sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Rompimento de barragens em Mariana: siga em tempo real o atendimento e resgate às vítimas

 postado em 06/11/2015 06:00 / atualizado em 06/11/2015 07:27


 atualizando
listar por :
Nossos repórteres no local do acidente informam que o resgate dos sobreviventes de Bento Rodrigues está na fase final. Desafio das equipes agora é encontrar desaparecidos. Familiares de pelo menos duas pessoas já pedem ajuda.   

Ednaldo de Oliveira de Assis, funcionário da Samarco, é um dos desaparecidos. Outro desaparecido é Waldemir Aparecido Leandro, funcionário da empresa Geocontrole. 
Imagem da parte de Bento Rodrigues submersa pela lama dos rejeitos minerais.

A prefeitura de Mariana decretou estado de emergência. 
Veja galeria de fotos com a chegada dos sobreviventes em Mariana: http://goo.gl/FqYcRc
Saiba como ajudar as vítimas e desabrigados de Bento Rodrigues. Leia na matéria: http://goo.gl/CsJTPW


Repercussão internacional da tragédia em Mariana: http://goo.gl/ajv6uB

Ednaldo de Oliveira de Assis, funcionário da Samarco, é um dos desaparecidos. Outro desaparecido é Waldemir Aparecido Leandro, funcionário da empresa Geocontrole. As informações são de familiares. 
Uma pessoa morreu. e quatro feridos, sendo dois adultos e duas crianças, que foram encaminhadas para o Hospital de Pronto de Socorro João 23, em Belo Horizonte.  As informações são do Corpo de Bombeiros. 

São usados três helicópteros nos resgates e duas retroescavadeiras para abrir passagem.   
O corpo de Bombeiros informou, em nota, que foram resgatadas 500 sobreviventes . Todos  estão sendo descontaminadas por causa do contato com os rejeitos de Minério de Ferro e serão encaminhados para o hospital. 
Relatório indica que 8% das barragens de contenção em Minas não são seguras. Leia mais aqui: http://goo.gl/CaH9Yx
Emoção no encontro dos sobreviventes com os familiares, no ginásio, em Mariana.

Crédito: Marcos Vieira/EM/D.A Press 
Já chegaram três ônibus com sobreviventes de Bento Rodrigues ao Ginásio Arena Mariana. Veja imagens da chegada. 

A tragédia em Mariana foi destaque na mídia internacional. Os jornais New York Times, dos Estados Unidos, e The Guardian, da Inglaterra, exibem vídeos e fotos do deslizamento e dão destaque ao acidente ocorrido na cidade mais antiga do estado
A prefeitura de Mariana ainda não decretou estado de emergência, mas segundo a assessoria de imprensa do executivo, isso deve ser feito ainda na manhã de hoje. 
O Ministério da Integração Nacional, Gilberto Occhi,  segue para o local da tragédia acompanhando o governador Fernando Pimentel. 
Helicópteros começam a resgatar os sobreviventes. Os moradores de Bento Rodrigues fazem uma fila indiana carregando crianças, animais de estimação e os poucos pertences que conseguiram salvar.   
Leia relatos de sobreviventes aqui: http://goo.gl/NcgaKk

Crédito: Hugo Cordeiro/Agência Nitro/Estadão Conteúdo
Imagens da estrada de acesso ao distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. 

Crédito: Mateus Parreiras/EM/D.A Press
O cheiro dos rejeitos de minério de ferro é forte. Para decomposição do mineral são usados elementos químicos, que são nocivos à saúde.  

Crédtio: Rodrigo Melo/EM/D.A Press
Imagem do acesso ao distrito de Bento Rordrigues.

Crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

O Supremo se impõe, mais uma vez, em meio ao caos total em Brasília STF repete arbitragem exercida durante o processo de impeachment de Fernando Collor Petista que barrou impeachment: “Câmara era casa da mãe Joana”

Ministro do STF em sessão de agosto de 2015. / NELSON JR.  (SCO/STF)
Uma Câmara dos Deputados sem freios conduzida por Eduardo Cunha estava prestes a se chocar com um Palácio do Planalto desgovernado quando o Supremo Tribunal Federal (STF) apareceu para colocar o rito do impeachment nos trilhos. As liminares dos ministros Rosa Weber e Teori Zavascki que frearam a condução dos pedidos de impedimento da presidenta Dilma Rousseff há três semanas desmontaram a estratégia do impeachment idealizada por Cunha e os opositores do Goveno. Nos bastidores, sabia-se que o peemedebista diria não ao pedido de impedimento pra que a oposição entrasse com recurso contra a sua decisão e, assim, demandasse um número menor de parlamentares para aprovar a abertura do processo de afastamento da presidenta.
No caso do impeachment do hoje senador Fernando Collor de Melo, em 1992, o Supremo não apenas adequou a lei sobre o assunto, de 1950, aos moldes determinados pela Constituição de 1988 (foi a partir de então que a Câmara passou a ser responsável apenas por aceitar o pedido de impeachment, enquanto o Senado se encarrega de julgar o presidente), como seus ministros atuaram durante o processo, a exemplo do que fizeram Weber e Zavascki, para manter os procedimentos dentro da lei. Aliás, foi na sessão que votou o primeiro mandado de segurança de Collor na tentativa de se defender da abertura do processo de impedimento que o STF transmitiu pela primeira vez uma sessão integralmente pela televisão.O presidente da Câmara acabou desistindo do pedido de rito na semana passada, e nesta, quarta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a extinção das ações que questionavam o procedimento, e que foram avalizadas pela decisão de Weber e Zavascki. O movimento do STF foi interpretado como vitória pelos governistas, mas analistas ouvidos pelo EL PAÍS explicam que os juízes da Corte Suprema não fizeram mais do que evitar o descontrole total em Brasília, ao estabelecer uma ordem mínima enquanto as forças políticas tentam contornar as crises política e econômica por que passa o país. E essa não é a primeira vez que, ao ser provocado, o Supremo impõe a ordem da lei em um processo de impeachment.
A história é contada em detalhes pelo ex-ministro do Supremo Sydney Sanches, que presidia o tribunal durante o impeachment de Collor, em relato ao projeto História Oral do Supremo, organizado pela FGV Direito Rio. Sanches conta que decidiu transmitir a sessão que inaugurava formalmente a questão do impeachment por conta da expectativa de que milhares de pessoas iriam comparecer ao STF para pressionar os ministros. "A gente sabia que uma multidão ia comparecer ali na Praça dos Três Poderes e ia pressionar o Supremo. E eu imaginei, se viesse uma multidão, se a polícia fosse tentar conter, se houvesse algum incidente, ia ter morte. Como seria? Seria pavoroso, né? Então eu autorizei, pela primeira vez, ser transmitida uma sessão inteira pela TV, a sessão inteira do julgamento do mandado de segurança, o primeiro", conta Sanches, lembrando que aquela sessão ainda foi perturbada por uma ameaça de bomba.
Depois de aceito o processo de impeachment de Collor na Câmara, a defesa do ex-presidente conseguiu vitórias no Supremo, como a extensão de prazos para a defesa, lembra o professor da FGV Direito Rio, Joaquim Falcão. "Temos precedentes de que, se o rito processual não for de acordo com o que eles acham que está definido na Constituição, o Supremo vai interferir. Mas ele não vai interferir na decisão [sobre a deposição]. Ele vai apenas ser o garantidor de que o rito deve ser respeitado", analisa. Segundo Falcão, no caso das decisões de Rosa Weber e Teori Zavascki, os ministros não interferiram nem a favor nem contra o processo, apenas o organizaram.

Arbitragem

A análise de Falcão é corroborada pelo professor de Direito da USP e da FGV-SP José Eduardo Faria, que colaborou na redação da petição do impeachment de Collor. "Nenhum país com o mínimo de complexidade consegue enfrentar simultaneamente duas crises, uma econômica e outra política, porque uma crise começa a alimentar a outra. Isso vai levando a uma crise de segundo grau, da racionalidade do processo decisório. É o que esta acontecendo", diz Faria. "No passado, para desatar o nó político de 1964, houve uma arbitragem militar, que levou ao golpe e a uma ditadura. Num segundo momento, o nó gerado pela Constituição social-democrata de 1988, à qual se seguiu um período de baixa arrecadação, com hiperinflação e convulsão social, quem fez a arbitragem foi o Supremo, com a consequente queda do Collor", completa.
A julgar pelo histórico recente do país, portanto, a incapacidade dos entes políticos e econômicos de solucionar as crises que lhes dizem respeito exigirá a mediação de instituições periféricas ao poder central. Isso, aliás, tem ocorrido mesmo em causas fora da política de Brasília, mas de forte impacto popular, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e as ações afirmativas, julgados nos últimos anos pelo STF. E, embora o receio de uma nova intervenção militar por conta da atual crise se justifique pelo passado, Faria destaca que o Brasil passa por um período de regime democrático sem paralelo nos últimos 80 anos, o que deve relegar ao Supremo a arbitragem para destravar as crises. É daí que surge outro receio: o de que o tribunal teria sido montado nos últimos anos para proteger os Governos do PT.

Confiança

Apesar de o julgamento do mensalão ter sido conduzido com mão de ferro por um ministro indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para muitos brasileiros ainda paira sobre alguns ministros do STF suspeitas de partidarização. A desconfiança se justifica por episódios como aquele em que o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo mensalão e investigado pela Operação Lava Jato, acusou o ministro do STF Luiz Fux de procurá-lo, em 2010, em busca de uma indicação para a Corte apresentando como contrapartida o compromisso de que o absolveria no processo — esse tipo de suspeita alimenta questionamentos sobre a melhor forma de indicação para o STF.
O desempenho de Fux durante o julgamento do mensalão, contudo, serviu para amenizar essas dúvidas em relação à conduta dos ministros. Fux foi um dos ministros que votou mais alinhado ao relator Joaquim Barbosa, encarado pelos petistas como carrasco até hoje. Muitos dos atuais ministros, aliás, têm feito questão de dizer em entrevistas que, depois de empossados, os ministros do STF não têm nada a dever a quem quer que seja.
“As pessoas vivem para a sua própria biografia. Ninguém vive para a biografia dos outros”, disse o ministro Luis Roberto Barroso em entrevista recente ao jornal Correio Braziliense. Durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro Marco Aurélio de Mello destacou que a cadeira dos ministros do STF é vitalícia exatamente para que ele não precise prestar contas a ninguém. Já o atual presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, destacou em seminário recente promovido em Washington que "o Poder Judiciário está cuidando dos escândalos" no Brasil.
Para o professor José Eduardo Faria, os ministros do Supremo "talvez tivessem mais envergadura" no passado, mas aqueles que compõem a Corte hoje, com destaque para Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, "podem exercer papel surpreendentemente bom para destravar a crise", o que o professor compara a dar uma tapa em um aparelho de televisão que não está transmitindo bem.
Já o professor Joaquim Falcão ressalta que o Supremo está em "diálogo constante com a sociedade", e que não tem um cheque em branco para tomar as atitudes que seus ministros desejarem. "Na democracia, esse diálogo é inevitável. A ministra Carmen Lúcia diz que o fundamento da autoridade do Supremo é a confiança que a sociedade tem nele. Essa confiança muda de acordo com as atitudes do tribunal. Hoje, a confiança é forte", diz Falcão. Esse diálogo obviamente foi amplificado após as transmissões televisionadas dos julgamentos se tornarem corriqueiras, e chamarem a atenção dos brasileiros principalmente durante os intensos debates do julgamento do mensalão — não por acaso, há quem tenha aprendido de cor a escalação do STF, do um ao onze, como se diz no futebol. A condução de um futuro processo de impeachment pode ser o próximo grande teste dessa relação entre o Supremo e a sociedade brasileira.

Secretário de Segurança Pública pede demissão

Crédito: Andre Violatti/Esp. CB/D.A Press
O secretário de Segurança Pública e Paz Social, Arthur Trindade, pediu demissão.
Ele já entregou a carta de demissão ao governador Rodrigo Rollemberg. A conversa ocorreu ontem à noite (04). Rollemberg pediu um tempo, mas Trindade não aceitou permanecer no cargo depois do embate com o comandante-geral da PM, coronel Florisvaldo César.
O governador pediu a Trindade uma indicação para a pasta.
Professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista respeitado em segurança pública há 20 anos, Trindade foi convidado para tocar o Viva Brasília, programa na área, que até agora era a principal política bem-sucedida do governo.
Esta é uma perda importante na equipe de Rollemberg.

Barragem se rompe em Minas e deixa mortos e dezenas de desaparecidos Lama arrastou carros e caminhões, encobriu casas da região e deixou moradores ilhados A cidade que a mina engoliu

Após rompimento de barragem, lama inundou casas da região. / REPRODUÇÃOTV GLOBO
O rompimento de uma barragem de uma mineradora no distrito de Bento Rodrigues, entre a cidade de Mariana e Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, deixou, nesta quinta, um cenário de destruição na região. A lama arrastou caminhões, encobriu casas e deixou pessoas soterradas e ilhadas, segundo relatos de moradores ao Corpo de Bombeiros de Ouro Preto
Ainda não havia confirmação oficial do número de vítimas do acidente até a publicação desta reportagem. O secretário de Defesa Social de Mariana, Brás Azevedo, disse ao siteG1 que a situação é muito grave e há riscos de desmoronamentos. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase), entre 15 e 16 pessoas teriam morrido e 45 estão desaparecidas. Cifras variadas de vítimas eram citadas na imprensa local.
Casa alagada após rompimento da barragem. / REPRODUÇÃO TV GLOBO
O Hospital Monsenhor Horta, de Mariana, que está recebendo os feridos, informou que uma pessoa morreu, e que outras quatro já receberam atendimento e passam bem, segundo o jornal Estado de Minas. O Corpo de Bombeiros disse que algumas pessoas ilhadas foram resgatadas por um helicóptero.
O acidente ocorreu por volta das 16h desta quinta na Barragem do Fundão que pertence à mineradora Samarco e fica a 25 km de Mariana e a 100 km de Belo Horizonte. Em nota, a empresa, uma joint venture da Vale com a australiana BHP, confirmou o rompimento, ocorrido na mina Germano. “A organização está mobilizando todos os esforços para priorizar o atendimento às pessoas e a mitigação de danos ao meio ambiente”, afirmou. A Samarco afirmou ainda que não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas.
Tanto a empresa como a prefeitura de Mariana pediram que as pessoas deixem o local e “que não haja deslocamentos de pessoas para o local do ocorrido, exceto as equipes envolvidas no atendimento de emergência”. O Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito nesta tarde para investigar as causas e responsabilidades no rompimento da barragem.
A Samarco produz principalmente pelotas de minério de ferro _produz 30 milhões de toneladas anuais, segundo informação do site da empresa.

Buscas por pessoas recomeçam em MG após rompimento de barragens Acidente foi em Bento Rodrigues e bombeiros confirmam uma morte. Localidade está sendo esvaziada; MP vai investigar causa do acidente.

As buscas por vítimas do rompimento de duas barragens em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, foram retomadas na manhã desta sexta-feira (6).
As barragens se romperam na tarde da quinta-feira (5) e há a confirmação de uma vítima: Claudio Fiuza, de 40 anos, funcionário da mineradora Samarco, segundo o Corpo de Bombeiros.
Por volta das 7h, dois tratores estavam na região para tentar abrir uma estrada e chegar até as pessoas ilhadas. No mesmo horário, ônibus com bombeiros civis, técnicos em enfermagem e voluntários estavam em Santa Rita Durão, também distrito de Mariana, para fazer o socorro.
O Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, que tem equipes no local, confirmou uma morte e 15 desaparecidos até o momento.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase), Valério Vieira dos Santos, afirma que entre 15 e 16 pessoas teriam morrido e 45 estão desaparecidas.
O secretário de Defesa Social de Mariana, Brás Azevedo, disse que a situação no local é muito grave e há riscos de mais desmoronamentos. A orientação para os moradores que deixam Bento Rodigues é que sigam para o distrito de Camargos, que é mais alto e mais seguro.
Um dos sobreviventes da tragédia, Andrew Oliveira, que trabalha como sinaleiro na empresa Integral, uma terceirizada da Samarco, disse que, na hora do almoço, houve “um abalo”, mas os empregados continuaram trabalhando normalmente.
"Começou a praticamente ter um terremoto", disse sobre o momento que as barragens se romperam. (veja depoimento abaixo)
Feridos
Quatro feridos foram identificados, duas crianças e dois adultos. As crianças têm 2 e 3 anos e são Kaique Monteiro, de 2, e Nicolas Webster, de 3 anos. Os adultos foram identificados como Priscila Monteiro, cuja idade não foi divulgada, e Wesley Isabel, de 23 anos. Eles seriam moradores da região de Bento Rodrigues.
Os feridos foram levados para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, referência em atendimento de urgência. Mais de 200 pessoas da Guarda Municipal, dos bombeiros, das polícias Civil e Militar, da Defesa Civil e da mineradora trabalham nas buscas.
Movimentação de pessoas na Arena Mariana, complexo esportivo em Mariana (MG), para onde estão sendo levados os desalojados após rompimento da barragem de rejeitos de mineração no distrito de Bento Rodrigues (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo)Desabrigados que tiveram que deixar suas casas por causa de rompimento de barragem estão na Arena Mariana (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo)

Empresa
O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em comunicado divulgado no perfil da empresa no Facebook por volta das 23h desta quinta, afirmou que o rompimento ocorreu em duas barragens – e não em uma, como informava nota divulgada pela mineradora no fim da tarde. (Veja a nota no fim da reportagem)
Segundo Vescovi, romperam-se as barragens de Fundão e Santarém, na unidade industrial de Germano, localizada entre os municípios de Mariana e Ouro Preto – a cerca de 100 km de Belo Horizonte.
O diretor-presidente da empresa diz que o rompimento foi identificado na tarde desta quinta e, imediatamente, foi acionado o plano de ação emergencial de barragens para priorizar o atendimento das pessoas que trabalham no local ou que vivem próximo às barragens. (veja no vídeo abaixo)
"Lamentamos profundamente e estamos muito consternados com o acontecido, mas estamos absolutamente mobilizados para conter os danos causados por esse acidente", finalizou.
Resgate
A Prefeitura de Mariana informou que muitas pessoas ainda estavam ilhadas, e os acessos por terra estão todos bloqueados. Um helicóptero vai ajudar no resgate.
Os desabrigados foram levados para a Arena Mariana, que é um complexo esportivo do município. Doações de roupas, água mineral, colchões e produtos de higiene pessoal podem ser entregues no centro de convenções de Mariana, na Rua Juscelino Kubitschek.
Segundo a prefeitura, o distrito de Bento Rodrigues tem cerca de 600 moradores, em 200 imóveis. Mas como outras localidades podem ter sido atingidas pelo mar de lama, a estimativa é de 2 mil pessoas afetadas.
Um vídeo mostra o desespero de moradores pouco depois do rompimento da barragem e a lama a avançando sobre o vilarejo. Assista abaixo:
Segundo a Polícia Militar de Meio Ambiente, a mineradora foi fiscalizada há dois anos e nenhum problema foi encontrado na barragem.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) criou um comitê de crise para cuidar do acidente e uma equipe de emergência foi enviada para o local para avaliar a situação.
De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável pela fiscalização de barragens de rejeitos, a barragem de Fundão é considerada de baixo risco, e o rejeito de minério, inofensivo para a saúde.
Rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (Foto: Luis Eduardo Franco/TV Globo)Rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (Foto: Luis Eduardo Franco/TV Globo)
Governo estadual
Quatro helicópteros do governo de Minas Gerais partiram para Bento Rodrigues com grupamentos do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad).
Em nota oficial, o governador, Fernando Pimentel, disse que recebeu com consternação a notícia do desastre. "A Defesa Civil e outros órgãos competentes estão envidando todos os esforços para prestar os primeiros socorros e todo atendimento necessário à população do distrito, ainda de difícil acesso em razão dos estragos causados pela inundação", diz o texto.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, informou que vai viajar para Mariana nesta sexta-feira para acompanhar a assistência às vítimas. Unidades do Exército em Belo Horizonte e em São João Del Rei estão de prontidão, caso haja necessidade de ajuda nas buscas por sobreviventes.
Ministério Público
Representantes do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais do Ministério Público Estadual de Minas Gerais estão em Bento Rodrigues e será instaurado um inquérito civil para apurar as causas do rompimento da barragem, afirmou o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.
Segundo o promotor, a partir desta sexta-feira, o MP pretende levantar e identificar as causas do acidente e propor uma ação contra os responsáveis. Ele afirmou que nenhuma barragem se rompe por acaso, mas ressaltou que é prematuro dizer qual é a causa.
NOTA DA SAMARCO DIVULGADA NA TARDE DESTA QUINTA:
A Samarco informa que houve um rompimento de sua barragem de rejeitos, denominada Fundão, localizada na unidade de Germano, nos municípios de Ouro Preto e Mariana (MG). A organização está mobilizando todos os esforços para priorizar o atendimento às pessoas e a mitigação de danos ao meio ambiente. As autoridades foram devidamente informadas e as equipes responsáveis já estão no local prestando assistência. Não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas. Por questão de segurança,  a Samarco reitera a importância de que não haja deslocamentos de pessoas para o local do ocorrido, exceto as equipes envolvidas no atendimento de emergência.
Arte Barragem Bento Rodrigues atualiza 19h40 (Foto: Editoria de Arte/G1)

tópicos:

Shadow Trade - Trailer

“Olhe no
fundo dos olhos de um animal e tente se convencer de que não temos o direito de
inferiorizar, maltratar ou decidir sobre a vida de outro ser. Somos zeladores
da natureza... não carrascos.”


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Cunha diz a aliados ser beneficiário, mas não titular de contas na Suíça Presidente da Câmara apresentou linha de defesa a deputados aliados. Ele responde a processo, acusado de ter mentido à CPI sobre as contas.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (esq.) conversa com o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani, durante sessão da Câmara (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
Deputados aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) relataram nesta quinta-feira (5) ao G1, sob condição de anonimato, que o presidente da Câmara admitiu ser beneficiário de contas bancárias na Suíça, mas destacou que não é o “titular”.

Segundo esses relatos, Cunha descreveu qual será a linha de defesa que apresentará no processo por quebra de decoro parlamentar ao qual responde no Conselho de Ética.
Ele é acusado em representação dos partidos PSOL e Rede de ter mentido em depoimento à CPI da Petrobras. À comissão, ele afirmou não ter contas no exterior. Documentos enviados à Procuradoria Geral da República pelo Ministério Público da Suíça dizem que ele é o controlador de contas naquele país. Em razão das supostas contas em bancos suíços, o deputado também responde a inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação sobre a argumentação apresentada por Cunha a colegas foi divulgada na edição desta quinta do jornal “Folha de S.Paulo”.

Conforme os relatos ao G1, o argumento central que o presidente da Câmara vai utilizar em sua defesa no Conselho de Ética é que, embora beneficiário das contas, não mentiu à CPI por não ser o controlador direto nem titular dessas contas.

Em entrevista pela manhã, o presidente da Câmara negou ter antecipado a aliados a defesa que fará ao Conselho de Ética.
“Isso é igual ao parecer do impeachment da semana passada que ninguém viu até hoje. Então, é exatamente a mesma situação. Então, não tem o que comentar porque não existe para mim essa... isso que tá colocado”, afirmou.

De acordo com os deputados ouvidos pelo G1que conversaram com Cunha, o presidente da Câmara quis antecipar a eles os argumentos de defesa para que possa ser respaldado quando as informações forem divulgadas oficialmente.

"O processo é político, então ele tem que sustentar um discurso político, para que a gente possa defendê-lo e ter o que dizer nas nossas bases", disse um desses parlamentares.

Outra estratégia do peemedebista seria ganhar tempo e postergar ao máximo o processo no Conselho de Ética, cujo relator foi anunciado nesta quinta – o deputado Fausto Pinato (PRB-SP). A intenção é postegar a votação do relatório para depois de fevereiro, na esperança de que as denúncias percam força e espaço no noticiário.
'Caixeiro-viajante'
Segundo os parlamentares ouvidos pelo G1, o peemedebista confirmou que abriu contas no exterior antes de assumir cargos políticos, na década de 1980, quando atuava como uma espécie de “caxeiro viajante”, negociando mercadorias fora do Brasil.

Posteriormente, ainda segundo a versão relatada ao G1 por deputados, as contas na Suíça passaram a ser controladas por trustes, entidades legais que administram propriedades e bens em nome de um ou mais beneficiários.

O grau de independência dos trustes varia conforme o caso, podendo haver maior ou menor grau de autonomia e possibilidade ou não de o proprietário dos bens revogar essa outorga.
Aos deputados aliados, o presidente da Câmara admitiu ainda a existência de uma conta controlada por sua atual mulher, Cláudia Cordeiro Cruz. Segundo um desses parlamentares, a conta ligada à esposa não foi declarada à Receita Federal e ao Banco Central, porque a lei “não exige”, já que teria menos de US$ 100 mil depositados.De acordo com um dos parlamentares, na conversa que teve com Cunha chegou a ser citado um exemplo para que os aliados do presidente da Câmara usem em suas bases eleitorais: "Se o seu pai faz um seguro saúde e você é o beneficiário, você não é titular nem responsável por esse seguro", relatou o deputado.
No entanto, de acordo com a Receita Federal, qualquer conta mantida no exterior deve constar da declaração de Imposto de Renda. Com relação à comunicação ao Banco Central, a legislação diz que contas que, no dia 31 de dezembro, ultrapassem US$ 100 mil devem ser declaradas anualmente por meio da Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE).
Dinheiro ‘lícito’
O presidente da Câmara reforçou aos aliados que os recursos movimentados nas contas de que é beneficiário são “lícitos” e resultado de negócios que manteve no exterior na década de 1980.
Ele admitiu, porém,  a existência de um depósito de US$ 1 milhão feito por determinação de Felipe Diniz, filho do deputado Fernando Diniz, ex-líder do PMDB na Câmara, morto em 2009.

Esse depósito, em uma das contas na Suíça, foi apontado em depoimento ao Ministério Público Federal  por João Augusto Henriques, lobista supostamente ligado ao PMDB.
Investigado na Operação Lava Jato, João Augusto Henriques disse que o dinheiro seria de um contrato da Petrobras para a exploração de petróleo em Benin, na África.

A deputados, Cunha disse que só soube do depósito de US$ 1 milhão muito depois de o dinheiro ter sido depositado. De acordo com o relato de parlamentares que conversaram com Cunha, esses recursos seriam pagamento de uma dívida que o pai de Felipe Diniz, Fernando Diniz, teria contraído com Cunha antes de morrer.

O presidente da Câmara alegou que, com a morte de Fernando Diniz, não pensava mais em cobrar o dinheiro, mas Felipe Diniz resolveu pagar e depositar os valores na conta da Suíça.
O caminho do dinheiro de Eduardo Cunha, segundo a Suíça (VALE ESTA VALE ESTA) (Foto: Editoria de Arte / G1)

tópicos: