quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Polícia italiana fecha acampamento de migrantes na fronteira com a França Ocupantes foram acusados de roubar água e energia elétrica. Quase 50 refugiados e ativistas se abrigaram em área na cost

Um acampamento de migrantes na fronteira entre a França e a Itália foi desmantelado nesta quarta-feira (30) pela polícia italiana, mas os ocupantes – quase 50 refugiados e ativistas – se refugiaram em uma área da costa.
O fim do acampamento foi decidido pela justiça de Imperia (Itália), que acusou os ocupantes de roubo de água e energia elétrica, segundo um porta-voz da polícia.
Trinta migrantes e 20 ativistas italianos, alertados sobre a decisão, abandonaram o local e buscaram refúgio em uma área de rochas da costa.
Os migrantes e os ativistas exibiram uma faixa com uma frase em inglês que significa "queremos a liberdade de atravessar a fronteira".
O acampamento, que estava a 100 metros da fronteira francesa e perto da cidade de Menton, reunia, dependendo do dia, até 250 pessoas, segundo Giuseppe Maggese, vice-comandante da polícia de Imperia.

O último balanço do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) aponta que mais de meio milhão de migrantes e refugiados chegaram à Europa depois de atravessar o Mediterrâneo desde o início do ano.
Migrantes e ativistas exibiram uma faixa com a frase em inglês 'Queremos a liberdade de atravessar a fronteira' depois de acompamento ser desmantelado na fronteira da Itália com a França (Foto: Eric Gaillard/ Reuters)Migrantes e ativistas exibiram uma faixa com a frase em inglês 'Queremos a liberdade de atravessar a fronteira' depois de acompamento ser desmantelado na fronteira da Itália com a França (Foto: Eric Gaillard/ Reuters)
Do total, quase 383 mil desembarcaram na Grécia e 129 mil na Itália. Ao mesmo tempo, 2.980 migrantes morreram ou desapareceram durante a travessia, segundo o Acnur.
Na semana passada, os países europeus aprovaram a distribuição de 120.000 migrantes entre os Estados membros da UE e uma ajuda financeira aos países vizinhos da Síria, que recebem milhões de refugiados.Apesar dos esforços da operação europeia de busca e resgate Frontex, que salvou dezenas de milhares de vidas este ano, o Mediterrâneo continua sendo a via mais letal para os refugiados e os migrantes, segundo a ONU.
Mas a ONU fez um apelo aos dirigentes europeus para que façam mais para enfrentar o maior fenômeno migratório na Europa desde 1945.
 Migrantes e ativistas tentam resistir à ação da polícia italiana na de fronteira entre Ventimiglia, na Itália, e Menton, na França, próximo do Mediterrâneo (Foto: Eric Gaillard/ Reuters)Migrantes e ativistas tentam resistir à ação da polícia italiana na fronteira entre Ventimiglia, na Itália, e Menton, na França, próximo ao Mediterrâneo (Foto: Eric Gaillard/ Reuters)

Repórter da BBC é assediada enquanto gravava reportagem sobre assédio

Uma repórter da BBC foi assediada enquanto fazia uma reportagem sobre assédio a mulheres nas ruas.
A jornalista Sarah Teale estava gravando do lado de fora de uma conferência sobre o assunto em Notingham, na região central da Inglaterra, quando ouviu comentários obscenos de um homem que passava perto dela.
A repórter disse estar "genuinamente chocada" pelo que o homem disse.
"Não é brincadeira, não é engraçado e ninguém deveria ter de aturar isso".
No vídeo, Teale explica as conclusões de um estudo sobre assédio a mulheres.
"Um estudo online mostrou que 95% das pessoas disseram que já foram assediadas, zombadas ou ouviram obscenidades nas ruas e grande parte delas afirmou que chegou a ser inclusive apalpada ou agarrada inapropriadamente em público".
Assim que termina a frase, ela aponta e diz: "Sim, como isso", em alusão aos comentários feitos pelo homem.
O episódio viralizou nas redes sociais, e Teale recebeu várias mensagens de apoio.
A usuária Helen Briggs descreveu o acontecimento como "vergonhoso".
Já outro usuário, Neil Harrison, disse: "Publique e envergonhe o nome desse imbecil...verme patético".
Alguns usuários, entretanto, chegaram a duvidar da veracidade do vídeo, acreditando que ele havia sido encenado.
"Acho que o vídeo foi planejado ou encenado", disse a usuária Sandy Oestreich.
Mickey Sjv Gregory afirmou acreditar que "alguém estava ganhando dinheiro ou tentando ser engraçado".
Teale afirmou que gostou de ver as pessoas discutirem o assunto, e negou que o vídeo havia sido encenado. "É um disparate absoluto (pensar nisso)".
"É bastante óbvio que minha reação não foi encenada".
"O fato de o episódio ter viralizado não o torna menos ofensivo".

Miguel Jorge: “Clinton também fez lobby por empresas dos EUA no Brasil” Miguel Jorge, que diz que petista “fez lobby” por Odebrecht em emails, defende conduta Supremo tira das mãos de Sérgio Moro parte da Operação Lava Jato


Miguel Jorge, quando ministro de Lula. / VALTER CAMPANATO/ABR
Miguel Jorge, ex-ministro do Governo Lula entre 2007 e 2010, entrou para o centro das atenções políticas brasileiras nesta terça, com o vazamento de e-mails trocados por ele com um funcionário da Odebrecht em 2009 sobre uma obra de interesse da empreiteira na Namíbia. Numa das mensagens, Jorge relatava que o ex-presidente “fez o lobby” pela construtora em fevereiro daquele ano, durante um encontro com o presidente namíbio, Hifikepunye Pohamba. A expressão ‘lobby’ ganha alta voltagem num momento em que aOperação Lava Jato tenta provar o papel da Odebrecht como agente do esquema de propinas em negócios do setor público. Lula é ainda alvo de investigação da Procuradoria do Distrito Federal por suposto tráfico de influência no exterior em prol da Odebrecht principalmente na África e na América Latina entre os anos 2011 e 2014.
O ex-ministro responde então: “Estive e o PR [diminutivo de Presidente da República, no caso, Lula] fez o lobby. Aliás, o PR da Namíbia é quem começou – disse que será licitação, mas torce muito para que os brasileiros ganhem, o que é meio caminho andado”. O ex-ministro participou do almoço em questão junto com outros ministros, e envio essa resposta a Wilson depois do evento.Segundo o jornal O Globo e O Estado de S. Paulo, e-mails vistos pela Polícia Federal nos computadores apreendidos em escritórios da Odebrecht pela força tarefa da Lava Jato, revelam a troca de mensagens suspeitas do executivo da empreiteira Marcos Wilson com Jorge, então ministro do Desenvolvimento, que cuida das exportações do país. Wilson tinha interesse num almoço entre Lula e Pohamba, em Brasília, em fevereiro daquele ano, pois a Odebrecht estaria tentando participar das obras de uma hidrelétrica binacional, que atenderia a Namíbia e Angola, e escreve a Jorge: “Se você estiver com o presidente Lula e o da Namíbia, é importante que esteja informado sobre esta negociação [da hidrelétrica], e se houver oportunidade, manifestar sua confiança [de Lula] nesta multinacional brasileira chamada Odebrecht”.
Jornalista de formação, que passou para diversas empresas como executivo antes de virar ministro, Jorge avalia que a dimensão dada aos e-mails é um exagero, pelo simples fato de o Brasil conviver mal com a ideia do lobby. Algo que o mundo inteiro reconhece como legítimo, segundo ele. “Em 1993, o Itamar [Franco, que governou o Brasil entre 1993 e 1994, depois da queda de Fernando Collor] me contou que o Bill Clinton ligou três para ele insistindo que o Brasil deveria contratar a empresa americana Raytheon para o projeto Sivam, que estava sendo licitado”, lembra Jorge, citando o projeto de monitoramento da Amazônia, que na época representava um investimento de cerca de 1,4 bilhão de dólares. Clinton era então presidente dos EUA, e sua pressão parece ter surtido efeito.
De fato, o Brasil contratou a Raytheon. Clinton, lembra Jorge, chegou a dizer a Itamar que ele estaria preservando 30.000 empregos de americanos se a Raytheon fosse escolhida. “Defender as empresas locais é uma prerrogativa de chefes de Estado. É uma questão de interesse nacional”, completa Jorge que diferencia o teor do seu email do foco de investigação da Polícia Federal. “A Lava Jato foi corrupção explícita, não foi por problema de lobby, que é algo correto no mundo inteiro”, afirma.
Outro caso que ele traz na memória é o do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, que defendia em seus encontros com representantes do Governo de Lula os caças Rafale da francesa Dassault como alternativa para o Brasil na concorrência aberta pelas Forças Armadas para renovar a sua frota. Estavam na disputa, além da Dassault, a Boeing dos Estados Unidos, e a Gripen, da Suécia. O ex-primeiro ministro François Fillon também fez esse lobby durante o Governo Dilma, em 2011. O exemplo, neste caso, ilustra que nem sempre o lobby é eficiente. O Brasil acabou se decidindo pelos caças suecos, conforme anunciado em dezembro de 2013.
A reportagem de O Globo destaca ainda que o então diretor da empreiteira, Alexandrino Alencar [que foi preso na operação Lava Jato] era a ponte com o Planalto para fazer chegar os recados de Marcelo Odebrecht, presidente do grupo, também preso em Curitiba há três meses.
Em nota divulgada pelo Instituto Lula, a assessoria do ex-presidente afirma que há uma “repetitiva, sistemática e reprovável tentativa de alguns órgãos de imprensa e grupos políticos de tentar criminalizar a atuação lícita, ética e patriótica”  de Lula na defesa dos interesses nacionais, “atuação que resultou em um governo de grandes avanços sociais e econômicos, com índices recorde de aprovação”.
A Odebrecht também divulgou nota afirmando que os trechos de mensagens que foram divulgadas na imprensa apenas registram a atuação institucional e legítima da empresa e “sua participação nos debates de projetos estratégicos para o país - nos quais atua, em especial como investidora". A empresa disse que as mensagens não teriam "qualquer relação com o processo em curso.”

Comunicado da CABE PMDF aos associados

Parlamento da Rússia autoriza uso de tropas na Síria Segundo governo, medida não significa ação terrestre, mas apenas aérea. Moscou apoia o regime de Bashar al-Assad contra o rebeldes locais.

Menino corre do local de uma explosão após o que ativistas disseram ter sido um bombardeio de forças leais ao governo de Bashar al-Assad no bairro de Douma, em Damasco, capital da Síria (Foto: Bassam Khabieh/Reuters)Menino corre do local de uma explosão após o que ativistas disseram ter sido um bombardeio de forças leais ao governo de Bashar al-Assad no bairro de Douma, em Damasco, capital da Síria (Foto: Bassam Khabieh/Reuters)
O Parlamento da Rússia, autorizou nesta quarta-feira (30) o envio de tropas russas à Síria, a pedido do presidente do país, Vladimir Putin.
O anúncio foi feito pelo chefe da administração da presidência russa, Sergei Ivanov, depois de participar como porta-voz de Putin na sessão realizada no Conselho da Federação, a câmara mais alta do Parlamento local, para discutir o assunto. “O presidente pediu à liderança de nosso país por assistência militar”, afirmou.
"Como já disse nosso presidente, o uso das Forças Armadas em terra está descartado, e o alvo militar da operação é o apoio aéreo às forças governamentais sírias em sua luta contra o Estado Islâmico (EI)", explicou Ivanov.Entretanto, segundo ele, a medida não significa que tropas terrestres irão se engajar no conflito, e que o uso militar se refere apenas à força aérea do país.
"Não se trata de conseguir objetivos em política externa, nem de satisfazer ambições, como nos acusam nossos parceiros ocidentais. Trata-se exclusivamente dos interesses da Federação da Rússia", ressaltou o funcionário do Kremlin.
De acordo com ele, o presidente da Síria, Bashar al Assad, se dirigiu oficialmente à Rússia para pedir ajuda militar na luta contra os jihadistas.
"O presidente sírio se dirigiu a nosso país para pedir ajuda militar, portanto podemos dizer que é preciso combater o terrorismo, e que os esforços devem ser combinados, mas que continua sendo necessário respeitar a legislação internacional", disse Ivanov aos jornalistas após discursar em nome de Putin.
A Rússia tem aumentado sua presença militar, na Síria, onde apoia as forças do governo deBashar al-Assad em um conflito que o coloca contra militantes do Estado Islâmico e rebeldes apoiados pelo Ocidente.
“Se houver uma coalizão unida, o que eu duvido, ou no fim duas coalizões – uma americana e uma russa- elas vão coordenar suas ações”, disse Ivan Konovalov, um especialista militar, à Reuters. “Para as forças russas operarem lá legitimamente era necessária uma lei.”
Há relatos de que a Rússia já está realizando ataques aéreos na Síria, não confirmados pelo Kremlin.
Da última vez que o Parlamento russo concedeu a permissão de tropas no exterior, as forças armadas foram usadas para conquistar a Crimeia da Ucrânia durante o conflito do ano passado.
Apoio na ONU
Putin, que reiterou seu apoio ao regime do presidente sírio, Bashar al Assad, defendeu a criação de uma coalizão internacional para lutar contra os jihadistas, ao lado do governo de Damasco e do Irã, durante seu pronunciamento na segunda-feira na Assembleia Geral da ONU em Nova York.
No entanto, após sua reunião com o presidente americano Barack Obama também na segunda, descartou totalmente uma operação terrestre das tropas russas na Síria, mas reconheceu que Moscou estava avaliando o uso da Força Aérea para bombardear posições do Estado Islâmico no país árabe.
Tanto Putin como seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, asseguraram que qualquer intervenção militar, seja na Síria ou em outro país, necessita de uma autorização do Conselho de Segurança da ONU para garantir sua legitimidade.
O principal órgão executivo da ONU se reunirá em Nova York após ser convocado pela Rússia, que apresentará seu projeto de resolução sobre a necessidade de coordenar as ações contra o Estado Islâmico e outros grupos terroristas.
Além disso, o Kremlin convidou mais países a se juntarem ao centro de troca de informações para a luta contra os grupos jihadistas que foi criado recentemente junto com Síria, Irã e Iraque.

Filha de Paul Walker abre processo contra Porsche

Paul Walker
Foto: Reprodução
Meadow Walker, filha do ator Paul Walker, abriu um processo contra a Porschepor homicídio culposo por causa da morte do seu pai, em 2013. O astro de Velozes E Furiosos se envolveu em um acidente de carro dentro de um Porsche Carrera GT.
Segundo alguns documentos da ação, obtidos pelo site TMZ, os advogados deMeadow alegam que na hora da batida o cinto de segurança “sufocou” Paul, deixando-o preso no banco do passageiro e quebrando assim sua costela e sua pélvis.
Além disso, os advogados ainda afirmam que a fabricante de carros sabia que oPorsche Carrera GT tinha um histórico de instabilidade e problemas. A ação também diz que o incêndio no carro começou um minuto e 20 segundos depois da colisão, o que fez o ator “aspirar fuligem para a sua traqueia enquanto o veículo queimava”.
Segundo o processo, o carro que levava Paul Walker estava a uma velocidade de aproximadamente 114 quilômetros por hora, quando o motorista Roger Rodasperdeu o controle. A alegação vai contra à conclusão da investigação do acidente, que diz que o veículo estava a aproximadamente 150 quilômetros por hora. De qualquer forma, os dois dados apontam que Rodas estava acima do limite de velocidade do local, que é de 72 quilômetros por hora.

Capitais registram um assassinato a cada meia hora no país, revela estudo Dados fazem parte de anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Fortaleza tem a maior taxa de crimes violentos; São Paulo, a menor.

Vista aérea de Fortaleza, no Ceará (Foto: Sergio Jorge Brazil / TIPS / Photononstop/AFP)Fortaleza (CE) tem a maior taxa de crimes violentos do país: 77,3 mortes a cada 100 mil (Foto: Sergio Jorge Brazil/TIPS/Photononstop/AFP)
Uma pessoa é assassinada a cada meia hora, em média, nas capitais do país. É o que mostram dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública referentes a 2014. Os números constam do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública – que está em fase de conclusão.
Crimes violentos, em 2014
CAPITALTAXA (a cada 100 mil)
Fortaleza (CE)77,3
Maceió (AL)69,5
São Luís (MA)69,1
Natal (RN)65,9
João Pessoa (PB)61,6
Teresina (PI)53,1
Belém (PA)51,2
Salvador (BA)48,1
Cuiabá (MT)47,4
Aracaju (SE)47,1
Goiânia (GO)46,7
Manaus (AM)41,6
Porto Alegre (RS)40,6
Vitória (ES)38,3
Rio Branco (AC)36,5
Macapá (AP)32,5
Curitiba (PR)32,4
Recife (PE)32,0
Belo Horizonte (MG)30,8
Porto Velho (RO)30,6
Palmas (TO)27,9
Brasília (DF)25,8
Rio de Janeiro (RJ)20,2
Campo Grande (MS)18,9
Boa Vista (RR)17,5
Florianópolis (SC)16,9
São Paulo (SP)11,4
De acordo com o anuário, houve 15.932 mortes decorrentes de crimes violentos intencionais (homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios) nas 27 capitais no ano passado – o que equivale a uma vítima a cada 30 minutos aproximadamente.
Juntas, as capitais registraram uma taxa média de 33 mortes violentas a cada 100 mil habitantes em 2014. Fortaleza (CE) é a que tem o maior índice (77,3) e São Paulo (SP), o menor (11,4).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), locais com índices iguais ou superiores a 10 são tidos como zonas endêmicas de violência – todas as capitais podem ser incluídas nessa classificação.
A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, diz que o quadro é bastante preocupante. “Os dados revelam as dificuldades encontradas no enfrentamento da violência letal nos grandes centros urbanos.”
Ela ressalta, no entanto, que há disparidades regionais. “O Brasil tem experiências de sucesso, como São Paulo, que desde o início dos anos 2000 tem apresentado uma redução expressiva das taxas de homicídio, o Rio de Janeiro, com as UPPs, e Pernambuco, por exemplo. Só que essas experiências localizadas acabam anuladas pelo aumento em outras."
"Fortaleza é um exemplo de um quadro muito grave de violência, que infelizmente a gente não tem tido sucesso em enfrentar. A taxa permanece praticamente idêntica ao longo dos anos e elevada”, afirma Samira.
É a primeira vez que o fórum realiza um levantamento focado nas capitais brasileiras. Os dados foram obtidos por meio de solicitações às secretariais estaduais da Segurança Pública com base na Lei de Acesso à Informação e por meio de cruzamento de informações disponibilizadas pelos órgãos na web.
Homicídios, lesões e latrocínios
Fortaleza aparece no topo do ranking de crimes violentos em razão principalmente do número de homicídios. A cidade tem o maior número absoluto de assassinatos do país (1.930) e, consequentemente, a maior taxa (75 a cada 100 mil). O governo diz que o número vem caindo na capital em 2015.
Já São Luís (MA) é a capital com o maior número absoluto de lesões corporais seguidas de morte (35) e, por isso, detém também a maior taxa (3,3 a cada 100 mil).
Aracaju (SE) aparece na primeira posição com relação aos latrocínios (os roubos seguidos de morte). A cidade tem um índice de 5,3 mortes a cada 100 mil habitantes.
Campo Grande (MS) é a capital com a maior variação na taxa de crimes violentos intencionais de 2013 para 2014: 36,5% de aumento. A cidade, no entanto, ainda possui o quarto menor índice do país.
Gastos com segurança
O anuário mostra que, apesar da crise, os estados têm investido mais em segurança. Foram R$ 67,3 bilhões em 2014 – um aumento de 17% em relação a 2013, quando a despesa com a área chegou a R$ 57,5 bilhões.
Os municípios, somados, também gastaram R$ 3,9 bilhões com segurança no ano passado.
"É preciso ressaltar que foi um ano eleitoral e é natural que os governantes queiram mostrar serviço, mas houve, sim, um aumento expressivo no gasto, inclusive com a crise econômica. Só que não há nenhum estudo que mostre uma correlação direta entre aumento de despesas e redução de crimes contra a vida. E o Brasil é o grande exemplo disso, pois gasta o equivalente ao que Alemanha, França e outros países desenvolvidos gastam com segurança pública e esse gasto não tem se traduzido em eficiência da política pública, em melhoria”, afirma Samira Bueno.
Os dados mostram exatamente isso: a taxa de mortes a cada 100 mil nas capitais se manteve estável em comparação com 2013 – ano com um número de crimes violentos menor, mas próximo (15.804).
R$ 332,21
é o gasto médio per capita dos estados com segurança
O estado que mais investiu em policiamento, informação e inteligência e em Defesa Civil foi São Paulo: R$ 10,3 bilhões. Já o Acre foi o estado com o maior gasto per capita: R$ 568,88 por habitante.
Apenas três unidades da federação diminuíram a verba destinada à segurança em um ano: Mato Grosso, Piauí e Tocantins. O Piauí é o que tem o menor gasto do Brasil, tanto absoluto (R$ 59 milhões) quanto per capita, de R$ 18,48 – muito abaixo da média nacional (R$ 332,21). “Trata-se de um padrão de gasto muito baixo e que tem apresentado um decréscimo. Neste caso, é claro que a área precisa de mais recursos", afirma a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"O problema é quando se tem muito e o dinheiro é mal gerido. Mas há também a questão do modelo de segurança pública. Há duas polícias que não têm ciclo completo, que não dialogam no âmbito estadual, que deviam compartilhar informações, mas não o fazem, que não trabalham, em geral, de forma integrada. É um modelo dispendioso", diz Samira.
A União também colocou menos dinheiro no setor no ano passado. Foram R$ 8,1 bilhões – contra R$ 8,3 bilhões em 2013.