quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ministro Joaquim Levy: “Não tenho a intenção de deixar o Governo”

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nesta quarta. / M.PISANI
Em meio a uma semana de fortes especulações sobre a falta de sintonia entre a equipe econômica do Governo Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ao EL PAÍS Brasil que não pretende sair do cargo. “Não tenho a intenção de deixar o Governo”, afirmou ele na noite desta quarta-feira, quando questionado sobre o tema que movimentou o mercado. A declaração faz parte de uma entrevista, já marcada com o jornal, que será publicada na íntegra neste domingo. Na segunda-feira, dia 7, Levy vai participar de um evento sobre infraestrutura, em Madri, promovido pelo EL PAÍS.
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O ministro reiterou sua permanência à frente da Fazenda no mesmo dia em que a presidenta Dilma Rousseff utilizou uma entrevista coletiva para desmentir os rumores de que ele estivesse desgastado dentro do Governo. A possibilidade de que Levy deixe Brasília abalou a confiança do mercado financeiro, que vê nele um alicerce para a frágil economia neste momento. Nesta quinta, o dólar disparou porque os boatos sobre a sua saída se espalharam como pólvora entre os investidores, o que obrigou Levy a adiar sua viagem para a Turquia, onde participaria da reunião do G-20, para atender a um chamado de Rousseff a participar de uma reunião improvisada com ele, e seu colega do Planejamento, Nelson Barbosa, além do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
 Mercadante garantiu que há um clima de “convergência” - uma expressão bastante utilizada inclusive por Levy em sua conversa com o EL PAÍS - , entre a equipe do Governo.“É evidente que fica. Ele tem compromisso com o Brasil. Tem compromisso com o projeto. Sabe da importância do trabalho que ele tem com a sétima economia do mundo", afirmou Mercadante depois do encontro.  "Em um momento de estabilidade tem uma aliança entre os mal informados e os mal intencionados. Tem gente especulando e tentando ganhar dinheiro com turbulência, mas pode ter certeza que isso não está na pauta do Governo. Ele mesmo já disse eu estou reafirmando, ele está na equipe, ajuda muito e vai continuar ajudando o Brasil".
A presidenta já havia qualificado como um “desserviço para o país” as informações que circularam ao longo desta semana, de que o titular da Fazenda está desgastado. Os boatos sobre a sua saída só cresceram depois que Levy apareceu, nesta segunda-feira, ao lado de Nelson Barbosa, para apresentar o Orçamento de 2016, reconhecendo um déficit de 30 bilhões de reais. Normalmente falante, Levy estava calado. Coube a Barbosa dar todas as explicações necessárias. Mas o desconforto do ministro era nítido entre os jornalistas que acompanharam a coletiva de imprensa.
Levy se sentiu contrariado com a apresentação final do Orçamento, pois ele desejava apresentar uma proposta com mais cortes e sem déficit. Foi voto vencido nas negociações com o ministro Barbosa. Apesar de não ter ficado 100% satisfeito, o ministro manteve, então, seus compromissos na agenda e suas viagens para a Turquia e para Madri confirmadas. Na conversa com o EL PAÍS, ele estava de bom humor e confiante na evolução do seu projeto para retomar a confiança. “Em 2016 já veremos trimestres de crescimento”, afirmou.
A bolsa de apostas sobre o tempo de permanência do ministro da Fazenda no Governo de Rousseff começou desde o primeiro dia em que ele assumiu o cargo no dia primeiro de janeiro. A impressão geral de seus colegas economistas é que ele não aguentaria trabalhar num ambiente em que a liderança não acata medidas impopulares. Mas Levy saiu-se vitorioso em uma série de medidas consideradas neoliberais para um Governo petista, e despertou a fúria de categorias que se sentiram atingidos pelas suas tesouras.
Para o mercado financeiro, Levy representa um bastião de estabilidade ao lado do vice-presidente, Michel Temer. Há quem atribua a manutenção do grau de investimento do país ao ministro, que trabalhou por três anos no Governo Lula, e antes de aceitar o convite de Rousseff esteve no Bradesco. Por isso, sua saída seria considerada desastrosa num momento delicado em que o Executivo e o Congresso tentam se pacificar. A opinião geral é que Levy é respeitado no Parlamento. Mas o momento de incertezas do país, com um imbróglio político que parece infindável, virou terreno fértil para as especulações sobre o quanto o ministro vai aguentar o clima de pressão política, ou se a presidenta pode ceder a setores do próprio PT que gostariam de ver o economista fora do cargo.

Tia de meninos sírios mortos em praia mostra fotos da família Ela mora no Canadá e queria receber o irmão e os sobrinhos no país. Foto de Aylan Kurdi, de 3 anos, tornou-se símbolo da crise migratória.

Tima Kurdi, tia de Aylan e Galip, mostra fotos dos dois sobrinhos em sua casa no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)Tima Kurdi, tia de Aylan e Galip, mostra fotos dos sobrinhos em sua casa no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)
Tima Kurdi, tia de Aylan Kurdi, a criança síria de 3 anos que morreu afogada junto com seu irmão e sua mãe quando tentavam atravessar o Mediterrâneo fugindo da Síria, declarou nesta quinta-feira (3) que considera o governo canadense "e o mundo inteiro" responsáveis pela morte de seus familiares.
foto de Aylan morto na praia após o naufrágio do barco onde estava na quarta-feira (2) se tornou uma das mais representativas da crise migratória na Europa.
Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5 anos, em foto mostrada pela tia dos meninos (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5, em foto mostrada pela tia dos meninos (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)
Tima, que chegou ao Canadá em 1992, chorou durante uma entrevista coletiva que concedeu em sua casa em Coquitlam, na província da Colúmbia Britânica, e mostrou fotos de Aylan e seu irmão de 5 anos, Galip.
Pedido de refúgio
Ela disse que ajudou financeiramente a família do irmão para que eles fossem aceitos como refugiados pelo governo canadense. Segundo ela, o Canadá rejeitou o pedido de refúgio por "um documento".
"Eles não mereciam morrer, não mereciam. Estavam indo para uma vida melhor. Isso não devia ter acontecido. Não devia ter acontecido com eles", disse.
Tima Kurdi, tia de Aylan, fala em sua casa, no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)Tima Kurdi, tia de Aylan, fala em sua casa, no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)
Tima Kurdi se referiu várias vezes aos seus dois sobrinhos e contou que há duas semanas eles tinham pedido uma bicicleta. "Pobrezinhos, nunca tiveram uma boa vida."
"Honestamente, não quero só responsabilizar o Canadá. Estou responsabilizando todo o mundo por não ajudar o suficiente aos refugiados e por não parar esta guerra. E sei que o podem fazer. Se ninguém financiar os rebeldes, a guerra parará", afirmou.
Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5 anos, em foto mostrada pela tia dos meninos; eles morreram em um naufrágio tentando sair da Síria (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5, em foto mostrada pela tia dos meninos; eles morreram em um naufrágio tentando sair da Síria (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)
Aylan Kurdi em fotos mostradas por sua tia, que mora no Canadá (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)Aylan Kurdi em fotos mostradas por sua tia, que mora no Canadá (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)
A cidadã sírio-canadense afirmou que, pouco antes de seus familiares tentarem abandonar a Turquia em uma embarcação com destino à Grécia, falou por telefone com sua cunhada Rehan Kurdi. Segundo Tima, ela confessou ter dúvidas sobre a viagem. "Estou tão assustada com a água. Não sei nadar", teria dito Rehan Kurdi.
"Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram das minhas mãos", contou ele.

“Numa delas, os guardas nos pararam. Aí fomos libertados. Da segunda vez, os organizadores não cumpriram com a promessa e não trouxeram o barco. Então conseguimos um barco por nossos próprios meios", relatou à agência turca Dogan.
Abdullah disse que a família pagou para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos duas vezes.
"Mas, depois de navegarmos 500 metros, começou a entrar água no barco. Nossos pés ficaram molhados. Criou-se um pânico, e quando as pessoas tentaram ficar de pé, a situação piorou", disse.

Lidiane, a prefeita foragida, entra no sistema de procurados da PF

Se tentar deixar o País por aeroportos ou postos de fronteira, ela será barrada.© Foto: Reprodução Se tentar deixar o País por aeroportos ou postos de fronteira, ela será barrada.
O nome da prefeita de Bom Jardim, Lidiane Rocha (PP-MA), no interior do Maranhão, foi incluído no Sistema de Nacional de Procurados e Impedidos (Sinpi), da Polícia Federal. Suspeita de desvios de verbas de merenda escolar e fraude em licitação que podem alcançar rombo de R$ 15 milhões, Lidiane Rocha está foragida há duas semanas.
Desde o dia 20 de agosto, ela está desaparecida- a Justiça Federal decretou sua prisão preventiva. No cadastro de procurados e impedidos estão os nomes de todos os que não podem deixar o Brasil, por problemas com a Justiça, e de estrangeiros impedidos de entrar no País. O sistema é consultado por agentes em aeroportos, portos e postos de fronteira, antes da autorização policial para saída ou entrada de pessoas no País.
Promotoria pede bloqueio de bens de Lidiane, a prefeita foragida
Vaidosa, Lidiane Rocha, de 25 anos, exibe nas redes sociais imagens de uma vida de alto padrão para uma cidade de 40 mil habitantes à beira da miséria, com um dos menores IDHs do Brasil. Carros de luxo, festas e preocupação com a beleza, o que inclui até cirurgia plástica, marcam o dia a dia da moça que candidatou-se pela coligação 'A esperança do povo'. Seu nome de batismo é Lidiane Leite.
Nesta semana, Lidiane virou notícia no exterior. BBC News, The Telegraph, The Week e outros veículos falaram da gestora de Bom Jardim. "Prefeita brasileira que comanda cidade via WhatsApp é procurada por corrupção", diz a BBC News em sua página na internet.
"Lidiane Leite, 25, foi eleita depois que seu namorado foi impedido e, em seguida, fez-lhe o seu principal conselheiro", registra o The Week.
"Polícia brasileira à procura de prefeita de 25 anos acusada de corrupção", informa Telegraph.
Já a CNN questiona em um post: "Onde está a prefeita brasileira viciada em Whatsapp".
Educação
Lidiane Rocha já é acusada - em ação por improbidade movida pelo Ministério Público Estadual -, de 'reduzir injustificadamente' os vencimentos dos professores da rede municipal no mês de outubro de 2014. Na ação, proposta em novembro do ano passado, a Promotoria pede condenação de Lidiane. O processo está em curso.
'Acabam com sonhos', diz promotora sobre desvios na gestão de Lidiane, foragida
+ Vice assume a cadeira de Lidiane
O corte no holerite dos docentes reforça as suspeitas da Promotoria de que a gestão Lidiane sucateou o sistema de ensino do município de 40 mil habitantes situado a 275 quilômetros da capital São Luís. A prefeita está foragida há seis dias, alvo de investigação por supostos desvios de recursos que podem chegar a R$ 15 milhões - parte era destinada à merenda escolar das crianças.

PF cumpre mandados em escritórios de contabilidade como parte de operação Zelotes

Investigadores analisam cerca de 70 julgamentos realizados pelo Carf.© Foto: Nacho Doce/Reuters Investigadores analisam cerca de 70 julgamentos realizados pelo Carf.
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira mandados de busca e apreensão em nove escritórios de contabilidade que prestam serviços a empresas investigadas no âmbito da operação Zelotes, que apura denúncias de manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
De acordo com a Receita Federal, que faz parte de uma força-tarefa ao lado do Ministério Público Federal (MPF), da PF e da Corregedoria do Ministério da Fazenda, os escritórios que foram alvo da ação funcionam no Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul.
"Com a medida, os investigadores esperam ter acesso a materiais que possam provar o envolvimento de 12 empresas e 11 pessoas físicas com o esquema fraudulento que lesou os cofres públicos com o não recolhimento de impostos", informou a Receita em comunicado.
Os investigadores responsáveis pelo caso analisam cerca de 70 julgamentos realizados pelo Carf no período de 2005 a 2013. Há suspeitas de que ex-conselheiros, servidores públicos e empresas de consultoria montaram um esquema para negociar o resultado desses julgamentos.
Segundo o MPF, os 74 julgamentos em análise somam 19,6 bilhões de reais que deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos, dos quais seria possível recuperar cerca de 5 bilhões de reais.
O Carf julga em segunda instância recursos administrativos fiscais relativos a tributos cobrados pela Receita Federal. De acordo com o MPF, os integrantes do esquema de corrupção escolhiam processos de grande valor que estavam na pauta do órgão, buscando, em seguida, oferecer uma solução conveniente às companhias em troca de dinheiro.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

Hungria responsabiliza Alemanha por caos em estação de trem em Budapeste

Por Agencia EFE


Budapeste, 3 set (EFE).- A Hungria responsabilizou nesta quinta-feira a Alemanha pelo caos na estação Keleti, em Budapeste, onde centenas de refugiados esperam há dias para embarcar em trens que os levem à Alemanha.

O ministro húngaro de Governo, János Lázár , disse em entrevista coletiva em Budapeste que o Executivo alemão mandou uma mensagem aos sírios "prometendo asilo".

"A Alemanha cometeu erros de comunicação quando deixou em situação incerta os refugiados que querem seguir em direção a Europa Ocidental", acrescentou.

Lázár insistiu que o governo alemão não esclareceu sua postura, e que por isso "houve insegurança durante dias".

A Embaixada da Alemanha na Hungria informou ontem que aplicará as normas do Convenção de Dublin, que determina que a pessoa que busca asilo na União Europeia (UE) deve se registrar no primeiro país comunitário em que chegar.

Centenas de refugiados esperam há dias em frente à estação de trens Keleti para poder viajar para Áustria e Alemanha, depois de segunda-feira as autoridades húngaras os terem deixado seguir seu rumo.

A Áustria criticou a Hungria por ter deixado os refugiados passarem, embora também não os tenha parado em seu caminho para a Alemanha.

Um trem lotado de refugiados partiu hoje, às 11h18 (6h18 em Brasília), de Budapeste para a cidade de Sopron, no nordeste da Hungria, na fronteira com a Áustria, comprovou a Agência Efe.

No entanto, o comboio foi parado pouco depois na cidade Bicske, a oeste da capital, para admitir os imigrantes em um centro de amparo, informou a agência "MTI".

O ministro disse que seu país pediu aos refugiados que se registrem no Escritório de Imigração de Budapeste.

Lázár também criticou a UE por "não ser capaz de lidar com a situação" e reiterou que seu país não pode aceitar a proposta de Bruxelas de distribuir os refugiados mediante um sistema de cotas vinculativas.

"Itália, Grécia e Hungria são incapazes de enfrentar sozinhos a situação", afirmou o ministro, em referência à disposição de Dublin, que faz com que os países com fronteiras extracomunitárias tenham uma carga desproporcional de refugiados.

O parlamento húngaro debate hoje e amanhã um projete que endurece a legislação migratòria, aumenta as penas, para até três anos de prisão, para quem atravessar ilegalmente a fronteira, e abre a possibilidade de mobilizar o exército na defesa de sua fronteira.EFE

Confira a edição completa de "Os Pingos nos Is"

Reinaldo Azevedo, Patrick Santos e Victor LaRegina comentaram os principais assuntos desta quarta-feira (02) em "Os Pingos nos Is".

Em seu editorial de abertura, Reinaldo Azevedo falou sobre o déficit orçamentário e a entrevista concedida pela presidente Dilma. "Dilma afirmou que não está tentando transferir responsabilidades e deu a entender que a peça será emendada", disse (saiba mais no editorial completo).

Outros destaques do programa foram:

- A presidente Dilma Rousseff fez um agrado ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizendo que ele não está nem desgastado, nem isolado.

- No encontro que teve com Eduardo Cunha ontem, a presidente Dilma sugeriu uma "interlocução direta" com o presidente da Câmara daqui para a frente.

- Pesar de avaliar que há chances da Dilma ser alvo de vaias e protestos durante o tradicional desfile de 7 de setembro, o entorno da presidente garantiu que ela não fará nada diferente este ano e que vai se expor às manifestações da população.


- O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso desde março na Operação Lava Jato, chamou o delator Augusto Mendonça de "mentiroso contumaz" durante acareação com ele na CPI da estatal em Curitiba, nesta quarta.


- O Pixuleco, boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário e com uma bola de ferro acorrentada em uma das pernas com os dizeres "Operação Lava Jato", apareceu pela primeira vez em Curitiba.

- Em discurso ontem à noite, o ex-presidente Lula criticou, de novo, os movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, vivemos um "momento de irracionalidade da sociedade brasileira".

- Durante o discurso, ao citar prefeitos presentes, Lula lamentou a ausência de Haddad e relacionou a falta do colega a medidas tomadas pelo prefeito na área de mobilidade urbana que têm provocado polêmica na capital paulista.

- Um estudante foi baleado nas costas durante tentativa de roubo no campus Cidade Universitária da USP, no Butantã, zona oeste de SP, nesta terça-feira. A vítima, Alexandre Simão de Oliveira Cardoso, está no quarto ano do curso de letras.

- O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência do ex-ministro José Dirceu para um presídio comum na região metropolitana de Curitiba. A ordem foi dada nesta quarta, atendendo a pedido feito pela defesa do petista.

De 150 países, Brasil tem a 14ª maior taxa de juros do mundo

fonte: REUTERS/Ueslei Marcelino
Banco Central em Brasília, cujo comitê regula os juros aplicados no País
A taxa de juros básica de uma economia é um forte indício da saúde econômica de um país. Ela define os juros aplicados em todo o mercado. Quanto maior a taxa, menos pessoas tomam empréstimos (porque é mais difícil, mais caro), menos dinheiro circula, o consumo diminui e a poupança aumenta.

Na noite desta quarta, O Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa de juros em 14,25% ao ano, depois de sete aumentos seguidos. O órgão aponta que manterá os juros neste valor "por período suficientemente prolongado". O objetivo é frear o consumo e segurar a inflação.


Mas qual é o tamanho desse valor comparado com os juros aplicados por todo o mundo? Sabemos que o Brasil tem um dos maiores juros do mundo. Mas, vendo os números, os 14,25% se mostram ainda mais excessivamente altos.

De acordo com o site Trading Economics, que avalia as taxas aplicadas atualmente por 150 países, o Brasil tem a 14ª taxa de juros mais alta do mundo. Ou a 137ª menor.

O ranking considera ainda a zona do Euro, composta por 19 países que adotam a moeda única, como apenas uma nação e uma taxa. Contando país por país, portanto, o Brasil estaria apenas em 155º entre os menores juros.

Apesar disso, o Brasil é a oitava nação mais rico do mundo. Entre os sete países mais ricos, somente China e Índia têm taxa maior que 1%. Somente a Índia passa de 5%. Ainda assim, o Brasil tem quase o dobro (14,25%) dos juros indianos (7,25%).

Taxas de juros das maiores economias do mundo


  • Estados Unidos: 0.25%

  • China:  4.60%

  • Japão: 0.00%

  • Alemanha (Zona do Euro): 0.05%

  • Reino Unido (Zona do Euro): 0.50%

  • França (Zona do Euro): 0.05%

  • Índia: 7.25%

  • Brasil: 14,25%

Os 13 países que têm juros maiores que o Brasil são: Ucrânia (que passa por vários conflitos bélicos civis há mais de um ano, com 27%), Belarus (25%), Malauí (25%), Argentina (23,86%), Gâmbia (23%), Gana (22%), Irã (21%), Haiti (20%), Venezuela (19,86%), Moldávia (19,5%), Uganda (16%), Afeganistão (15%) e Iêmen (15%).

O Brasil tem taxas maiores que países como Cazaquistão (12%), Quênia (11,5%), Angola (10,5%), Serra Leoa (9,5%), Etiópia (5%), Mali (3,5%) e Sudão (13,3%).