O negociador do governo colombiano Humberto de la Calle em foto de junho de 2015
O chefe da equipe de negociação do governo colombiano, Humberto de la Calle, reuniu-se em duas ocasiões com o líder máximo das Farc, Timoleón Jiménez ("Timochenko"), no âmbito do processo de paz que as duas partes celebram em Cuba, informou o presidente colombiano.
"Com minha autorização expressa, Humberto de la Calle se reuniu com ele (Timochenko) em duas ocasiões e também meu irmão Enrique em uma ocasião", revelou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em entrevista à revista Semana.
Enrique Santos, irmão do presidente e ex-diretor do jornal colombiano El Tiempo, foi negociador do governo da Colômbia na fase exploratória da atual negociação de paz.
Vários comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas) participam das conversações de paz que o grupo rebelde celebra desde novembro de 2012 em Havana com o governo Santos, e inclusive se sabia de viagens de "Timochenko" a Cuba para ser consultado por sua equipe de negociadores.
Santos não descartou se encontrar no futuro com o líder das Farc "se houver necessidade".
Mais de cem ordens de prisão contra "Timochenko" estão suspensas desde dezembro para permitir sua participação como representante desta guerrilha comunista nos diálogos de paz em Cuba.
Timoleón Jiménez, cujo nome de batismo é Rodrigo Londonio Echeverri (56 anos), é acusado de crimes como homicídio com agravante, terrorismo, sequestro, furto e rebelião. Além disso, foi condenado à revelia em vários processos judiciais.
O presidente assegurou que "estamos perto" do fim da guerra que em mais de 50 anos deixou oficialmente pelo menos 220.000 mortos e seis milhões de deslocados.
Diante de mais um round na batalha política entre o Governo e o Congresso na semana que passou, algumas consultorias econômicascomeçam a elevar a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ainda que não haja um risco imediato, as chances para alguns analistas já chegam a 40% e a tendência é aumentar. "Esse clima de incerteza só piora a preocupação sobre a execução do ajuste fiscal e geram preocupações para os investidores, que reduzem as posições em ativos", afirma Carlos Barenstein da consultoria Arko Advice. Ele avalia que o risco de um impeachment já chega a 40%.
Na madrugada da última quinta-feira, a Câmara dos Deputados votou a favor de um aumento de salário de algumas categorias de servidores, apesar das tentativas do Planalto de convencê-los do contrário. O Governo foi derrotado inclusive pelos deputados petistas, que engrossaram o placar de 445 a 16, deixando a sensação de que o país está à deriva diante dos deputados que aprovaram um aumento de gastos públicos em meio à crise.
No dia seguinte, empresários, por meio das federações das indústrias de São Paulo e do Rio (Fiesp e Firjan), decidiram se manifestar, usando como gancho o alerta do vice-presidente Michel Temer, que pouco antes da fatídica votação havia pedido que alguém assumisse o compromisso de unir o país para evitar o agravamento da crise. “O momento é de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil”, dizia a nota assinada pelas duas federações, afirmando que o Brasil não pode se permitir mais irresponsabilidades fiscais. “É hora de colocar de lado ambições pessoais ou partidárias e mirar o interesse maior do Brasil”, continuava a nota, cobrando dos representantes políticos eleitos a defesa de pleitos legítimos.
Em relatório divulgado nesta sexta, a consultoria de risco político Eurásia optou por manter a perspectiva de 30% de chance da presidenta não terminar o seu mandato, por ainda não ver um caminho claro para um impeachment. No entanto, a consultoria ressaltou que não vê uma solução rápida nem fácil para a crise.Os inimigos do Governo, porém, argumentam que essa estabilidade só viria com a saída da presidenta. O assunto fez a presidenta Dilma se manifestar nesta sexta, durante cerimônia em Boa Vista, e dizer “que ninguém vai tirar a legitimidade que o voto me deu”. A pressão dos últimos dias é que tem feito as consultorias projetarem cálculos sobre as chances reais de uma saída da presidenta. Segundo Maria Cristina de Barros, da consultoria MB Associados, o risco de impeachment imediato ainda é baixo, mas aumenta diante do cenário de crise político-econômica. "A questão é que as agendas pessoais de pemedebistas importantes como Eduardo Cunha e Renan Calheiros se sobrepõem e cresce a possibilidade de Cunha 'tocar fogo no Congresso', via pauta-bomba", diz Barros, citando a lista de projetos que oneram os cofres públicos em tempos de ajuste fiscal.
Há quem acredite que o caminho mais natural seria um pedido de renúncia da presidenta. "Um processo de impeachment não acalmaria o mercado, é um processo muito doloroso. O momento é tão tsunâmico que o melhor seria Dilma dizer que não pode seguir. Não seria uma decisão tomada porque ela não quer mais governar, mas porque ela já não tem condições", afirma Luis Paulo Rosemberg, da Rosemberg Associados. Ele admite que a economia acabou sendo escolhida pela oposição como alvo para atacar a presidenta prejudicando ainda mais a retomada do crescimento do país.
Enquanto isso, o clima de instabilidade contamina o mercado financeiro com a oscilação do câmbio. "As reações são várias. Na Bolsa, eles já estão saindo, e o movimento do dólar (que chegou a ser cotado a 3,53 reais, nesta quinta-feira) mostra a sinalização de desconforto do investidor. As empresas multinacionais observam oportunidades de aquisição pensando apenas no médio prazo, a partir de 2017", explica Barros, da MB.
Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, lembrou que o Brasil ainda é um dos três destinos preferidos pelos investidores, citando uma pesquisa da KPMG sobre o assunto. Trabuco também abordou a necessidade de um ambiente sereno, lembrando que os problemas econômicos se resolvem pois são o resultado da matemática de certas variáveis que podem ser consertadas. “Mas os problemas políticos não,. Eles são de ideias, de ideologia, de postura. É uma energia para provocar calor, e hoje o país precisa de energia para provocar luz.”
Além das pautas-bombas, o Governo ainda terá que enfrentar, nos próximos dias, a avaliação do (TCU) Tribunal de Contas da União da defesa de Dilma no caso das chamadas "pedaladas fiscais", as manifestações do dia 16 de agosto e o resultado da análise feita pelo TSE das contas de campanha da presidenta. "Nenhum desses três eventos tem força para sustentar um impeachment, porém a combinação de pelo menos dois deles aumenta bastante o risco", diz Barenstein.
A instabilidade política também ajuda a contribuir para a perda de grau de investimento. Segundo a MB Associados, o Brasil deve perder o selo de bom pagador no primeiro semestre do próximo ano. A expectativa é que nas próximas semanas, Moody´s e Fitch devem rebaixar a nota na categoria de grau de investimento e ficar na mesma situação da de último degrau nesta escala, assim como a S&P fez no último mês. As notas das agências internacionais de risco influenciam ainda mais nas decisões de investimentos estrangeiros no país, que já estão comprometidas com o cenário de incerteza atual.
Cerca de 30 milhões de eleitores argentinos vão às urnas em todo o país no domingo escolher os candidatos a presidente e vice-presidente que disputarão o primeiro turno da eleição presidencial, em 25 de outubro.
Além de serem um filtro ─ apenas postulantes com pelo menos 1,5% dos votos totais (brancos e em algum candidato) chegam à eleição principal –, as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO) também representam um termômetro para apontar os candidatos com mais chances de substituir a presidente Cristina Kirchner no comando da Casa Rosada a partir de 10 de dezembro.
Entre os favoritos, estão o governista Daniel Scioli, da Frente para a Vitória (FPV), e Maurício Macri, da chapa Cambiemos, que faz oposição ao governo Kirchner.
Scioli é o único nome da FPV. Já Macri disputará a vaga de sua chapa com dois outros nomes de oposição.
"Como todos os eleitores estão obrigados a votar, poderíamos dizer que as primárias são quase uma antecipação do primeiro turno", disse a analista Mariel Fornoni, da consultoria Management & FIT (MyF), durante um recente seminário em Buenos Aires.
Das onze chapas ou partidos inscritos na disputa eleitoral, apenas três apresentam mais de um pré-candidato, afirmou à BBC Brasil a especialista María Page, do Observatório Eleitoral Argentino do Centro de Implementação de Políticas Públicas para a Igualdade e o Crescimento (CIPPEC, na sigla em espanhol). Ou seja, nove apresentarão um candidato único nas PASO.
Caso nenhum dos candidatos ─ ou o postulante único ─ de uma determinada chapa ou partido não chegue a 1,5% dos votos, o grupo político fica automaticamente fora da disputa.
"As primárias surgiram porque havia muitas chapas. Em 2003, chegamos a ter 18 candidatos a presidente", afirmou a especialista. Para ela, esse processo "ainda não é tão efetivo" na influência sobre as escolhas dos partidos, uma vez que a maioria já chegará ao domingo com seu pré-candidato definido.
Analistas e políticos de diferentes tendências são unânimes ao apontar que a fragmentação partidária surgiu após a crise política, econômica e social de 2001, quando o então presidente argentino Fernando de la Rúa deixou o cargo antecipadamente em meio a revolta popular.
Até então, o país conhecia principalmente os peronistas (Partido Justicialista) e os radicais (UCR), embora já tenha registrado até sete candidaturas presidenciais em uma mesma eleição, inflada por siglas menos expressivas.
Tamanho
Além de escolher quem será presidenciável, os argentinos votarão nos pré-candidatos a deputado federal, a senador e a assentos no ParlaSul (Parlamento do Mercosul) e, em algumas províncias, para cargos provinciais e municipais.
Com tantas escolhas, as cédulas ─ o voto ainda é em papel no país ─ podem ser enormes, como mostraram medições das emissoras de TV nas últimas horas. Segundo a especialista María Page, a da província de Catamarca chega a medir mais de um metro.
Pela primeira vez em 12 anos, o sobrenome Kirchner não estará nas cédulas presidenciais. Sucessora do marido, Nestor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010, Cristina é presidente reeleita e constitucionalmente não poderá disputar o terceiro mandato. O filho dela, Máximo, é pré-candidato a deputado.
Favoritos
Segundo as pesquisas de opinião, os postulantes com melhor desempenho nas pesquisas de intenção de voto para presidente são o governista Daniel Scioli, da Frente para a Vitória (FPV), e Mauricio Macri, da chapa Cambiemos.
Scioli é o nome único da FPV. Macri disputará a vaga de sua chapa com o senador Ernesto Sanz, da União Cívica Radical (UCR), e a deputada Elisa Carrió, da Coalición Cívica.
Em levantamento da MyF divulgado na sexta-feira, Scioli apareceu com 36%. Juntos, Macri (27%), Sanz (1,8%) e Carrió (2,1%) somaram cerca de 30% para a Cambiemos.
Segundo a pesquisa, o terceiro mais bem posicionado é o deputado Sergio Massa (12%), que disputará a vaga pela UNA com José Manuel de la Sota (6,8%), governador da província de Córdoba e ex-embaixador da Argentina no Brasil.
"O que podemos dizer é que a intenção de votos está muito volátil e, se continuarmos assim, teremos segundo turno em novembro", afirmou o analista Fabián Perechodnik, da Poliarquía Consultores, à imprensa local.
Além da "volatilidade", outros dois fatores foram detectados em levantamentos: o amplo número de indecisos e uma inédita indiferença do eleitorado com o pleito ─ é a segunda vez que são realizadas primárias na disputa presidencial.
Auxiliares de Scioli e de Macri disseram à BBC Brasil estar de olho nesses eleitores. "Sabemos que cerca de 50% ainda não definiram seu voto e, em muitos casos, não estão interessados pela campanha", disse um assessor de Macri.
Os principais pré-candidatos
Daniel Scioli: Governador da província de Buenos Aires, a maior do país, teria sido escolhido pré-candidato presidencial pela própria presidente, segundo afirmam nos bastidores. Ex-campeão de motonáutica, perdeu um braço em um acidente e costuma lembrar que entrou para a política a convite do ex-presidente Carlos Menem.
Em seus discursos e gestos, como observaram assessores, ele tem buscado sinalizar que manterá algumas medidas do atual governo, mas com estilo diferente do de Cristina. Ele é definido como “mais aberto ao diálogo” com apoiadores e opositores.
Em seu último discurso antes das PASO, na quinta, destacou medidas do Kirchnerismo, como a estatização da companhia aérea Aerolineas Argentinas. E disse que vai buscar fazer com que investidores e argentinos confiem na economia do país.
Mauricio Macri: Prefeito de Buenos Aires, já presidiu o clube de futebol Boca Juniors. De família de empresários, é definido por analistas como principal opositor de Cristina na corrida eleitoral. Concentrou sua estratégia em visitar casas de eleitores e estimular a militância nas redes sociais, como contaram seus assessores. Segundo seu chefe de campanha, Marcos Peña, mais de 600 mil voluntários se inscreveram para apoiar Macri na web.
No seu último discurso antes das PASO, alfinetou Cristina, que já realizou 31 discursos em rede nacional de rádio e TV neste ano: “A presidente nos ensinou que falar demais, com cadeias nacionais todas as semanas, não significa ter mais razão. E sim que é preciso dialogar”.
Macri causou polêmica ao voltar atrás e dizer que manteria estatizações feitas pelo Kirchnerismo, como a da Aerolíneas Argentinas, o que gerou críticas de opositores e de apoiadores, que esperam dele uma “economia mais aberta e menos estatal”.
Sergio Massa: Foi chefe de Gabinete da Presidência de Cristina Kirchner, de quem passou a ser opositor. Ele liderava as pesquisas de opinião há cerca de um ano, mas foi perdendo fôlego. Ex-prefeito de Tigre, cidade turística na província de Buenos Aires, é hoje deputado.
Conflito na Síria já dura mais de quatro anos (foto: ANSA) •BEIRUTE•ZLR
(ANSA) - Um relatório divulgado neste sábado (8) pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (Sohr, na sigla em inglês) afirma que a guerra civil no país árabe já fez cerca de 240 mil vítimas desde março de 2011, incluindo 71,8 mil civis, dos quais 12 mil eram menores de idade. De acordo com o documento, as forças ligadas ao regime de Bashar al Assad tiveram 88,6 mil mortes - pouco mais de um terço do total -, enquanto os vários grupos rebeldes sofreram 42,3 mil baixas. Além disso, 34,4 mil milicianos estrangeiros morreram nesse período, e 3 mil pessoas não tiveram suas origens identificadas. Ainda segundo a ONG, 30 mil indivíduos estão desaparecidos, sendo que 20 mil deles devem estar presos em cárceres do governo e outros milhares podem estar nas mãos de jihadistas, incluindo do Estado Islâmico (EI). (ANSA)
São Paulo – Um computador com sistema Android arrecadou mais de US$ 1 milhão na plataforma de financiamento coletivo Kickstarter. O produto chamado Remix Mini conta com uma versão do sistema móvel do Google com recursos que o tornam mais adequado para o uso com mouse e teclado físicos, como acontece com o Windows.
Vendido a US$ 30, o mini PC foi criado pela empresa chinesa Jide e conta com configuração de hardware básica: um processador que roda a 1,5 GHz; 8 GB de armazenamento interno; e 1 GB de RAM. O dispositivo também tem Bluetooth 4,0, Wi-Fi padrão N e Ethernet.
O Remix OS, sistema do Remix Mini, é baseado no Android KitKat, mas a Jide Tech informa que, até o seu lançamento, que deve ocorrer nos próximos meses, ele já estará atualizado para a edição Lollipop. Pequeno, o computador pode ser usado por pessoas que precisam de portabilidade, mas que também tenham um monitor e acessórios à disposição.
Google e a Samsung irão liberar atualizações de segurança mensais para celulares Android, alvo crescente de hackers, depois da divulgação de um bug desenvolvido para atacar o mais popular sistema operacional móvel do mundo.
"Nós percebemos que precisamos nos mover mais rápido", disse o chefe de segurança do Android, Adrian Ludwig, na conferência de segurança Black Hat em Las Vegas.A mudança veio após o pesquisador de segurança Joshua Drake revelar o que chamou de Stagefright, software de hack que permite a criminosos mandar mensagens especiais de multimídia para um telefone Android e acessar seu conteúdo particular mesmo que a mensagem não seja aberta.
Anteriormente, o Google desenvolvia um pacote e o distribuía para seus próprios telefones Nexus depois da descoberta de falhas de segurança.
Mas outras fabricantes esperavam até que quisessem atualizar o software por razões diferentes antes de liberar a correção para uma falha, expondo a maior parte dos mais de 1 bilhão de usuários de telefones Android a hacks potenciais até a atualização.
O vice-presidente da Samsung, Rick Segal, reconheceu que sua companhia não poderia forçar as operadoras de telecomunicações que compram seus dispositivos em massa a instalar as correções e que algumas poderiam fazê-lo apenas para consumidores de produtos de ponta.
"Se são os clientes do seu negócio, você pode fazer a liberação", disse Segal em uma entrevista. A Samsung é a maior fabricante de aparelhos com Android do mundo.
Pombos sobrevoam a Estátua da Paz em Nagasaki, durante cerimônia em comemoração ao 70º aniversário do bombardeio da cidade (Foto: Kyodo / via Reuters)
A cidade japonesa de Nagasaki lembrou neste domingo (9) o 70º aniversário do ataque nuclear em um ato onde as autoridades locais defenderam o caráter pacifista da Constituição do país perante a reforma militar que promove o governo.
A tragédia foi lembrada em cerimônia no Parque da Paz da cidade, no qual participaram representantes dos Executivos central e local, delegações de 76 países e os "hibakusha", nome que recebem no Japão os sobreviventes dos bombardeios nucleares lançados pelos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
Japoneses assistem a missa em homenagem às vítimas do bombardeio atômico de 9 de agosto de 1945 (Foto: Jiji Press / via AFP Photo)
A cerimônia começou às 11h02 (23h02 de sábado, 8, em Brasília), a hora exata em que a bomba "Fat man" explodiu sobre a cidade, com um minuto de silêncio marcado pelas tradicionais badaladas do chamado Sino da Paz, em homenagem às vítimas.
Oração na Praça da Paz de Nagasaki (Foto: Jiji Press / via AFP Photo)
Em seguida, o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, fez um discurso no qual pediu ao Executivo central que lidere os esforços com a comunidade internacional para pôr fim à proliferação nuclear, e criticou a reinterpretação da Constituição impulsionada pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe.
"Muita gente se pergunta se o princípio pacifista do Japão, que nos impede de nos envolver em alguma guerra, está sendo atacado por esta iniciativa", afirmou o prefeito em alusão ao Artigo 9 da Constituição japonesa.
"Nunca devemos abandonar este princípio, sobre o qual se construiu a prosperidade do Japão atual. Não podemos esquecer as lembranças trágicas que nos deixou a guerra", disse Taue em sua "Declaração pela Paz".
Abe e seu governo enfrentam as críticas da oposição e uma crescente rejeição da população por sua reinterpretação deste artigo pacifista da Carta Magna, que permitirá pela primeira vez em 68 anos que suas Forças de Autodefesa (Exército) operem no exterior e defendam aliados em caso de ataque.
Os EUA lançaram o primeiro ataque nuclear da história sobre a cidade de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 e três dias depois jogou uma segunda bomba atômica sobre Nagasaki, o que levou à rendição do Japão no dia 15 de agosto e pôs fim à Segunda Guerra Mundial.
A bomba, lançada sobre o vale que concentrava no norte da cidade portuária grande parte de seu tecido industrial, matou num instante cerca de 74 mil e fez com que milhares mais morressem nos anos seguintes por causa da radiação.
Os ataques atômicos sobre as duas cidades japonesas foram os únicos realizados até hoje.