quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O grito parado no ar Não é de um golpe que se precisa. Precisa-se do reconhecimento explícito da situação em que nos encontramos, e para isso é preciso rever o que a sociedade espera do Estado e o que este, pode e deve fazer para melhorar as condições de vida do povo

A vertigem da política brasileira é tamanha que não dá vontade de ler as páginas dos jornais que dela se ocupam. O pior é que acabo caindo na armadilha de falar sobre a política corrente, a respeito da qual já quase tudo foi dito. Se eu escrever, como teria vontade, sobre a crise (horrorosa) da Venezuela e o mutismo do Brasil diante dela, ou sobre a tragédia das migrações dos fugitivos da guerra ou da miséria que encontram as portas fechadas na Europa, pode-se imaginar que estou me esquivando de enfrentar o desafiador cotidiano brasileiro...
Sendo assim, vamos lá, outra vez. Há poucos dias escrevi uma frase no meu Facebook que resumia a angústia com que nos defrontamos. Diante do que vem acontecendo, disse: ou a Presidente Dilma renuncia ou assume uma inesperada liderança nacional. Caso contrário, acrescentei, continuaremos no ramerrão deixando que aoperação Lava Jato e a crise econômica sacudam o país ao sabor de cada nova delação ou de cada nova estatística publicada. Deixei de lado, de propósito, os pedidos de nulidade das últimas eleições presidências, que correm no Tribunal Superior Eleitoral e um eventual pedido de impeachment por conta da eventual rejeição das contas da União pelo Tribunal de Contas.
Para minha surpresa, a leitura quase unânime foi a de que eu “mudara de posição” e pedia a renúncia da Presidente. Os seus torcedores (poucos), alguns líderes do PT à frente, não precisavam de mais nada para me “desmascarar”: afinal, quem é esse senhor para ousar pedir a renúncia da Presidente, quanta insolência! Também os que defendem o fim antecipado do atual mandato presidencial, não viram no que escrevi senão o apelo à renúncia, um ato exclusivo de quem ocupa o cargo.
Por que me referi à renúncia? Porque, no fundo, é este o grito parado no ar. Não foi a alternativa única que coloquei, mas foi a que, subconscientemente, à maioria dos que me leram pareceu ser a solução mais simples e menos custosa para sairmos do impasse. Não me parece a mais provável, dada a personalidade de quem teria de fazer o gesto de grandeza. É certo que a dinâmica das renúncias raramente se move por impulsos íntimos. São as condições políticas que as suscitam. Teremos chegado a este ponto? Ao colocar as alternativas respondi implicitamente que ainda não.
Entretanto, como a vida segue e não se vê a presidente assumir as rédeas do governo nem muito menos refazer seus laços com a sociedade, o mais provável é que os dois motores da conjuntura atual, ambos sem o controle dos políticos, continuem a ceifar esperanças: os processos judiciais, que ao implicar uns e outros e cada vez mais numerosos, vão enterrando a aspiração à impunidade de gregos e troianos; e a crise econômica que destrói empregos, arrasa lucros, aumenta a sofrimento do povo e não permite apontar para um horizonte de retomada de crescimento.
Mal comparando com conhecidos textos sobre este tipo de conjuntura, têm-se a impressão de que o antigo já morreu e o novo ainda não surgiu. Este é o impasse. De que o governo cambaleia, não há dúvidas. A cada semana uma demonstração nova, a última foi o desencontro com nova CPMF. Mal começavam os defensores do governo a justificá-la, de repente, a Presidente diz que é e sempre foi contra a CPMF...
Se não há CPMF ou que nome se queira dar ao tributo, como fechar as contas no Orçamento? E lá vem nova barbeiragem: mostra-se o déficit e o Congresso que se arranje! O poder presidencial já se tinha diluído nas mãos de um ministro da Fazenda, que não reza pela cartilha da presidente, e nas mãos do vice-presidente, que é de outro partido. Por acaso desapareceu de nossa Constituição a separação entre as obrigações do Executivo e as do Legislativo?Será isso a antecipação de um debate salutar sobre a implantação, em futuro não muito longínquo, do parlamentarismo? No presidencialismo, contudo, cabe ao Executivo apontar os caminhos e ao Legislativo corrigi-los, mas não desenhá-los. Não tem cabimento no presidencialismo tal tipo de delegação de poderes.
O fato é que este ziguezague político é prenúncio de que o fracasso atual não é só o de um governo – que inegavelmente tem a responsabilidade maior por ele – mas de um sistema político que mal manejado – por falta de traquejo, cegueira ideológica ou incompetência administrativa (que vem de mandatos anteriores do PT, diga-se) -- acabou por se esgotar e carregar consigo as finanças públicas. Disso se trata agora: o país quebrou, a economia vem sendo arrastada para o fundo do poço e a desilusão da sociedade só faz aumentar.
Sendo assim, a solução da crise não decorrerá apenas da remoção do obstáculo mais visível a um reordenamento político, simbolizado por quem exerce o Executivo e pelo partido de apoio ao governo, mas da formação de um novo bloco de poder que tenha força suficiente para reconstruir o Estado brasileiro, livrando-o do endividamento crescente e já contratado pelas leis aprovadas. Bloco de poder não é um partido, nem mesmo um conjunto deles, é algo que engloba, além dos partidos, os produtores e os consumidores, os empresários e os assalariados, e que se apoia também nos importantes segmentos burocráticos do estado, civis e militares.
Não é de um golpe que se precisa, dele não se cogita, porque inaceitável. Precisa-se do reconhecimento explícito da situação pré-falimentar em que nos encontramos. Precisa-se de dispositivos constitucionais que regulem a expansão do gasto público, de regras que limitem o endividamento do Estado, assegurando o equilíbrio de longo prazo das contas públicas, em favor do investimento, tanto público como privado. Precisa-se de uma reforma profunda das regras eleitorais e partidárias que, sem grandes complicações, reduza a proliferação de falsos partidos, moralize o financiamento eleitoral e diminua os gastos de campanha. Precisa-se de um pacto federativo que, reformando o sistema tributário, nem sufoque os contribuintes nem deixe os Estados à míngua. Para isso é preciso rever o que a sociedade espera do Estado e o que este, pode e deve fazer efetivamente para melhorar as condições de vida do povo.

Rollemberg atrasa novamente benefícios dos servidores do GDF Executivo segue o plano de dirigir emendas de distritais para a saúde, enquanto alunos da rede pública reclamam da suspensão de pagamento das inscrições para o PAS


 postado em 10/09/2015 06:05
Antonio Cunha/CB/D.A Press
 

No início do ano, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou corte de gastos, enxugamento da máquina pública e aumento de impostos. O objetivo era economizar dinheiro e ampliar a arrecadação, a fim de recuperar a saúde financeira do GDF e evitar atraso salarial. As medidas, no entanto, não foram suficientes: o socialista chega ao nono mês de governo devendo benefícios a servidores e com perspectiva de faltar recurso para os vencimentos até o fim de 2015. A parcela do 13º dos aniversariantes de agosto, a licença-prêmio dos aposentados de 2015, as horas extras da Saúde e os acertos com aposentados já estão atrasados. Para piorar, na terça-feira, os principais sindicatos se reuniram na Central Única dos Trabalhadores (CUT) e mandaram um recado direto para o governo: haverá greve geral se as pendências não forem quitadas ou o salário atrasar.

Atolado em dívidas, o Executivo local diz se esforçar para não deixar o pesadelo se tornar realidade. Além de Rollemberg estar com o chapéu na mão atrás de dinheiro federal, ele aposta no aumento de tributos para encontrar a porta de saída da crise. Mas os reajustes têm de passar pela Câmara Legislativa, onde o socialista coleciona derrotas. E agora depende dos distritais para aprovar reajustes na Taxa de Limpeza Pública, na Contribuição de Iluminação Pública e no IPTU. O cálculo no Palácio do Buriti é simples: o ônus por cobrar mais tributos é melhor do que ver a cidade parada.

O secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Alexandre Ribeiro, ressalta as dificuldades financeiras, mas garante que os benefícios serão postos em dia até o fim do mês (leia Três perguntas para). O subsecretário da Receita, Hormino de Almeida, prefere não comentar se haverá dinheiro em caixa para os salários no fim do ano, mas destaca que a situação é muito ruim e joga a culpa para a gestão passada. “O último governo previu um orçamento para este ano com uma expectativa de aumento de receita de 14%. O acréscimo no primeiro semestre, porém foi de apenas 5,5%. Levando em consideração a inflação, tivemos uma queda real na arrecadação de 2,7%. E isso representa muito dinheiro”, lamenta.

A diretora do Sindicato dos Professores Rosilene Corrêa critica o GDF. “Mesmo quando temos reunião de negociação, eles não trazem nada de concreto. A justificativa é sempre a mesma: a dificuldade financeira. É mais uma tentativa de transferir o prejuízo para o servidor”, diz.

Emendas
O rombo de R$ 3 bilhões que Rollemberg alega ter herdado do mandato passado também agrava a situação da saúde pública. O Buriti recorreu aos distritais para tentar atenuar o cenário. O governo convenceu os parlamentares a destinarem a maior parte das emendas para a Secretaria de Saúde. Calcula-se que a medida pode representar um ganho orçamentário de R$ 346 milhões para a pasta. Não é o suficiente para resolver os problemas dos hospitais, mas se torna uma ajuda e tanto. Ontem, eles aprovaram a modificação na Lei Orgânica autorizando o remanejamento das emendas.

POR QUE ESCONDES TEU ROSTO E NÃO TE PREOCUPAS COM NOSSA AFLIÇÃO? Salmo 43,25

 Refugiados
 Europa, há milhares de menores de idade que viajam sem seus pais, tendo a Áustria e aAlemanha como destinos. “Neste ano, Berlim já recebeu mais de 1.000 menores refugiados desacompanhados”, afirma Robin Schulz-Algie, da ONG Save the Children, que admite que a sua organização não está preparada para atender a esses jovens.
Em sua grande maioria, os menores não acompanhados são meninos entre 15 e 18 anos, e viajam junto com amigos ou irmãos, informa o representante da Unicef em Skopje (Macedônia), Bertrand Desmoulins. Eles formam a parte menos visível da tragédia dos refugiados, pois se misturam a outras famílias e se confundem com a multidão. Na Macedônia, segundo dados oficiais, são 942 as crianças refugiadas sem pais; mas é provável que esse número seja bem maior. “A maioria não quer ser registrada pelas autoridades como menores. Querem seguir viagem rapidamente e temem que isso gere atraso em seu percurso”, afirma Kate O’Sullivan, que trabalha na Save The Children na Grécia.Na Suécia, os centros de acolhimento calculam que 700 crianças chegam semanalmente desacompanhadas e em condições desesperadoras. As instituições que atuam em seu socorro são unânimes em considerar que se trata do grupo mais vulnerável dentre os refugiados, sendo vítimas de abusos e das redes de traficantes de pessoas, para os quais eventualmente acabam até mesmo trabalhando.
No final do ano passado, somente na Alemanha, havia 17.000 crianças e adolescentes refugiados sem familiares, conforme outras fontes da ONG, que, em 2013, estimou em 5.858 meninos e 726 meninas o total de crianças que chegaram à Europa sem nenhuma proteção familiar. Algumas delas tiveram até mesmo de pagar pela travessia até a Europa trabalhando para os traficantes de pessoas. Um adolescente eritreu de 16 anos relatou à ONG que foi obrigado a trabalhar em um campo na Líbia, que ali apanhava e, certa noite, chegou a ter um braço quebrado por causa dos golpes recebidos. Um outro jovem foi recrutado por uma rede de traficantes na Turquia. O menino acabou assumindo a direção de um barco que viajou até a Grécia, onde comprou um bilhete para a Europa, e os traficantes, assim, não correram o risco de ser presos.
Las rutas de la inmigración hacia la UE
A travessia dessas crianças continua em solo europeu. “Ao chegar à Grécia, elas dormem em acampamentos superlotados ou nas ruas e praças públicas, sem acesso suficiente a água, comida e serviços básicos. A situação tem se deteriorado nas ilhas gregas. Há milhares de pessoas, a violência só aumenta, e as crianças, tanto as que viajam sozinhas quanto as que estão com seus familiares, vivenciam tudo isso”, relata O’Sullivan. Segundo testemunhos, muitos menores de idade, nos centros de acolhimento, preferem ficar sem comer durante dias ou evitar o banho, com medo de ser violentados.
Maite Pacheco, diretora de Sensibilização e Políticas da Infância da Unicef na Espanha, admite que, em muitos casos, esses menores emigram com autorização dos pais. Andrés Conde, diretor-geral da Save The Children, expõe os motivos por trás dessa escolha difícil: “Trata-se de adolescentes que, para os pais, já são quase adultos e que, diante da situação de violência em que vivem em seus países, obtêm o seu apoio na decisão de emigrar. É uma opção extremamente dolorosa para eles”. Conde esboça o cenário com o qual esses jovens se depararão em países como a Áustria ou a Alemanha da seguinte maneira: “O fenômeno tem levado a um transbordamento da capacidade de alojamento dos países ricos”. Se a Europa não reagir rapidamente, esses menores acabarão acampando em quadras poliesportivas ou em estações ferroviárias ou rodoviárias das cidades abastadas da Europa.
A agência da ONU para a infância conclama a Europa a agir de forma rápida para abrigar esses jovens e lhes garantir assistência médica e educacional. As autoridades terão de definir, como no caso dos adultos, quais deles têm direito a asilo e quais fizeram a viagem apenas por razões de ordem econômica. Pacheco observa o seguinte: “Nenhum desses menores que viajam sozinhos ou com amigos o faz por vontade própria. São produto da guerra e da crise em que vivem os seus países de origem”. Para o dirigente da Unicef, a imagem de toda essa tragédia está contida em uma fotografia, em que alguns meninos exibem um cartaz dizendo “por favor, parem com a guerra, e então não iremos mais para a Europa”.

Política monetária tem de manter vigilância diante de maior prêmio de risco, diz BC

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central detectou recente aumento de riscos que têm afetado os preços dos ativos e, por isso, reforçou a mensagem sobre a necessidade de uma postura vigilante em meio ao período de ajustes na economia que pode ser mais longo e mais forte, abrindo o caminho para voltar a subir os juros básicos.
Neste contexto, a autoridade monetária informou que o cenário de convergência da inflação a 4,5 por cento pelo IPCA no final de 2016 tem se mantido "apesar de certa deterioração no balanço de riscos", alterando avaliação de até então de que esse cenário vinha se fortalecendo.
"Elevações recentes de prêmios de risco, que se refletem nos preços de ativos, exigem que a política monetária se mantenha vigilante em caso de desvios significativos das projeções de inflação em relação à meta", trouxe a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC divulgada nesta quinta-feira, elaborada antes do anúncio do rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, na noite passada, que tirou o selo internacional de bom pagador do país.
Na semana passada, o BC encerrou o ciclo de aperto monetário iniciado em outubro de 2014 ao manter a Selic em 14,25 por cento ao ano, reforçando a sinalização de que a taxa básica de juros permanecerá nesse patamar por período prolongado.
Na ata, o BC divulgou que a projeção para a inflação em 2015 piorou no cenário de referência, permanecendo acima do centro da meta --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. Por outro lado, a estimativa para 2016, no mesmo cenário, foi reduzida e encontra-se em torno do alvo de 4,5 por cento.
Ainda assim, o BC explicitou em diversos trechos a piora do cenário macroeconômico. "A perspectiva de nova mudança de trajetória para as variáveis fiscais, implícita na proposta orçamentária para 2016, afetou as expectativas e, de forma significativa, os preços de ativos".
O dólar tem disparado sobre o real nas últimas semanas e, até a véspera, acumulava alta de mais de 40 por cento. Nesta sessão, chegou a superar o patamar de 3,90 reais, mais um fator de pressão sobre a inflação.
"É um BC que vai ficar em compasso de espera para ver os desdobramentos da volatilidade doméstica, sobretudo ligados aos eventos da agenda da política fiscal", afirmou o economista-chefe do banco J.Safra, Carlos Kawall.

"Se não avançarmos nessa direção e continuarmos vendo o câmbio em território muito desvalorizado... acho que a gente corre risco de vermos elevação da taxa de juros", acrescentou ele, que mantém a projeção de alta da Selic no segundo trimestre de 2016, caso o cenário fiscal não deteriore muito. 

Polícia prende quadrilha de fraude em loterias no DF e em 5 estados Ao menos 54 mandados judiciais são cumpridos em Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal

 postado em 10/09/2015 09:15 / atualizado em 10/09/2015 10:11
Uma operação da Polícia Federal, nesta manhã de quinta-feira (10/9) cumpre mandados de prisão e apreensão contra suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraude a pagamentos de prêmios de loterias da Caixa Econômica Federal (CEF). Na ação, intitulada “Desventura”, cerca de 54 mandados judiciais são cumpridos em Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal. Entre os suspeitos estão um ex-jogador de futebol da seleção brasileira e um doleiro. Até por volta das 9h40, sete pessoas haviam sido presas, entre eles o líder da organização criminosa.

Do total de mandados, cinco são de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 22 conduções coercitivas – quando a pessoa é levada para depoimento e depois liberada – e 19 de busca e apreensão em São Paulo, Bahia e Goiânia.

Segundo a investigação, os valores dos prêmios que não eram sacados pelos ganhadores deveriam ser destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar 270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-sena e Timemania.

Ajuda de correntistas
Correntistas do banco, escolhidos por movimentarem grandes volumes financeiros, participavam do esquema criminoso recrutando gerentes da Caixa Econômica para serem utilizados na fraude. Após conseguirem as informações privilegiadas, o grupo entrava em contato com os gerentes, para que eles viabilizassem o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando, de forma irregular, os bilhetes falsos.

Durante as investigações um integrante da quadrilha chegou a ser preso quando tentava aliciar um gerente para o saque de um bilhete de loteria no valor de R$ 3 milhões. Poucos dias depois de liberado pela polícia foi executado em condições que ainda estão em investigação. Um doleiro, que também participava do crime, já havia sido identificado em outros delitos como fraude na utilização de financiamentos do BNDES e do Construcard e liberação irregular de gravame de veículos.

Os envolvidos responderão por organização criminosa, estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público, evasão de divisas.

Galáxias anãs capazes de formar estrelas são descobertas no Chile

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(Arquivo) Uma equipe multinacional de astrônomos descobriu que as galáxias anãs e irregulares são capazes de "incubar" e dar vida a estrelas - uma descoberta-chave no estudo da origem do universo
Uma equipe multinacional de astrônomos descobriu que as galáxias anãs e irregulares são capazes de "incubar" e dar vida a estrelas - uma descoberta-chave no estudo da origem do universo, conseguida graças à utilização do potente telescópio Alma, no norte do Chile.
Antes desta descoberta, a comunidade científica considerava que apenas as grandes galáxias - como a via Láctea, onde está a Terra - apresentavam condições físicas para dar vida a estrelas.
O estudo que realizaram na galáxia anã batizada WLM "consiste em encontrar as zonas onde estrelas se formam em galáxias que são muito pequenas e que são as primeiras galáxias" do universo, disse à AFP nesta quarta-feira Mónica Rubio, astrônoma chilena que liderou o estudo que levou à descoberta.
Este resultado é importante para a comunidade científica porque "as estrelas são a base de como evolui o universo, já que quando o universo nasce somente há gás e de alguma maneira consegue formar as primeiras estrelas", explicou a especialista.
Rubio destacou a importância de contar com a potência do radiotelescópio localizado no deserto do Atacama (norte), denominado ALMA (Atacama Large Milimiter/submilimiter Array, na sigla em inglês), instrumento que permitiu detectar o fraco sinal emitido pelo monóxido de carbono, que deixa em evidência os processos de formação estelar e o que permitiu aos especialistas chegar à descoberta.

Governo cogita reajustar imposto de renda e da gasolina para tapar rombo Gestão Dilma quer mudar tarifas por meio de decreto para não depender do Congresso

Os ministros da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, e da Espanha, Cristóbal Montoro, no dia 7, em Madri. / VICTOR LERENA (EFE)
Sem saída para tentar reduzir o rombo de 30,5 bilhões de reais nas contas públicas previsto para o próximo ano, o Governo Dilma Rousseff (PT) cogita aumentar os impostos de renda de pessoas físicas e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). As propostas são, respectivamente, do ministro da Fazenda,Joaquim Levy, e do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e ainda estão sob análise da equipe econômica.
Os valores dos reajustes que seriam pagos pelos contribuintes não foram informados e seriam feitos por meio de decretos presidenciais, para não precisar passarem, no caso do IR num primeiro momento, pelo crivo do Congresso Nacional. Se oficializados, seriam o segundo aumento consecutivo sobre dois dos impostos que mais arrecadam no país, o primeiro incide diretamente sobre salários e o outro, na bomba dos postos de combustíveis, já que é cobrado um percentual sobre a comercialização de todos os derivados de petróleo, do gás natural e do álcool.
Já no caso da CIDE, seu reajuste renderia mais 15 bilhões de reais anuais para os cofres públicos. Assim, o déficit de 30,5 bilhões de reais estaria perto de ser equacionado. No último reajuste da CIDE, em janeiro deste ano, a gasolina subiu em média 22 centavos de real para o consumidor final. Esse aumento tem a digital de Michel Temer e tem também o objetivo de conseguir o apoio de governadores e prefeitos. A razão é que 30% do que for arrecadado é repartido com Estados e Municípios.A possibilidade sobre o aumento do imposto de renda foi aventada nesta terça-feira por Levy durante reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris. “Esta é a discussão que a gente está tendo agora, e que eu acho que tem que amadurecer mais rapidamente no Congresso”, disse o ministro a jornalistas na França, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo. A arrecadação com essa medida pode superar os 10 bilhões de reais em um ano.
Mesmo sugerindo reajustar a CIDE, Temer disse que aumentos de tributos só devem ocorrer em última hipótese, mas não devem ser opção descartada desde já. "Temos que evitar remédios amargos, quando se fala em remédios amargos, tem que ser o menor deles”, ressalvou ele, rebatendo a presidenta, que em seu pronunciamento nas redes sociais na segunda-feira, ensaiou um mea-culpa sobre erros em sua primeira gestão que contribuíram para o agravamento da crise financeira. “Alguns remédios para essa situação, é verdade, são amargos, mas são indispensáveis”, declarou.
Essa proposta do vice-presidente seria oficialmente apresentada em um jantar na noite desta terça-feira para governadores, ministros, senadores e deputados do PMDB. O encontro ocorreu também como um gesto do ex-articulador político do Governo para ouvir o seu partido e decidir se reforça ou reduz o apoio aos petistas.

Outros impostos e cortes

relator do Orçamento no Congresso Nacional, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), acredita que uma das principais saídas para reduzir o déficit é criar novas taxas. Ele, no entanto, diz que não cabe ao Legislativo sugerir os impostos. “Só estou apresentando sugestões de cortes”, afirmou. Ainda nesta semana, Barros deve apresentar seu relatório na comissão e não descarta reduções dos repasses para programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.
Esta medida é descartada pelo Governo, apesar de admitir uma diminuição no ritmo do programa habitacional. “Se olhar o que está proposto no Orçamento de 2016, vai verificar que programas importantes, como o Bolsa Família, os programas de transferência de renda em geral, estão absolutamente preservados”, afirmou o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
Assim, outras alternativas estudadas pela gestão petista seriam aumentar os impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) e o sobre Operações Financeiras (IOF). Juntas, as duas arrecadam cerca de 62 bilhões de reais ao ano. O tamanho do reajuste não foi divulgado pela equipe econômica.
O problema foram as reações negativas, especialmente à menção de Levy sobre aumentar o imposto de renda. Há cerca de 20 dias o Governo lançou um “balão de ensaio” para tentar medir qual seria a receptividade do Congresso e da sociedade quanto à recriação da CPMF (o imposto do cheque). Com uma recepção negativa e com uma base fragilizada, a gestão Rousseff enterrou a sugestão, ao menos por enquanto. Na semana passada a presidenta se reuniu com líderes da base aliada e com os presidentes das duas Casas no Congresso Nacional e notou ela notou que não teria o respaldo do Legislativo para algumas de suas ações. É essa etapa que ela quer agora, ao menos num primeiro momento, descartar.