sexta-feira, 24 de julho de 2015

OMC alcança acordo decisivo sobre comércio de produtos tecnológicos


O diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo, em Singapura, no dia 25 de maio de 2015
Os países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) alcançaram nesta sexta-feira um acordo decisivo sobre o comércio de produtos da tecnologia da informação, que representa 1,3 trilhão de dólares anuais, segundo um comunicado da organização.
"O acordo de hoje é um marco", afirmou o diretor da OMC, o brasileiro Roberto Azevedo, no texto, segundo o qual os principais países exportadores de produtos de TI concordaram em "eliminar os direitos alfandegários de mais de 200 desses produtos".
Entre estes produtos, estão as novas gerações de semicondutores, os sistemas de navegação por GPS, aparelhos médicos, satélites de telecomunicações e telas táteis.
O acordo prevê uma ampliação de um pacto alcançado nos anos 90 por 81 membros da OMC, conhecido como Acordo das Tecnologias da Informação (ATI).
"O valor anual do comércio desses produtos é superior a 1,3 trilhão de dólares, e representa cerca de 7% do comércio mundial de bens", explicou Azevedo.
Essa porcentagem "é maior do a de automóveis, têxteis, roupas, ferro e aço juntos", acrescentou.
"Eliminar as tarifas alfandegárias em comércio com essa importância terá um impacto enorme e motivará uma queda dos preços, incluindo setores que utilizam esses produtos, criará empregos e estimulará o crescimento mundial", ressaltou.
O texto deve ser finalizado para ser apresentado à assinatura oficial na próxima conferência ministerial da OMC, prevista para acontecer em Nairóbi em dezembro.

Comandante da Al-Qaeda morre em bombardeio dos EUA no Afeganistão

 France Presse

Morte de Abu Khalil al Sudani ocorreu durante operação lançada em 11 de julho na província de Paktika

Bagdá, Iraque - Um comandante de alto escalão da Al-Qaeda no Afeganistão e outros dois insurgentes morreram em um bombardeio americano, anunciou nesta sexta-feira (24/7) o Pentágono.

A operação lançada em 11 de julho na província de Paktika permitiu liquidar Abu Khalil al Sudani, "um comandante operacional da Al-Qaeda de alto escalão", disse o Pentágono em um comunicado distribuído aos jornalistas que acompanham o secretário de Defesa Ashton Carter em sua viagem a Bagdá.

Obama desembarca no Quênia para visita histórica País africano é a terra natal de sua família paterna

O presidente Barack Obama abraça sua meia-irmã Auma (foto: EPA)
O presidente Barack Obama abraça sua meia-irmã Auma (foto: EPA)
24 JULHO, 20:11NOVA YORKZLR
(ANSA) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou nesta sexta-feira (24) em Nairóbi, iniciando a primeira visita oficial de um mandatário norte-americano ao Quênia.
    Ao descer do Air Force One, ele foi recebido pela sua meia-irmãAuma Obama e pelo presidente do país africano, Uhuru Kenyatta. Após uma breve cerimônia, a comitiva foi conduzida à cidade de Nairóbi, passando por uma estrada tomada pela multidão e controlada por um rígido esquema de segurança.
    Na nação de origem de seu pai, Barack Obama (1936-1982), ele participará de um fórum de empreendedorismo no fim de semana, mas não está prevista nenhuma passagem por Kogelo, vilarejo natal de sua família paterna. (ANSA)
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BRAD TEMPLETON | ENGENHEIRO DE AUTOMÓVEIS “Nós, humanos, dirigimos pior do que as máquinas” O inventor do carro autônomo do Google fala de um futuro sem taxistas Carro sem motorista do Google já sofreu 11 acidentes em seis anos


Brad Templeton, criador do carro autônomo Google Car.
Brad Templeton (Toronto, 1960) é considerado um dos pais da internet e um dos primeiros a pensar na distribuição de conteúdo. Foi o criador do Usenet no início dos anos 90, um lugar de compartilhamento de notícias anterior ao HTML, e fez com que os navegadores mudassem para sempre a forma de se mover nainternet.
Em 2011 ele decidiu fazer uma surpresa aos alunos da Singularity University, a instituição acadêmica do Vale do Silício para formação de líderes tecnológicos. Apresentou-se sentado no assento do carona de um Lexus offroad sem motorista. Foi uma das primeiras aparições de sua criação: o carro autônomo do Google. Durante dois anos, depois de receber o chamado de Larry Page, trabalhou nos laboratórios da empresa do buscador até fazer dele uma realidade.
Resposta. Não sei. Lamentavelmente, quase nunca é o primeiro a chegar. O segundo costuma ganhar. Em todo caso, os que mais perdem são os que chegam tarde à festa.Pergunta. Quem ganhará a batalha do carro sem condutor?
P. Como será o negócio que vai ser criado?
R. Será cobrado como um serviço; é a mobilidade on demand [por encomenda]. No caso dos carros de luxo, o panorama mudará um pouco. Não é a mesma coisa querer ir de um ponto a outro da cidade e mostrar-se num modelo caro de BMW. Veremos como, dependendo da ocasião, se apostará numa coisa ou em outra. Na minha imaginação, vislumbro um sistema que, como acontece um pouco com o Uber atualmente, diga ao cliente: “Se quer um carro de luxo, são 10 minutos, se quer o primeiro disponível, só tem de esperar 2.” Também haverá os que serão em parte subvencionadas. A Espanha, com uma taxa tão alta de desemprego entre os jovens, que por isso não podem aspirar comprar um carro, pode ser um lugar-piloto de experimentação.
P. O que acontecerá com os taxistas?
R. Não conheço nenhuma criança que queira ser taxista quando crescer. Não é uma profissão para a qual seja preciso preparar-se durante 10 anos. É um serviço temporário, que serve para conseguir algum dinheiro. Desaparecerá como fruto da ruptura tecnológica que estamos vivendo.
Um quinto dos carros que temos hoje já será demais
P. O que acontecerá com nossa privacidade num mundo de carros conectados?
R. No Velho Mundo, o taxista não costumava saber quem era o passageiro. Será necessário aceitar que os dados da movimentação desses carros sejam armazenados e usados para que as cidades se tornem mais eficientes.
P. Você crê que esses carros poderão ser usados para fazer negócios? “Oferecemos uma viagem em troca de comprar algo”, “veja anúncios relacionados com seu gosto durante o trajeto”...
R. Pode ser. Saber aonde você vai e inserir anúncios, por exemplo. Mas creio que é uma suposição incorreta. Agora mesmo, o custo de um carro circulando é de 13 a 18 euros (47 a 65 reais) por hora. O preço de um anúncio que fosse eficaz, que desse retorno, seria de 2 euros, no máximo 3 por hora (7 a 11 reais). É maior o custo do carro em movimento do que o de sua atenção, portanto as contas não se equilibram. Especula-se que o Google faça algo nessa linha, mas não me convence a relação carro-anúncio.
P. Você aposta no carro conectado, sem motorista, mas há uma vertente que defende o contrário: em lugar de equipar o carro, fazer com que as estradas sejam inteligentes, dotando-as de sensores.
R. É uma má ideia. Pode-se tê-las ou não, mas, se forem necessárias, significa que os carros sem condutor não poderão ir a lugar algum sem uma estrada adaptada. Imagine que é necessário cavar as estradas para fazer as obras. Seria um desastre, e a mudança seria muito mais lenta. Qualquer alteração nas estruturas sempre acaba sendo muito mais complexas do que mudanças nos veículos. As cidades, sim, devem se comprometer, instalando semáforos inteligentes, por exemplo.
P. Fará sentido roubar um carro conectado?
O Google Car idealizado por Brad Templeton. Tem autonomia de 161 quilômetros e velocidade máxima de 70 quilômetros por hora.
R. Nenhum. Na verdade, roubar um celular, se os fabricantes quisessem, seria uma bobagem similar. Quem entrar num carro roubado estará já sendo identificado no primeiro momento. As câmeras gravarão e reconhecerão quem embarcou.
P. Haverá carros públicos sem condutor?
R. Creio que sim. Talvez não sejam parte do sistema, mas, sim, creio que as cidades chegarão a acordos com o Uber, o Lyft ou o Sidecar, que no futuro também não terão motoristas. Prevejo uma colaboração muito forte entre as autoridades municipais e esse tipo de empresa. Será preciso aproveitar as corridas compartilhadas.
P. Então também desaparecerão os motoristas do Uber, do Lyft…?
R. Certamente são algo temporário. Assim como a alta de preços para atrair mais motoristas quando há maior demanda. Não fará mais sentido, porque serão criadas rotas mais eficientes. O pagamento vai variar mais ou menos segundo o tempo que você estiver disposto a esperar por sua corrida nos momentos de maior demanda.
P. Muitos acham estranho compartilhar viagens com desconhecidos...
R. Certo, algumas mulheres tiveram experiências desagradáveis. É preciso ser verdadeiramente idiota para assediar uma garota numa viagem compartilhada. Basta denunciar para que saibam quem foi.
P. Sim, mas ele pode saber onde a vítima mora.
Os taxistas desaparecerão com o salto tecnológico atual
R. Costuma-se ter boas respostas para queixas e situações de abuso. Com certeza logo criarão um sistema para avaliar passageiros e evitar problemas.
P. E o que acontecerá com a cultura norte-americana, com aquela imagem do homem no volante que simbolizava a liberdade?
R. Sim, muitos dizem que os norte-americanos amam seus carros, e em certo sentido estão certos, mas também é uma sociedade muito prática. Os que amam os carros continuarão dirigindo esportivamente, como um passatempo. Podem até colecioná-los, mas não será a norma, será como aconteceu com os cavalos... Não fará sentido ter um carro para cada pessoa de uma casa, como acontece agora.
P. Compraremos carros em sociedade como vizinhos?
R. Sim, é um bom exemplo. Meu irmão tem um jatinho que comprou com amigos que também são entusiastas. Será o modo de fazer a compra ser rentável.
P. Haverá menos carros?
R. Sim, atualmente a quantidade é imensa. Um quinto dos carros que temos hoje já será demais.

MPF denuncia CEOs da Odebrecht e Andrade Gutierrez e pede de R$7 bi em ressarcimento

Coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o promotor Deltan Dallagnol anuncia propostas do Ministério Público Federal para combater a corrupção no Brasil, em Brasília, em março. 20/03/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
Por Sérgio Spagnuolo
CURITIBA (Reuters) - O Ministério Público Federal denunciou nesta sexta-feira executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez no âmbito da operação Lava Jato, que investiga um escândalo de corrupção na Petrobras PETR4.SA, e pediu o ressarcimento de mais de 7 bilhões de reais aos acusados.
Os presidentes-executivos da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, presos preventivamente desde junho, foram denunciados por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, junto com outras 20 pessoas.
Em uma apresentação detalhada sobre remessas de dinheiro, contratos de empresas e ligações entre executivos, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, promotor Deltan Dallagnol, apresentou evidências coletadas pelos investigadores.
As acusações envolvendo a Odebrecht, um dos maiores grupos da América Latina, atingem 13 pessoas --seis executivos, três operadores e quatro funcionários da Petrobras-- e 389 milhões de reais em corrupção.
Investigadores disseram que os acusados lavaram mais de 1 bilhão de reais, e que eles seriam responsáveis por um dano de 6 bilhões de reais causado por um contrato de fornecimento de nafta pela Petrobras PETR4.SA à Braskem BRKM5.SA, controlada pela Odebrecht.
Promotores buscam ressarcimento pelas pessoas físicas envolvidas no caso da Odebrecht de 6,7 bilhões de reais aos cofres públicos.
"Nesse momento foram oferecidas acusações em relação a pessoas físicas... virão certamente ações de improbidade administrativa, e aí, sim, envolvendo pessoas jurídicas", disse Dallagnol.

No caso da Andrade Gutierrez, o Ministério Público pede o ressarcimento de 486 milhões de reais e calcula que a corrupção teria envolvido 243 milhões de reais. A lavagem de dinheiro da empreiteira teria totalizado, ainda segundo o Ministério Público, 6,8 milhões de reais e 1 milhão de dólares.

Executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez são denunciados à Justiça Presidentes de empresas, Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo aparecem. Empreiteiras negam envolvimento em irregularidades com a Petrobras.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça, nesta sexta-feira (24), uma denúncia contra executivos da construtora Odebrecht e da Andrade Gutierrez investigados na Operação Lava Jato. Entre os denunciados estão os presidentes da Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. As empresas são as duas maiores construtoras do Brasil.
Ao todo, são 22 pessoas denunciadas. Também aparecem os nomes do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco.
Lista dos denunciados por processo
Odebrecht:
- Alberto Youssef, doleiro
- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, ex-diretor da Odebrecht
- Bernardo Schiller Freiburghaus, suspeito de lavar dinheiro de propina da Odebrecht
- Celso Araripe d’Oliveira, funcionário da Petrobras
- Cesar Ramos Rocha, ex-diretor da Odebrecht
- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empreiteira Freitas Filho Construções Limitada
- Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Odebrecht S.A.
- Márcio Faria da Silva, ex-diretor da Odebrecht
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Paulo Sérgio Boghossian, ex-diretor da Odebrecht
- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
- Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht
Andrade Gutierrez:
- Alberto Youssef, doleiro
- Antônio Pedro Campello de Souza Dias, ex-diretor da Andrade Gutierrez
- Armando Furlan Júnior, sócio de Fernando Soares
- Elton Negrão de Azevedo Júnior, diretor-executivo da Andrade Gutierrez
- Fernando Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano
- Flávio Gomes Machado Filho, filho de Mário Góes e suspeito de operar propina
- Lucélio Roberto von Lechten Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht
- Mario Frederico Mendonça Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht
- Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras
- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
- Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht
Outro lado
A Odebrecht tem negado irregularidades no processo da Lava Jato e chamou jornalistas para dar explicações no início da noite desta sexta. Os advogados da empresa defendem que não há motivos para a manutenção das prisões dos executivos detidos na Lava Jato.
O advogado de Alberto Youssef afirma que vai continuar colaborando com a Justiça. O advogado de Paulo Roberto Costa alega que “todos os fatos que foram objeto de colaboração premiada, quase 120 depoimentos, foram importantes em todas as investigações, inclusive esta”.
O advogado de Fernando Soares, o Fernando Baiano, diz que “isso [a denúncia] revela excesso acusatório, o que não surpreende, diante de tudo que tem acontecido até agora em violação da lei e da Constituição da República.”
A defesa de Bernardo Freiburghaus ressalta que ele jamais intermediou o pagamento de propinas, tampouco tem poderes para abrir contas no exterior ou aceitar depósitos e transferências. O advogado também afirma que “as autoridades suíças sequer mencionam o nome do Bernardo nas contas das empresas offshores investigadas”.
A Andrade Gutierrez informa que os advogados ainda estão estudando a peça apresentada nesta sexta pelo Ministério Público Federal. No entanto, pelas informações passadas pela equipe do MPF na coletiva de imprensa, o conteúdo da denúncia apresentada contra seus executivos e ex-executivos “parece não trazer elementos novos além dos temas já discutidos anteriormente, e que já foram devidamente esclarecidos no inquérito.”
A empreiteira ainda afirma que “infelizmente, até o momento, os devidos esclarecimentos e provas juntadas não foram levados em consideração”. A empresa diz entender que o campo adequado para as discussões, a partir desse momento, é o processo judicial, onde concentrará essa discussão, buscando a liberdade dos executivos e a conclusão pela improcedência das acusações. A empresa reitera que não pretende participar dessas discussões através da mídia.
Esquemas
Em entrevista coletiva nesta tarde, em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol disse que são 13 denunciados de cada empresa.
Um dos esquemas envolvendo a Odebrecht ocorreu na construção do Centro Administrativo da Petrobras em Vitória, no Espírito Santo.
Outro envolveu a Braskem, empresa do grupo Odebrecht, em um contrato com a Petrobras para compra de nafta, que teria dado um prejuízo de R$ 6 bilhões à estatal petroleira.
Nesta transação, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria recebido propinas de R$ 5 milhões por ano. Parte desse dinheiro era direcionada ao ex-deputado José Janene (PP), já falecido, e posteriormente ao próprio Partido Progressista, afirmou o procurador.
De acordo com o MPF e a Polícia Federal, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras. Elas formavam um cartel, obtendo preços favoráveis e, com isso, lucros extraordinários. Parte desse lucro excedente era usada para pagar propina a agentes públicos e partidos políticos, conforme os procuradores.
Contas no exterior
Segundo Dallagnol, documentação obtida nas investigações mostra que a Odebrecht e denunciados no esquema tinham contas e valores em empresas offshore, fora do país.
Uma investigação das autoridades suíçasapontou que empresas do Grupo Odebrecht utilizaram contas bancárias naquele país para pagar propina a ex-diretores da Petrobras.
Conforme relatado pelo MPF, a Suíça informou que os pagamentos foram feitos a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento; Renato Duque, ex-diretor de Serviços; Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços; Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ambos ex-diretores da área Internacional da estatal.
O delegado da PF Eduardo Mauat da Silva afirma que a investigação concluiu que havia envolvimento dos dirigentes das empresas no esquema, e não apenas corrupção praticada por funcionários isoladamente.
Segundo o delegado, a participação dos presidentes das duas companhias é justificada pelo perfil de ambos. No caso da Andrade Gutierrez, Silva citou um documento de uma auditoria interna feita pela empresa, para apurar todos os pagamentos feitos durante os anos da investigação da Lava Jato. "A própria Andrade Gutierrez estava preocupada com a Operação Lava Jato", afirmou.
Já na Odebrecht, o delegado lembrou que Marcelo Odebrecht era o responsável pelos principais decisões da empresa. "Ele tinha perfil bastante centralizador, ele tomava as decisões mais importantes, ele fazia os contatos políticos para que a empresa fosse beneficiada", disse.
 14ª fase
A 14ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada no dia 19 de junho. Nela, foram presos os presidentes da Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht, e da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, além de executivos ligados às duas companhias ou subsidiárias delas.
A operação recebeu o nome de "Erga Omnes". O termo refere-se a uma expressão muito usada no direito à qual afirma que a lei deve atingir a todos de forma igual.
Ao todo, foram cumpridos 59 mandados judiciais, incluindo as prisões. A participação das construtoras nos supostos desvios investigados pela Lava Jato apareceu em depoimentos de Paulo Roberto Costa.
Até esta sexta-feira, os presidentes das duas empresas envolvidas ainda estavam presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.
Prisão de Zelada
Depois da 14ª fase, a Polícia Federal executou outra operação, na qual prendeu o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Zelada.
Na estatal, ele sucedeu outro preso na Lava Jato, Nestor Cerveró, já condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. De acordo com MPF, Jorge Zelada teve 10 milhões de euros bloqueados por autoridades do Principado de Mônaco. O dinheiro seria fruto de propina, obtida por meio de fraude em contratos de fornecimento de navios sonda da Petrobras.
Desde o início da operação, dezenas de pessoas já foram presas, entre elas Paulo Roberto Costa –  que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro – e o doleiro Alberto Youssef, que está preso na carceragem da PF em Curitiba e é acusado de liderar o esquema de corrupção na Petrobras.
As investigações policiais e do MPF podem resultar ou não na abertura de ações na Justiça. Ao todo, 19 ações penais e 5 ações civis públicas foram instauradas na Justiça Federal até agora.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância do Judiciário, aceitou denúncia contra mais de 80 pessoas. Também são alvo de ações as empreiteiras Camargo Corrêa, Sanko-Sider, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix.
Nota Odebrecht
Leia a nota da Odebrecht na íntegra:
A Odebrecht considera que o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF) do Paraná feito hoje é o marco zero do início do trabalho da defesa. A partir de agora, os advogados poderão conhecer as alegações imputadas aos executivos investigados, assim como será possível analisar o conjunto de documentos apresentado pela acusação, o que viabilizará, finalmente, o devido exercício do direito de defesa.

No entanto, as alegações apresentadas pelo MPF, de forma midiática e escandalosa na tarde de hoje, não justificam, em hipótese alguma, a manutenção da prisão arbitrária e ilegal do diretor presidente do Grupo, Marcelo Odebrecht e de quatro ex-executivos. Muito menos justificam a surpreendente decretação de nova prisão preventiva, com a revogação da anterior, num claro movimento para anular os efeitos dos pedidos de habeas corpus perante o STJ.

Sobre o pedido de cooperação enviado pelos procuradores da Suíça, a Odebrecht buscará todos os esclarecimentos junto às autoridades competentes naquele país para que os fatos sejam devidamente apurados. Note-se que enquanto o Ministério Público da Suíça busca informações para ampliar suas investigações, no Brasil os procuradores atribuem aos mesmos dados o peso da mais absoluta verdade. Mais uma vez verifica-se que enquanto o MPF diz que trabalha com fatos, na verdade, vemos juízos de interpretação, suposições e alegações desconexas e descontextualizadas.

Os advogados lamentam a exposição pública de todo o processo e a falta de critérios na divulgação de documentos vazados a conta gotas, sem nenhum pudor, chegando a expor, desnecessariamente, até mesmo as famílias dos executivos.
Nota Andrade Gutierrez
Leia a nota completa da Andrade Gutierrez:
A Andrade Gutierrez informa que os advogados ainda estão estudando a peça apresentada hoje pelo Ministério Público Federal. No entanto, pelas informações passadas pela equipe do MPF na coletiva de imprensa, o conteúdo da denúncia apresentada contra seus executivos e ex-executivos parece não trazer elementos novos além dos temas já discutidos anteriormente, e que já foram devidamente esclarecidos no inquérito. Infelizmente, até o momento, os devidos esclarecimentos e provas juntadas não foram levados em consideração. A empresa entende que o campo adequado para as discussões, a partir desse momento, é o processo judicial, onde concentrará essa discussão, buscando a liberdade dos executivos e a conclusão pela improcedência das acusações. A empresa reitera que não pretende participar dessas discussões através da mídia.

ENTREVISTA | FABIO SABBA, PORTA-VOZ DO UBER NO BRASIL » “Não é Táxi x Uber, não é um ou outro, os dois funcionam juntos” Porta-voz do Uber no Brasil defende plataforma e diz que inovação vem antes da legislação Uber X Táxi: a batalha

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UBER X TÁXIS Clique na foto e leia os argumentos dos dois lados na polêmica.
Já aconteceu em Portland, em Paris e na Cidade do México. Agora é a vez do Brasil ver de perto uma das batalhas urbanas do momento:Uber X taxistas. Desde que chegou ao país, o aplicativo americano  que coloca passageiros em contato com motoristas profissionais entrou na mira dos motoristas de táxis, que argumentam que o serviço é ilegal e deveria ser suspenso. Nesta sexta-feira, um novo protesto contra o aplicativo no Rio de Janeiro parou a cidade, reunindo mais de 1.300 táxis e interditando várias vias. A reação à plataforma, que hoje é a maior startup do mundo e começou a operar em quatro em Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo há um ano, ganhou até contornos de violência contra os motoristas do Uber.
Fabio Sabba, do Uber. / LINKEDIN
Uma das principais queixas dos taxistas é o fato de os motoristas do aplicativo não pagarem os mesmos impostos e dessa forma criarem uma concorrência desleal. Em São Paulo e em Brasília já correm projetos de lei para proibir o uso da plataforma. Do outro lado, o Uber não recua e faz uma ofensiva de relações públicas. Se nos EUA, seu fundador, Travis Kalanick, faz fama de provocador e recebe reclamações sobre o suposta baixa remuneração dos motoristas associados, aqui a plataforma se cola a causas do momento como a mobilidade urbana —afirma que seu serviço ajuda a tirar mais carros da rua— e distribui picolés e viagens grátis para conquistar os clientes. 
Pergunta. Os taxistas alegam que o serviço da Uber é ilegal e que os motoristas não possuem alvará. O que a empresa acha dessas acusações?Em entrevista ao EL PAÍS, o porta-voz do Uber no Brasil, Fabio Sabba, diz que essa batalha Uber versus táxi é prejudicial. Aos taxistas enfurecidos afirma que já que há espaço para os dois serviços existirem juntos. Sabba afirma que o aplicativo não é ilegal e que apenas necessita uma regulamentação específica. "Até outro dia o Uber não existia. A inovação sempre vem primeiro e a legislação tem que vir a reboque da inovação. Não adianta argumentar que não temos licença nem alvará."
Resposta. Quando você observa a Lei de Mobilidade Urbana, ela tipifica os tipos de transporte urbano que existem. Lá está especificado o transporte urbano, o privado, o individual e o coletivo. A Uber se encaixa no transporte individual privado, mas a verdade é que não há uma regulamentação específica sobre isso. Até outro dia o Uber não existia. Você possui um serviço novo para o qual não há regulamentação. Agora a diferença de não ter uma regulamentação e ser considerado ilegal é grande. Um exemplo que vimos recentemente foi o das redes sociais. Em 2005, quando começou a febre do Orkut aqui no Brasil, havia toda uma discussão sobre os direitos autorais das fotos publicadas. Naquela época, não havia um arcabouço jurídico para sustentar tudo isso. O que veio depois foi um grande debate entre sociedade, empresas, legisladores de onde saiu o marco civil da internet. Porém, esse marco veio muitos anos depois do serviço estar funcionando. A inovação sempre vem primeiro e a legislação tem que vir a reboque da inovação. Não adianta argumentar que não temos licença nem alvará. Obviamente não temos porque não somos táxi. Somos um serviço novo.
P. Qual a diferença entre os dois serviços?
R. O táxi e o Uber são dois modelos distintos por um ser público e outro privado. Um é uma concessão do Estado e o outro é uma rede privada de transporte que basicamente conecta o usuário com o motorista. Você nunca vai ver um carro do Uber andando devagarzinho procurando passageiros. Ele só faz corridas que foram chamadas pelo aplicativo.
P. A grande discussão é que os taxistas falam em uma concorrência desleal já que consideram o serviço muito semelhante e alegam que os motoristas do Uber não pagam impostos.
R. Nós também pagamos impostos. O taxista não paga IPVA, por exemplo. Se você pega um Corolla 2014, isso significa uma isenção de 3.000 reais anuais. Se você compra um automóvel novo e tem alvará, você tem isenção de IPI e ICMS, o que já dá 30% de desconto no valor do carro. No caso do motorista da Uber, ele precisa pagar IPVA todo ano, comprar o automóvel com preço cheio, e precisa pagar impostos sobre as transações das corridas que são pagas através de cartão de crédito. Alguns pagam como MEI e outros como Simples. O ponto todo de você ter uma regulação é uniformizar isso e deixar o Estado falar qual imposto a mais temos que pagar.
Muitas vezes, temos esse paradigma de que, porque compramos um carro de 50 mil reais, temos que usá-lo o tempo inteiro
P. Então a empresa estaria disposta a pagar mais tributos?
R. Estamos completamente abertos para conversar com prefeitura e com o Governo para ver como esse serviço pode funcionar de forma adequada. Porém, se você colocar na ponta do lápis, com toda a isenção que os taxistas possuem, os motoristas do Uber pagam mais impostos. Claramente precisamos de uma regulação para acertar todos os pontos. No México, por exemplo, a nova regulação que saiu determinou que os motoristas paguem uma taxa extra. Nós queremos isso, nos adequar. Temos um time de regulação governamental que está correndo atrás disso na esfera política para tentar essa adequação. Em Boston, temos um convênio com a prefeitura que dividimos dados de trânsito exatamente para eles entenderem quais as zonas da cidade que precisam de mais transporte público. A plataforma acaba sendo um complemento muito importante para a mobilidade urbana das cidades e a rede de transporte público.
R. Há dois projetos de lei tentando proibir o aplicativo, um em Brasília e outro em São Paulo. O que percebemos é que há um foco no Uber, quando, na verdade, há várias empresas que usam tecnologia para aplicar no trânsito. O aplicativo de trânsito Waze, por exemplo, possui um protótipo de caronas em Tel Aviv. Na Espanha, existe a plataforma de caronas Blablacar e vários outros playeres pelo mundo. Ou seja, não é apenas o Uber que está inovando. O que você vê é uma vontade muito louca de banir a tecnologia, ao invés de sentar e discutir ideias. Ao colocar uma nova tecnologia na mesa, você vai ter menos trânsito pois tira carros da rua, do lado do Estado, haverá mais impostos recolhidos e o usuário terá novas opções de se locomover. Muitas vezes, temos esse paradigma de que, porque compramos um carro de 50 mil reais, temos que usá-lo o tempo inteiro. A chegada do Uber para o motorista profissional é interessante porque ele tem uma nova opção de trabalho. Conheço gente que aluga alvará de táxi e sai de casa já devendo 250 reais. Estamos abrindo o mercado para mais empregos e mais concorrência. Já há uma discussão e não podemos simplesmente proibir.
P. Em algumas cidades o aplicativo conseguiu ser proibido, como na Espanha. Vocês estão confiantes?
Estamos abrindo o mercado para mais empregos e mais concorrência. Já há uma discussão e não podemos simplesmente proibir.
R. Na verdade, lá só funciona o UberEats que é um aplicativo de entrega de comida. No entanto, temos muitos mais exemplos de lugares que aceitaram criar uma legislação. Nos Estados Unidos, por exemplo, há 51 jurisdições a favor. A Filipinas regulou agora e a Índia e o México também. É algo novo aqui no Brasil, há um embate forte quando o serviço chega, mas o Governo depois acaba vendo que é bom para todo mundo. A nossa perspectiva é boa, estamos trabalhando para conseguir essa regulação no Brasil. A inovação sempre traz discussão, eu gosto dessa ideia de ter uma nova alternativa.
P. Qual o diferencial do Uber?
R. A grande diferença é o foco no usuário. Os motoristas parceiros acabam oferecendo um serviço que o usuário quer muito. Há uma tecnologia apoiando atrás e você tem carros legais no caso do Black ou carros menores com preços mais acessíveis, então a opção, o modelo é muito legal. O usuário só consegue chamar um carro se ele tiver cadastrado. Todos os problemas de preço e segurança você resolve através da plataforma. Coloca seu cartão. Calcula com quilometragem e tempo.
P. No entanto, os aplicativos que os taxistas usam como Easytáxi e 99Táxis também possuem algumas facilidades como poder chamar o táxi pelo aplicativo e pagar a corrida no cartão. Não é mais um diferencial, certo?
R. Eles viram pelo Uber e tentaram fazer igual. Mas há uma diferença grande entre eles sim. Essas plataformas possuem uma camada de tecnologia em cima de um sistema velho, de um sistema público que foi criado há décadas, enquanto o Uber é um sistema completamente novo. O Uber consegue aumentar ou diminuir o preço de acordo com a demanda. Tudo isso faz com que a plataforma seja diferente já que um é público e outro privado. A grande graça do negócio é que você consegue garantir todas essas coisas para o usuário usando tecnologia. Quando a regulação de mobilidade urbana foi criada, ela foi pensada também para proteger o usuário, para o cidadão saber quanto vai pagar. Com um novo modelo você está criando outro jeito do usuário se movimentar pela cidade. Aquilo foi criado lá atrás, por um motivo específico. Esses dois modelos coexistem dentro da cidade. Se você pegar, por exemplo, San Francisco e Nova York, onde o serviço do Uber já existe há 5 anos o sistema de táxi continua igual.
R. Quando você fala de motorista parceiro da Uber, você está falando de gente que se conecta à plataforma quando tem vontade de trabalhar. É diferente uma frota de táxi que está toda na rua. Quando se fala em Uber, estamos falando de gente que trabalha de madrugada, na parte da manhã, de gente que não trabalha muitos dias da semana. Não há um horário mínimo, há uma flexibilidade enorme para os motoristas parceiros. O que vemos, por exemplo, aqui em São Paulo, são motoristas que possuem outro trabalho e utilizam o aplicativo em horários específicos para ganhar uma grana extra. Por isso, quando falamos nessa história que em Nova York há mais carros da Uber que de taxistas é relativo, porque muitas pessoas não estão sempre com os automóveis na rua como as frotas de táxi. Essa flexibilidade e a ideia de não ter um chefe são as duas coisas que mais estimulam os motoristas.
P. Quantos motoristas parceiros a empresa possui?
R. Não divulgamos o número. Não acreditamos que esse dado seja tão importante exatamente porque os motoristas não ficam o tempo todo conectados. O que medimos é o tempo médio de espera de um carro, que é o dado mais útil para o usuário. Nos bairros centrais de São Paulo, atualmente, essa demora é de cinco minutos. Se você está mais longe, aumenta o tempo de espera. Diferentemente dos aplicativos usados por taxistas, a plataforma do Uber utiliza um algoritmo que já calcula qual carro de um parceiro está mais perto de um usuário e manda uma mensagem apenas para esse motorista.
P. Nas últimas semanas vimos casos de grande violência de taxistas contra os motoristas da Uber. Como a empresa está lidando com esses atos?
R. Para o lado do parceiro, criamos um 0800 que é ligado a uma central de segurança. Assim, se um motorista tiver qualquer problema de segurança é só acionar essa central que ela já entra em contato com a polícia. Somos contra a violência em todos os níveis e ato violento é caso de polícia. Em Belo Horizonte, fizemos um processo pacífico, o Uber Love Day, em que presenteamos corridas de graça para fazer com que mais pessoas conhecessem o Uber e entrassem nesse debate. Não dá para aceitar a violência, o que precisamos é de discutir ideias. Qualquer feedback que temos de violência de um motorista da Uber, eliminamos o parceiro da plataforma. A boa notícia é que depois desse processo pacífico, houve queda de registro de violência. Essa história de Uber versus táxi é prejudicial, não é um ou outro, os dois funcionam juntos. O grande problema de várias cidades é o trânsito caótico. Se você tira o Uber da equação, isso não vai mudar.
P. Qual a aposta do Uber para melhorar o trânsito?
R. É deixar o seu carro em casa. Quando você não está com o seu carro você pensa em ir caminhando até o mercado para comprar algo, pensa em usar uma bike para o trabalho ou opta pelo metrô. Agora, se você está muito cansado ou está chovendo, você pode usa o Uber. Um automóvel do Uber bem utilizado consegue tirar de 5 a 20 carros da rua. Se você coloca o Uberpool —que é um serviço que permite que duas pessoas que não se conhecem possam dividir a corrida para um mesmo destino— nessa equação, você duplica essa capacidade. O ponto central é ver como podemos usar essa plataforma para tirar mais carros da rua. Hoje, possuímos tecnologia aplicada para resolver problemas de trânsito da cidade. É uma época muito legal de estar vivenciando essa mudança. Em Chicago, 52% das viagens de Uberx saem de áreas onde não tinham táxi nem transporte público, áreas pobres. Ou seja, conseguimos colocar transporte onde não havia.
P. O CEO do Uber, Travis Kalanick, chegou a comentar que a empresa já investe em veículos autônomos, sem motoristas e elétricos. Já há alguma previsão de quando esses carros estarão circulando?
R. É normal você investir em novas tecnologias, mas ainda não há nenhuma novidade, os carros autônomos só devem chegar daqui algumas décadas.
P. O UberX, que começou a operar em junho, tem uma tarifa mais barata. Será que esse serviço não vai ser ainda mais competitivo com o táxi?
R. Quando chegamos com o Uberblack, percebemos que muitos motoristas interessados não tinham um carro sedam e também alguns usuários queriam usar o Uber, mas em uma versão mais econômica. Mas o UberX funciona mais nas periferias das cidades como uma forma de complementar o sistema de transporte. Estamos sempre tentando encontrar novos serviços. Na semana passada fizemos alguns testes com o Uberbike, que são automóveis que possuem um hack para levar uma bicicleta. Muitas pessoas usaram. Quem mora longe de uma ciclovia precisa de uma forma de chegar até ela. Neste fim de semana o teste será em Brasília e vamos avaliar se vale a pena investir no serviço.