricultura; Guilherme Reis, na Cultura; Thiago de Andrade, na Secretaria de Gestão do Território e Habitação; Júlio Peres, na pasta de Infraestrutura e Serviços Públicos; e André Lima, no Meio Ambiente. Eles são os sobreviventes na prova de resistência que se tornou o BBB do Rollemberg.
Por Aguiasemrumo Romulo Sanches de Oliveira
O que é inércia: Falta de ação ou falta de atividade!
1º Lei de Newton: Inércia
“Todo corpo permanece em seu estado de repouso, ou de
movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado
por forças impressas nele”.
Significado de Inércia
S.f. Sem ação nem atividade: a inércia dos mecanismos
públicos.
Figurado. Ausência de reação; falta de mobilidade;
estagnação: a inércia da polícia pode prejudicar o desenvolvimento do
município.
Física. Diz-se da matéria que oferece resistência à aceleração.
Química. Particularidade das substâncias que não reagem
quando estão em contato com outras.
Uso Antigo. Que não possui nem demonstra habilidade; falta
de aptidão.
(Etm. do latim: inertia. ae).
Sinônimos de Inércia
Inércia é sinônimo de: apatia, frieza, impassibilidade, inação,
inatividade, indiferença e insensibilidade.