quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Dólar passa a barreira dos R$ 3,50 e fecha em alta pelo 6º dia Mercado segue atento a turbulências políticas no Brasil e juros nos EUA. A moeda norte-americana avançou 1,39%, cotada a R$ 3,5374.

O dólar fechou mais uma vez em alta nesta quinta-feira (6), ultrapassando a barreira dos R$ 3,50, em meio à contínua deterioração do cenário político e econômico brasileiro e expectativas de alta de juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana avançou pela 6ª sessão seguida e subiu 1,39%, cotada a R$ 3,5374 - maior cotação desde 5 de março de 2003, quando fechou a R$ 3,555. Mais cedo, a cotação chegou a bater R$ 3,5709. Veja a cotação.  

Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 3,29%. No ano, há valorização de 33,05%. Nas seis altas consecutivas, o dólar subiu 6,25%.

Essa forte alta refletiu na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial. Nas casas de câmbios pesquisadas pelo G1, o dólar chegou a R$ 3,97. 

"Com o dólar do jeito que está, é preciso que haja uma notícia muito forte para o mercado parar de subir", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca. Pesquisa Datafolha mostrou nesta quinta-feira que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff é recorde entre todos os presidentes desde 1990.
Somava-se a isso outras turbulências políticas, com atritos entre o Legislativo e o Executivo gerando entraves para a aprovação de projetos importantes para o governo no Congresso.

"Eles (Congresso) estão atropelando a Dilma", disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "Enquanto a situação estiver confusa como agora, o dólar não vai parar de subir".
Juros nos EUA
A perspectiva de que os juros norte-americanos podem subir no mês que vem também tem contribuído para elevar o dólar globalmente. Juros mais altos nos EUA podem atrair para o país recursos aplicados atuamente em outros mercados, como o Brasil. Por isso, a alta tende a valorizar o dólar frente ao real.
A escalada do dólar
Veja a variação do valor de fechamento em R$.
3,17323,22573,29583,3473,3643,3693,32933,3713,42473,45453,46423,4893,5374cotação em R$21/0722/0723/0724/0727/0728/0729/0730/0731/0703/0804/0805/0806/083,13,23,33,43,53,6
Gráfico elaborado em 06/08/2015
O Fed, banco central norte-americano, aguarda sinais de recuperação da economia dos EUA para subir os juros no país. Por isso, operadores aguardavam a divulgação da geração de vagas no mercado de trabalho norte-americano, na sexta-feira, para calibrar suas apostas sobre a política monetária da maior economia do mundo.

"O cenário interno é o que está chamando atenção agora, mas no médio prazo, independentemente do que acontecer aqui, o dólar vai subir", afirmou à Reuters o operador de uma corretora internacional.
Intervenção do BC
A Bradesco Corretora elevou nesta manhã suas projeções para o câmbio no Brasil, estimando dólar a 3,60 reais no fim deste ano e 3,90 reais no fim de 2016, contra 3,25 e 3,40 reais, respectivamente.
Diante da escalada da moeda, já há quem acredite em maior intervenção do Banco Central. Carvalho, da BGC, espera que o BC dê alguma sinalização após o fechamento desta sessão, possivelmente aumentando a oferta de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, para rolagem.
Pela manhã, o BC deu continuidade ao seu programa de interferência no câmbio e seguiu a rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos. Ao todo, o BC já rolou o correspondente a US$ 1,167 bilhão, ou cerca de 12% do lote total, equivalente a US$ 10,027 bilhões.

Eduardo Cunha arquiva 4 pedidos de processo para impeachment de Dilma Arquivamento foi motivado por falta de requisitos formais, informou Câmara. Há ainda outros dez pedidos de afastamento à espera de análise.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), arquivou na madrugada desta quinta-feira (6) quatro pedidos de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff que não cumpriam requisitos formais.
No final de julho, Cunha deu dez dias para que os autores adequassem os pedidos às regras exigidas pela Casa. De acordo com a Secretaria-Geral da Câmara, após o término desse prazo, quatro requerimentos de impeachment permaneceram sem os documentos necessários. Por isso, Cunha os arquivou – cabe ao presidente da Câmara analisar e, dependendo do caso, arquivar ou dar continuidade aos processos de impeachment do presidente da República.
Segundo a Secretaria-Geral, os pedidos arquivados não apresentavam requisitos como cópia do CPF do autor e autenticação do documento em cartório.
Ainda permanecem sob análise outros dez pedidos de investigação e afastamento da presidente, entre os quais o apresentado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que protocolou em maio um requerimento com 3 mil páginas e 2 milhões de assinaturas. 
Se esses pedidos atenderem aos requisitos formais, Cunha vai analisar se os requerimentos reúnem os requisitos jurídicos para ser aceito, como apontamento de um crime de responsabilidade e apresentação de elementos e fatos para justificar a acusação.
Se o presidente da Câmara considerar que os requisitos jurídicos foram cumpridos, poderá “aceitar” os pedidos e encaminhá-los para análise de uma comissão. O colegiado precisa ser formado por ao menos um integrante de cada partido com representação na Casa. Essa comissão produzirá um relatório recomendando a abertura ou não do procedimento de impeachment.
Esse relatório, então, segue para o plenário da Câmara, ao qual caberá decidir se abre ou não o processo. Para instaurar o procedimento são necessários os votos três quintos da Casa (308 deputados).
Depois de aberto pela Câmara, o processo segue para o Senado, responsável por fazer o julgamento político do presidente da República. Eventual afastamento do chefe do Executivo exigiria os votos de três quintos (49) dos senadores.
PSDB
Em resposta ao apelo do vice-presidente Michel Temer por união nacional diante da crise política e econômica, os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na Câmara, Carlos Sampaio (SP), convocaram uma entrevista coletiva nesta quinta para dizer que defendem a realização de novas eleições presidenciais.
Nesta quarta (5), Temer afirmou que a situação do Brasil é "grave" e solicitou que “todos se dediquem a resolver os problemas do país”.
Para Cunha Lima e Sampaio, o julgamento das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é uma possibilidade para viabilizar a convocação de novas eleições antes de 2018, quando se encerra o mandato da presidente.
Em dezembro, o PSDB pediu ao TSE a cassação do registro eleitoral de Dilma. O principal argumento utilizado pelo partido é que a campanha petista teria sido financiada com dinheiro de corrupção, o que, segundo os tucanos, tornaria a eleição de Dilma “ilegítima”.
"Em razão da gravidade do problema que enfrentamos, só mesmo com novas eleições, em que o novo presidente fosse legitimado pelo voto, teríamos condições de transpor e construir um projeto nacional”, declarou Sampaio. "Não vamos construir solução para o país apenas nos muros do Congresso. Não será com com acordos e conchavos que acharemos saída para a crise", afirmou o senador.
A Constituição Federal não prevê uma nova eleição direta para a substituição de um presidente eleito, cujo afastamento necessitaria de autorização do Supremo Tribunal Federal, mediante constatação de prática de ilícitos.

As entidades classificam a situação política e econômica como "a mais aguda dos últimos 20 anos".
Indústria

As duas principais federações de indústrias do país – Fiesp, de São Paulo, e Fierj, do Rio de Janeiro – divulgaram nesta quinta uma nota de apoio ao apelo de união nacional do vice-presidente Michel Temer.
Sem mencionar a votação pela Câmara de projetos que elevam as despesas públicas, as duas federações afirmam na nota que o momento "é de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional".
"O Brasil não pode se permitir mais irresponsabilidades fiscais, tributárias ou administrativas, e deve agir para manter o grau de investimento tão duramente conquistado, sob pena de colocar em risco a sobrevivência de milhares e milhares de empresas e milhões de empregos", diz o texto.
Senadores
No Senado, parlamentares fizeram apelos por responsabilidade e mencionaram projetos da chamada "pauta-bomba" aprovados na Câmara.
"A questão é de realidade: é que não há recursos para isso. Esse é o fato. Essa circunstância, devo dizer, também afeta expectativas a respeito da economia porque chega à área privada a ideia da desorganização total das finanças públicas, e isso leva os investidores para a retranca. E isso aprofunda o desemprego porque o não investimento compromete o crescimento futuro e compromete o emprego hoje. Porque investimento implica demanda de bens e serviços. Então, a situação é extremamente crítica", afirmou o senador José Serra (PSDB-SP).
Para o senador Blairo Maggi (PR-MT), a economia será "muito mais" afetada se, em razão da crise política, o Brasil perder a nota das agências internacionais de avaliação de risco que colocam o país na categoria dos que são confiáveis para investimento.
"Uma das coisas que mais me preocupam neste momento, (...) na questão empresarial, na questão econômica do País, é o fato de que as ações que a Câmara toma hoje criam um ambiente muito ruim para os negócios do Brasil, o que significa uma redução na sua avaliação, na sua capacidade de pagamento, no grau de investimento, na nota que nós temos. Isso vai afetar muito mais a economia brasileira existente hoje", afirmou o
A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou uma suposta tentativa de se levar ao agravamento da crise.
"Eu chamo a atenção exatamente para essa responsabilidade. Não adianta fustigar ou tentar provocar ainda mais, ou agravar ainda mais a situação que estamos vivendo. Nós precisamos assumir aqui uma responsabilidade enorme. [...] Quanto mais cautela tivermos, melhor será para o país. Temos que tratar dessas questões com a responsabilidade que temos", afirmou a senadora Ana Amélia (PP-RS).

Collor xinga procurador-geral Rodrigo Janot

Ex-presidente e atual senador, Fernando Collor (PTB) subiu à tribuna do Senado na última quarta-feira para fazer a sua defesa a respeito das acusações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que suas empresas teriam recebido R$ 26 milhões em propina do esquema de corrupção da Petrobras. Classificando as denúncias como "midiáticas", Collor xingou Janot de "filho da puta" e acusou o procurador de estar usando estas acusações para se reeleger ao cargo. Janot foi o mais votado na eleição deste mesmo dia para compor a lista tríplice que vai nomear o novo ocupante do cargo. O vídeo do depoimento completo está disponível em https://www.youtube.com/user/TVSenadoOficial.

Estaria o crime organizado se instalando no DF?

Rio 2016 está longe da preparação de Londres, mas ganha de Atenas


Vista aérea do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca
Os comunicados do Comitê Olímpico Internacional (COI) já não mais sinalizam pânico. Mas a um ano da Cerimônia de Abertura, o Rio ainda tem um longo caminho a percorrer na realização dos Jogos Olímpicos de 2016.
O próprio presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO, órgão que organiza as obras), Marcelo Pedroso, admitiu, há duas semanas, durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, que apenas cerca de 55% das obras para o evento estão concluídas.
Mas apesar de o COI estar mais tranquilo, o nível de preparação carioca certamente causa mais preocupação aos dirigentes do que no último ciclo olímpico.
Em julho de 2011, a última sede dos Jogos de 2012, Londres, tinha concluído 88% das obras, recebendo elogios do então líder do movimento olímpico, o belga Jacques Rogge.

Rio x Atenas

A situação do Rio, no entanto, ainda parece também distante do caso oposto. Atenas, a sede olímpica de 2004, causou grande tensão para os dirigentes do COI. Os atrasos foram tão dramáticos que, a apenas um mês do início dos Jogos, o Estádio Olímpico ainda passava por obras. O projeto grego entrou para a história como o maior exemplo negativo de organização.
Mas no ano passado, o Rio ameaçava desbancar a capital grega, quando atrasos nas obras forçaram o COI a criar uma força-tarefa para acelerar os trabalhos e motivaram uma polêmica declaração de um dos vice-presidentes da entidade, o australiano John Coates.
"É a pior preparação que já presenciei em 40 anos de experiência no esporte. A situação é crítica. Mais grave do que em Atenas", disse Coates, em abril do ano de 2014.
AP
Um ano antes da abertura dos Jogos de 2012, Londres já tinha as principais arenas concluídas
Desde então, a cidade conseguiu fazer progressos suficientes para que o tom mudasse. Durante uma reunião do COI em Kuala Lumpur na semana passada, o presidente da entidade, Thomas Bach, disse que o Rio "está se preparando bem", mas também alertou contra mais atrasos.
"Não há um simples segundo a perder. É bastante possível que na cerimônia de abertura nós tenhamos a chance de apertar a mão dos últimos operários terminando as obras, mas acho que todos nós ficaremos encantados com a hospitalidade e o entusiasmo dos brasileiros. Estamos confiantes que o Comitê Organizador entende os desafios que restam e que precisa trabalhar diariamente (para superá-los)", completou Bach.
Getty
Atenas, em 2004, sofreu atrasos seríssimos envolvendo mesmo seu estádio olímpico
Para o presidente da Autoridade Pública Olímpica, Marcelo Pedroso, o cumprimento - mesmo que entredentes - do COI é um endosso de que o Rio vive um momento positivo.
"Os projetos olímpicos de Rio e Londres são diferentes e os desafios de cada cidades são diferentes. Nós certamente não chegaremos a uma situação parecida com a de Atenas em termos de atrasos. É natural que um projeto desse porte passe por problemas".

Rio x Londres

Uma análise do projeto carioca e londrino, porém mostra diferenças significativas na preparação de algumas das chamadas "joias da coroa". O Centro Olímpico de Esportes Aquáticos, na Barra da Tijuca, onde serão realizadas as competições de natação e polo aquático, tem conclusão prevista apenas para o primeiro trimestre do ano que vem.
A instalação em Londres já estava praticamente concluída um ano antes dos Jogos de 2012 - e, na cerimônia de celebração de um ano, a piscina foi até usada em atividades promocionais.Leia mais: Rio-2016: A 500 dias dos Jogos, saiba três promessas que serão descumpridas
O Estádio Olímpico João Havelange, que sediará as competições de atletismo e futebol, só deverá ficar pronto no segundo trimestre do ano que vem: inaugurado em junho de 2007, a arena teve que passar por reformas emergenciais em 2013, por causa de problemas estruturais na cobertura.
O equivalente em Londres estava concluído em março de 2011, ainda que a pista de atletismo só tenha sido instalada em outubro.
O Parque Olímpico de Londres estava praticamente concluído um ano antes dos Jogos, restando apenas o plantio de jardins e o erguimento das arenas temporárias - também estavam erguidas as instalações de mídia, em especial o Centro de Transmissões Internacionais (IBC), em inglês.
O parque já estava aberto para visitação pública em abril de 2012, dois meses antes da Cerimônia de Abertura.
No Rio, o Parque Olímpico tem apenas uma única estrutura em estado avançado de conclusão - a Arena Olímpica -, e ainda assim porque a instalação foi construída para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e passa por adaptações.
E uma das sedes de competição, o Campo Olímpico de Golfe, tem uma competição teste marcada para novembro deste ano mas é praticamente certo de que ainda estará em obras nessa época.

'Desperdício'

BBC
Uma das estruturas mais populares da Londres, o Centro Aquático
Mas a diferença crucial entre as duas cidades está nas chamadas obras de mobilidade. Londres, além de se beneficiar de uma melhor estrutura de transportes, transformou Stratford, a região que concentrou as principais atividades dos Jogos de 2012, numa das áreas mais conectadas do país em termos de transporte público - e durante os jogos contou até com um serviço expresso ligando o centro de Londres ao bairro no leste da cidade.
No Rio, um recente levantamento (abril) mostrou que 89% das obras de mobilidade seguem em andamento. A mais importante delas, a Linha 4 do metrô, ligando a Zona Sul do Rio à Barra da Tijuca, só será aberta ao público em junho de 2016.
Mas o prefeito do Rio, Eduardo Paes, diz não haver "justiça" numa comparação entre as preparações londrinas e cariocas.
"Ninguém aqui está dizendo que o Rio será um lugar perfeito, mas não dá para vir aqui e comparar (a cidade) com Londres. É preciso comparar o Rio com o Rio. A cidade que foi escolhida para sediar as Olimpíadas há sete anos e a cidade que estaremos apresentando no ano que vem. E ela a será uma cidade muito mais integrada", afirmou o prefeito à BBC.
Prefeitura do Rio
O Centro Olímpico de Esportes Aquáticos tem conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2016
Paes argumenta que o ritmo das obras ajuda a evitar custos extras. "Eu tenho até tentado atrasar a entrega de algumas obras porque, quando você termina a construção, você precisar pagar a manutenção. Mas o COI está vendo que as coisas seguem no ritmo. Acho um desperdício de dinheiro entregar o estádio um ano antes do prazo".
O prefeito e outras autoridades brasileiras já chamaram também a atenção para a diferença de custos: os Jogos do Rio têm orçamento de R$ 38,2 bilhões, menos que os mais de R$ 50 bilhões gastos em Londres (considerada a atual cotação do real para a libra).
"Só o Estádio Olímpico de Londres custou mais que o Parque Olímpico inteiro do Rio", acrescenta Paes.
PA
Outra joia do Parque Olímpico de Londres, o Velódromo ficou pronto antes 15 meses antes dos Jogos
Atenas também gastou o que em números de hoje superaria a casa de R$ 50 bilhões.
O Rio também enfrenta atrasos na reforma do Aeroporto Internacional Tom Jobim; a concessionária que opera o aeroporto corre contra o tempo para cumprir o prazo de entregar um conjunto de melhorias até abril do ano que vem.
Mesmo a atrasada Atenas concluiu a tempo suas mais importantes obras de mobilidade urbana, como o novo aeroporto para a Atenas e um novo sistema de metrô, além de novas estradas e melhorias na infraestrutura de telecomunicações.

Água suja

A principal crítica enfrentada pelo Rio agora é pela falha em despoluir a Baía de Guanabara, palco das competições de vela, uma das grandes promessas da campanha para sediar os jogos.
AFP
Eco-barcos estão sendo usados na limpeza da Baía de Guanabara
A cidade prometeu um programa ambicioso de limpeza de 80% das águas, mas o governo do Estado já admitiu que a meta não será cumprida. A poluição também preocupa os atletas que terão de navegar nas águas da baía.
Medidas paliativas, como o uso de redes de proteção e barcos coletores, foram postas em prática, mas sua eficácia será testada pelo evento de vela preparatório entre 15 e 22 de agosto.
Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu nota pedindo ao COI que faça testes mais extensivos nas águas da baía como forma de analisar riscos de doenças para competidores.

Bancadas de PDT e PTB na Câmara se declaram independentes Líder André Figueiredo diz que decisão foi unânime entre os 19 pedetistas. Bancada do PTB (25 deputados) decidiu discutir posição em cada votação.

O líderes de PDT e PTB na Câmara anunciaram nesta quarta-feira (5) que as bancadas dos dois partidos passarão a adotar uma posição de independência nas votações.
O deputado André Figueiredo (CE), líder do PDT, disse que a decisão foi tomada por unanimidade pela bancada do partido, em reunião à tarde, e acrescentou que não participará mais das reuniões da base aliada. A bancada pedetista tem 19 dos 513 deputados da Câmara.
O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), também anunciou no plenário que o partido votará as propostas em tramitação na Câmara de “forma independente”. O partido tem 25 deputados.
A justificativa dos deputados pedetistas é que a bancada discorda do governo em diversos temas e se sente desrespeitada ao ser acusada de infiel por tomar posições contrárias.
“Fomos frontalmente contra as medidas provisórias 665 e 664, que reduziam direitos ao seguro-desemprego e à pensão por morte. Temos tomado uma postura claramente a favor dos servidores públicos”, declarou o líder do PDT.
Figueiredo afirmou que a bancada era frequentemente desrespeitada e o partido, taxado de "infiel". “Tomamos uma decisão porque estamos sendo, de forma recorrente, desrespeitados. O PDT está sendo chamado de infiel, traiçoeiro, quando o PDT é o único partido da base que se manifesta previamente sobre como vai se portar nas votações”, declarou Figueiredo após deixar o plenário.
PTB
Depois do PDT, o líder do PTB, Jovair Arantes, disse que a bancada do partido vai discutir as posições que adotará em cada votação.
"Hoje chegamos a uma conclusão de que a bancada declara independência em relação às votações e reserva o direito de estar votando da maneira que a bancada vai discutir. No caso do PTB, nós temos sempre pedido que a bancada acompanhe o líder do bloco, que é o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que tem sido muito correto conosco”, afirmou o parlamentar.
Na prática, desde o início do ano, quando defendeu a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara e passou a integrar o bloco do PMDB, o PTB já vem aderindo às posições defendidas pelos peemedebistas, inclusive em matérias que contrariam o governo. No entanto, a bancada decidiu, após reunião, oficializar a posição de independência em relação ao governo.
“O tratamento com o governo é de dificuldade, de ministro que não recebe deputado. E isso vai aborrecendo. Entendemos que o governo tem que ouvir e chamar para conversar. O governo quer administrar sozinho, que administre”, afirmou.Após o anúncio em plenário, o líder do PTB disse ao G1 que a bancada decidiu oficializar a independência em relação ao governo por sentir que não é “tratado como base aliada”.
Para o deputado, o governo enxerga os parlamentares não como aliados, mas como “pedintes”.  “Os deputados vivem nas bases ouvindo as pessoas. Hoje está sendo tratado de forma que não condiz. Quando eles procuram os ministros, estão preocupados com os problemas da base. Eu quero servir como alguém que quer colaborar e não de alguém só quer pedir”.
Ministério
André Figueiredo esclareceu que, apesar da decisão da bancada da Câmara, o partido não foi para a oposição. No entanto, quando questionado por jornalistas se a sigla poderia entregar o ministério que detém, o do Trabalho, Figueiredo não descartou.
“Os próximos passos serão naturalmente dados. Não se afasta [a possibilidade de deixar ministério]”, afirmou, acrescentando que a bancada tomou a decisão de ter uma posição de
independência na Câmara dos Deputados e que “os próximos passos serão definidos pelo partido como um todo”.
Segundo ele, o novo posicionamento foi informado ao ministro Manoel Dias e ao presidente da sigla, Carlos Lupi.
“O Lupi deu total liberdade. Ele compreende inclusive que a nossa permanência na base tem prazo de validade. E o ministro Manoel Dias respeitou. Lógico que ele fica numa posição incômoda por ser ministro, mas ele mesmo colocou que tem que, a partir dessa decisão da gente, começar a discutir quando se dará o próximo passo”, afirmou o líder na Câmara.