terça-feira, 21 de julho de 2015

Michel Temer, o ponderado, torna-se o fiador da estabilidade durante a crise Vice-presidente ganha status de fiador da estabilidade no momento de turbulência política O discreto vice-presidente que dá peso político ao Governo

CARLINHOS MÜLLER
Depois de um dos finais de semana mais tensos do segundo mandato da presidenta Dilma, o vice-presidente Michel Temer trouxe sua habitual calma para tratar a crise atual, turbinada pelo seu colega de legenda, Eduardo Cunha. “Esta é uma crisezinha política, não se trata de instabilidade institucional”, afirmou Temer, em uma evento para acadêmicos e empresários em Nova York. Estava apresentando o país como um celeiro de oportunidades para aquele público.
Não era somente uma frase de efeito para vender o Brasil. A mesma posição apaziguadora havia sido tomada na sexta-feira passada, quando o presidente da Câmara anunciou seu rompimento com o Governo. Segundos depois de Cunha reunir os jornalistas para dar a notícia, o telefone de Temer não parava de tocar. Em sua casa, no bairro de Alto de Pinheiros, em São Paulo, o vice-presidente procurava acalmar seus interlocutores dizendo que a atitude de seu colega de partido não se tratava de uma posição partidária, mas de uma opção individual do presidente da Câmara. Ele não saiu de casa durante o dia todo. Tampouco fez alguma declaração oficial, deixando para o partido formalizar sua posição por meio de uma nota à imprensa. Apenas validou o conteúdo antes de partir para os Estados Unidos com a mulher, Marcela, e o filho, Michelzinho, onde deve permanecer até o final da semana.
A discrição e a extrema ponderação sempre foram um traço que se destacou na identidade do vice-presidente. Muitas vezes essas características foram interpretadas como fraqueza ou falta de ambição pela sua pouca afeição aos holofotes. Mas, na política o mistério vale ouro. E num momento em que sobra crise e falta liderança, o equilíbrio de Temer para lidar com o caos tem sido uma virtude que se sobressai. Transformou-se no fiador da estabilidade do Governo Dilma e do Brasil.
Estão todos atentos aos movimentos do líder do PMDB que precisa aplacar a ira de Cunha, defender o papel de Dilma, e ao mesmo tempo pavimentar o caminho do seu partido para as eleições presidenciais de 2018. “Veremos se ele tem estofo para ser um novo Ulysses Guimarães”, disse o cientista político Rudá Ricci, citando o ex-presidente do PMDB que teve papel fundamental na transição do governo militar para a democracia nos anos 80.
Temer tem demonstrado lealdade à presidenta num momento em que até mesmo Lula, assim como o PT, se distanciam dela. “Eu não vou cair”, disse Dilma no início deste mês, em entrevista ao jornalFolha de S. Paulo. Dois dias depois, Temer reiterou: “Ninguém precisa segurar [a presidenta no poder] porque a presidenta Dilma vai continuar até o final [de seu mandato] com muita tranquilidade”, afirmou para jornalistas. “Ela tem uma capacidade extraordinária de trabalho, conhece o Brasil como poucos. O PMDB é um partido aliado e, naturalmente, está colaborando com a presidenta Dilma e com o país”.
Reprodução da publicação de Temer no Instagram.
Aos 75 anos, formado em Direito pela USP, o presidente nacional do PMDB sabe como ninguém o valor da paciência. Pela primeira vez desde 1994 o PMDB deve ter um candidato a presidente nas próximas eleições. Filiado desde 1981, ele é um dos nomes cotados para assumir esse desafio dentro do partido. Por isso, ser o homem sensato do Governo em um momento como estes pode ser crucial. Para as ambições dele e para o próprio PMDB.
Enquanto Cunha faz o papel de incendiário, Temer é o homem que abafa as labaredas. “Eduardo Cunha quer tirar o foco de si mesmo, botando o foco no rompimento do PMDB com o Governo”, afirmou uma fonte de dentro do partido, próxima a Temer. De fato, a separação entre PT e PMDB é irreversível. Mas o vice-presidente opta por trabalhar um pouso suave para o divórcio. O oposto do que o presidente da Câmara propõe. eu cair. E venha tentar”
Duas passagens ajudam a ilustrar sua maneira de ver a vida. Uma delas foi contada em uma entrevista à revista Rolling Stones em julho de 2009, quando ele narrou uma conversa que teve com seus alunos quando dava aulas de direito constitucional, sua maior especialidade. “Quando eu dava aula dizia: ‘Sou pago pra dar aulas e vocês pagam para que eu dê aulas, então quem tem que exigir minha presença são vocês. Se vocês não vierem à aula eu saio mais cedo e vou para o meu escritório trabalhar. Não passo lista de frequência e vocês estão todos aprovados desde já. Quem vai reprovar é a vida”, contou.
A outra oferece uma pista do que Temer valoriza. No final do ano passado, ele recomendou em sua conta no Instagram a leitura do livro O Leão de Toscana, que conta a história do campeão de ciclismo Gino Bartali, que durante a Segunda Guerra se envolveu em um movimento secreto para ajudar famílias judias quando a Itália foi ocupada por tropas alemãs. Ele usava sua bicicleta para levar documentos falsos aos refugiados. Desde abril, quando o vice-presidente recebeu de Dilma o ofício de ser o articulador político do Governo, ele não para de pedalar para manter um pouco de equilíbrio na segunda gestão da petista e no Brasil como um todo. (colaborou Carla Jiménez)

Após reabertura, John Kerry celebra 'passo histórico' Secretário de Estado dos EUA recebeu o chanceler cubano

John Kerry recebeu Bruno Rodríguez em Washington (foto: EPA)
John Kerry recebeu Bruno Rodríguez em Washington (foto: EPA) WASHINGTONZLR
(ANSA) - Poucas horas após a histórica reabertura das embaixadasde Cuba e Estados Unidos em Washington e Havana, respectivamente, o ministro das Relações Exteriores da nação caribenha, Bruno Rodríguez, se tornou o primeiro chanceler do país a visitar o Departamento de Estado norte-americano desde 1959.

Ele foi recebido pelo secretário John Kerry, que, em uma coletiva de imprensa conjunta, afirmou que a reinauguração das representações diplomáticas representa um "passo histórico - e há muito tempo esperado - no caminho certo".

Segundo ele, para continuar seguindo pelo mesmo rumo, ambos os governos devem proceder com um "espírito de abertura e mútuo respeito". "Celebramos este dia, 20 de julho, como o momento no qual se começa a reparar aquilo que estava quebrado e a abrir aquilo que permaneceu fechado por muito tempo", ressaltou Kerry.

O secretário irá a Havana no próximo dia 14 de agosto, segundo a "CNN", para hastear a bandeira norte-americana na Embaixada do país em Cuba. Ele será o primeiro ocupante do posto a visitar a ilha desde 1945. Perguntado sobre o embargo econômico imposto à nação, Kerry disse ter esperanças de que as restrições sejam levantadas, fazendo coro à opinião do presidente Barack Obama.

Mais cedo, já em Washington, Rodríguez havia pedido o fim do bloqueio, porém reconhecendo que a reabertura das embaixadas cria uma "oportunidade para estabelecer novas relações bilaterais" com os EUA. "O governo cubano está empenhado nisso", garantiu. (ANSA)
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Depois de Plutão, 6 projetos que devem revolucionar a forma como vemos o espaço Agência Europeia e Nasa têm planos de enviar sondas para o Sol, as luas de Júpiter e até para redirecionar asteroides.

Esta ilustração mostra como será a Solar Orbiter, que será lançada na direção do sol em 2018  (Foto: ESA/BBC)Esta ilustração mostra como será a Solar Orbiter, que será lançada na direção do sol em 2018 (Foto: ESA/BBC)
Na semana passada, a comunidade científica mundial presenciou uma das missões espaciais mais fascinantes dos últimos tempos: depois de viajar por mais de nove anos, a sonda New Horizons, da Nasa, se aproximou de Plutão e capturou imagens que mostram o planeta anão como nunca antes.
O momento mais emocionante já passou, mas a missão está longe de sua conclusão. Nos próximos 16 meses a nave, agora a caminho de outros objetos que estão no cinturão de asteroides de Kuiper, vai continuar enviando tudo o que registrar durante a expedição. A interpretação destes dados pode demorar anos.
Mas, além deste projeto, há outros que prometem surpreender os cientistas nos próximos anos. Veja abaixo quais são.
ExoMars
O veículo robótico viajará para Marte em 2018  (Foto: ESA/BBC)O veículo robótico viajará para Marte em 2018 (Foto: ESA/BBC)
A missão ExoMars visa descobrir, basicamente, se há ou já existiu vida em Marte. Trata-se se um programa conjunto entre a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a Roscosmos, a agência russa.
Se já existiu vida em Marte, o mais provável é que isto ocorreu nos primeiros bilhões de anos depois da formação do planeta, quando sua superfície era mais quente e úmida do que no presente.
Em 2016, a ESA vai enviar uma nave para pegar amostras da atmosfera marciana e, em 2018, enviará um veículo de seis rodas que pode perfurar o solo chegando até dois metros de profundidade, para buscar eventual matéria orgânica preservada da intensa radiação que o planeta recebe em sua superfície.
Ainda não foi definido o local exato do pouso do veículo, mas será em uma área que mostre evidências de erosão por água no passado.
Missão de redirecionamento de asteroides
A missão contribuiria para o desenvolvimento de tecnologia que pode ser útil para desviar asteroides perigosos que venham na direção da Terra  (Foto: Nasa)A missão contribuiria para o desenvolvimento de tecnologia que pode ser útil para desviar asteroides perigosos que venham na direção da Terra (Foto: Nasa)

Se a missão Rosetta - bem-sucedida em seu objetivo de pousar em um asteroide - já parecia ambiciosa, esta será ainda mais.
O plano da Missão de Redirecionamento de Asteroides (ARM, na sigla em inglês), da Nasa, consiste em identificar, capturar e fazer o traslado de um asteroide para uma órbita ao redor da Lua para que astronautas, no futuro, possam se aproximar e obter amostras.
A missão ainda está na fase de planejamento, mas se conseguir o financiamento, começará em 2020.
A análise destas rochas espaciais pode fornecer dados importantes sobre a origem do Sistema Solar, segundo os defensores do projeto.
Por outro lado, a missão contribuiria para o desenvolvimento da tecnologia que poderia ser útil para desviar qualquer asteroide perigoso que chegue perto demais da Terra, de acordo com os cientistas.
A Nasa tem em vista seis possíveis asteroides, apesar de a agência ainda não ter decidido como o escolhido será capturado. Uma das possibilidades inclui até envolver a rocha em uma bolsa inflável.
Júpiter
Os cientistas suspeitam que embaixo da capa de gelo das luas geladas de Júpiter existem oceanos de água em estado líquido (Foto: BBC)Os cientistas suspeitam que embaixo da capa de gelo das luas geladas de Júpiter existem oceanos de água em estado líquido (Foto: BBC)
A ESA também tem previsão de enviar em 2022 uma nave para estudar as luas geladas de Júpiter.
A nave, que demorará cerca de oito anos para chegar, sobrevoará Calisto e Europa antes de pousar em Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar.
Ganimedes é a única lua do Sistema Solar que gera seu próprio campo magnético.
A sonda fará observações durante três anos. Os cientistas acreditam que abaixo da capa gelada destes satélites de Júpiter existam oceanos de água líquida.
Solar Orbiter
 A sonda Solar Orbiter será submetida a temperaturas de 520 graus  (Foto: ESA/BBC)A sonda Solar Orbiter será submetida a temperaturas de 520 graus (Foto: ESA/BBC)
Com a data de lançamento prevista para 2018, a sonda Solar Orbiter (também da ESA) será a primeira a chegar mais perto do Sol, orbitando a apenas 42 milhões de quilômetros da estrela.
Naquela região a intensidade da radiação solar é 13 vezes superior à registrada na Terra e as temperaturas podem chegar aos 520 graus.
Ela fará fotografias e medições desde a órbita interna do planeta Mercúrio para obter dados que permitam conhecer melhor a dinâmica do Sol.
A missão visa aprofundar os conhecimentos sobre o funcionamento do Sol e sua influência sobre a vizinhança, especialmente o modo como gera e acelera o fluxo de partículas carregadas que envolvem o resto dos planetas.
Orion
Em 2014 a nave Orion fez um voo não tripulado de cerca de quatro horas para testar sua tecnologia (Foto: Reuters/BBC)Em 2014 a nave Orion fez um voo não tripulado de cerca de quatro horas para testar sua tecnologia (Foto: Reuters/BBC)
A nave Orion, da Nasa, está projetada para levar até seis astronautas até as profundezas do espaço.
O objetivo final é levar o homem a Marte até o meio da década de 2030.
A nave já foi colocada à prova em 2014, com sucesso, em um voo não tripulado. A primeira missão tripulada deve ocorrer em 2021.
Telescópio James Webb
Este telescópio espacial tentará substituir o Hubble.
Os cientistas afirmam que ele tem uma potência cem vezes superior ao antecessor e poderá obter imagens sem precedentes das primeiras galáxias que formaram no início do Universo.
O espelho principal deste telescópio tem um diâmetro de 6,5 metros (em comparação aos 2,4 m do Hubble) e está formado por 18 espelhos hexagonais que, juntos, formam um.
É tão grande que não cabe dentro do lançador. Os espelhos irão dobrados e vão se desdobrar uma vez que o aparato todo já esteja no espaço.
Ao invés de orbitar ao redor da Terra como o Hubble (uma vez a cada aproximadamente 97 minutos a uma altura entre 550 e 600 quilômetros), o James Webb ficará em um ponto conhecido como Lagrange 2, a 1,5 milhão de quilômetros de nosso planeta.
O telescópio orbitará ao redor do Sol, conservando esta distância da Terra.
Sua data de lançamento é outubro de 2018.

PF indicia oito pessoas em inquérito da Lava Jato envolvendo a Odebrecht Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht S.A., está entre os indiciados. Nove pessoas da Andrade Gutierrez também foram indiciadas no domingo.

Polícia Federal (PF) indiciou oito pessoas no inquérito da 14ª Fase da Operação Lava Jato envolvendo a empreiteira Odebrecht. O relatório foi protocolado na Justiça Federal por volta das 14h45 desta segunda-feira (20).
O presidente da holding Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht, está entre os indiciados. Ele está preso na carceragem da PF, em Curitiba, desde 19 de junho.
Os crimes citados são fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.
Foram indiciados:
- Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da holding Odebrecht S.A.
- Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht
- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, diretor da Odebrecht
- Márcio Farias da Silva, diretor da Odebrecht
- César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht
Celso Araripe de Oliveira, funcionário da Petrobras
- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empresa Freitas Filho Construções Limitada
- João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht
Marcelo Odebrecht preso pela Lava Jato (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba (Foto:
Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)
G1 entrou em contato com a Odebrecht, mas, até as 15h30, não obteve resposta sobre o indiciamento das pessoas ligadas à empreteira. Anteriormente, a empresa já havia negado irregularidades em contratos com aPetrobras.
Agora, o Ministério Público Federal (MPF) vai analisar o indiciamento da PF para oferecer ou não uma denúncia envolvendo as empreiteiras à Justiça Federal. Se houver denúncia e o juiz federal Sérgio Moro aceitá-la, os denunciados passarão a ser réus.
Condenações
Nesta segunda, três executivos afastados da Camargo Corrêa foram condenados por lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. São eles: Dalton Avancini, Eduardo Leite e João Ricardo Auler. Foi a primeira sentença contra dirigentes de empreiteiras na Lava Jato.
Relembre
A 14ª fase da Lava Jato foi deflagrada no dia 19 de junho e cumpriu 59 mandados judiciais envolvendo, além da Odebrecht, a construtora Andrade Gutierrez – no domingo (19), nove pessoas foram indiciadas pela PF no inquérito relacionado à empreiteira. Entre elas, está o presidente da empreiteira, Otávio Marques de Azevedo.
Segundo o MPF, as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior.
O delegado da PF Igor Romário de Paula já tinha afirmado, à época da deflagração desta etapa da operação, que havia indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.
Além de Marcelo Odebrecht, outras 11 pessoas foram presas na 14ª fase da Lava Jato, como o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. Destas, quatro foram soltas.
Continuam presos Marcelo Odebrecht, Otávio Marques de Azevedo, João Antônio Bernardi, Márcio Faria da Silva, Rogério Santos de Araújo, César Ramos Rocha, Alexandrino de Salles e Elton Negrão.
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Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade
Gutierrez (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/
Estadão Conteúdo)
Calados em depoimento
De acordo com delegado federal Eduardo Mauat da Silva, nem todos os investigados falaram nos depoimentos. Cinco presos, relacionados à Odebrecht, optaram por ficar em silêncio, entre eles, Marcelo Odebrecht.
“Foi dada a oportunidade para que cada um expusesse a sua versão, mas é um direito constitucional permanecer em silêncio para evitar a autoincriminação”, disse o delegado.
Já era esperado que eles ficassem calados, uma vez que a advogada Dora Cavalcanti informou a decisão na quinta (17).
"Enquanto os peticionários estavam soltos, esse respeitável Departamento de Polícia Federal do Paraná ignorou solenemente seu propósito de esclarecer os fatos, e não se dignou a marcar um único depoimento de nenhum", diz trecho da petição protocolada na Justiça Federal, em Curitiba.

Justiça condena executivos da Camargo Corrêa e PF indicia Marcelo Odebrecht


Prédio da construtora Odebrecht, em São Paulo. 19/06/2015 REUTERS/Rodrigo Paiva
Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - Executivos ligados a duas das maiores empreiteiras do país, investigadas pela operação Lava Jato, sofreram reveses nesta segunda-feira, com o indiciamento de Marcelo Odebrecht e outros executivos ligados à construtora controlada por sua família e a condenação de pessoas ligadas à construtora Camargo Corrêa.
Marcelo Odebrecht, que exercia o cargo de presidente-executivo da Odebrecht antes de ter sua prisão preventiva decretada, e outras sete pessoas, entre elas quatro executivos ligados à construtora, foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção, fraude, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.
Horas antes do indiciamento dos executivos do Odebrecht, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, condenou três executivos ligados à Camargo Corrêa por corrupção ativa e organização criminosa, na primeira condenação de executivos de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Dois desses executivos também foram condenados por lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal indiciou, além de Marcelo Odebrecht, os executivos Rogério Santos de Araújo, Alexandrino Alencar, Márcio Farias da Silva e César Ramos Rocha.
O relatório enviado pela PF à Justiça aponta envolvimento dos executivos em irregularidades em obras da Petrobras, como as da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O documento menciona o suposto pagamento de propina ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e a participação da empreiteira em cartel para obter contratos de obras da petroleira.
O relatório afirma ainda haver indícios de que Marcelo Odebrecht tinha conhecimento das supostas irregularidades cometidas por executivos da companhia e de que teria tentado atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A Polícia Federal pede ainda a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e dos demais executivos que têm ligação com a empreiteira "face a necessária garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal, tanto em face a potencial continuidade delitiva como pela influência negativa que soltos poderiam promover quanto as apurações ainda em curso".

Em nota, a Odebrecht afirmou que, embora sem fundamento sólido, o indiciamento já era esperado e disse que Marcelo Odebrecht e os executivos ligados à companhia "aguardarão a oportunidade de exercer plenamente o contraditório e o direito de defesa". 

Instituições de ensino têm até esta terça para aderir à 2ª edição do Fies Prazo terminaria na última sexta (17), mas foi prorrogado pelo governo. FNDE ainda não divulgou a data de abertura das inscrições.

As instituições de ensino superior interessadas em oferecer vagas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) têm até esta terça-feira (21) para fazer a adesão ao sistema. O prazo inicial de adesão terminava na última sexta (17), mas uma portaria publicada na edição desta segunda (20) do "Diário Oficial da União" anunciou a prorrogação.
Novas regras oficializadasO Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) não divulgou quantas instituições já fizeram a adesão nem a data de abertura de inscrições.
De acordo com uma portaria publicada no início do mês, os cursos com notas 5 e 4 terão mais vagas ofertadas. A portaria indica também que haverá prioridade para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito Federal) e em carreiras como engenharia, áreas da saúde e formação de professores.
A segunda edição do programa já havia sido anunciada em 8 de junho pelo ministro. Agora, o programa de financiamento terá juros de 6,5% e novo teto de renda familar para participar do programa.
Segundo a publicação, os estudantes serão classificados na ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na opção de vaga para a qual se inscreverem.
Veja abaixo as principais mudanças no Fies:
TAXA DE JUROS
COMO SERÁ: 6,5% ao ano
ANTERIOR: Antes, até outubro de 2006, eram de 9%. Depois, até agosto de 2009, passou a ficar entre 3,5% e 6,5%. Desde março de 2010 os juros são de 3,4% ano ano.

JUSTIFICATIVA: Ministérios dizem que buscam "fortalecer a sustentabilidade do programa, para que, no médio prazo, novos alunos sejam financiados pelos formados". Outra razão é corrigir distorção com o mercado de crédito.
TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os estudantes que são mais pobres e precisam de financiamento. Não é mais (a família com renda de) até R$ 15 mil que tem direito ao Fies, são valores mais baixos, mas que ainda atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da Educação. O governo diz que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite de renda.
PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias, formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e saúde serão prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.

JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o desenvolvimento do país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos de outros cursos continuarão a ser atendidos.

CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES).
ANTERIOR: MEC exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos financiamentos.

JUSTIFICATIVA: Ministério diz que cursos com nota três no Sinaes ainda serão financiados, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.

PRIORIDADE PARA TRÊS REGIÕES DO BRASIL 
COMO SERÁ: Será priorizado o atendimento de alunos matriculados em cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito Federal).
ANTERIOR: Não havia recorte de prioridade para regiões ou estados. E 60% dos contratos eram com estudantes de estados do Sul, do Sudeste ou Distrito Federal.

JUSTIFICATIVA: Ministério diz que decisão se soma a "outras várias políticas sociais federais que buscam corrigir as desigualdades regionais". Alunos de outros estados continuarão a ser atendidos, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.
VALIDADADE DAS MUDANÇAS
COMO SERÁ: Mudanças só valerão para os próximos contratos.
JUSTIFICATIVA: "Você não pode mudar um contrato por vontade unilateral. O governo firmou um contrato com milhões de estudantes com determinadas regras e essas regras serão mantidas e respeitadas", disse o ministro Renato Janine Ribeiro.
NOTAS MÍNIMAS NO ENEM
COMO SERÁ: Alunos precisam de 450 pontos na média do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e nota diferente de zero na redação.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame.

JUSTIFICATIVA: A iniciativa busca aumentar o nível dos profissionais formados com apoio do financiamento público, de acordo com o governo.
UNIVERSIDADES DARÃO DESCONTO EM MENSALIDADES
COMO SERÁ: Instituições participantes vão oferecer um desconto de 5% sobre a mensalidade para os estudantes com contrato do Fies.
ANTERIOR: Estudante pagava a mensalidade mais barata cobrada na instituição pelo curso.

JUSTIFICATIVA: "O governo é um grande comprador de cursos pelo Fies. Ao ser um grande comprador ele deve se beneficiar de descontos que são dados de modo geral quando você compra em grandes quantidades. Calculando 5%, quer dizer que três mil vagas das 61,5 mil são geradas por essa nova economia", afirmou o ministro.

PRAZO PARA PAGAMENTO
COMO SERÁ: Três vezes a duração do curso
ANTERIOR: Até 2010, era de duas vezes a duração.
CRITÉROS DE DESEMPATE
COMO SERÁ: I - maior nota na redação; II - maior nota na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; III - maior nota na prova de Matemática e suas Tecnologias; IV - maior nota na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e V - maior nota na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só era preciso ter prestado o exame.
Crescimento do Fies
A reformulação do Fies em 2015 ocorreu depois de o programa crescer de forma exponencial nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o MEC precisou fazer ajustes no orçamento diante de cortes do ajuste fiscal.
Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fies gastou R$ 13,7 bilhões em 2014.
Entre fevereiro e agosto do ano passado, o governo federal publicou três medidas provisórias para abrir crédito extraordinário para o Fies, que passou a atender também a alunos de mestrado, doutorado e cursos técnicos.
Para conter gastos, o MEC decidiu limitar o prazo para pedido de novos contratos (antes, era possível entrar com a solicitação em qualquer momento do semestre letivo), vincular a aceitação do pedido de financiamento a cursos com notas mais altas nos indicadores de qualidade, privilegiar instituições de ensino fora dos grandes centros e exigir que os estudantes interessados em contratos de financiamento do governo tivessem média de pelo menos 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
As novas restrições no programa, porém, se depararam com a crescente demanda dos estudantes e o resultado foi um período de instabilidade nos sistema, devido à grande procura por novos contratos, e o esgotamento da verba do Fies de todo o ano de 2015 para novos contratos.
O orçamento do Fies para novos contratos durante todo o ano de 2015 era de R$ 2,5 bilhões e, segundo o ministro, essa verba foi gasta inteiramente para atender aos 252.442 novos contratos fechados no prazo do primeiro semestre. Segundo o MEC, 178 mil pessoas tentaram celebrar novos contratos e não conseguiram.
Por isso, a segunda edição do programa para novos contratos ficou indefinida até que o governo federal finalizasse o reajuste orçamentário.

Microsoft antecipa chegada da Cortana ao Brasil



A chegada da assistente pessoal do Windows 10 ao Brasil, antes prevista para 2016, foi antecipada pela Microsoft e deve acontecer ainda em 2015. Nos próximos meses a Cortana estará disponível para clientes que fazem parte do programa Windows Insider no Japão e na Austrália, no Canadá e na Índia (apenas em inglês). Mais tarde, a ferramenta estará disponível no Brasil, na Austrália, no Canadá (em francês) e no México.

De acordo com a Microsoft, o lançamento não acontecerá simultaneamente em todos os países porque os desenvolvedores estão trabalhando na adequação aos costumes e culturas de cada local. "Projetar uma assistente pessoal inteligente para novos mercados requer abandonar a filosofia do 'um modelo para tudo' e, em vez disso, abraçar a customização local que leva em conta o que é importante em cada país, para cada cultura", explica a empresa em um comunicado.

A Cortana vai refletir padrões de linguagem, expressões e falas locais de cada país. A voz da assistente também vai mudar de acordo com a nacionalidade do usuário. "Em cada mercado, vamos nos concentrar em determinados atributos-chave que nos ajudem a encontrar a voz certa para Cortana", afirma a companhia.

Personalidade
Outro aspecto que vai variar de acordo com a localidade é a personalidade da assistente. De acordo com a Microsoft no Reino Unido, por exemplo, as pessoas valorizam o humor autodepreciativo, seco e irônico. A Cortana lá utiliza espécie de "sarcasmo divertido" nas respostas. Na Itália, ela usará palavras como "nosso" para reforçar o orgulho da identidade nacional dos italianos e será capaz até de cantar o hino nacional.

Com o programa Windows Insider, a novidade deverá ser testada por cerca de 5 milhões de usuários.