quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Resultado do Enem 2014 por escola é divulgado pelo Inep; veja a lista G1 calculou a média das escolas nas provas objetivas; consulte. 'Pai não pode só olhar o ranking para matricular o filho', diz ministro.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na manhã desta quarta-feira (5) as notas por escola da edição do ano passado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2014).
Os dados abrangem resultados de 15.640 escolas de todo o país. Nelas, 1.295.954 estudantes fizeram o Enem. A divulgação dos dados de 2014 marca o terceiro ano consecutivo em que o governo federal não apresenta a média geral em formato de ranking.
O objetivo é diminuir o impacto da comparação direta entre as instituições de ensino. Além do governo, especialistas em educação apontam que o Enem é um elemento, mas não pode ser critério único para definir a qualidade de uma escola.
(VÍDEO: Acima, presidente do Inep mostra que escolas menores tendem a ter desempenho melhor)
 
 
"Nós queremos dar os dados do Enem, mas mostrar que não são absolutos, podem ser interpretados de formas diferentes. O pai não pode só olhar o ranking puro do Enem ao matricular o filho na escola", afirmou o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.

Escolas públicas: 93 em 1.000
A comparação entre as médias aritméticas das provas objetivas mostra um abismo entre as escolas privadas e públicas.
No Enem 2014, só 93 escolas públicas entraram na lista das mil com as melhores notas. Isso representa menos de 10% do total. Apesar disso, esse número é um avanço em relação à edição anterior, quando só 78 escolas públicas (7,8% do total).

Melhores médias do Enem no Sudeste
Entre os 20 colégios mais bem posicionados, cinco estão no estado de São Paulo. Tanto Minas Gerais quanto Rio de Janeiro têm quatro escolas. Ceará tem três, Piauí tem duas e Mato Grosso do Sul e Goiás têm uma escola cada. Estados do Norte e Sul do país não aparecem na lista do "top 20" (veja mais abaixo).
Se avaliado o número de alunos, somente três escolas entre as 20 mais bem posicionadas têm mais que 90 alunos. A maioria tem entre 14 e 67 estudantes. A estratégia revela a tendência de formação de pequenas turmas que concentram apenas alunos de melhor rendimento.
 (VÍDEO: Acima, ministro da Educação diz que a divulgação de notas do Enem é um "termômetro" da situação das escolas)
Médias das provas objetivas
Segundo o cálculo aritmético feito pelo G1, com base nas notas das quatro provas objetivas (linguagens, matemática, ciências humanas e ciência da natureza), a escola com a média geral mais alta do Brasil no Enem 2014 foi o Colégio Objetivo Integrado, de São Paulo (veja lista com o "top 20" abaixo).
No Integrado, 42 dos 43 alunos prestaram o Enem. A escola criada em para abrigar uma "tropa de elite" já havia ocupado a mesma posição em 2013. Já outro estabelecimento da mesma rede e que fica no mesmo endereço da escola com a maior nota do Brasil (o Objetivo Centro Interescolar Unidade Paulista) ficou na posição 608.
Veja as 20 escolas com as maiores médias nas PROVAS OBJETIVAS do Enem 2014
1º) Colégio Objetivo Integrado (São Paulo/SP) - privada - média 742,96
2º) Colégio Farias Brito - unidade central (Fortaleza/CE) - privada - média 737,88
3º) Colégio Olimpo Integral (Goiânia/GO) - privada - média 735,02
4º) Christus Colégio Pré-Universitário (Fortaleza/CE) - média 731,38
5º) Colégio Bernoulli - unidade Lourdes (Belo Horizonte/MG) - privada  - média 730,33
6º) Colégio Ari de Sá - unidade Major Facundo (Fortaleza/CE) - privada - média 725,09
7º) Colégio e Curso Ponto de Ensino unidade Tijuca (Rio/RJ) - privada - média 720,73
8º) Colégio Elite Vale do Aço (Ipatinga/MG) - privada  - média 719,81
9º) Coleguium (Belo Horizonte/MG) - privada - média 719,71
10º) Colégio Objetivo Integrado de Mogi das Cruzes (Mogi/SP) - privada - média 718,66
11º) Colégio Bionatus II (Campo Grande/MS) - privada - média 712,91
12º) Colégio Santo Antônio (Belo Horizonte/MG) - privada - média 711,95
13º) Colégio e Curso Ponto de Ensino (Niterói/RJ) - privada - média 711,36
14º) Colégio Vértice Unidade II (São Paulo/SP) - privada - média 710,99
15º) Colégio e Curso Ponto de Ensino - Vila da Penha (Rio/RJ) - privada - média 709,43
16º) Instituto Dom Barreto (Teresina/PI) - privada - média 705,26
17º) Colégio São Bento (Rio de Janeiro/RJ) - privada  - média 704,94
18º) SEB COC Unidade Álvares Cabral (Ribeirão Preto/SP) - privada - média 701,70
19º) Colégio Anglo Leonardo da Vinci (Carapicuíba/SP) - privada - média 701,11
20º) Colégio Lerote Ltda (Teresina/PI) - privada - média 700,86
Ao contrário da edição do ano passado, neste ano nenhuma escola do "top 20" é pública (no Enem 2013, apenas uma, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, o Coluni, se encaixava nesta categoria).
Além disso, não há escolas das regiões Norte e Sul entre as 20 melhores. Um quarto das 20 escolas com notas mais altas está em São Paulo, e só cinco colégios na lista ficam fora de capitais.
Em 2014, o colégio público com a média mais alta nas provas objetivas foi o Instituto Federal do Espírito Santo (campus Vitória).
 (VÍDEO: Acima, presidente do Inep compara ranking de escolas diferentes com luta entre Ronda e Minotauro)
10 escolas PÚBLICAS com as maiores médias nas PROVAS OBJETIVAS do Enem 2014
1º) Ifes - Campus Vitória (Vitória/ES) - federal - média 700,30
2º) Colégio de Aplicação da UFV - Coluni (Viçosa/MG) - federal  - média 693,32
3º) Colégio Politécnico da UFSM (Santa Maria/RS) - federal - média 689,44
4º) Colégio de Aplicação do CE da UFPE (Recife/PE) - federal - média 674,65
5º) Colégio Militar de Belo Horizonte/MG) - federal - média 665,94
6º) Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Barbacena/MG) - federal - média 664,50
7º) Coltec - Colégio Técnico da UFMG (Belo Horizonte/MG) - federal - média 661,66
8º) Campus 1 - BH (Belo Horizonte/MG) - federal - média 658,67
9º) Centro de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Cefet - campus Timóteo - federal - média 658,04
10º) Etec de São Paulo (São Paulo/SP) - estadual - média 657,59
Na lista acima, é possível verificar que apenas uma escola estadual figura na lista das escolas públicas. Nove estabelecimentos são instituições federais.
Veja 10 escolas com as maiores médias na REDAÇÃO do Enem 2014
1º) Colégio São Bento (Rio de Janeiro/RJ) - privada  - média 886,56
2º) Colégio Bionatus II (Campo Grande/MS) - privada - média 870,45
3º) CEMP Ensino Médio Ltda (Rio de Janeiro/RJ) - privada - média 855,00
4º) Colégio Cruzeiro unidade Centro (Rio de Janeiro/RJ) - privada - 851,98
5º) Colégio Lerote Ltda (Teresina/PI) - privada - média 844,62
6º) Colégio de Aplicação da UFPE (Recife/PE) - federal - média 843,85
7º) Colégio de Aplicação do Recife - FCAP UPE (Recife/PE) - federal - média 843,33
8º) Christus Colégio Pré-Universitário (Fortaleza/CE) - média 838,62
9º) Colégio Olimpo Integral (Goiânia/GO) - privada - média 837,78
10º) Centro Educacional Frei Serafico (São João Del Rei/MG) - privada - média 836,30
(VÍDEO: 'Quando o pai escolhe uma escola, não basta olhar os resultados do Enem', diz ministro)
Divulgação e recursos
Os resultados de 2014 foram divulgados somente para as escolas em 9 de julho. Os dirigentes escolares tiveram prazo de dez dias para entrar com recurso no Inep. Nesta edição, 30 escolas entraram com recurso, sendo que 11 delas tiveram os pedidos deferidos, informou o instituto.
Janine afirmou que o requisito para a divulgação da nota é que a escola tenha pelo menos 10 estudantes da 3ª e/ou 4ª série do ensino médio regular seriado e que pelo menos 50% de todos os alunos tenham participado do Enem. Mas outros indicadores foram divulgados para oferecer maior contextualização.
"Poderia ser justo aumentar a barra de 50% para evitar que as escolas queiram só mostrar suas joias ou ocultar seus problemas. Apenas 30 recorreram após terem acesso ao ranking. Isso indica que o sistema está praticamente à prova de erros, mas ao mesmo tempo aceita correções", afirmou ele.
 (VÍDEO: Acima, ministro da Educação diz que diferenças raciais têm 'peso gigantesco')
Novo indicador: permanência na escola
Em busca de relativizar a formação de um ranking, o Inep diz que neste ano foi incluído o indicador de permanência na escola. Ele mostra se o estudante cursou total ou parcialmente o ensino médio no mesmo local.
O presidente do Inep, Chico Soares, afirmou que algumas escolas tentam maquiar o ranking do Enem. "Ou ela traz o aluno brilhante de outra escola para o 3º ano ou ela exclui o aluno que tem desempenho pior do 3º ano", disse Soares.

"Isso melhora só a forma, e não a realidade. O que o Inep está querendo ver é o que as escolas agregam", completou o ministro Janine Ribeiro.
(VÍDEO: Acima, presidente do Inep explica o índice de permanência, novidade desta edição)
O Inep diz que o sistema de consulta permitirá ainda ver as taxas de rendimento (aprovação, reprovação e abandono) verificadas no Censo Escolar da Educação Básica, além do nível socioeconômico (INSE) e a formação docente.
"Reunir as escolas em um único grupo para qualquer tipo de análise é uma opção muito limitada, que gera sínteses equivocadas", afirmou o presidente do Inep.
"As escolas de ensino médio brasileiras formam um conjunto muito heterogêneo, principalmente em relação às características socioeconômicas de seus estudantes, e esses fatores precisam ser levados em consideração", completou Chico Soares.
Segundo o ministro, não é somente a qualidade da escola e dos professores que determinam o resultado do aluno no Enem. Ele afirmou que a classe social dos estudantes também tem influência no desempenho.
 (VÍDEO: Acima, ministro da Educação diz que notas do Enem ajudam a elaborar políticas)

Justiça condena executivos da OAS por crimes investigados na Lava Jato Esta é a segunda sentença da operação contra executivos de empreiteiras. Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef também foram condenados.

A Justiça Federal em Curitiba condenou nesta quarta-feira (5) executivos e ex-executivos da OAS, empreiteira investigada na Operação Lava Jato. Esta é a segunda construtora condenada no esquema de corrupção denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Cabe recurso à decisão.
A cúpula da empreiteira foi condenada por crimes cometidos em contratos e aditivos da OAS com a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e com a Refinaria de Abreu e Lima (Renest), em Pernambuco.
Segundo a denúncia, a empresa participava do chamado "clube" de empresas que, por meio de um cartel, fraudava as licitações da Petrobras. Para conquistar os contratos, as empresas pagavam propina a diretores da Petrobras e a partidos políticos, com a intermediação de operadores.
“No caso presente, restou provada a existência de um esquema criminoso no âmbito da Petrobras, e que envolvia cartel, fraudes à licitação, pagamento de propinas a agentes públicos e a agentes políticos e lavagem de dinheiro”, escreveu Moro na decisão.
Conforme a sentença, a prática de crimes de corrupção envolveu o pagamento de R$ 29.223.961,00 à Diretoria de Abastecimento da Petrobras, "um valor muito expressivo". E um único crime envolveu cerca de R$ 16 milhões em propinas.
A primeira condenação da Lava Jato contra executivos de construtoras ocorreu em 20 de julho, contra dirigentes da Camargo Corrêa.
Veja por quais crimes cada réu foi condenado:

- José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS) – 16 anos e quatro meses de reclusão - organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro. Absolvido de uso de documento falso, por falta de provas.

- Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da Área Internacional) - 16 anos e quatro meses de reclusão - organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro. Absolvido de uso de documento falso, por falta de provas.

- Fernando Augusto Stremel de Andrade (funcionário) - 4 anos de reclusão - lavagem de dinheiro (a pena privativa de liberdade foi substituída por prestações de serviços à comunidade e pagamento de multa de 50 salários mínimos). Absolvido de corrupção ativa e organização criminosa, por falta de provas.

- Mateus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário) - 11 anos de reclusão - organização criminosa, lavagem de dinheiro. Absolvido de corrupção ativa, por falta de provas.

- José Ricardo Nogueira Breghirolli (apontado como contato de Youssef com a OAS) - 11 anos de reclusão - organização criminosa, lavagem de dinheiro. Absolvido de corrupção ativa, por falta de provas.

- Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) – 6 anos e 6 meses no regime semiaberto - corrupção passiva. Confisco de bens fruto de crime até o valor de R$ 29.223.961,00.
Devido ao acordo de delação premiada e ao período que já esteve preso, Costa teve a pena diminuída. O ex-diretor de Abastecimento deve ter considerado o período em que já ficou preso cautelarmente, entre março e maio de 2014, e entre junho e setembro de 2014. Ele deverá cumprir ainda prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica até outubro de 2016, com recolhimento noturno e no fim de semana.
A partir de outubro de 2016 ele progredirá para o regime aberto até o restante da pena a cumprir.  "A eventual condenação em outros processos e a posterior  unificação de penas não alterará, salvo quebra do acordo, os parâmetros de cumprimento de pena ora fixados", afirmou o juiz Sergio Moro".
- Alberto Youssef (doleiro) – 16 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão - corrupção passiva, lavagem de dinheiro. Confisco de bens fruto de crime até o valor de R$ 41.517.936,25.
Devido ao acordo de delação premiada e ao período que já esteve preso, teve uma pena alterada. O doleiro deverá cumprir apenas três anos em regime fechado, mesmo que seja condenado em outros processos.
Depois deste prazo, ele progredirá ao regime aberto para cumprir o restante das penas. "Inviável benefício igual a Paulo Roberto Costa já que Alberto Youssef já foi beneficiado anteriormente em outro acordo de colaboração, vindo a violá-lo por voltar a praticar crimes, o que reclama maior sanção penal neste momento", afirmou Moro.
Também respondia o ex-executivo da OAS João Alberto Lazzari. Ele morreu no fim de maio. Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria, também respondia por lavagem de dinheiro. Como ele já responde a outro processo pelo mesmo crime, Moro deixou de condená-lo nesta ação.
Por assinarem acordos de delação premiada, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef tiveram benefícios na aplicação das penas.
Defesas
"Vamos recorrer. Não esperávamos menos do juiz", disse o advogado Edward de Carvalho, que representa quatro dos réus: José Aldemário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Mateus Coutinho de Sá Oliveira.
A defesa de Alberto Yousseff  informou que não vai comentar a decisão. O G1 tenta contato com as demais defesas.
Sentença
Em sua decisão, Moro considerou que houve corrupção, e não extorsão, por parte da construtora. “Quem é extorquido, procura a Polícia e não o mundo das sombras. Não é possível aceitar que a OAS, poderosa empreiteira, não poderia em cerca de seis anos, entre 2007 a 2012, período no qual a propina foi paga, considerando aqui os contratos e os repasses rastreados documentalmente, recusar-se a ceder às exigências indevidas dos agentes públicos”, diz a sentença.
Segundo a decisão, “o ajuste prévio entre as empreiteiras propiciava a apresentação de proposta, sem concorrência real, de preço próximo ao limite aceitável pela Petrobrás, frustrando o propósito da licitação de, através de concorrência, obter o menor preço”.
“Além disso, as empresas componentes do cartel, pagariam sistematicamente propinas a dirigentes da empresa estatal calculadas em percentual, de um a três por cento em média, sobre os grandes contratos obtidos e seus aditivos”, escreveu Moro.
“As provas de corroboração são cabais e é importante destacar que preexistiam às colaborações”, concluiu.
Moro também aproveitou a sentença para se defender afirmando ter sido chamado de "justiceiro" pelos advogados da OAS durante as oitivas de testemunhas do processo. "Em realidade, aqui há apenas uma tentativa da defesa dos executivos da OAS de desviar, por modo que reputo reprovável, o foco das provas contra os acusados para uma imaginária perseguição deles por parte da autoridade policial, do Ministério Público e deste Juízo", escreveu.
"É certo que a advocacia pode ser combativa, mas deve-se, por mandamento legal e mesmo por profissionalismo, evitar ofensas parte a parte, não havendo necessidade de que a argumentação defensiva seja contaminada por estereótipos ou excesso retóricos ofensivos", completou.

Procuradores indicam Janot para novo mandato à frente da PGR Atual ocupante do cargo foi o mais votado no MPF, com 799 votos. Definição caberá à presidente Dilma; Senado sabatinará e votará indicação.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, participa de debate com outros candidatos ao comando do MP (Foto: Divulgação ANPR)Rodrigo Janot em debate com outros candidatos ao
comando do MP (Foto: Divulgação ANPR)
O atual procurador-geral da República,Rodrigo Janot, foi o candidato mais votado entre membros do Ministério Público Federal para ocupar o cargo pelos próximos dois anos. Numa consulta interna realizada nesta quarta-feira (4) pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Janot obteve 799 votos.

Em segundo lugar na votação ficou o subprocurador Mario Bonsaglia, com 462 votos. A subprocuradora-geral da República, Raquel Elias Ferreira Dodge, recebeu 402 votos. O candidato menos votado, Carlos Frederico Santos, com 217 votos. No total, votaram 983 procuradores do Ministério Público federal, de um total de 1.240 integrantes aptos a votar.

O resultado será agora apresentado à presidente Dilma Rousseff, que deverá escolher um entre os três mais votados. Desde 2003, o escolhido tem sido sempre o primeiro da lista tríplice. O nome indicado pela presidente precisará, ainda, da aprovação da maioria do Senado, após uma sabatina, para assumir o cargo.
Também é o procurador-geral quem escolhe os subprocuradores que atuarão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que julga governadores, por exemplo; e também junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga atos e contas de campanhas políticas.Atuação
O próximo mandato começa no dia 17 de setembro e termina dois anos depois. No cargo, Janot tem enfrentado críticas externas, sobretudo em razão de sua atuação à frente das investigações contra políticos na Operação Lava Jato.

A disputa interna para entrar na lista teve neste ano o período de campanha mais longa, de 50 dias. Desde junho, os candidatos ao cargo mantém uma agenda de visitas, encontros e debates junto aos membros do MPF, com discussões bastante concentradas na administração de pessoal e sobretudo organização interna da instituição.

Além de encabeçar a administração do órgão, o procurador-geral da República é quem atua diretamente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância do Judiciário, opinando sobre os mais diversos casos analisados na Corte, de ações que visam derrubar leis inconstitucionais a investigações e processos sobre as mais altas autoridades do país, como o presidente da República, ministros do Executivo, senadores e deputados.

Perfil
Nascido em Belo Horizonte, o subprocurador-geral da República Rodrigo Janot tem 58 anos. Formou-se em direito na Universidade Federal de Minas Gerais e é procurador da República desde 1984.
Especializou-se em direito do consumidor, área da qual foi coordenador na Procuradoria Geral da República (PGR) de 1991 a 1994. Atuou como Secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça em 1994.
Entre 1995 e 1997, presidiu a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Também foi secretário-geral do Ministério Público Federal entre 2003 e 2005.
Em 2011 deu parecer polêmico contra a obrigatoriedade do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Atuou ainda em outros processos relacionados a direito do consumidor, como pedido para não inclusão do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes quando há discussão na Justiça (veja entrevista no Blog do Matheus Leitão).

Documentos reforçam acusação de Youssef contra Eduardo Cunha Requerimentos em comissão da Câmara mostram que aliados do presidente da Casa fizeram pressão pública sobre duas empresas Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/documentos-reforcam-acusacao-de-youssef-contra-eduardo-cunha-15535086#ixzz3hwZ1ht3Y © 1996 - 2015.



Foto postada no facebook do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em que ele aparece com a prefeita de Rio Bonito, Solange Almeida, na campanha eleitoral de 2014 - REPRODUÇÃO DA INTERNET / Reprodução

No depoimento, o doleiro explica que Camargo tinha a atribuição de repassar parte da comissão recebida das empresas ao PMDB, mas, durante o aluguel do navio-plataforma, o pagamento de comissão ao executivo teria sido suspenso. Camargo, por sua vez, interrompeu as transferências que fazia para o PMDB por meio de Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de Cunha e do PMDB na estatal. Diante da seca, o doleiro diz que Eduardo Cunha pediu “a uma Comissão do Congresso para questionar tudo sobre a empresa Toyo, Mitsui e sobre Camargo, Samsung e suas relações com a Petrobras, cobrando contratos e outras questões”. Segundo o doleiro, “este pedido à Petrobras foi feito por intermédio de dois deputados do PMDB”.
Requerimento sobre auditorias
A Mitsui e Júlio Camargo foram realmente alvo de deputados aliados de Cunha em 2011, durante o período em que ocorria o esquema de desvios na estatal. A então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), que hoje é prefeita de Rio Bonito, ingressou em 7 de julho de 2011 com dois requerimentos da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara — que foram apoiados pelo então presidente da Comissão, deputado Sérgio Brito (PSD-BA) — solicitando quase textualmente o que afirma Youssef.
O primeiro requerimento pede “ao Tribunal de Contas da União informações sobre auditorias feitas aos contratos do Grupo Mitsui com a Petrobras ou qualquer das suas subsidiárias no Brasil ou no Exterior”. O outro pede “ao Ministro de Minas e Energia, senhor Edison Lobão, informações e cópia do todos os contratos, aditivos e respectivos processos licitatórios, envolvendo o Grupo Mitsui e a Petrobras e suas subsidiárias no Brasil ou no Exterior”. Na justificativa, que é quase idêntica para ambos os requerimentos, há referências explícitas a Camargo, que tinha a tarefa de repassar a propina.

A então deputada diz que “vários contratos envolvendo a construção, operação e financiamento de plataformas e sondas da Petrobras, celebrados com o Grupo Mitsui, contém especulações de denúncias de improbidade, superfaturamento, juros elevados, ausência de licitação e beneficiamento a esse grupo que tem como cotista o senhor Júlio Camargo, conhecido como intermediário. Nesse contexto, requeiro que seja adotada providência necessária por esta douta Comissão, a fim de acompanharmos todo o andamento dos referidos contratos e verificarmos a procedência de tais denúncias”.
Apesar de constar como coautor do requerimento, o deputado Sérgio Brito nega qualquer relação com os documentos e diz que os subscreveu apenas para “fortalecer” o requerimento e que não tinha conhecimento das “denúncias”:

O TCU respondeu na época ao pedido afirmando não haver nenhuma ação de fiscalização para investigar contratos desse tipo, mas a área técnica destaca o caráter vago do pedido da deputada: “Nenhum número de contrato ou informações mais específicas quanto aos objetos contratados (especificações de plataformas ou sondas) foi anexado”. Apesar de resposta inconclusiva, não são feitos novos pedidos de investigação por Solange.
Solange é do PMDB do Rio e apoiou Cunha nas eleições passadas. No ato de lançamento da candidatura de Cunha, em 22 de agosto de 2014, a prefeita compareceu à quadra da escola de samba São Clemente acompanhada de pelo menos um secretário e ficou ao lado do atual presidente da Câmara. Segundo relatos, ela teve seu nome citado várias vezes.
Em seu depoimento, Youssef afirma que os requerimentos apresentados foram “um subterfúgio” para fazer pressão em Júlio Camargo para que ele voltasse a efetivar os pagamentos. Segundo o doleiro, o executivo teria ficado “bastante assustado” e “por conta da pressão, Júlio Camargo pagou, ele próprio, as vantagens indevidas à pessoa de Fernando Soares, por intermédio do declarante (Youssef)”. O pagamento teria sido de R$ 6 milhões de reais. Desse montante, 70% teria sido pago no exterior “mediante operações de dólar cabo” e os outros 30% “em espécie”, entregues por Camargo a Youssef, que o teria repassado a Fernando Baiano.
A relação do PMDB com a propina vinda das multinacionais teria se iniciado antes de o aluguel do navio-sonda se concretizar. O PMDB teria exigido que Camargo repassasse ao partido um percentual do contrato para “viabilizar” sua assinatura. Segundo Youssef, este percentual “se destinava a pagamento de vantagem indevida a integrantes do partido PMDB, notadamente o deputado federal Eduardo Cunha”. Para realizar a operação, Camargo repassava os valores a Baiano, que “representava” Cunha e o PMDB.
Cunha desconhece requerimentos
O doleiro explica que Soares tinha o papel de viabilizar “recursos em espécie para pagamentos de propinas e formação de caixa dois, desde o ano de 2004” e teria sido responsável, ainda segundo Youssef, pela “junção” das bancadas do PMDB na Câmara e no Senado, que permitiram que Paulo Roberto Costa permanecesse na diretoria de Abastecimento. Por isso, o então diretor de Abastecimento, que era inicialmente apoiado pelo PP, passou a ajudar o PMDB nas diretorias de Abastecimento e Internacional, onde o contato era o diretor indicado pelo PMDB Nestor Cerveró.
De acordo com o pedido de abertura de inquérito, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Cunha deve ser investigado por suspeitas de crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. Procurado, Cunha negou qualquer relação com os requerimentos impetrados por Solange Almeida e criticou a ação do PGR e negou ter conhecimento sobre qualquer requerimento:

Cunha diz que Solange apoiou sua campanha e de outros deputados, e que não tinha conhecimento dos requerimentos.
— Se a deputada Solange Almeida fez o requerimento, por que que não tem um inquérito contra ela? Não tenho conhecimento nenhum. Ela é autônoma, ela e qualquer outro parlamentar. Sou aliado dela, como sou aliado de todos, mas não sou responsável pelos atos dos outros. E o ato de fiscalização faz parte do mandato parlamentar. Não vejo isso como nenhum problema.

Motorista que trafegar em faixas de ônibus terá o carro apreendido